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Rotulagem de Calorias: Impacto nas Escolhas de Fast Food

Analisando os efeitos das etiquetas de calorias nos menus de restaurantes na Inglaterra.

Michael Essman, T. Burgoine, Y. Huang, A. Jones, M. Polden, E. Robinson, S. Sharp, R. Smith, M. White, J. Adams

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Índice

Comer comida de Restaurantes e outros estabelecimentos de comida é bem comum hoje em dia. Mas, esse hábito tá ligado a dietas ruins, ganho de peso e obesidade, que criam grandes desafios pra Saúde pública. Um grande problema é que a galera geralmente subestima quantas Calorias consome quando come fora de casa. Isso é especialmente verdade com a comida cheia de calorias que muitos lugares oferecem.

Um estudo feito em 2018 mostrou que uma porção de refeições dos principais restaurantes e fast-foods do Reino Unido tem muitas calorias. Por exemplo, 96% das refeições em restaurantes e 70% em fast-food tinham mais de 600 calorias. Pra enfrentar esses problemas de saúde, o Governo do Reino Unido criou regras que obrigam os grandes estabelecimentos de comida a mostrar informações sobre calorias. Essas regras começaram a valer em 6 de abril de 2022.

Regras de Rotulagem de Calorias

As novas regras de rotulagem de calorias dizem que grandes estabelecimentos de comida fora de casa, especialmente os com 250 ou mais funcionários, precisam mostrar informações de calorias para os itens do cardápio visíveis pros clientes. Isso se aplica a comidas e bebidas prontas pra serem consumidas na hora. Mas não inclui coisas tipo alimentos pré-embalados ou frutas e verduras não preparadas.

Embora esses rótulos possam ajudar a diminuir a quantidade de calorias que a galera compra, os resultados reais têm sido mistos. Nos Estados Unidos, alguns estudos mostram que ter rótulos de calorias pode levar a uma diminuição na quantidade de calorias que as pessoas consomem, enquanto outros estudos indicam que não houve mudança significativa. Um estudo realizado na Inglaterra não encontrou evidências de que as compras de calorias mudaram depois que essas regras foram colocadas em prática.

O tipo de estabelecimento também pode influenciar como os clientes reagem a esses rótulos. Por exemplo, cafeterias e restaurantes mostraram reduções maiores em calorias em comparação com fast-foods. Isso sugere que as expectativas dos clientes sobre diferentes experiências de refeições podem afetar suas reações às informações de calorias. Algumas pesquisas indicam que as expectativas dos clientes podem ser uma barreira importante pra escolher itens com menos calorias.

Impacto Potencial nos Vendedores e Reformulação

A rotulagem de calorias pode fazer mais do que apenas informar os clientes; pode também incentivar os estabelecimentos a revisar o conteúdo calórico dos itens do cardápio. Se as empresas querem evitar vender itens que são excessivamente ricos em calorias, podem adotar medidas pra reduzir as contagens de calorias. Alguns grandes estabelecimentos de comida podem gradualmente diminuir os níveis de calorias, açúcar e sal em seus produtos como resposta às novas regras, visando tornar suas ofertas mais saudáveis sem chamar muita atenção dos clientes.

As mudanças no cardápio podem acontecer de várias formas, como reformular produtos existentes, remover itens com alta caloria ou adicionar novas opções com menos calorias. Todas essas ações podem ajudar a baixar o conteúdo calórico médio dos cardápios. Uma revisão recente de 45 estudos encontrou que rótulos de calorias obrigatórios estavam ligados a uma redução pequena de cerca de 15 calorias nos itens do cardápio.

Antes das leis de rotulagem de calorias serem implementadas nos Estados Unidos e na Inglaterra, alguns rótulos de calorias voluntários levaram restaurantes a vender itens com menos gordura e sal em comparação com aqueles sem rótulos. Porém, é possível que essa descoberta venha de uma preferência por colocar rótulos em itens mais saudáveis. Há menos evidências que sugiram que rótulos de calorias obrigatórios realmente diminuem o conteúdo calórico das refeições.

A maioria dos estudos anteriores sobre políticas nacionais de rotulagem de calorias vem dos Estados Unidos. Uma investigação recente descobriu que os rótulos de calorias obrigatórios podem ter incentivado grandes cadeias de restaurantes a introduzirem itens com menos calorias. Outro estudo que examinou leis locais de rotulagem de calorias nos EUA não encontrou mudanças nas calorias médias dos cardápios entre cadeias de fast-food com e sem rótulos, mas encontrou itens mais saudáveis nos lugares com rótulos.

Embora as pesquisas indiquem que os rótulos de calorias possam melhorar um pouco os cardápios oferecidos, os clientes nem sempre se beneficiam dessas reduções se não escolherem itens com menos calorias. Portanto, é fundamental identificar quais tipos de comida são mais afetados pra encontrar áreas para possíveis melhorias na dieta. Diferentes tipos de estabelecimentos servem diferentes tipos de comida que podem variar em quão facilmente podem ser reformulados.

Estudo de Mudanças no Cardápio

Pra preencher essas lacunas de pesquisa, estudamos as mudanças no conteúdo calórico dos itens do cardápio antes e depois da implementação das regras de rotulagem de calorias. Também analisamos como essas mudanças variaram entre diferentes categorias de alimentos e tipos de estabelecimentos.

Usando um banco de dados especial chamado MenuTracker, coletamos dados sobre alimentos de estabelecimentos do Reino Unido. Definimos "reformulação" como mudanças feitas no mesmo item disponível em ambos os períodos, enquanto "mudanças no cardápio" foram definidas como itens que foram removidos ou adicionados ao cardápio. Nossas análises examinaram mudanças no conteúdo calórico médio dos itens novos, removidos e existentes, além de mudanças no conteúdo calórico por tipo de alimento e tipo de cadeia. Também verificamos quantos itens do cardápio ultrapassaram a ingestão calórica recomendada por refeição (mais de 600 calorias).

Coleta de Dados

Os dados do MenuTracker foram coletados através de métodos de coleta de dados online de empresas alimentícias que mostravam informações de calorias pra seus itens do cardápio. Coletamos dois conjuntos de dados, um ano de diferença, em setembro de 2021 (antes das novas regras) e setembro de 2022 (depois das novas regras). Essa abordagem de coleta ajudou a reduzir o efeito das mudanças sazonais.

Em setembro de 2021, o banco de dados incluía 79 diferentes empresas de alimentos obrigadas a seguir as novas regras de calorias. Em setembro de 2022, esse número cresceu pra 90. Porém, uma cadeia que existia em 2021 não tinha informações disponíveis em 2022. Portanto, nossa análise principal foi baseada em 78 cadeias que operaram durante ambos os períodos.

Avalíamos o número de itens do cardápio disponíveis durante cada período de coleta de dados. Os dados de setembro de 2021 revelaram 19.392 itens, que foram refinados pra 15.085 itens únicos com informações de calorias depois de remover duplicados e itens sem detalhes de calorias. Em setembro de 2022, começamos com 24.097 itens do cardápio, mas terminamos com 17.896 itens únicos. Portanto, nossa análise completa teve um total de 32.981 itens nos dois períodos de coleta de dados.

Classificação de Grupos Alimentares

Organizamos os itens do cardápio em 12 grupos alimentares pra nossa análise. Um processo semi-automatizado foi utilizado, e a confiabilidade da categorização foi verificada comparando uma amostra aleatória de itens com uma alta taxa de concordância.

As cadeias de estabelecimentos de comida foram separadas em seis categorias com base em como descreviam suas ofertas: cafeterias e padarias, fast-food e takeaway, pubs e estalagens, restaurantes, locais de esportes e entretenimento, e fast-food asiático.

Pra diferenciar reformulação de mudanças gerais no cardápio, cada item foi categorizado como removido, contínuo ou novo. Itens contínuos eram aqueles disponíveis no mesmo estabelecimento durante ambos os períodos. Itens removidos estavam presentes no primeiro período, mas não no segundo, enquanto novos itens foram introduzidos no segundo período.

Usamos várias técnicas pra identificar com precisão itens que eram os mesmos entre os dois períodos. Isso incluiu comparar nomes que eram semelhantes, mas não idênticos. Verificações manuais foram feitas pra garantir a precisão dessas correspondências.

Análise Estatística

Todas as nossas avaliações estatísticas foram realizadas usando um software específico. Fizemos quatro análises principais:

  1. Estimamos as mudanças no conteúdo calórico médio para cadeias principais no geral, por grupo alimentício e por tipo de cadeia.
  2. Estimamos as mudanças de calorias para itens removidos, contínuos e novos para essas cadeias principais.
  3. Olhamos a porcentagem de itens que ultrapassaram a marca de 600 calorias para essas cadeias principais, no geral e por grupo alimentício.
  4. Finalmente, avaliamos mudanças no conteúdo calórico usando todas as cadeias que postaram informações de calorias.

Mudanças nas Calorias Médias

Os resultados indicaram que houve uma pequena diminuição no conteúdo calórico médio após a implementação da política. Antes das regras, a contagem média de calorias para todos os itens era em torno de 445 calorias, que caiu pra cerca de 436 calorias depois, marcando uma pequena redução. A análise que não levou em conta as classificações de grupos alimentares mostrou uma redução média mais notável.

Os grupos alimentares com as maiores contagens de calorias por item eram hambúrgueres, pratos principais e pizzas. As reduções após a política foram significativas para hambúrgueres, bebidas e pratos principais, enquanto houve poucas mudanças para sopas devido aos números baixos. Curiosamente, o conteúdo calórico dos sanduíches aumentou após a política.

Quando examinamos os resultados por tipo de cadeia, encontramos reduções em pubs, bares e estalagens, bem como em restaurantes. No entanto, houve um aumento no conteúdo calórico para itens de fast-food.

Conteúdo Energético Médio para Diferentes Itens

Na segunda análise, olhamos o conteúdo calórico para itens removidos, novos e contínuos especificamente. Os dados mostraram que os itens removidos tinham contagens de calorias médias mais altas em comparação com itens disponíveis antes e depois das novas regras. Porém, para itens novos e continuamente disponíveis, nenhuma mudança significativa no conteúdo calórico foi observada.

Proporção de Itens com Alta Caloria

Na nossa terceira análise, examinamos quantos itens do cardápio ultrapassaram o limite de 600 calorias antes e depois da nova política. A porcentagem de itens acima desse limite mostrou pouca diferença entre os dois períodos. Os grupos alimentares com mais itens de alta caloria eram hambúrgueres, pratos principais e pizzas. Notavelmente, a porcentagem de itens acima de 600 calorias caiu para bebidas e hambúrgueres, enquanto aumentou para pizzas.

Análise Completa do Cenário

Na última análise, usamos todos os dados disponíveis pra avaliar as contagens de calorias em todas as cadeias. Essa análise também indicou uma pequena redução geral nas calorias médias, refletindo tendências semelhantes encontradas em análises anteriores.

Principais Descobertas

Esse estudo tá entre os primeiros a observar as mudanças nos cardápios de estabelecimentos de comida após as novas regras de rotulagem de calorias. As descobertas sugerem uma pequena redução nas calorias médias depois que essas políticas foram implementadas. As reduções foram principalmente ligadas à remoção de itens de alta caloria dos cardápios, com sinais limitados de reformulação de opções existentes. Os grupos alimentares mais impactados foram bebidas, hambúrgueres e pratos principais.

Implicações para a Saúde Pública

A pequena queda na contagem média de calorias nos cardápios provavelmente terá apenas um impacto modesto na saúde pública. Pesquisas mostraram que não houve mudança real nas calorias que as pessoas efetivamente compram ou consomem. É possível que as cadeias já tenham começado a revisar suas opções antes que as novas regras entrassem em vigor, o que poderia explicar as mudanças limitadas observadas.

As descobertas indicam que itens alimentares maiores podem ser mais fáceis de ajustar devido às suas contagens calóricas mais altas. Reduzir o conteúdo calórico em bebidas também foi mais fácil devido à maior disponibilidade de alternativas de baixa caloria em comparação com alimentos sólidos.

Nossa pesquisa destaca que, embora pareça haver algumas mudanças nos cardápios, as evidências de reformulação de itens existentes são fracas. Isso sugere que a rotulagem de calorias pode não motivar um aumento significativo nas opções do cardápio com menos calorias como alguns poderiam esperar.

Comparando com Outras Pesquisas

A redução média de calorias que encontramos se alinha com descobertas semelhantes em outros estudos. Pesquisas mostram apenas pequenas mudanças no conteúdo calórico dos itens do cardápio após a introdução da rotulagem de calorias. Nosso estudo permite uma análise mais detalhada do que investigações anteriores ao categorizar os itens alimentares em uma gama mais ampla de grupos.

Nossa análise revelou algumas tendências notáveis em quais categorias alimentares mostraram as maiores mudanças. Notavelmente, as maiores reduções foram vistas em grupos alimentares com contagens de calorias inicialmente mais altas, sugerindo que ajustar esses itens pode ser mais fácil para os estabelecimentos.

No geral, encontramos evidências limitadas de que a rotulagem de calorias obrigatória na Inglaterra levou a mudanças significativas nos itens do cardápio. Junto com outras pesquisas que mostram nenhuma mudança nas calorias compradas, isso sugere que o impacto imediato da política é mínimo. No entanto, mesmo pequenas mudanças podem contribuir positivamente para a saúde pública.

Avançando

O estudo sugere que uma melhor implementação da rotulagem de calorias pode levar a resultados mais significativos no futuro. Por exemplo, mais estabelecimentos exibindo informações precisas sobre calorias poderia aumentar a conscientização entre os clientes, ajudando-os a fazer escolhas mais saudáveis. Outras estratégias, como ajustes de preços ou marketing atraente, também poderiam incentivar opções com menos calorias.

Pesquisas futuras devem continuar avaliando os efeitos a longo prazo da rotulagem de calorias e como isso pode ser melhorado pra beneficiar melhor a saúde pública. Coletar dados ao longo de um período mais extenso ajudará a entender quão eficazes essas políticas são em mudar o comportamento do consumidor.

Em resumo, este estudo explorou mudanças no conteúdo calórico dos itens do cardápio após a introdução da rotulagem obrigatória de calorias na Inglaterra. Embora tenha havido uma leve redução nas calorias, o impacto geral parece ser limitado, com as mudanças mais significativas ocorrendo na remoção de itens de alta caloria ao invés de reformulação de opções existentes no cardápio.

Fonte original

Título: Changes in energy content of menu items at out-of-home food outlets in England after calorie labelling policy implementation: a pre-post analysis (2021-2022)

Resumo: ImportanceEating from out-of-home food outlets (OHFO) is common and linked to poor dietary quality, weight gain, and obesity. In response, England implemented mandatory calorie labelling regulations in April 2022 to encourage reformulation and reduce calorie consumption. Few studies have examined the impact of a national calorie labelling policy on OHFO menus. ObjectiveExamine pre-post changes in energy content of menu items from large OHFO in England after mandatory calorie labelling. Design, Setting, and ParticipantsObservational study using data from MenuTracker, a longitudinal database of online menus. Data were collected in September 2021 (pre-policy) and September 2022 (post-policy) from large OHFO in England. 15,057 pre-policy and 15,988 post-policy menu items were included from 78 large OHFO chains present in both periods. InterventionImplementation of mandatory calorie labelling on menus of large OHFOs in England. Main Outcomes and MeasuresMean energy content (kcal) of menu items, examined overall and by food group and chain type. Changes in energy content for removed, continuous, and new items to assess reformulation. ResultsOverall, a reduction of 9 kcal (95% CI: -16 to -1) in mean energy content was observed post-policy. Significant reductions per item in beverages (-36 kcal), burgers (-103 kcal), and mains (-30 kcal). By chain type, significant reductions per item in pubs, bars, and inns (-52 kcal), restaurants (-23 kcal), and entertainment venues (-49 kcal). Changes driven by removal of higher kcal items (458 kcal, 95% CI: 394 to 523) and addition of lower kcal items (434 kcal, 95% CI: 370 to 499). No significant change in energy content for continuously available items, indicating limited evidence of reformulation. Conclusions and RelevanceThe 2022 mandatory calorie labelling policy in England led to a small reduction in mean energy content of menu items, driven by removal of higher calorie items and addition of lower calorie items. Elsewhere, we did not find evidence of changes in kcal purchased or consumed, suggesting these menu changes did not focus on the most commonly consumed items. Further research is needed to evaluate longer-term menu changes and additional strategies to enhance policy impact on consumer behavior and public health.

Autores: Michael Essman, T. Burgoine, Y. Huang, A. Jones, M. Polden, E. Robinson, S. Sharp, R. Smith, M. White, J. Adams

Última atualização: 2024-08-09 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.08.09.24311741

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.08.09.24311741.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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