Analisando as Desigualdades nas Publicações em Pesquisa de Doutorado
O estudo revela que há diferenças de gênero e raça/etnia nas taxas de publicação entre os graduados de doutorado.
Diana Eileen Azurdia, K. Leap, G. S. Payne, J. S. Sinsheimer
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Índice
O sucesso nas carreiras científicas pode ser medido de várias maneiras. Formas comuns de avaliar o sucesso incluem o número de publicações escritas por um pesquisador, o tipo de cargo que ocupam após terminarem a educação, sua influência na academia, o tempo de carreira e a capacidade de trabalhar em equipe. Muitos desses indicadores se desenvolvem ao longo do tempo, tornando difícil para pesquisadores em início de carreira mostrarem suas conquistas. Durante um programa de doutorado, o número de artigos publicados e a posição de alguém como autor são marcadores chave do sucesso futuro. No entanto, pesquisas mostram que há diferenças nas taxas de publicação com base em gênero e raça, que podem variar de acordo com a área de estudo. Para garantir que todos tenham chances iguais na pesquisa acadêmica, precisamos assegurar taxas justas de publicação nas fases iniciais das carreiras.
Contexto
Os Programas de Pós-Graduação em Biosciências da UCLA analisaram as taxas de publicação dos alunos que se formaram em seus programas. O GPB inclui vários programas de doutorado com um grande número de alunos nas áreas de ciências médicas e biológicas. Um dos objetivos do GPB é melhorar as oportunidades de desenvolvimento profissional para alunos e professores, apoiando o treinamento detalhado em pesquisa que esses programas oferecem. Em 2015, o GPB iniciou iniciativas para recrutar e reter pessoas de grupos sub-representados nas biosciências. Esses esforços focaram em criar práticas de mentoria de apoio e programas que desenvolvem a confiança dos alunos, habilidades de liderança e crescimento na carreira. Para apoiar essas iniciativas, o GPB visou criar um conjunto de dados para acompanhar publicações e o tempo levado para obter um diploma.
Objetivo do Estudo
Este estudo investiga as diferenças nas taxas de publicação com base em gênero, raça e cidadania entre graduados do Ph.D. do GPB entre 2011 e 2019. O período escolhido abrange graduados antes e durante a implementação das iniciativas do GPB, evitando qualquer efeito da pandemia de COVID-19. Coletamos dados da universidade e de bancos de dados de publicações para evitar problemas que podem surgir de pesquisas, como respostas tendenciosas. O foco aqui é identificar diferenças nos números de publicações e nos prazos com base em gênero e raça/etnia, especialmente observando como esses padrões variam dependendo do papel que alguém desempenha na publicação.
Detalhes do Estudo
O Conselho de Revisão Institucional da UCLA aprovou este estudo. Todos os graduados do Ph.D. dos programas do GPB entre 2011 e 2019 foram incluídos. O GPB é composto por sete programas de doutorado, cada um contribuindo para o estudo. Os dados incluem informações como demografia dos candidatos e histórico acadêmico. Os candidatos identificaram seu gênero e raça/etnia durante o processo de aplicação, e esses dados foram usados para a análise. Existem algumas limitações em relação à representatividade de indivíduos não-binários e à classificação de alunos por raça/etnia.
Para avaliar o número de publicações, usamos os nomes dos graduados para encontrar seus trabalhos publicados durante os estudos. Utilizamos um banco de dados para buscar publicações, garantindo que combinássemos corretamente os nomes dos alunos e incluíssemos aqueles que podem ter mudado de nome durante a educação. Anotamos quaisquer nomes comuns que poderiam levar a imprecisões. Ao pesquisar no banco de dados de publicações, inicialmente identificamos um número considerável de publicações, mas revisamos cuidadosamente e filtramos esses resultados para garantir precisão. No final, reunimos um conjunto de dados de 2.924 publicações de 614 alunos.
Analisamos os dados de publicação contando o total de publicações e categorizando essas de acordo com a posição de autoria. Usamos vários métodos estatísticos para modelar os resultados com base no número de publicações, se os alunos publicaram ou não, e quanto tempo demorou para eles publicarem após o início dos programas.
População do Estudo
A análise considerou demografias como gênero, raça/etnia e status de cidadania. O tempo mediano para concluir um grau para aqueles no estudo foi de 5,5 anos, sem diferenças encontradas com base em gênero ou status de cidadania. No entanto, alunos sub-representados levaram mais tempo para se formar. Os pesquisadores examinaram de perto o número de publicações e a porcentagem de alunos que não publicaram durante seus estudos. Não foram encontradas diferenças significativas nas taxas de publicação com base em gênero, raça ou cidadania. No entanto, alunas publicaram menos artigos no total em comparação com alunos do sexo masculino, mostrando uma disparidade de gênero notável.
Disparidades de Gênero na Publicação
Após a análise, ficou claro que as alunas publicaram significativamente menos artigos em geral em comparação com seus colegas do sexo masculino. No entanto, o número de publicações como primeiro autor, que normalmente indica uma contribuição significativa, não diferiu significativamente entre os Gêneros. A principal diferença apareceu nas publicações como coautor, onde as alunas tiveram significativamente menos publicações. Isso sugere que a disparidade geral no número de publicações pode origina-se de diferenças na coautoria em vez da primeira autoria.
O timing da publicação também foi examinado. As alunas enfrentaram atrasos na sua primeira publicação doctoral, particularmente em relação a artigos como coautoras. Esse atraso pode impactar suas oportunidades futuras e experiências durante seus estudos de doutorado. Publicações são frequentemente cruciais para obter financiamento, prêmios e reconhecimento, tornando essencial entender como o timing impacta o sucesso dos alunos em suas carreiras.
Disparidades de Raça/Etnia na Publicação
Análise adicional revelou que os padrões de disparidade no número de publicações por raça/etnia diferiam daqueles de gênero. Alunos sub-representados tiveram menos publicações como primeiro autor em comparação com seus colegas super-representados, enquanto o número total de publicações foi similar. Essa diferença pode ser especialmente significativa na academia, já que ser primeiro autor muitas vezes sugere liderança em um projeto e maior reconhecimento.
Ao olhar o timing das publicações iniciais, alunos sub-representados também enfrentaram atrasos semelhantes aos experimentados pelas alunas. Ambos os grupos mostraram tempos mais longos para publicar seus primeiros artigos, impactando seu progresso geral e sucesso.
Impactos no Sucesso Futuro
Publicações desempenham um papel crucial na medição do sucesso em áreas de STEM. As fases iniciais de treinamento muitas vezes definem o tom para a futura carreira de um pesquisador. As disparidades identificadas neste estudo refletem questões mais amplas que podem ter efeitos duradouros nas carreiras dos alunos. Mulheres e grupos sub-representados não apenas publicaram menos artigos, mas também enfrentaram atrasos em suas publicações iniciais, o que pode levar a uma menor autoconfiança e menos oportunidades de reconhecimento durante seus estudos de pós-graduação.
A coautoria serve como um fator importante no sucesso das publicações. Pode criar oportunidades adicionais para colaboração, mentoria e desenvolvimento de habilidades. Pesquisadores sugerem que abordar as disparidades nas publicações como coautor entre gêneros pode envolver aumentar a conscientização sobre essas questões entre mentores e alunos, promovendo assim sistemas de suporte melhores nos ambientes acadêmicos.
Sugestões para Melhoria
Para combater as disparidades observadas, várias intervenções poderiam ser consideradas. Uma abordagem poderia envolver aprimorar as práticas de mentoria, onde os mentores recebam treinamento focado em questões de preconceito e contribuições autorais justas. Criar um ambiente inclusivo para colaboração permitiria que todos os alunos obtivessem experiências valiosas que desenvolvem sua confiança e habilidades.
Programas de mentoria poderiam incorporar estratégias para apoiar grupos sub-representados e mulheres na publicação. Aumentar a atenção para os papéis de coautoria e incentivar oportunidades de colaboração desde cedo ajudaria a reduzir a disparidade nas taxas de publicação. Além disso, fornecer desenvolvimento profissional que permita que trainees se conectem com mentores e colegas em seu campo pode ajudar a fomentar uma comunidade de apoio.
Conclusão
As disparidades nas taxas de publicação identificadas neste estudo ressaltam a necessidade de esforços contínuos para criar ambientes equitativos na academia. Garantir que os alunos tenham oportunidades iguais de publicar, independentemente de gênero ou raça/etnia, é fundamental para estabelecer carreiras científicas bem-sucedidas. Pesquisas adicionais são essenciais para monitorar a eficácia das intervenções voltadas para melhorar as taxas de publicação e, em última análise, o sucesso geral de todos os alunos dentro desses programas.
Título: Distinct patterns of bioscience doctoral publication disparities by gender and race/ethnicity
Resumo: The ability to address the lack of diversity in the Science, Technology, Engineering and Math workforce depends on inclusive and equitable training of doctoral students to succeed in the profession. An important metric used to assess equitable training in bioscience doctoral programs is the number of publications that result from a students research. The purpose of this study was to investigate whether there are demographic differences in publication rates among all students in a cohort of bioscience Ph.D. programs at the University of California Los Angeles who graduated between 2011 and 2019. Using institutional data and publication database queries, we determined the number of doctoral publications parsed by authorship position, and the timing of the first publication for each student. The resulting dataset was then analyzed for the relationships between publication categories and student gender, race/ethnicity, and citizenship status. We find that female students published significantly fewer total and co-author papers compared to male students, but had the same number of first-author publications. In contrast, students from underrepresented racial/ethnic groups had fewer first-author papers compared to students from well-represented groups, but similar numbers of total and co-author publications. Publication of the first doctoral paper occurred later for female versus male, and underrepresented versus well-represented students. These results provide evidence for distinct patterns of doctoral publication disparities by gender and race/ethnicity, offering insights into a key metric of bioscience student success and informing potential strategies to achieve equitable outcomes in bioscience doctoral education.
Autores: Diana Eileen Azurdia, K. Leap, G. S. Payne, J. S. Sinsheimer
Última atualização: 2024-10-22 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.19.619200
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.19.619200.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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