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# Biologia# Ecologia

Como as características das espécies moldam as interações ecológicas

Esse estudo mostra como as características afetam as interações entre espécies e a estabilidade da comunidade.

François Duchenne, E. Barreto, E. A. Guevara, H. Beck, C. Bello, R. Bobato, D. Bolla, E. Brenes, N. Büttner, A. P. Caron, N. Elizondo, A. Restrepo-Gonzalez, J. A. Castro, M. Kaehler, T. Machado-de-Souza, M. Machnicki-Reis, A. S. Marcayata-Fajardo, C. G. de Menezes, A. Nieto, R. de Oliveira, R. A. C. de Oliveira, F. Richter, B. G. Rojas, L. L. Romanowski, W. L. de Souza, D. S. Veluza, B. Weinstein, R. Wüest, T. B. Zanata, K. Zuniga, M. A. Maglianesi, T. Santander, I. G. Varassin, C. H. Graham

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A ecologia estuda como os seres vivos interagem entre si e com o ambiente. Um dos principais objetivos é entender como diferentes espécies se conectam e como essas conexões afetam a estabilidade das comunidades naturais. Saber como as espécies interagem ajuda a ver como as comunidades podem responder a mudanças, como a perda de certas espécies.

Interações Entre Espécies

As interações entre espécies podem ser complicadas. Ecologistas descobriram que a forma como as espécies interagem geralmente tem mais a ver com seus números e Características físicas do que com que espécies são. Por exemplo, quantas de cada espécie estão por aí e suas características físicas podem determinar quem interage com quem. Isso significa que as espécies podem mudar seus parceiros de Interação ao longo do tempo e em diferentes áreas, tornando as comunidades mais resistentes.

Mesmo que já se tenha aprendido muito sobre por que as espécies trabalham juntas, ainda sabemos pouco sobre por que algumas não interagem. Entender por que faltam interações pode apontar restrições importantes que afetam como as espécies estão distribuídas e quão flexíveis suas interações podem ser.

Escassez das Redes Ecológicas

As redes ecológicas são frequentemente esparsas, o que significa que o número de interações reais que vemos é geralmente bem menor do que o número total de interações possíveis. Várias razões foram sugeridas para isso, incluindo a falta de dados, números baixos de certas espécies ou a ideia de que as características das espécies podem não combinar bem. A combinação de características analisa quão compatíveis diferentes características são entre si, o que pode permitir ou restringir interações.

Existem duas razões principais para a falta de algumas interações: uma se baseia em características que se complementam e a outra se baseia em Barreiras fortes que impedem a interação. O segundo tipo, chamado de barreiras de exploração, significa que certas interações nunca podem acontecer porque as características não combinam bem o suficiente.

Reconhecer esses links proibidos, ou interações que estão sempre ausentes, é importante porque afetam como as comunidades mudam ao longo do tempo. Esses links não mudam com base em outros fatores, como quantas de cada espécie estão por aí.

Para mostrar que um link é proibido, precisamos provar que sua ausência não é apenas por falta de dados ou acaso, mas sim por causa de uma barreira de exploração. Até agora, muitos desses links proibidos foram identificados por meios indiretos, como observar padrões de interação. No entanto, isso não nos dá links claros para suas causas específicas.

Para entender de verdade por que faltam interações, precisamos de métodos melhores para investigar as causas diretas dessas ausências entre as espécies.

Importância da Combinação de Características

Analisar como as características se complementam e como as barreiras de exploração impactam as interações das espécies nos ajuda a ver quão robusta é uma rede de interações. Robustez significa quão bem uma rede pode lidar com a perda de espécies. Uma rede robusta pode resistir a várias extinções sem colapsar.

A capacidade das espécies de mudar seus parceiros de interação, conhecida como reconfiguração, desempenha um papel fundamental na robustez de uma rede. Se as espécies conseguem facilmente encontrar novos parceiros após perder alguns, é provável que a rede permaneça estável. Links proibidos restringem a reconfiguração, tornando essencial avaliar seu papel na robustez da comunidade.

Estudando Interações Planta-Colibri

Para estudar como as características das espécies e suas interações afetam a robustez da rede, os pesquisadores coletaram dados sobre interações entre plantas e colibris de diferentes regiões. Eles examinaram áreas em diferentes elevações em três regiões biogeográficas - a Mata Atlântica do Brasil, os Andes Tropicais do Equador e as Montanhas Talamanca da Costa Rica.

Os pesquisadores estabeleceram um método detalhado para observar interações, usando câmeras em time-lapse colocadas perto de flores para capturar interações com colibris ao longo do tempo. Cada câmera registrou milhares de imagens, permitindo uma avaliação minuciosa de quais espécies interagiam e com que frequência.

Este estudo envolveu interações entre 79 espécies de colibris e 640 espécies de plantas, focando em casos de interações mutualísticas, onde tanto a planta quanto o colibri se beneficiam. Além disso, eles analisaram características específicas, como forma e tamanho da flor, para entender como essas características influenciavam as interações.

Características Morfológicas

Os pesquisadores calcularam a combinação de características para interações comparando o tamanho da flor e o tamanho do bico do colibri. Um descompasso nessas características pode significar que certas espécies não conseguem interagir. Por exemplo, se um colibri tem um bico mais curto do que a forma da flor permite, ele não conseguirá alcançar o néctar.

Eles descobriram que mesmo quando os colibris conseguem alcançar o néctar, pode haver barreiras baseadas em outras características que não são consideradas nas medições gerais. Por causa desses fatores, foi necessário categorizar as características em duas categorias principais: uma que considera condições favoráveis para interação e outra que avalia os limites além dos quais a interação não é possível.

Identificando Regras de Ligação

Para analisar essas interações, os pesquisadores criaram um modelo estatístico que levou em conta todas as espécies e locais. O modelo incluiu diferentes fatores que poderiam afetar as taxas de interação, como amostragem insuficiente ou variação nas características das espécies.

Esse modelo permitiu que os pesquisadores ligassem as características das plantas e dos colibris à probabilidade de interagir, fornecendo insights sobre quais características impulsionam essas interações. As descobertas sugeriram que certas características desempenham um papel significativo na determinação se uma planta e um colibri podem interagir com sucesso.

Efeitos dos Links Proibidos na Robustez da Rede

Os pesquisadores queriam entender como esses links proibidos afetavam a estabilidade geral das redes ecológicas. Eles simularam a remoção de espécies de plantas para ver quantos colibris permaneceriam na rede e como a perda poderia afetar interações futuras.

Os pesquisadores realizaram extensas simulações, investigando diferentes cenários de extinção de espécies e capacidade de reconfiguração. Eles notaram que redes com muitos links proibidos são menos robustas, especialmente quando as espécies começam a entrar em extinção.

Quando as redes são forçadas a depender da reconfiguração para se adaptar às interações perdidas, a presença de links proibidos pode agir como uma restrição significativa. Isso representa um risco para as comunidades, pois elas podem não se recuperar bem de mudanças, como as causadas pelas alterações climáticas ou perda de habitat.

Variação em Relação à Elevação

O estudo também observou como as características das espécies mudavam com a elevação. Em altitudes mais baixas, as flores tendem a ter comprimentos de corola mais longos em comparação com os comprimentos de bico dos colibris, criando mais links proibidos. À medida que a elevação aumentava, o comprimento das flores diminuía, levando a menos restrições nas interações entre as espécies.

Os pesquisadores descobriram que na Mata Atlântica, flores longas geravam mais barreiras para as interações em altitudes mais baixas em comparação com altitudes mais altas, onde flores mais curtas eram mais comuns.

Robustez da Rede à Extinção

Os pesquisadores descobriram que à medida que os padrões de interação se tornavam mais escassos devido a links proibidos, a robustez geral da comunidade diminuía. Uma forte relação foi observada entre o número de links proibidos e a capacidade das espécies de se adaptarem a perdas.

Maior proporção de links proibidos levou a uma menor resiliência da rede. Isso significa que se uma espécie se extinguisse, as espécies restantes teriam menos probabilidade de formar novas interações devido a essas barreiras.

Importância das Descobertas

Os resultados indicam que links proibidos não são apenas teóricos, mas estão presentes em comunidades naturais. Eles mostram evidências fortes ligando essas barreiras às interações que observamos e ressaltam como a distribuição das características das espécies afeta a probabilidade de esses links ocorrerem.

Quando as espécies não conseguem interagir devido a barreiras de características, suas comunidades tendem a enfrentar mais dificuldades com as mudanças no ambiente ou perda de espécies. Isso mostra a importância de considerar tanto a combinação de características quanto as barreiras ao estudar interações ecológicas.

Conclusão

A pesquisa apresenta uma imagem mais clara de como as interações entre espécies funcionam no mundo natural. Ao examinar tanto as características das espécies quanto como elas se relacionam, conseguimos entender melhor a dinâmica das comunidades ecológicas. As evidências demonstram que as características desempenham um papel crucial na formação de interações e que os links proibidos podem afetar significativamente a robustez da comunidade a mudanças.

O estudo pede mais pesquisas sobre como essas interações podem mudar ao longo do tempo e destaca a necessidade de considerar as dinâmicas evolutivas em estudos futuros. Entender esses fatores será fundamental para proteger espécies e ecossistemas em um mundo em constante mudança.

Fonte original

Título: A probabilistic view of forbidden links: their prevalence and their consequences for the robustness of plant-hummingbird communities

Resumo: The presence in ecological communities of unfeasible species interactions, termed forbidden links, due to physiological or morphological exploitation barriers has been long debated, but little direct evidence has been found. Forbidden links are likely to make ecological communities less robust to species extinctions, stressing the need to assess their prevalence. Here, we used a dataset of plant-hummingbird interactions, coupled with a Bayesian hierarchical model, to assess the importance of exploitation barriers in determining species interactions. We found evidence for exploitation barriers between flowers and hummingbirds across the 32 studied communities, however, the proportion of forbidden links changed drastically among communities, because of changes in trait distributions. The higher the proportion of forbidden links, the more they decreased network robustness, because of constraints on interaction rewiring. Our results suggest that exploitation barriers are not rare in plant-hummingbird communities and have the potential to limit the rescue of species experiencing partner extinction.

Autores: François Duchenne, E. Barreto, E. A. Guevara, H. Beck, C. Bello, R. Bobato, D. Bolla, E. Brenes, N. Büttner, A. P. Caron, N. Elizondo, A. Restrepo-Gonzalez, J. A. Castro, M. Kaehler, T. Machado-de-Souza, M. Machnicki-Reis, A. S. Marcayata-Fajardo, C. G. de Menezes, A. Nieto, R. de Oliveira, R. A. C. de Oliveira, F. Richter, B. G. Rojas, L. L. Romanowski, W. L. de Souza, D. S. Veluza, B. Weinstein, R. Wüest, T. B. Zanata, K. Zuniga, M. A. Maglianesi, T. Santander, I. G. Varassin, C. H. Graham

Última atualização: 2024-10-22 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.04.602032

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.07.04.602032.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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