Proteínas Tau: Impactos na Doença de Alzheimer e MDM2
Analisando a relação entre proteínas tau, MDM2 e a doença de Alzheimer.
Paolo Paganetti, M. Sola, M. Ciccaldo, S. Papin
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Índice
- O Papel do Gene MAPT
- Funções Adicionais da Tau
- P53 e Desordens do Sistema Nervoso Central
- A Interação entre Tau, P53 e MDM2
- Descobrindo Compostos que Afetam a Interação Tau e MDM2
- Preparando Amostras de Cérebro de Pacientes com Alzheimer
- Técnicas para Analisar Compostos
- Triagem de Compostos
- Resultados da Triagem de Compostos
- O Papel dos Antibióticos Aminoglicosídeos
- A Complexa Natureza da Interação da MDM2
- Potencial Impacto das Descobertas da Pesquisa
- Desafios no Desenvolvimento de Medicamentos
- Conclusão
- Fonte original
TAU é uma proteína que pode causar problemas no cérebro. Quando as proteínas tau se aglomeram, elas formam estruturas conhecidas como emaranhados neurofibrilares e fios de neuropilo. Essas formações são características de um grupo de doenças do cérebro conhecidas como tauopatias. A tauopatia mais comum é a doença de Alzheimer. Na doença de Alzheimer, a quantidade de tau no cérebro geralmente corresponde à gravidade dos sintomas que a pessoa apresenta.
Gene MAPT
O Papel doO gene MAPT é responsável por produzir a proteína tau. Mutacões nesse gene podem levar a condições como a degeneração lobar frontotemporal ligadas à tau. Mais de quarenta mutações nesse gene podem atrapalhar como a tau interage com outras estruturas importantes no cérebro. Quando a tau é alterada por processos como a fosforilação, ela tende a formar agregados prejudiciais em vez de desempenhar sua função normal de estabilizar os microtúbulos, que são cruciais para a saúde dos neurônios. Essa mudança pode causar uma série de efeitos danosos no cérebro, contribuindo para a Neurodegeneração.
Funções Adicionais da Tau
Além de estabilizar microtúbulos, a tau tem outras funções. Ela pode se ligar ao DNA, ajudar a protegê-lo e influenciar quão compactado o DNA fica. Além disso, a tau está envolvida na regulação da resposta da célula a danos no seu DNA. Quando o DNA está danificado, a tau pode afetar a estabilidade e a ação de uma proteína chamada P53, que é crucial para a sobrevivência celular. A tau interage com outra proteína, a MDM2, que geralmente ajuda a controlar os níveis de P53. Na doença de Alzheimer, níveis anormais de MDM2 são observados, sugerindo que isso pode estar ligado à doença.
P53 e Desordens do Sistema Nervoso Central
A P53 é uma proteína que geralmente está inativa em muitos cânceres, mas parece estar ativa em doenças neurodegenerativas. Mudanças nos níveis de P53 podem impactar o envelhecimento e a memória. Na doença de Alzheimer, a perda da função da P53 no núcleo celular está relacionada à baixa capacidade de reparo do DNA. Essa situação pode causar mais danos nos neurônios e aumentar fatores inflamatórios. Formas anormais de P53 podem servir como indicadores da doença de Alzheimer.
A Interação entre Tau, P53 e MDM2
Dentro da célula, a tau pode formar complexos com a P53 e outra proteína chamada Pin1, que ajuda a regular a estabilidade do mRNA. A Pin1 também pode influenciar a fosforilação e a atividade da tau. Essa interação afeta a transcrição e pode levar a problemas tanto na neurodegeneração quanto no câncer. Além disso, a conexão da tau com a P53 sugere que a tau pode ter um papel em como a P53 e a MDM2 interagem, dependendo do estado da célula.
Descobrindo Compostos que Afetam a Interação Tau e MDM2
Os pesquisadores começaram a procurar compostos que possam afetar como a tau e a MDM2 interagem. Um ensaio baseado na tecnologia alphaLISA foi desenvolvido para testar vários produtos naturais e medicamentos aprovados pela FDA. Esse experimento levou à descoberta de alguns compostos que podem inibir a interação tau/MDM2, especificamente de amostras cerebrais de pacientes com Alzheimer.
Preparando Amostras de Cérebro de Pacientes com Alzheimer
Para realizar esses experimentos, foram obtidas amostras de cérebro de indivíduos com Alzheimer. Essas amostras foram processadas para isolar os componentes da tau e da MDM2. Após preparar os homogeneizados cerebrais, várias etapas envolvendo centrifugação foram realizadas para separar diferentes componentes do tecido cerebral. Os produtos finais foram analisados para determinar a presença de tau e MDM2.
Técnicas para Analisar Compostos
Diversos métodos foram usados para identificar e confirmar a presença de tau e MDM2 nas amostras de cérebro. A técnica de Western blotting foi utilizada para visualizar a tau, enquanto um método ELISA foi usado para detectar a MDM2. Uma vez que os componentes foram medidos, eles puderam ser testados em relação aos compostos encontrados nas bibliotecas comerciais.
Triagem de Compostos
As equipes de pesquisa fizeram uma triagem em uma biblioteca de medicamentos aprovados pela FDA e em uma biblioteca de produtos naturais para verificar sua capacidade de interferir na interação tau/MDM2. Cada composto foi testado separadamente, e aqueles que mostraram promessas foram reavaliados para confirmar sua eficácia. O objetivo era identificar compostos que reduzissem o complexo tau/MDM2 sem afetar os níveis totais de tau.
Resultados da Triagem de Compostos
Dentre quase 1300 compostos avaliados, dez mostraram a capacidade de reduzir a interação tau/MDM2 sem diminuir os níveis de tau. Notavelmente, alguns antibióticos aminoglicosídeos foram encontrados entre esses compostos. Os pesquisadores também confirmaram a eficácia desses compostos em várias condições de teste.
O Papel dos Antibióticos Aminoglicosídeos
Os antibióticos aminoglicosídeos, conhecidos por suas propriedades antibacterianas, foram particularmente interessantes nesse contexto. Eles têm grupos funcionais que podem ajudá-los a interagir tanto com a tau quanto com a MDM2, com base em suas propriedades de carga. Esses compostos podem potencialmente levar a uma melhor compreensão do papel da tau nas doenças do cérebro e talvez gerar novas abordagens terapêuticas.
A Complexa Natureza da Interação da MDM2
A MDM2 interage com várias proteínas, incluindo a tau. A região ácida central da MDM2 é vital para a ligação da tau e para a interação com outras proteínas. Devido à sua estrutura complexa, a MDM2 pode regular múltiplas funções celulares além do que se sabe sobre a tau. Compostos que afetam a ligação tau/MDM2 poderiam oferecer insights sobre como a tau influencia a MDM2 e suas várias funções na célula.
Potencial Impacto das Descobertas da Pesquisa
Compreender como a tau interage com a MDM2 e a P53 pode fornecer informações valiosas sobre os processos de neurodegeneração. Esse conhecimento pode levar ao desenvolvimento de novos medicamentos que visem essas interações e ofereçam benefícios terapêuticos para condições como a doença de Alzheimer.
Desafios no Desenvolvimento de Medicamentos
Embora os compostos encontrados nesta pesquisa forneçam um caminho para investigações mais profundas, seu uso na prática pode enfrentar desafios. As propriedades desses compostos podem limitar sua absorção e eficácia ao atingir os tecidos cerebrais. Portanto, mais desenvolvimentos são cruciais para tornar essas descobertas úteis.
Conclusão
A pesquisa em andamento sobre as interações entre tau, MDM2 e P53 promete muito para entender as doenças neurodegenerativas. A exploração contínua desses mecanismos pode levar à identificação de novos tratamentos que podem impactar significativamente a vida de pessoas que sofrem com condições como Alzheimer. Ao mirar na interação tau/MDM2, os cientistas podem obter uma compreensão mais profunda da saúde do cérebro e dos processos da doença, potencialmente levando a estratégias terapêuticas eficazes no futuro.
Título: A new screening assay reveals that aminoglycoside antibiotics interfere with the Tau/MDM2 interaction
Resumo: MAPT gene mutations cause some neurodegenerative tauopathies and the MAPT-encoded protein Tau is deposited in neurofibrillary tangles, hallmarks of this disease family. In addition to its canonical function in regulating microtubule dynamics, Tau modulates chromatin compaction, gene expression, and the cellular response to DNA damage. During the DNA damage response, Tau positively modulates P53 by binding to MDM2 thereby preventing P53 inactivation and degradation. The aberrant presence of both MDM2 associated to neurofibrillary tangles and of P53 misfolding in brains affected by neurodegenerative diseases suggests that the sequestration of MDM2 may prevent P53 clearance in tauopathies and so contribute to progressive neuronal dysfunction and death. Following this evidence, a pharmacological inhibition of the Tau/MDM2 interaction may represent a viable strategy to reduce P53-dependent cell damage in brain disorders. With the screening FDA-approved drugs and natural compounds, we discovered that members of the aminoglycoside antibiotic family antagonize the Tau/MDM2 interaction. The use of these reagents may advance the understanding of the implication of the Tau/MDM2/P53 axis in neurodegeneration models. However, their unfavorable pharmacokinetic properties may limit their systemic use when targeting the brain.
Autores: Paolo Paganetti, M. Sola, M. Ciccaldo, S. Papin
Última atualização: 2024-10-25 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.24.619988
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.24.619988.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
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