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Restaurando a Saúde do Solo com Agroflorestas no Quênia

A agrofloresta melhora a qualidade do solo e a produção de alimentos no Quênia.

Henry Tamba Nyuma, R. Njoroge, A. Otinga

― 7 min ler


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Solos saudáveis são essenciais para a agricultura e para produzir comida de forma sustentável pelo mundo todo. Quando a qualidade do solo cai, gera um monte de problemas para a produção de alimentos e para a nutrição. Todo ano, milhões de hectares de terras agrícolas perdem sua fertilidade, o que coloca em risco o fornecimento global de comida. Práticas agrícolas ruins costumam ser a principal razão para essa queda, afetando a capacidade do solo de fornecer nutrientes e armazenar carbono. Em regiões como a África Subsaariana, milhões de acres de terras agrícolas são impactados, ameaçando a sobrevivência de várias famílias de agricultores.

No Quênia, mais de 30% das terras agrícolas estão sofrendo com degradação do solo, levando a deficiências de nutrientes e baixo teor de matéria orgânica. O milho é uma cultura crucial para mais de três quartos da população queniana, mas sua produção é prejudicada pela má qualidade do solo e baixos resultados agrícolas. Essa queda na fertilidade do solo piora com o aumento da população, mudanças climáticas e métodos de cultivo insustentáveis. Como resultado, a produção de milho caiu bastante, criando insegurança alimentar no país.

Desafios para a Produtividade Agrícola

Os agricultores no Quênia enfrentam vários desafios que dificultam a produção de comida suficiente. O custo de fertilizantes químicos e outros insumos agrícolas pode ser alto, tornando difícil para muitos agricultores arcarem com isso. Como resultado, muitos acabam lidando com solos pobres em nutrientes. Essa situação destaca a necessidade de métodos alternativos para restaurar a saúde do solo e melhorar a produtividade agrícola.

Agroflorestamento como Prática Sustentável

Uma solução promissora é o agroflorestamento, que combina culturas agrícolas com árvores. Essa prática não só ajuda a cultivar alimentos, mas também melhora a qualidade do solo e o meio ambiente no geral. Árvores de crescimento rápido, comumente chamadas de "árvores fertilizantes", podem fornecer ração para animais, biocombustível e outros benefícios, enquanto enriquecem o solo.

Pesquisas mostram que essas árvores leguminosas se decompõem rapidamente, liberando nutrientes de volta ao solo. Sistemas de agroflorestamento têm demonstrado melhorar o funcionamento do ecossistema do solo, tornando-o mais resiliente e produtivo. Infelizmente, a adoção do agroflorestamento no Quênia ainda é baixa devido a fatores como disponibilidade limitada de terra, falta de conhecimento sobre o manejo dessas espécies arbóreas e serviços de apoio inadequados para os agricultores.

Estudo do Impacto do Agroflorestamento na Qualidade do Solo

Para entender como o agroflorestamento pode melhorar a saúde do solo, foi realizado um estudo em áreas selecionadas do oeste do Quênia. O objetivo era avaliar como a adoção do agroflorestamento afeta a qualidade do solo na agricultura de milho. A hipótese era de que o uso de práticas de agroflorestamento resultaria em melhores condições do solo para o cultivo do milho.

Área e Condições do Estudo

A pesquisa ocorreu em duas localidades principais no oeste do Quênia, onde os padrões de chuva são favoráveis à agricultura. Os solos nessas áreas são tipicamente ácidos e pobres em nutrientes. Os agricultores dependem da chuva sazonal, com estações chuvosas distintas ao longo do ano. O estudo se concentrou em regiões onde o agroflorestamento é praticado, permitindo uma comparação entre os agricultores que usam esses métodos e os que não usam.

Coleta de Dados e Amostragem

Amostras de solo foram coletadas de vários locais para analisar os efeitos do agroflorestamento nas propriedades do solo. O estudo incluiu famílias que se engajaram tanto em práticas de agroflorestamento quanto em práticas não agroflorestadas. As amostras coletadas foram enviadas para análise em laboratório para determinar características-chave do solo, como níveis de nutrientes, pH e teor de matéria orgânica.

Resultados sobre as Propriedades do Solo

A pesquisa mostrou diferenças notáveis nas propriedades do solo entre os agricultores que adotaram o agroflorestamento e os que não adotaram. De modo geral, o uso do agroflorestamento levou a melhorias em aspectos-chave do solo, incluindo densidade aparente (quão compactado o solo está), teor de carbono orgânico e níveis de nutrientes importantes como nitrogênio, fósforo e potássio.

Comparação entre Locais

Ao comparar os dois locais do estudo, os resultados indicaram que uma área tinha qualidade do solo significativamente melhor que a outra. A variação nas características do solo foi influenciada por fatores como composição natural do solo e práticas agrícolas. Os resultados sugeriram que a adoção do agroflorestamento poderia ajudar a melhorar as condições do solo de forma significativa.

Nível de Carbono Orgânico do Solo e Níveis de Nutrientes

Os níveis de carbono orgânico do solo foram encontrados baixos em ambas as áreas, caindo abaixo do limite necessário para uma produção eficaz de milho. O estudo revelou que práticas de agroflorestamento poderiam aumentar esse componente crítico, mostrando o potencial das árvores para enriquecer o solo ao longo do tempo.

pH do Solo e Saúde

Os níveis de pH do solo, que indicam acidez, eram geralmente mais baixos nas áreas que adotaram o agroflorestamento. Essa diminuição pode estar relacionada à decomposição natural da matéria orgânica, que contribui para a saúde do solo. No entanto, os impactos na disponibilidade de nutrientes nos solos ácidos devem ser monitorados de perto para garantir um crescimento ideal das culturas.

Efeitos sobre o Conteúdo de Nutrientes

A necessidade de nutrientes essenciais, como nitrogênio e fósforo, foi destacada no estudo. Muitas amostras do solo mostraram deficiências desses elementos vitais, tornando necessário integrar estratégias como o agroflorestamento para ajudar a restaurar a saúde do solo. O aumento dos nutrientes disponíveis observado nas parcelas de agroflorestamento reflete os potenciais benefícios de misturar árvores com culturas.

Micronutrientes e Sua Importância

Micronutrientes, como manganês e cobre, também foram avaliados no estudo. Níveis adequados desses nutrientes são essenciais para o crescimento saudável das plantas, e as práticas de agroflorestamento demonstraram a capacidade de melhorar sua disponibilidade no solo.

Conclusão e Recomendações

As evidências coletadas neste estudo indicam que a adoção do agroflorestamento pode melhorar significativamente a qualidade do solo e apoiar práticas agrícolas sustentáveis no Quênia. Os agricultores são incentivados a considerar o agroflorestamento como uma opção viável para melhorar seus resultados agrícolas.

Para maximizar os benefícios do agroflorestamento, programas educacionais e recursos devem ser disponibilizados para os agricultores. Abordar desafios comuns, como limitações de tamanho de terra e falta de treinamento, também será essencial para promover a adoção dessas práticas.

No fim das contas, criar uma relação melhor entre árvores e cultivos pode levar a solos mais saudáveis, aumento da produção de alimentos e melhorias na vida das comunidades agrícolas no Quênia e além. Os achados do estudo enfatizam a importância de práticas de manejo sustentável do solo para lidar com deficiências de nutrientes e garantir a segurança alimentar na região. Mais pesquisas são necessárias para entender completamente como diferentes espécies de árvores afetam a qualidade do solo e a produtividade agrícola.

Fonte original

Título: Agroforestry adoption and its influence on soil quality under smallholder maize production systems in western Kenya

Resumo: Agroforestry, a sustainable land use practice was-introduced in western Kenya in the early 1990s as a soil fertility replenishment strategy alongside other multiple benefits. Since then, effect of the practice on soil quality is seldom evidenced. Therefore, a study was conducted in the region to assess the effects of agroforestry adoption on soil quality under small holder maize production systems. A total of 120 soil samples were collected from two land use practices: agroforestry adoption (90) and non-agroforestry adoption (30) at 0-30 cm depth from two locations (Busia and Kakamega counties). On average, adoption of agroforestry significantly improved soil physicochemical properties compared to non-adoption of agroforestry. Bulk density (BD) reduced by 21% (from 1.4 to1.1g cm-3) while SOC increased by 75% (0.8-1.4%), P by 80% (3.0-5.4 mg kg-1), exchangeable K+ by 256% (0.3-8.0 Cmolc kg-1), Ca2+ by 100% (1.0-2.0 Cmolc kg-1), S by 50%(0.2-0.3 mg kg-1), and Cu by 18% (2.8-3.3 mg kg-1).In reference to the soil environmental requirement for maize production, agroforestry adoption significantly increased K and Cu above the critical thresholds of 0.4 Cmolc kg-1 and 1.0 mg kg-1, respectively regardless of the study location or adoption practice. In addition, different agroforestry tree species had variable effect on soil properties. Sesbania and leucaena significantly influenced soil BD, clay, pH, Similarly, soil available P (4.3.-7.0 mg kg -1), exchangeable K+ (0.4-0.7 cmolc kg-1), Mg (0.1-0.2 cmolc kg-1), and Mn (13.5 - 25.2 mg kg-1) above non-agroforestry adoption at both locations, while calliandra significantly increased SOC in Kakamega only.

Autores: Henry Tamba Nyuma, R. Njoroge, A. Otinga

Última atualização: 2024-10-29 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.25.620197

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.10.25.620197.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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