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# Ciências da saúde# Salute occupazionale e ambientale

Riscos à Saúde dos Desinfetantes em Ambientes de Saúde

Avaliando os perigos do uso de desinfetantes na saúde dos trabalhadores da saúde.

Luca Fontana, L. Stabile, E. Caracci, A. Chaillon, K. Ait-Ikhlefk, G. Buonanno

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Perigos dos DesinfetantesPerigos dos DesinfetantesReveladossérios para os trabalhadores da saúde.O uso de desinfetante traz riscos
Índice

A família Filoviridae inclui dois tipos principais de vírus que causaram sérios problemas de saúde: o Ebolavirus e o Marburgvirus. Esses vírus podem se espalhar de uma pessoa pra outra através de fluidos corporais. Pra evitar a propagação desses vírus, organizações como os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) costumavam recomendar borrifar superfícies e profissionais de saúde com uma solução fraca de cloro. Mas, surgiram preocupações sobre os riscos à saúde de usar cloro dessa forma, levando a mudanças nessas orientações.

Mudanças nas Recomendações de Desinfecção

Recentemente, a OMS parou de recomendar borrifar trabalhadores da saúde com cloro. Em vez disso, eles sugerem passar um pano com cloro nas superfícies pra reduzir o risco de expor os trabalhadores a efeitos prejudiciais. Essa mudança aconteceu mesmo sem provas fortes mostrando que passar pano é melhor que borrifar em termos de eficácia ou segurança durante surtos de vírus. A nova orientação se baseia mais em opiniões de especialistas do que em descobertas científicas sólidas.

No passado, borrifar cloro parecia uma boa ideia por várias razões:

  • Custo-Benefício: O cloro é uma opção barata pra desinfecção.
  • Rapidez: Borrifar é mais rápido que passar pano, que pode ser demorado e cansativo, especialmente em condições de trabalho quentes e úmidas.

A Necessidade de Pesquisa

Diante das opiniões conflitantes e da importância de uma desinfecção segura durante surtos, foi feita uma revisão sistemática pra avaliar os efeitos na saúde de desinfetantes à base de cloro em comparação com outros desinfetantes e métodos como borrifar e passar pano em ambientes de saúde.

Estratégia de Busca

A revisão seguiu diretrizes estabelecidas pra pesquisa sistemática. Foi feita uma busca minuciosa na literatura médica pra encontrar estudos relevantes sobre o tema. Várias bases de dados foram pesquisadas, e critérios específicos foram definidos pra incluir estudos focando em trabalhadores da saúde e sua exposição a desinfetantes.

Processo de Seleção de Estudos

Dois revisores examinaram independentemente os artigos pra elegibilidade, e quaisquer desacordos foram resolvidos. Um total de 30 estudos foi incluído na avaliação final, com dados extraídos pra analisar a relação entre a exposição a desinfetantes e os resultados de saúde.

Avaliação do Risco de Viés

Os estudos incluídos na revisão foram avaliados quanto a possíveis viéses que poderiam afetar seus resultados. A maioria dos estudos tinha alto risco de viés devido ao seu design e à dependência de dados auto-relatados.

Riscos à Saúde Associados a Desinfetantes

Produtos à base de Cloro

Onze estudos focaram nos efeitos à saúde dos desinfetantes à base de cloro. Alguns estudos encontraram uma ligação entre a exposição ao cloro e problemas respiratórios, enquanto outros não encontraram uma associação significativa. Um achado comum foi que a exposição prolongada ao cloro estava associada a sintomas de pele e alergias. Durante surtos anteriores, muitos trabalhadores da saúde relataram problemas respiratórios e de pele devido à exposição a borrifos.

Meta-Análise de Produtos à base de Cloro

Uma análise combinada de estudos indicou que a exposição ao cloro está associada a um aumento significativo em condições respiratórias entre trabalhadores da saúde. A revisão confirmou achados anteriores sobre os riscos à saúde ligados a produtos de cloro.

Glutaraldeído

Nove estudos examinaram os efeitos do glutaraldeído, outro químico usado pra desinfecção. Alguns estudos descobriram que a exposição poderia aumentar o risco de condições respiratórias, enquanto outros não mostraram uma associação significativa. Essa inconsistência nos resultados indica a necessidade de mais investigação sobre seus efeitos à saúde.

Ácido Peracético, Ácido Acético e Peróxido de Hidrogênio

Pesquisas sobre desinfetantes como ácido peracético, ácido acético e peróxido de hidrogênio mostraram resultados mistos. Alguns estudos relataram riscos à saúde não significativos, enquanto outros destacaram potenciais irritações nos olhos e respiratórias. Essa inconsistência também aponta pra uma necessidade de mais pesquisa nessa área.

Compostos de Amônio Quaternário (QACS)

Pesquisas indicaram que os QACs, comumente encontrados em produtos de limpeza, poderiam também representar riscos à saúde. Alguns estudos relataram associações significativas entre o uso de QACs e problemas respiratórios, enquanto outros não mostraram ligações fortes. Os achados gerais sugerem a necessidade de cautela e mais estudos sobre esses produtos.

Métodos de Aplicação e Riscos à Saúde

O estudo também analisou diferentes métodos de aplicação de desinfetantes, como borrifar e tarefas gerais de limpeza.

Os Riscos de Borrifar Desinfetantes

Vários estudos ligaram o uso de sprays a sintomas respiratórios. Por exemplo, tarefas de limpeza que envolviam borrifar estavam associadas a um risco 125% maior de condições respiratórias. Em contraste, outros métodos de limpeza como passar pano ou esfregar também indicaram aumento nos riscos à saúde, mas os dados sugeriram que borrifar era particularmente prejudicial.

Importância das Estratégias de Mitigação

A pesquisa enfatizou a necessidade de medidas de segurança eficazes pra proteger os trabalhadores da saúde. Isso inclui o uso de equipamentos de proteção individual, ventilação melhorada e redução do tempo de exposição a desinfetantes. Entender as medidas certas pode ajudar a mitigar os riscos à saúde em ambientes onde a desinfecção é crucial.

Conclusão

A exposição a vários desinfetantes apresenta riscos significativos à saúde dos trabalhadores da saúde. Desinfetantes à base de cloro parecem ser os mais prejudiciais, enquanto os QACs parecem carregar riscos relativamente menores. O modo de aplicação também faz diferença, com borrifar ligado a efeitos à saúde mais graves em comparação com outros métodos.

Os achados apoiam uma abordagem cautelosa à desinfecção em ambientes de saúde e sugerem a necessidade de pesquisa contínua sobre alternativas mais seguras e melhores práticas. Treinar os trabalhadores da saúde sobre métodos de desinfecção seguros e usar produtos menos prejudiciais poderia aumentar sua segurança e bem-estar.

Fonte original

Título: Filovirus outbreak responses and occupational health effects of chlorine spraying in healthcare workers: a systematic review and meta-analysis of alternative disinfectants and application methods

Resumo: ObjectiveIn the context of filovirus outbreaks, chlorine spraying has been the standard for infection prevention and control. Due to potential occupational health risks, public health institutions now recommend wiping, which is labor-intensive and may increase the risk of heat stress for healthcare workers wearing personal protective equipment. This systematic review and meta-analysis quantified the health effects of occupational exposure to chlorine-based products compared to other disinfectants, and the effects of spraying compared to general disinfection tasks (GDTs) like wiping and mopping, in healthcare settings. Data sources, design and eligibility criteriaMEDLINE, Scopus, and ScienceDirect were searched for studies addressing the association between exposure to disinfectants applied by different application methods and occupational diseases in healthcare settings. Risk of bias was assessed by two independent reviewers using a validated tool. Data extraction and synthesisTwo reviewers independently screened and performed data extraction and synthesis. A third reviewer resolved disagreements. Meta-analyses were conducted using fixed- and random-effects models based on the Higgins I{superscript 2} statistic. Results30 studies investigating chlorine-based products (7,123 participants), glutaraldehyde (6,256 participants), peracetic acid, acetic acid and hydrogen peroxide (4,728 participants), quaternary ammonium compounds (QACs) (9,270 participants), use of spray (4,568 participants) and GDTs (3,480 participants) were included. Most had a cross-sectional design and high risk of bias. Meta-analysis indicates a significant association between respiratory conditions and exposure to chlorine-based products (OR 1.71, 95%CI 1.41- 2.08), glutaraldehyde (OR 1.44, 95%CI 1.14-1.81), QACs (OR 1.30, 95%CI 1.06-1.60), use of spray (OR 25, 95%CI 1.61-3.14) and GDTs (OR 2.20, 95%CI 1.66-2.90). The relative odds ratio (ROR) of respiratory conditions for chlorine-based products compared to QACs was 0.76 (95%CI 0.62-0.94). The ROR for the use of spray compared to GDTs was 0.98 (95%CI 0.74-1.29). Strengths include evaluating respiratory health risks of disinfectants, applying a validated tool, using both fixed- and random-effects models, and comparing pooled effect sizes. Limitations include high risk of bias for the majority of included articles, varying confounder adjustments, underreported non-respiratory outcomes, and unspecified disinfectants and PPE use for spray and GDTs articles. ConclusionChlorine-based disinfectants significantly increase respiratory risk compared to QACs. Sprays and general disinfection tasks present similar risks. Our findings advocate for using less hazardous products like QACs, rather than banning sprays in filovirus outbreak responses to enhance disinfection safety. Prospero registration numberCRD42023479363 Article summaryStrengths and limitations of this study O_LIThe systematic review and meta-analysis provide a comprehensive comparison of the health effects of occupational exposure to various disinfectants and application methods in healthcare settings. C_LIO_LIThe study includes a broad range of disinfectants and application methods, offering a detailed assessment that extends beyond filovirus treatment centers. C_LIO_LIThe inclusion of both fixed- and random-effects models in the meta-analysis ensures a robust evaluation of the data, accounting for potential variability among studies. C_LIO_LIWhile this study focused on respiratory conditions, other outcomes such as skin and ocular conditions were underreported, limiting the comprehensiveness of the assessment. C_LIO_LIVariations in exposure assessment methods and the lack of information on specific disinfectant products, PPE use, and ventilation further complicate comparisons and limit the ability to attribute health effects to specific factors. C_LI

Autores: Luca Fontana, L. Stabile, E. Caracci, A. Chaillon, K. Ait-Ikhlefk, G. Buonanno

Última atualização: 2024-09-19 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.09.18.24313940

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.09.18.24313940.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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