O Caso Curioso das Fraudes Acadêmicas
Um olhar sobre a crescente onda de fraudes acadêmicas e suas implicações.
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As fakes tão por aí há muito tempo, até no mundo dos estudos acadêmicos. Os acadêmicos e especialistas muitas vezes se acham os espertos, o que os torna alvos fáceis para essas armadilhas. Um exemplo clássico é Sir Arthur Conan Doyle, o criador do Sherlock Holmes, que caiu em pegadinhas com fotos falsas de fadas. É bem engraçado pensar em um escritor brilhante sendo enganado assim!
E o que acontece quando um especialista é enganado? Se eles anunciam a farsa como real, isso pode se espalhar, já que as pessoas confiam na palavra do expert. Alguns grandes exemplos de fraudes acadêmicas incluem a farsa do homem de Piltdown, onde fósseis humanos falsos foram apresentados como legítimos, e o Projeto Alpha, onde psíquicos falsos foram usados para desmascarar alguns pesquisadores.
Curiosamente, não é comum que acadêmicos armem fraudes eles mesmos. Um caso famoso é o de Alan Sokal, que publicou um artigo ridículo para tirar sarro do jeito que alguns acadêmicos escrevem. Esse caso chamou bastante atenção e serviu de modelo para outros seguirem. Desde então, mais fraudes acadêmicas apareceram, mostrando um padrão ao longo dos anos. Este artigo vai olhar para o padrão maior dessas fraudes, incluindo tanto as conhecidas quanto os novos casos que surgiram nas redes sociais mas que não foram discutidos em círculos acadêmicos.
Por que estudar fraudes?
Então, por que a gente deveria se preocupar com fraudes? Primeiro, porque elas podem causar danos. Muitas discussões focam em como elas destroem a confiança na academia. Mas as fraudes também podem prejudicar revistas reais que não têm muito financiamento ou experiência. É uma pena que as fraudes possam machucar pessoas inocentes.
Em segundo lugar, quando as pessoas são enganadas por fraudes, elas costumam querer esconder o fato de que foram enganadas. Quem está por trás das fraudes pode também minimizar suas ações, especialmente se as fraudes geram controvérsia. Estudar fraudes oferece um registro do que aconteceu, o que é importante para responsabilizar as pessoas.
Para os nossos propósitos, definimos uma fraude como o ato de criar e compartilhar informações falsas que o criador sabe que é mentira. No entanto, eles esperam que, com cuidado suficiente, as pessoas possam perceber a enganação. Se alguém cria informações falsas e não espera que sejam descobertas, isso é mais sobre inventar coisas do que uma verdadeira fraude. A intenção por trás do ato é o que conta.
Alguns casos que os acadêmicos rotularam como "ironia" também podem se encaixar na categoria de humor. Os autores por trás dessas podem às vezes escrever coisas que outros podem levar a sério quando não eram para isso. Quando alguém conta uma piada sobre um pato entrando em um bar, não espera que alguém ache que patos conseguem falar!
Coletando fraudes
O estudo coletou fraudes de julho de 2017 até junho de 2020. Esse período pode não cobrir todas as fraudes na academia, mas visa representar padrões ao longo do tempo. Focamos em fraudes que foram feitas após o ano 2000, direcionadas a lugares acadêmicos, aceitas para publicação e depois reveladas como falsas.
Por exemplo, se alguém submeteu centenas de artigos falsos para várias revistas, isso foi contado como uma fraude. Artigos onde os autores não tinham a intenção de enganar ninguém foram deixados de fora. Por exemplo, um estudo que claramente era uma piada não entrou na lista, já que todos estavam cientes de que era engraçado.
Em termos de métodos de pesquisa, o texto de cada fraude foi coletado, junto com quaisquer anúncios revelando a verdade. Uma análise examinou quão claras as fraudes eram em termos de conteúdo. Foram usados escores de legibilidade para ver se uma escrita complexa enganava os revisores a pensar que algo era bom quando não era. Algumas fraudes foram excluídas desse teste de legibilidade porque foram escritas em alemão ou não seguiram estruturas normais.
O panorama das fraudes
Um total de 27 fraudes foi coletado. Foi descoberto que a frequência dessas fraudes aumentou ao longo do tempo. Entre 2009 e 2012, houve apenas uma fraude a cada ano. Porém, de 2013 a 2018, o número subiu para várias fraudes por ano.
Entre essas fraudes, a forma mais comum foi artigos de revistas falsos, representando 85,2% do total. Os restantes 14,8% incluíam resumos de conferências falsos, uma biografia falsa e uma revista falsa. Curiosamente, a maioria das fraudes (77,8%) foi feita por acadêmicos, enquanto algumas (22,2%) foram criadas por jornalistas investigando práticas de publicação.
Alguns dos criadores de fraudes já tinham feito várias antes, mostrando que alguns indivíduos realmente gostavam de testar os limites da academia. A maioria das fraudes teve como objetivo expor revistas predatórias-essas que publicam sem os devidos cheques de qualidade. Alguns fraudadores mencionaram receber e-mails de spam como uma razão para suas fraudes, querendo expor como essas revistas pareciam aceitar qualquer coisa por uma taxa.
O lado engraçado das fraudes
As fraudes podem muitas vezes ter uma reviravolta engraçada. Elas podem incluir referências inteligentes à cultura pop ou usar títulos ridículos. Alguns artigos até tinham palavrões ou referências humorísticas a partes do corpo. Afinal, os acadêmicos também têm senso de humor!
Essas fraudes geralmente foram reveladas online, com muitas sendo discutidas em blogs ou redes sociais antes dos veículos de notícias tradicionais pegarem. Cerca de 40% das fraudes tinham artigos com identificadores de objeto digital (DOIs), que são destinados a ajudar a localizar trabalhos acadêmicos. No entanto, muitos desses DOIs levavam a mensagens de erro ou foram removidos da internet completamente.
Dois principais tipos de fraudes
As fraudes acadêmicas se encaixam em duas categorias principais: aquelas que expõem más práticas na ciência e aquelas que apontam dedos para as humanidades por uma bolsa de estudos fraca. O primeiro tipo de fraudes foi uma reação ao aumento do acesso aberto na publicação acadêmica. Esse modelo inspirou várias revistas duvidosas a surgirem, algumas das quais aceitaram submissões falsas.
O segundo tipo de fraude tinha como objetivo criticar campos inteiros de estudo nas humanidades. Em vez de atacar revistas predatórias específicas, essas fraudes geralmente miravam publicações estabelecidas. A fraude de Sokal inspirou muitos desses esforços, mas os objetivos nem sempre foram os mesmos. Enquanto os fraudadores de STEM só queriam revelar práticas de publicação falhas, os fraudadores das humanidades muitas vezes tinham declarações maiores para fazer sobre seus campos.
O futuro das fraudes
Ambos os tipos de fraudes levantam preocupações. As fraudes são falsas por design e podem erodir a confiança na academia. No entanto, elas também revelam insights importantes que a crítica sozinha pode não captar. Elas podem mostrar quão mal algumas revistas funcionam e destacar que algumas podem até abrir mão de taxas ou realizar checagens de plágio.
À medida que a academia evolui, as fraudes provavelmente continuarão a fazer parte do cenário. Com mais revistas surgindo e o número de pesquisadores crescendo, vai continuar sendo difícil para os acadêmicos acompanhar quem está dirigindo o quê. A confiança se torna uma mercadoria rara.
Para revistas que estão sérias sobre qualidade, elas poderiam até usar a ideia de submissões surpresa de artigos bobos para checar seus padrões. Assim como restaurantes passam por inspeções surpresa, revistas acadêmicas podem se beneficiar de práticas similares. Isso poderia criar uma imagem mais clara de como bem as revistas estão mantendo suas promessas sobre qualidade.
Em conclusão, as fraudes têm um lugar curioso na publicação acadêmica. Embora possam ser traiçoeiras, elas servem para destacar questões que poderiam passar despercebidas. Então, enquanto as fraudes podem gerar risadas, elas também podem provocar discussões mais profundas sobre qualidade e responsabilidade na publicação acadêmica, mantendo todo mundo alerta.
Título: Trends in hoaxes of academic communication
Resumo: Academic journals use peer review to weed out false information, but peer review and other editorial processes are normally confidential. Therefore, individuals sometimes create hoaxes to test whether editorial processes are as robust as they are claimed, or whether they are done at all. This article tracks the occurrence of hoaxes aimed at scholarly publishers and academic conferences since 2000. Since 2009, successful hoaxes usually appeared at a year of one or more a year, usually motivated by academics or journalists exposing so-called "predatory" journals. The apparent rise in the number of hoaxes reflects a lack of transparency in editorial processes at both legitimate and "predatory" journals. Reaction of academic communities to hoaxes varies widely depending on the perceived intent of the target of the hoaxes and whether the hoax demonstrates what the hoaxer claims.
Autores: Zen Faulkes
Última atualização: 2024-11-19 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.11.17.624043
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.11.17.624043.full.pdf
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