Abordando o Impacto da Violência por Parceiro Íntimo nas Famílias
Explorando a coordenação de serviços para famílias afetadas por violência doméstica e problemas de saúde mental.
Claire Powell, O. Adisa, L. Herlitz, S. Bains, S. Clark, J. Deighton, S. Syed, R. Gilbert, G. Feder, E. Howarth
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Índice
- Impacto na Saúde Mental
- Lacunas nos Serviços
- Objetivos da Pesquisa
- Desenho do Estudo
- Envolvendo a Comunidade
- Abordagem de Sistemas para a Pesquisa
- Resultados das Entrevistas
- Inter-relações de Serviços
- Barreiras ao Cuidado
- Diferenças nas Perspectivas
- Implicações para os Serviços
- Conclusão
- Fonte original
A violência por parceiro íntimo (VPI) afeta muita gente ao redor do mundo. Estudos mostram que mais de uma em cada quatro mulheres já enfrentou alguma forma de VPI durante a vida. No Reino Unido, estima-se que uma em cada cinco crianças tenha visto VPI em casa. VPI inclui danos físicos, sexuais ou emocionais causados por um parceiro ou ex-parceiro. Crianças que vivem com pais passando por VPI agora são reconhecidas como vítimas diretas desse tipo de abuso.
Saúde Mental
Impacto naOs efeitos da VPI na saúde mental são bem conhecidos, não só para os adultos envolvidos, mas também para suas crianças. Sobreviventes de VPI costumam ter uma demanda maior por serviços de saúde mental. Pesquisas feitas no Reino Unido mostraram que pais e filhos expostos à VPI têm mais chances de enfrentar depressão. Crianças que testemunharam tanto a VPI quanto a depressão da mãe estão especialmente propensas a desenvolver depressão também.
Além disso, registros mostram que pais com VPI documentada nos primeiros anos de vida da criança têm mais chances de enfrentar problemas de saúde mental e física em comparação com aqueles sem registros de VPI.
Reconhecer a conexão entre a saúde da família e a VPI levou a mudanças nas políticas no Reino Unido. A política atual do governo destaca a importância do trabalho em equipe entre serviços de saúde e agências que lidam com abuso doméstico. Há um impulso por caminhos mais claros para que as vítimas obtenham a ajuda que precisam. No entanto, até agora, muito do foco foi em ajudar as vítimas adultas, deixando menos orientação sobre como apoiar as crianças afetadas pela VPI.
Lacunas nos Serviços
Apesar da defesa por abordagens de múltiplas agências para a VPI, muitos profissionais relatam uma lacuna nos serviços para crianças e jovens (CYP) expostos à VPI. Várias razões contribuem para esse problema, como dificuldades na colaboração entre diferentes agências e problemas com financiamento e administração. Há uma falta notável de apoio especializado para crianças que viram VPI. Muitas intervenções para essas crianças vêm do setor voluntário ou sem fins lucrativos, em vez de serviços de saúde pública.
Mesmo programas que ligam serviços de VPI aos cuidados gerais de saúde não fornecem métodos claros para reconhecer e atender às necessidades das crianças, especialmente quando elas também enfrentam desafios de saúde mental.
Estudos anteriores criticaram a abordagem estreita adotada pelos serviços de saúde ao lidar com a VPI, sugerindo que uma abordagem mais abrangente poderia ajudar. No entanto, estudos recentes que destacaram fatores de sistemas para melhorar a triagem da VPI não incluíram especificamente as crianças. Além disso, há uma pesquisa mínima sobre as condições que possibilitam ou dificultam a cooperação entre os serviços para Famílias que enfrentam a VPI.
Objetivos da Pesquisa
Nossa pesquisa teve como objetivo examinar como o abuso doméstico, os cuidados de saúde primários e os serviços de saúde mental infantil trabalham juntos para apoiar famílias que enfrentam problemas de saúde mental e VPI. Nos concentramos em três perguntas principais:
- Como esses diferentes serviços coordenam seu apoio às famílias?
- O que os profissionais acreditam que deve ser feito para ajudar famílias afetadas por problemas de saúde mental e VPI?
- Como os profissionais veem os limites entre os serviços que ajudam essas famílias?
Desenho do Estudo
Para coletar informações, realizamos uma série de entrevistas com profissionais de vários setores. Seguimos diretrizes rigorosas para pesquisa qualitativa e pré-registramos nosso plano de estudo. De novembro de 2022 a fevereiro de 2023, realizamos 36 entrevistas semi-estruturadas com 38 profissionais em três regiões da Inglaterra. Os participantes foram convidados a descrever como as famílias utilizavam seus serviços, como identificavam problemas de saúde mental e VPI, e que tipo de apoio era fornecido.
Envolvendo a Comunidade
Nos envolvemos com nosso grupo consultivo que incluía indivíduos com experiência vivida em VPI nas fases de design do estudo e análise de dados. O feedback deles ajudou a moldar as perguntas que fizemos em nossas entrevistas e destacou aspectos importantes a considerar.
Abordagem de Sistemas para a Pesquisa
Adotamos uma abordagem de sistemas para nosso estudo, vendo os serviços como entidades interconectadas. De acordo com essa perspectiva, um sistema é mais do que apenas suas partes individuais; são as relações entre essas partes que criam um todo. Observamos como vários serviços de saúde e assistência social se cruzam ao ajudar famílias impactadas pela VPI.
Além disso, exploramos os limites entre os serviços, buscando visões diversas de partes interessadas para definir os problemas e complexidades envolvidos.
Resultados das Entrevistas
Os profissionais com quem conversamos descreveram vários temas principais sobre como diferentes serviços interagem, os limites entre os serviços e as perspectivas diferentes sobre como apoiar famílias afetadas pela VPI.
Inter-relações de Serviços
Identificamos três tipos principais de relações que afetam a coordenação de serviços para famílias:
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Relações de Financiamento e Comissionamento: Os participantes notaram que o financiamento desempenha um papel crítico em como os serviços trabalham juntos. A Lei de Abuso Doméstico de 2021 foi destacada como um desenvolvimento positivo que alocou fundos para Serviços de Apoio a crianças. No entanto, os profissionais também expressaram frustração com as restrições de financiamento que limitam a colaboração e a entrega de serviços.
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Relações de Interface: Grupos estratégicos locais, parcerias de proteção e revisões de homicídios domésticos representam áreas onde diferentes serviços podem colaborar. No entanto, os profissionais apontaram que nem todas as partes necessárias, como serviços de saúde mental, estavam sempre presentes nas reuniões estratégicas, limitando a coordenação efetiva.
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Relações Inter-Serviços: Referências são o principal mecanismo de interação entre os serviços. Centros infantis e centros familiares foram notados por suas boas conexões com serviços de abuso doméstico e saúde mental infantil. No entanto, os participantes expressaram preocupação com uma lacuna significativa nas conexões entre serviços de abuso doméstico e serviços de saúde mental infantil estatutários.
Barreiras ao Cuidado
Os participantes descreveram como critérios rígidos para acessar serviços de saúde mental muitas vezes deixam as famílias lutando para obter ajuda. Eles identificaram grupos específicos de crianças e pais que foram particularmente afetados por esses critérios de acesso, como:
- Crianças vivendo com abuso doméstico contínuo.
- Crianças cujas situações não atendem aos limites dos cuidados sociais.
- Pais e crianças que ficam entre níveis de serviços de saúde mental.
- Mães com altas necessidades que estão cuidando de seus filhos.
As consequências dessas barreiras de acesso podem ser severas. As famílias podem deteriorar enquanto esperam por ajuda, e os pais podem voltar a situações abusivas se não conseguirem o apoio que precisam.
Diferenças nas Perspectivas
As entrevistas revelaram visões diferentes sobre como as famílias deveriam ser apoiadas. Alguns pontos-chave de divergência incluíram:
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Abordagem de Segurança em Primeiro Lugar: Muitos profissionais reconheceram a importância de abordar fatores ambientais que afetam a segurança, como a estabilidade habitacional, mas sentiram que problemas de saúde mental complicam a capacidade de manter as famílias seguras.
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Papéis dos Serviços de Saúde Mental Infantil: Praticantes de abuso doméstico sentiram que os serviços de saúde mental muitas vezes vêem o abuso doméstico principalmente como uma questão de proteção em vez de um contribuinte para problemas de saúde mental. Isso pode criar uma desconexão na forma como o apoio é fornecido.
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Apoio para Usuários de Comportamento Abusivo: Os participantes concordaram que há uma falta de apoio para indivíduos que usam violência em relacionamentos. Abordar essa questão é visto como crucial para o bem-estar tanto das famílias envolvidas quanto da comunidade mais ampla.
Implicações para os Serviços
Os resultados do nosso estudo sugerem que mudanças sistêmicas são necessárias para melhorar a coordenação entre os serviços para famílias lidando com VPI e problemas de saúde mental. Os profissionais apontaram que os processos de financiamento e comissionamento precisam ser repensados. Além disso, fomentar melhores relações entre serviços de abuso doméstico e serviços de saúde mental infantil é vital.
Uma área potencial de melhoria é aprimorar os caminhos de referência e as estratégias de tratamento entre esses serviços. Evidências sugerem que integrar defensores de abuso doméstico nos serviços de saúde poderia ser eficaz no apoio às famílias.
Conclusão
Melhorar a coordenação de serviços para famílias afetadas pela VPI e problemas de saúde mental é uma tarefa complexa que requer uma abordagem de sistemas. Abordar as barreiras identificadas em nossa pesquisa, incluindo limitações de financiamento, limites de serviços e perspectivas diferentes sobre saúde mental e abuso doméstico, é essencial para criar uma rede de apoio eficaz para essas famílias vulneráveis. Trabalhando juntos e implementando mudanças a nível sistêmico, podemos apoiar melhor aqueles impactados pela VPI e melhorar seu bem-estar geral.
Título: Domestic abuse, primary care and child mental health services: A systems analysis of service coordination from professionals' perspectives
Resumo: ObjectiveWe explored how services work together to support parents and children experiencing both parental intimate partner violence (IPV) and parental or child mental health problems by drawing on the perspectives of professionals working in primary care, children and young peoples mental health services (CYPMHS), and domestic abuse services. MethodsWe conducted a qualitative study, interviewing 38 professionals in three geographically contrasting local authority areas in England. We carried out framework analysis using a systems approach and mapping techniques to understand the service interrelationships and boundary judgements of professionals. ResultsThe relationships between domestic abuse services, CYPMHS, and primary care were complex, involving funders and commissioners, local authority strategic groups, and wider services such as schools and childrens centres. Participants consistently identified a gap in the relationship between statutory CYPMHS and domestic abuse services. Other service gaps were for children living with ongoing or intermittent IPV and for children and parents with needs falling below or between service thresholds. There was a gap in support services for users of abusive behaviour to prevent future IPV. An overview of staff perspectives revealed differing views on treating the effects of trauma, and the co-ordination and sequencing of care. ConclusionImproving the response to children and adults experiencing mental health problems in the wake of IPV requires a systems perspective to understand the barriers to service co-ordination. Our findings indicate a particular need to address the gap between CYPMHS and domestic abuse services. Current ways of working with adults could be adapted for children, in addition to learning from examples of best practice in the study sites.
Autores: Claire Powell, O. Adisa, L. Herlitz, S. Bains, S. Clark, J. Deighton, S. Syed, R. Gilbert, G. Feder, E. Howarth
Última atualização: 2024-10-18 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.15.24315525
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.10.15.24315525.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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