Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Biologia # Neurociência

Como os Números Moldam Nossa Percepção do Espaço

Explore como os números influenciam a nossa visão do espaço e as nossas reações.

Annamaria Porru, Lucia Ronconi, Daniela Lucangeli, Lucia Regolin, Silvia Benavides-Varela, Rosa Rugani

― 8 min ler


Números e Percepção Números e Percepção espaço ao nosso redor. Números influenciam como percebemos o
Índice

Números são mais do que apenas figuras que anotamos ou calculamos; eles influenciam como vemos e interagimos com o mundo ao nosso redor. Já reparou como você pode naturalmente tendenciar pra um lado ao julgar o meio de uma linha? É aí que entra nossa relação interessante entre números e espaço.

A Linha Numérica Mental

Imagina uma linha reta se estendendo na sua cabeça, onde números menores ficam do lado esquerdo e números maiores do lado direito. Essa linha invisível é chamada de Linha Numérica Mental. Ela ajuda a gente a organizar os números com base no seu valor. Estudos mostram que nossos cérebros tendem a conectar números com locais específicos no espaço, facilitando o processamento e entendimento das informações numéricas.

O Efeito SNARC

Apresentando o efeito SNARC! Não, não é um novo super-herói; é um fenômeno onde nossos tempos de reação a números são influenciados pela posição espacial deles. Por exemplo, quando você vê números menores, seu cérebro pode reagir mais rápido se eles estiverem do lado esquerdo do que se estiverem do lado direito. Isso não é só uma peculiaridade estranha da nossa mente, mas uma pista significativa de que nossos cérebros associam números com espaço de forma bastante automática.

Pesquisas sobre Vieses Espaciais Relacionados a Números

Pesquisadores realizaram vários experimentos para explorar mais a fundo como os números influenciam nossa percepção e atenção. Um desses estudos envolveu participantes marcando o centro de uma linha enquanto estavam cercados por números. Quando os números eram menores, os participantes tendiam a inclinar seu julgamento para a esquerda, enquanto números maiores os levavam a se inclinar para a direita. Imagina tentar encontrar o centro de uma linha, mas sendo puxado para um lado pelos números – soa engraçado, mas é exatamente isso que acontece!

Vieses de Sequências Numéricas

Em alguns casos, os pesquisadores levaram as coisas um passo adiante usando sequências de números. Quando apresentaram uma sequência cheia de 1’s ou 2’s, os participantes mostraram um viés para a esquerda. Por outro lado, sequências com 8’s ou 9’s puxaram o foco deles para a direita. É como se os números estivessem fazendo um cabo de guerra com nossa percepção do centro.

Um Jogo de Proximidade

Para testar como os números afetam nossa atenção espacial, os pesquisadores trocaram linhas simples por números como sinais visuais. Quando os participantes marcaram o centro da linha, a presença de números maiores puxou o ponto de bissecção deles em direção a eles, mesmo que estivessem apenas flanqueando a linha. Imagina isso: dois amigos de cada lado de uma gangorra, um pulando pra cima e pra baixo, tentando equilibrar – é assim que os números podem distorcer nosso senso de equilíbrio.

Efeitos da Linguagem

Mas espera, tem mais! Acontece que palavras numéricas (como “dois” ou “nove”) tiveram um efeito mais forte em comparação com os números reais (como 2 ou 9). É fascinante como a forma como falamos sobre números pode afetar nossa percepção até mais do que vê-los.

Negligência e Interação com Números

Alguns estudos analisaram indivíduos com negligência, que afeta a atenção deles para um lado do campo de visão. Esses participantes demonstraram vieses distintos com base no tamanho dos números. Quando enfrentavam flanqueadores grandes, tendiam a inclinar para a direita, enquanto com flanqueadores menores, se inclinavam para a esquerda. É um caso fascinante de como até desafios neurológicos interagem com a posição numérica.

O Debate sobre Números Simbólicos vs. Não Simbólicos

À medida que os pesquisadores examinavam vários formatos para apresentar números, começaram a notar um padrão. Eles distinguiram entre representações simbólicas (como números escritos) e não simbólicas (como arranjos de pontos). Pesquisas iniciais sugeriram que esses formatos tinham efeitos similares sobre a percepção espacial, mas outros estudos mostraram que eles podem operar por sistemas completamente diferentes.

Experimentando com Pontos e Números

Em um estudo, pesquisadores testaram como adultos e crianças marcavam o centro de uma linha com arranjos de pontos. Surpreendentemente, enquanto os adultos mostravam vieses com números simbólicos, as crianças apresentavam vieses consistentes independentemente do formato. É quase como se as crianças não seguissem as mesmas regras que os adultos quando se trata de números!

A Importância da Percepção

Os pesquisadores descobriram que a forma como os números eram apresentados afetava as decisões dos participantes. Por exemplo, quando ambos os flanqueadores tinham o mesmo número, mas eram apresentados em diferentes configurações, isso mudava como os indivíduos marcavam o centro. Isso levanta uma ideia importante: nossa percepção de espaço pode se dobrar e torcer com base em como as coisas estão visualmente arranjadas.

Tamanhos Diferentes, Resultados Diferentes

Os pesquisadores também manipularam o tamanho físico dos flanqueadores – dígitos maiores de um lado e menores do outro. O resultado? Os participantes mostraram um viés claro em direção ao flanqueador maior, assim como as pessoas podem gravitar em direção a fatias maiores de pizza em uma festa. É tudo sobre o que chama nossa atenção!

Efeitos da Orientação

A orientação dos números também desempenhou um papel em como as pessoas percebiam o espaço. Quando os números eram organizados para puxar a atenção em uma direção, os participantes tendiam a se inclinar naquela direção – uma demonstração clara de como sinais visuais podem moldar nossos julgamentos. É como quando você entra em uma sala. Se tem uma TV grande e brilhante de um lado, seus olhos naturalmente vão pra lá.

O Design da Pesquisa

A pesquisa continha uma infinidade de experimentos, cada um analisando diferentes aspectos de como os números influenciam a percepção espacial. Eles criaram testes onde os participantes marcavam o centro de linhas enquanto eram cercados por diferentes tipos de números ou pontos. Com um tamanho de amostra de dezenas, eles conseguiram reunir dados suficientes para tirar conclusões a partir desses experimentos.

O Que os Dados Mostram

Depois de realizar várias análises estatísticas, os resultados mostraram que o formato dos números teve um impacto significativo em como os participantes bisectaram as linhas. Os participantes desviam do centro dependendo se estavam usando formatos simbólicos ou não simbólicos. O formato simbólico causou um claro deslocamento para a direita, enquanto a versão não simbólica se inclinou para a esquerda.

A Conclusão

Então, o que tudo isso nos diz? Sugere que nossos cérebros funcionam de forma diferente com base em como os números são apresentados pra gente. O formato simbólico parece engajar processos mentais adicionais que influenciam nossa atenção de um jeito diferente dos formatos não simbólicos. Parece que os números não apenas ficam sentados na nossa mente; eles dançam, puxando nossa atenção em várias direções!

Um Olhar para o Futuro

Enquanto essa pesquisa nos dá bastante coisa pra pensar, também nos deixa com perguntas. Por exemplo, como nossa percepção mudaria se tivéssemos diferentes objetos não numéricos ao redor? E se introduzíssemos cores ou formas diferentes? As possibilidades para mais exploração são infinitas.

Explorando a Atenção com Tecnologia

Estudos futuros também poderiam se beneficiar do uso de tecnologia moderna, como dispositivos de rastreamento ocular. Essas ferramentas podem fornecer insights vitais sobre como os participantes exploram visualmente os números e os espaços ao redor. E se pudéssemos ver como os olhos deles se movem de um lado pro outro, seguindo o caminho dos números? Isso seria um espetáculo e tanto!

A Última Palavra

Em conclusão, números são mais influentes do que pensamos quando se trata de nossa percepção de espaço. Eles podem influenciar nossos julgamentos, nos levar a inclinar pra esquerda ou pra direita, e até ditar como percebemos o mundo ao nosso redor. Então, na próxima vez que você se sentir pego de surpresa tentando encontrar o centro de algo, só se lembre: números têm poderes mais fortes do que apenas matemática pura!

Fonte original

Título: Symbolic and Non-Symbolic numbers differently affect centre identification in a number-line bisection task

Resumo: Numerical and spatial representations are intertwined as in the Mental Number Line, where smaller numbers are on the left and larger numbers on the right. This relationship has been repeatedly demonstrated with various experimental approaches, such as the line bisection task. Spatial accuracy appears to be systematically distorted leftward for smaller digits by elaboration of spatial codes during number processing. Other studies have investigated perceptual and visuo-spatial attention bias using the digit line bisection task, suggesting that these effects may be related to a cognitive illusion in which the reference numbers project their values onto the straight line, creating an illusory lateral disparity. On the other hand, both dot arrays (non-symbolic stimuli) and arabic numbers (symbolic stimuli) demonstrate a privileged relation between spatial and numerical elaboration. The bias toward the larger numerosity flanker was attributed to a length illusion. There is, however, no consensus regarding whether physical features and symbolic and non-symbolic numerical representations exert the same influence over spatial ones. In the present study, we carried out a series of 4 Experiments to provide further evidence for a better understanding of the nature of this differential influence. All experiments presented the numbers in both symbolic and non-symbolic formats. In Experiment 1, the numbers "2-8" were presented in a variety of left-right orientations. In Experiment 2, the flankers were identical, "2-2" or "8-8", and symmetrically displaced with respect to the line. In Experiment 3, we employed asymmetrically distributed eight dots, or font sizes in "8-8" numerals, to create a perceptual imbalance. In Experiment 4, we replicated the manipulation used in Experiment 3, but with two dots and "2-2" numerals. The Non-Symbolic format induced stronger leftward biases, particularly when the larger numerosity (Experiment 1) or the denser stimuli near the line (Experiments 3 and 4) were on the left, while no bias emerged when flankers were numerically equivalent and symmetrical (Experiment 2). The left bias may result from a tendency to estimate the influence of stimulus perception associated with participant scanning direction, similar to the direction of pseudoneglect. Conversely, the Symbolic format induced mostly right bias, possibly due to left-lateralized processing and a tendency to use a common strategy involving scanning from left to right. Altogether our data support the view that abstract numbers and non-symbolic magnitude affect perceptual and attentional biases, yet in distinctive ways.

Autores: Annamaria Porru, Lucia Ronconi, Daniela Lucangeli, Lucia Regolin, Silvia Benavides-Varela, Rosa Rugani

Última atualização: 2024-12-07 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.12.01.626261

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.12.01.626261.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Artigos semelhantes