Pesquisa com Peixes Zebra Revela Insights sobre Alzheimer e Síndrome de Sanfilippo
Novas pesquisas em zebrafish mostram semelhanças entre Alzheimer e síndrome de Sanfilippo.
Karissa Barthelson, Rachael A Protzman, Marten F Snel, Kim Hemsley, Michael Lardelli
― 7 min ler
Índice
- O Papel dos Sistemas de Células Cerebrais
- Fios Comuns entre Alzheimer e a Síndrome de Sanfilippo
- A Ciência Por Trás da Pesquisa com Zebrafish
- Entendendo o que Acontece ao Longo do Tempo
- O que Está Acontecendo em Nível Celular
- Olhando para o Futuro: O que Podemos Aprender?
- Fonte original
- Ligações de referência
A doença de Alzheimer é uma forma comum de demência e tá virando um problema maior à medida que as pessoas vivem mais. Há mais de um século, os cientistas tentam encontrar uma cura, mas nenhum remédio consegue fazer o cérebro funcionar bem a longo prazo. Isso acontece, em parte, porque ainda não sabemos exatamente o que causa o Alzheimer.
A maioria das pessoas que desenvolve Alzheimer faz isso após os 65 anos e, geralmente, não há histórico familiar. Mas, algumas pessoas mais novas podem desenvolver uma forma de Alzheimer devido a mudanças genéticas específicas. Essas mudanças estão ligadas a certos genes que são envolvidos na capacidade do cérebro de gerenciar resíduos e manter tudo funcionando direitinho.
O Papel dos Sistemas de Células Cerebrais
Pesquisas recentes sugerem que uma parte do sistema de gerenciamento de resíduos do cérebro, conhecida como sistema endo-lisossomal, é importante no Alzheimer. Muitos genes que foram relacionados ao Alzheimer têm ligações com esse sistema, e os primeiros sinais da doença muitas vezes mostram anomalias nele. Infelizmente, estudar como o cérebro é afetado pelo Alzheimer depois que a pessoa faleceu pode ser complicado. O dano extensivo visto nos tecidos cerebrais pode não nos dar respostas claras sobre o que acontece no início da doença.
Para ter uma ideia mais clara de como o Alzheimer funciona, os cientistas costumam usar células cerebrais cultivadas em laboratório. Mas, essas células não são modelos perfeitos, já que vivem em ambientes bem artificiais. Então, os pesquisadores também usam modelos de animais, como camundongos, para tentar entender o que acontece em cérebros reais. Mas, alguns desses modelos podem não refletir com precisão a doença.
Uma ideia interessante é olhar para outras doenças que afetam as células cerebrais de maneira semelhante. Um desses distúrbios é a síndrome de Sanfilippo, um tipo de demência que afeta crianças. Assim como o Alzheimer, existem poucos tratamentos eficazes para a síndrome de Sanfilippo, mas as causas genéticas desse transtorno são muito melhor compreendidas. Ela é causada por mutações em genes que ajudam a quebrar certas substâncias no corpo. Quando esse processo não funciona, resulta em um acúmulo de resíduos, que pode danificar as células cerebrais.
Fios Comuns entre Alzheimer e a Síndrome de Sanfilippo
Embora Alzheimer e síndrome de Sanfilippo sejam diferentes, eles têm algumas semelhanças. Por exemplo, ambos envolvem problemas com inflamação e estresse nas células cerebrais. Os pesquisadores acham que pode haver insights úteis ao comparar essas duas condições.
Para estudar isso mais a fundo, os cientistas usaram zebrafish, que compartilham uma grande parte de seu DNA com os humanos e têm corpos transparentes que permitem que os pesquisadores observem facilmente seu desenvolvimento. Eles criaram modelos de zebrafish para Alzheimer e para a síndrome de Sanfilippo para ver como seus cérebros reagem em diferentes idades.
Ao examinar esses zebrafish, os cientistas encontraram mudanças em como certos genes eram expressos. Os modelos de zebrafish para ambas as doenças mostraram alterações distintas em suas expressões genéticas em diferentes estágios, indicando que pode haver alguns problemas subjacentes comuns que afetam as células cerebrais em ambas as condições.
A Ciência Por Trás da Pesquisa com Zebrafish
Ao criar os modelos de zebrafish, os cientistas cruzaram cuidadosamente os peixes para ter características genéticas específicas que imitam as condições humanas de Alzheimer e síndrome de Sanfilippo. Eles criaram esses peixes em ambientes controlados e analisaram seus cérebros em duas idades diferentes: no início da vida e quando eram jovens adultos.
Os pesquisadores pegaram amostras dos cérebros dos peixes para estudar a Expressão Gênica e os níveis de proteínas. Surpreendentemente, enquanto os zebrafish com síndrome de Sanfilippo mostraram muitas mudanças na expressão gênica, os modelos de Alzheimer não mostraram tantas. Isso pode ser por conta do fato de que a mutação do Alzheimer pode ser sutil e mais difícil de detectar.
Ao olhar para os cérebros dos zebrafish adultos, os cientistas descobriram que muitos genes relacionados à função cerebral e à produção de energia estavam alterados em ambos os modelos, especialmente aqueles conectados às Mitocôndrias (as "usinas" das células) e ao sistema lisossomal (que ajuda a limpar resíduos). Essas descobertas implicam que pode haver mecanismos no cérebro comuns a ambas as condições, especificamente relacionados a como as células do cérebro gerenciam e respondem ao estresse.
Entendendo o que Acontece ao Longo do Tempo
Com o passar do tempo, certos caminhos biológicos nos cérebros dos zebrafish foram interrompidos. Esses incluíram o caminho lisossomal, crucial para o gerenciamento de resíduos. Os pesquisadores observaram que proteínas importantes associadas às mitocôndrias e ribossomas (que fazem proteínas) foram afetadas também. Isso sugere que há problemas compartilhados relacionados a como as células do cérebro usam energia e gerenciam resíduos celulares em ambas as condições.
No entanto, os pesquisadores encontraram diferenças em como esses caminhos foram alterados. Por exemplo, as proteínas que produzem energia foram significativamente alteradas nos modelos de síndrome de Sanfilippo, mas não tanto nos modelos de Alzheimer. Isso pode significar que as doenças afetam os mesmos caminhos, mas de maneiras diferentes.
Equipes científicas também procuraram sinais de inflamação nos cérebros dos zebrafish. Eles descobriram que a resposta imunológica no cérebro poderia estar aumentando nos modelos de Sanfilippo, possivelmente devido ao acúmulo de produtos residuais. Em contraste, a inflamação não estava tão claramente definida nos modelos de Alzheimer na mesma idade.
O que Está Acontecendo em Nível Celular
Em termos de células cerebrais específicas, os pesquisadores olharam para a expressão de genes que normalmente indicam a presença de certos tipos de células nos zebrafish. Eles notaram que nos modelos de Sanfilippo, houve uma redução considerável nos marcadores para oligodendrócitos, um tipo de célula responsável por fazer mielina, que isola as fibras nervosas e ajuda a acelerar os sinais elétricos no cérebro.
Essa diminuição sugere potenciais problemas em como bem o cérebro consegue se comunicar, o que pode levar a sintomas de disfunção. Por outro lado, nenhuma mudança significativa foi observada nos modelos de Alzheimer na mesma fase, mas os cientistas especulam que essas diferenças podem ficar mais claras com modelos mais velhos ou em diferentes condições ambientais.
Olhando para o Futuro: O que Podemos Aprender?
Embora estudar zebrafish forneça insights importantes, essas descobertas não significam que todos os aspectos da doença humana estejam representados. Os zebrafish são incrivelmente regenerativos e podem não representar todas as mudanças degenerativas vistas nos cérebros humanos. Mesmo assim, a pesquisa mostra potencial para encontrar pontos em comum entre duas doenças muito diferentes.
Ao focar nas mudanças em estágios iniciais, os pesquisadores esperam identificar novas abordagens terapêuticas que possam ajudar a gerenciar ou até mesmo prevenir essas condições. Aprender como essas doenças compartilham alguns mecanismos iniciais pode abrir caminho para tratamentos que podem ser benéficos tanto para pacientes com Alzheimer quanto para crianças afetadas pela síndrome de Sanfilippo.
Então, da próxima vez que você ver um zebrafish nadando em um tanque de laboratório, lembre-se de que seu cérebro minúsculo pode guardar segredos para enfrentar alguns dos maiores desafios nas doenças neurodegenerativas. Quem diria que peixes tão pequenos poderiam ser grandes protagonistas no mundo da pesquisa médica?
Fonte original
Título: Multi-omics analyses of early-onset familial Alzheimer's disease and Sanfilippo syndrome zebrafish models reveal commonalities in disease mechanisms
Resumo: Sanfilippo syndrome (mucopolysaccharidosis type III, MPSIII) causes childhood dementia, while Alzheimers disease is the most common type of adult-onset dementia. There is no cure for either of these diseases, and therapeutic options are extremely limited. Increasing evidence suggests commonalities in the pathogenesis of these diseases. However, a direct molecular-level comparison of these diseases has never been performed. Here, we exploited the power of zebrafish reproduction (large families of siblings from single mating events raised together in consistent environments) to conduct sensitive, internally controlled, comparative transcriptome and proteome analyses of zebrafish models of early-onset familial Alzheimers disease (EOfAD, psen1Q96_K97del/+) and MPSIIIB (nagluA603fs/A603fs) within single families. We examined larval zebrafish (7 days post fertilisation), representing early disease stages. We also examined the brains of 6-month-old zebrafish, which are approximately equivalent to young adults in humans. We identified substantially more differentially expressed genes and pathways in MPS III zebrafish than in EOfAD-like zebrafish. This is consistent with MPS III being a rapidly progressing and earlier onset form of dementia. Similar changes in expression were detected between the two disease models in gene sets representing extracellular matrix receptor interactions in larvae, and the ribosome and lysosome pathways in 6-month-old adult brains. Cell type-specific changes were detected in MPSIIIB brains at 6 months of age, likely reflecting significant disturbances of oligodendrocyte, neural stem cell, and inflammatory cell functions and/or numbers. Our omics analyses have illuminated similar disease pathways between EOfAD and MPS III indicating where efforts to find mutually effective therapeutic strategies can be targeted.
Autores: Karissa Barthelson, Rachael A Protzman, Marten F Snel, Kim Hemsley, Michael Lardelli
Última atualização: 2024-12-12 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.10.31.564867
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.10.31.564867.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.