Desigualdades na Vacinação na África Subsaariana
As taxas de vacinação variam bastante entre as crianças na África Subsaariana.
Sancho Pedro Xavier, Manuel Mahoche, Patrícia Helen Rondó, Ageo Mário da Silva, Renzo Flores-Ortiz, Audêncio Victor
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Índice
A vacinação é uma das melhores formas de proteger as Crianças de Doenças sérias. Ela ajuda a manter os pequenos longe de doenças que podem até levar à morte, especialmente em partes mais pobres do mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que as vacinas salvam entre 2 a 3 milhões de vidas todo ano ao redor do globo. Mas nem todas as crianças recebem as vacinas que precisam, principalmente em países de baixa e média renda. Fatores sociais, econômicos e culturais muitas vezes atrapalham os pais de conseguirem vacinas para os filhos.
Desafios na África Subsaariana
A África Subsaariana enfrenta uns desafios enormes com a cobertura vacinal. Tem muita diferença nas Taxas de Vacinação, não só entre os países, mas até dentro do mesmo país. Essas diferenças geralmente estão ligadas a coisas como o nível de educação da mãe, a situação econômica da família, onde moram (na cidade ou no campo) e quanta informação têm sobre vacinas. Por causa desses fatores, muitas famílias que mais precisam de ajuda acabam sendo as menos protegidas, piorando ainda mais os problemas de saúde.
Pesquisas mostram que mães com mais educação conseguem garantir que os filhos tomem as vacinas na hora certa. Famílias que estão em uma situação financeira melhor também têm mais acesso aos serviços de saúde, o que significa que as crianças têm mais chances de serem vacinadas. Quem mora nas cidades geralmente conta com melhores instalações de saúde, facilitando a vacinação em comparação com quem vive nas áreas rurais, onde os serviços podem ser limitados.
Outro fator que pode afetar a cobertura vacinal é a religião. Em lugares com muitas culturas e religiões diferentes, a religião de uma família pode influenciar a aceitação das vacinas. Por exemplo, estudos mostraram que crianças de famílias muçulmanas costumam ter taxas de vacinação mais baixas do que as crianças de famílias cristãs em certas áreas.
O Que a Pesquisa Envolveu
Uma pesquisa analisou as taxas de vacinação entre crianças de 12 a 23 meses em dez países da África Subsaariana. Os países envolvidos foram Gana, Nigéria, Libéria, Guiné, Gâmbia, Etiópia, Costa do Marfim, Benin, Burkina Faso e Camarões. Os dados foram coletados de grandes pesquisas que acompanham as tendências de saúde nessas regiões, focando na saúde materno-infantil, incluindo taxas de vacinação.
Os pesquisadores analisaram a cobertura vacinal completa, que significa que a criança recebeu todas as vacinas necessárias: uma dose da vacina BCG, três doses da vacina contra poliomielite, três doses da vacina pentavalente e uma dose da vacina contra sarampo. Eles também observaram vários fatores que poderiam afetar a cobertura vacinal, como o nível de educação da mãe, situação conjugal, profissão, acesso aos serviços de saúde e renda familiar.
Resultados da Pesquisa
A pesquisa constatou que as taxas de vacinação variaram muito entre os dez países. A Gâmbia teve a maior taxa de vacinação com 86,4%, enquanto a Guiné ficou pra trás com apenas 21,2%. Curiosamente, em Gana, a cobertura da vacina BCG foi de 95,1%, enquanto a Nigéria apresentou taxas mais baixas para outras vacinas, com só 50,1% para DPT3 e 47,2% para Poliomielite 3.
Vários fatores impactaram as taxas de vacinação. A religião teve um papel importante; crianças de famílias cristãs tinham taxas de vacinação melhores do que aquelas de famílias com outras religiões. Além disso, crianças que moram em cidades geralmente apresentam uma cobertura vacinal melhor se comparadas às que vivem no campo. A educação foi outro ponto chave; filhos de mães mais educadas eram mais propensos a serem vacinados. Famílias mais ricas também tinham um acesso melhor às vacinas.
Na Gâmbia, teve uma reviravolta surpreendente: crianças rurais tinham taxas de vacinação mais baixas do que as da cidade. Isso pode ser devido à falta de serviços e menor conscientização sobre vacinas. Mas em algumas áreas, crianças rurais na verdade tinham taxas mais altas, mostrando que os resultados podem variar de acordo com as condições locais.
Educação Materna e Acesso à Saúde
Importância daA pesquisa destacou o quão importante é a educação das mães. Por exemplo, em Gana, crianças de mães educadas tinham 3,6 vezes mais chances de serem totalmente vacinadas do que aquelas cujas mães não tinham educação formal. Esse padrão se repetiu em outros países, mostrando que educação realmente faz a diferença na hora de garantir que as crianças tomem suas vacinas.
O acesso a unidades de saúde também teve um papel grande. Crianças nascidas em hospitais geralmente têm taxas de vacinação melhores. Os hospitais oferecem informações sobre vacinas aos pais e normalmente têm as vacinas disponíveis, o que aumenta as chances de que as crianças sejam totalmente vacinadas.
Mães que fazem acompanhamento pré-natal tendem a ter taxas de vacinação melhores para os filhos. Isso provavelmente acontece porque durante essas visitas, médicos e enfermeiros podem discutir a importância das vacinas, ajudando os pais a entenderem quando as vacinas devem ser dadas.
O Quadro Geral
Enquanto alguns países como Gâmbia, Gana e Burkina Faso estão indo bem em relação às taxas de vacinação, outros como Nigéria e Guiné estão enfrentando dificuldades. Apenas cerca de 60% das crianças de 12 a 23 meses na África Subsaariana recebem todas as vacinas. Para ter uma ideia, países como Índia e China têm taxas melhores, com 60,9% e 83,1%, respectivamente.
Essas diferenças nas taxas de vacinação podem estar ligadas a vários fatores, como a qualidade dos sistemas de saúde, políticas de vacinação e a conscientização pública sobre a importância da imunização. Isso significa que ainda tem muito trabalho pela frente para garantir que todas as crianças tenham acesso às vacinas, especialmente nas regiões que mais precisam.
Conclusão
Em resumo, a vacinação é uma ferramenta vital para prevenir doenças perigosas nas crianças. No entanto, barreiras como educação, riqueza e acesso aos serviços de saúde podem criar disparidades significativas na cobertura vacinal. Enfrentar essas desigualdades demanda um esforço conjunto de governos, prestadores de serviços de saúde e comunidades para melhorar a educação, aumentar a conscientização e garantir que as vacinas estejam disponíveis para todos, independentemente de onde moram ou sua situação econômica.
Melhorar as taxas de vacinação não é apenas distribuir vacinas; é mudar a forma como as pessoas pensam e fornecer os recursos necessários para que elas digam "sim" às vacinas. Focando na educação e melhorando o acesso à saúde, podemos trabalhar por um futuro onde toda criança tenha a chance de ser saudável e protegida contra doenças evitáveis. E quem não gostaria de ver crianças rindo e brincando, livres da ameaça de doenças?
Fonte original
Título: Addressing inequalities in vaccination coverage among children aged 12 to 23 months in ten Sub-Saharan African countries: Insights from DHS and MIS Data (2017-2022)
Resumo: IntroductionVaccination is one of the most effective public health interventions for preventing and controlling infectious diseases, particularly in low- and middle-income countries. This study analyzed disparities in vaccination coverage among children aged 12 to 23 months in ten Sub-Saharan African (SSA) countries. MethodsA cross-sectional study using data from Demographic and Health Surveys (DHS) and Multiple Indicator Cluster Surveys (MICS) collected between 2017 and 2022 in ten Sub-Saharan African countries. The primary outcome was full vaccination coverage. Logistic regression models were applied to identify factors associated with the outcome. ResultsFull vaccination coverage rates varied significantly across countries, with Gambia presenting the highest rate (86.4%) and Guinea the lowest (21.2%). Factors associated with full vaccination coverage included place of residence, maternal education and age, economic status, place of delivery, possession of a health card, and attendance at prenatal care services. ConclusionThe study highlighted significant disparities in vaccination coverage among children in Sub-Saharan Africa, influenced by sociodemographic and economic factors. Investing in maternal education, improving economic conditions, and strengthening healthcare infrastructure are essential measures to reduce these inequalities.
Autores: Sancho Pedro Xavier, Manuel Mahoche, Patrícia Helen Rondó, Ageo Mário da Silva, Renzo Flores-Ortiz, Audêncio Victor
Última atualização: 2024-12-14 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.12.13.24318976
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.12.13.24318976.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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