Genética e Estatinas: Uma Conexão para a Saúde do Coração
Novas pesquisas mostram como os genes influenciam a eficácia das estatinas para a saúde do coração.
Innocent G. Asiimwe, Andrea L. Jorgensen, Munir Pirmohamed
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Índice
As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no mundo todo. Pra lidar com isso, os médicos costumam receitar Estatinas, que são medicamentos que reduzem os níveis de Colesterol no sangue. As estatinas são ferramentas valiosas pra prevenir problemas cardíacos e ajudam quem já teve problemas de coração. Elas podem cortar significativamente as chances de morrer por doenças do coração.
Mas espera, tem mais! Pesquisadores descobriram que nossos genes influenciam como esses remédios funcionam pra cada um. Especificamente, um gene chamado apolipoproteína E (APOE) pode afetar tanto o risco de doenças cardíacas quanto a eficácia das estatinas. Tem diferentes versões, ou "isoformas", desse gene: ε2, ε3 e ε4.
Então, qual é a dessa isoformas? Bem, a versão ε2 tende a proteger contra problemas cardíacos, enquanto a ε4 tá mais ligada a riscos maiores. Engraçado que, se alguém carrega duas cópias da versão ε2, pode ter seus próprios problemas com os níveis de gordura no sangue, aumentando o risco de doenças cardíacas. Que reviravolta, hein?
Resultados da Pesquisa
Pra entender melhor essas relações, alguns pesquisadores fizeram uma meta-análise de 52 estudos pra ver como pessoas com diferentes variantes do gene APOE reagiram às estatinas. Eles descobriram que quem tinha a versão ε2 teve diminuições mais significativas no LDL colesterol (o famoso "colesterol ruim") comparado a quem tinha a versão ε3. Mas quem tinha a versão ε4 não respondeu tão bem às estatinas; os níveis de colesterol não caíram tanto.
Pra aprofundar a pesquisa, os cientistas usaram um grande conjunto de dados—imagina um baú de tesouro com registros de saúde de quase meio milhão de pessoas, coletados pelo UK Biobank. Eles olharam a relação entre o genótipo APOE das pessoas e as chances de morrer de diferentes causas, especialmente causas relacionadas ao coração. Os resultados mostraram que quem tinha duas cópias da variante genética ε4 estava no maior risco de morte.
Mas aqui vai a surpresa: a interação entre o uso de estatinas e o genótipo APOE não parecia fazer tanta diferença quanto pensavam. Mesmo que os portadores da ε4 mostrassem as menores quedas no LDL colesterol com o uso de estatinas, ainda tinham níveis de LDL maiores do que os portadores da ε2 que não tomaram estatinas. Foi uma situação confusa!
A Importância dos Registros Eletrônicos de Saúde
Pra contornar alguns problemas que enfrentaram, como falta de informações sobre doses de estatinas e detalhes específicos de saúde, os pesquisadores sugeriram usar registros eletrônicos de saúde. Assim, eles poderiam acompanhar os pacientes desde que começaram a tomar estatinas até os resultados de saúde. Eles queriam analisar não só as mudanças no colesterol, mas também eventos sérios como infartos ou AVCs.
Combinando dados do UK Biobank e do All of Us Research Program—que foca em incluir populações diversas—os pesquisadores pretendiam explorar como o gene APOE influenciava os resultados de saúde. Eles tinham grandes expectativas com essa abordagem, querendo saber sobre mudanças nos níveis de colesterol, Mortalidade geral e outros eventos cardiovasculares críticos.
Participantes do Estudo
Os participantes vieram de duas fontes principais: o UK Biobank e o All of Us Research Program. O UK Biobank incluiu mais de meio milhão de pessoas de todo o Reino Unido, com cerca de 230.000 tendo registros de saúde vinculados que forneceram uma riqueza de informações. Eles coletaram um formulário de consentimento de cada participante, garantindo que tudo estivesse nos conformes.
Por outro lado, o All of Us Research Program, iniciado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, focou em representar backgrounds historicamente sub-representados. Esse programa tinha mais de 700.000 participantes inscritos, com 80% vindos de origens diversas. Juntas, essas duas bases de dados prometiam ser uma fonte rica de informações para análise.
Dados e Resultados
Pra análise, os pesquisadores focaram em indivíduos com dados genéticos de boa qualidade. Pra participar, os indivíduos tinham que atender a vários padrões, como estar em tipos específicos de estatinas e ter registros de saúde adequados. Os pesquisadores tiveram que vasculhar vários registros pra identificar os usuários de estatinas e garantir que estavam analisando novos usuários, não aqueles que já estavam tomando o remédio há anos.
Eles avaliaram as mudanças no colesterol e outros marcadores importantes no sangue, como triglicerídeos e colesterol total. Comparando essas mudanças antes e depois de começar a usar estatinas, os pesquisadores puderam identificar quaisquer efeitos benéficos. Eles estavam particularmente interessados em entender como o genótipo APOE influenciava essas mudanças.
Resultados dos Dois Grupos
Nos achados, notaram que no grupo do UK Biobank, indivíduos com a versão ε4 do gene APOE tinham um risco significativamente maior de morte por qualquer causa em comparação com aqueles com a versão ε3. Isso aponta pra ideia de que certos genes podem ter um papel considerável em determinar quem é mais suscetível a riscos de saúde.
Enquanto isso, membros do grupo All of Us também mostraram que aqueles com variantes ε4 tinham um risco aumentado de morte, embora os resultados não fossem tão claros.
Quando se tratou de observar os efeitos das estatinas nos níveis de colesterol, os pesquisadores notaram que as mudanças variavam de acordo com o tipo genético. Por exemplo, pessoas com o genótipo ε2 experimentaram quedas favoráveis no colesterol após iniciar o tratamento, enquanto aquelas com ε4 mostraram melhorias lentas.
A Conexão Entre Colesterol e Mortalidade
O que se destacou na análise dos pesquisadores foi a conexão entre mudanças nos níveis de colesterol e os riscos de morte. Eles descobriram que aumentos no HDL colesterol (o "bom" colesterol) e quedas no LDL colesterol estavam ligados a uma chance menor de morrer. Então, manter o LDL sob controle com estatinas poderia levar a uma vida mais longa e saudável.
No UK Biobank, embora não tenham encontrado associações significativas com mortalidade baseadas em mudanças no colesterol, no grupo All of Us, níveis mais altos de HDL e níveis mais baixos de LDL estavam associados a uma queda substancial no risco de mortalidade. Isso só mostra que como nossos corpos respondem ao tratamento pode variar dependendo de vários fatores, incluindo nossos genes.
Desafios Enfrentados
Claro, os pesquisadores enfrentaram alguns obstáculos ao longo do caminho. Pra alguns resultados, não havia participantes suficientes pra ter uma ideia clara. Era como ter um quebra-cabeça, mas faltando algumas peças cruciais. Além disso, eles tiveram dificuldades em coletar informações detalhadas sobre saúde, como índice de massa corporal e como os pacientes seguiam seus planos de medicação.
Tinha também a consideração de se os participantes eram típicos da população geral; os participantes do UK Biobank costumam ser mais saudáveis do que a média, o que pode distorcer os achados.
Conclusão
Em resumo, essa pesquisa destaca que nossos genes podem influenciar significativamente nossa saúde, especialmente quando se trata de doenças cardíacas e da eficácia de medicamentos como as estatinas. Especificamente, o genótipo APOE pode impactar as respostas ao colesterol e os riscos de mortalidade. Então, enquanto as estatinas podem fazer maravilhas pra muitos, os benefícios exatos podem variar muito com base na origem genética da pessoa.
Essa exploração abre as portas pra um futuro onde os médicos podem usar informações genéticas pra personalizar tratamentos, dando a cada paciente a melhor chance de uma vida saudável. Afinal, quem não gostaria de um pouco de medicina personalizada pra aumentar suas chances de viver mais? Parece uma situação vantajosa!
Com investigações contínuas e estudos maiores, provavelmente vamos descobrir ainda mais sobre a fascinante interação entre genética, medicação e saúde do coração. Então, fiquem atentos; o mundo das pesquisas cardiovasculares tá cheio de descobertas!
Fonte original
Título: APOE Genotype and Statin Response: Evidence from Electronic Health Records in the UK Biobank and All of Us Research Program
Resumo: IntroductionAPOE genotype may affect statin response. We investigated the relationship between APOE genotype and key outcomes in statin users using UK Biobank (UKB) and All of Us (AoU) data. MethodsWe analysed electronic health records from up to 45,515 UKB participants and 35,562 AoU participants. Using multivariable linear regression and Cox proportional hazards models, we assessed associations between APOE genotype and outcomes, including lipid biomarkers, all-cause mortality, cardiovascular mortality, and major adverse cardiovascular events (MACE). ResultsAfter Bonferroni correction, significant changes in HDLC and triglyceride levels were observed in both cohorts (P < 0.01) following statin initiation. For all-cause mortality, significant associations were found in the UKB cohort, with{varepsilon} 3{varepsilon}4 (HR: 1.08, 95% CI: 1.01-1.15) and{varepsilon} 4{varepsilon}4 (HR: 1.54, 1.33-1.78) carriers showing higher risk compared to the reference{varepsilon} 3{varepsilon}3 genotype. In the AoU cohort, only{varepsilon} 4{varepsilon}4 carriers showed an increased risk (HR: 1.64, 1.08-2.49). Cardiovascular-related mortality was assessed in only the UKB cohort, with{varepsilon} 4{varepsilon}4 carriers having an increased risk (HR: 1.30, 1.01-1.68). In the AoU cohort, lipid level changes were significantly associated with reduced all-cause mortality risk: HDLC (median increase of 0.03 mmol/L, HR: 0.26 [0.16-0.41] per mmol/L), LDLC (median reduction of 0.82 mmol/L, HR: 0.82 [0.69-0.97] per mmol/L), and triglycerides (median reduction of 0.10 mmol/L, HR: 0.79 [0.72-0.87] per mmol/L). No significant associations with MACE were observed in either cohort. ConclusionThis study re-affirms that APOE genotype significantly impacts statin response, highlighting the need to integrate genetics into personalized treatment regimens.
Autores: Innocent G. Asiimwe, Andrea L. Jorgensen, Munir Pirmohamed
Última atualização: 2024-12-14 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.12.13.24318985
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2024.12.13.24318985.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
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Ligações de referência
- https://biobank.ndph.ox.ac.uk/ukb/refer.cgi?id=592
- https://workbench.researchallofus.org/workspaces/aou-rw-046fb18c/allbyalldrugphenotypescuration/data
- https://phenotypes.healthdatagateway.org/phenotypes/
- https://workbench.researchallofus.org/workspaces/aou-rw-0c74a4d9/allbyalllabmeasurementsphenotypescuration/data
- https://biobank.ndph.ox.ac.uk/ukb/label.cgi?id=1712
- https://biobank.ndph.ox.ac.uk/ukb/exinfo.cgi?src=Data_providers_and_dates
- https://www.ukbiobank.ac.uk/
- https://allofus.nih.gov/