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# Ciências da saúde# HIV/AIDS

A Relação Complexa Entre HIV e Leishmaniose

Analisando os impactos na saúde da co-infecção por HIV e Leishmania.

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HIV e Leishmaniose: UmaHIV e Leishmaniose: UmaCrise de Saúdesaúde imunológica.Co-infecção traz sérios riscos pra
Índice

A leishmaniose visceral (LV) é uma doença séria que rola principalmente em países como Índia, Nepal, Bangladesh, Sudão e Brasil. A maioria das infecções é causada por um parasita chamado Leishmania infantum. Algumas pessoas que pegam a Infecção não apresentam sintomas, enquanto outras desenvolvem doenças graves. No Brasil, tem aumentado o número de pessoas que carregam o parasita sem mostrar a doença. Essa tendência parece estar ligada a condições de vida melhores, nutrição aprimorada, vacinações e saneamento.

O Mistério de Por que Alguns Desenvolvem Sintomas

Os pesquisadores ainda não entenderam direito por que algumas pessoas com a infecção por Leishmania acabam ficando doentes enquanto outras ficam saudáveis. Estudos sugerem que quem adoece tem níveis mais altos de certos anticorpos. Já nas pessoas que não apresentam sintomas, o sistema imunológico parece estar funcionando bem, produzindo substâncias importantes que podem oferecer alguma proteção. Por outro lado, quem tem LV apresenta respostas únicas nas células imunológicas, mostrando sinais de exaustão, o que significa que o sistema imunológico não está funcionando a pleno vapor.

A Relação Entre LV e HIV

O número de casos de LV na Europa subiu junto com a epidemia de HIV. O HIV pode ser transmitido através do compartilhamento de agulhas e também por cães que carregam o parasita. No Brasil, o HIV era mais comum nas cidades, enquanto a LV era mais frequente nas áreas rurais. Nas últimas décadas, ambas as doenças começaram a aparecer mais nas periferias das grandes cidades. Essa sobreposição mudou a forma como ambas as doenças se espalham e como se afetam.

Pessoas que têm tanto HIV quanto LV estão em maior risco de problemas sérios de saúde. Ter HIV enfraquece o sistema imunológico e, quando combinado com LV, pode levar a resultados de saúde ainda piores. Pacientes com ambas as infecções costumam ter mais recaídas de LV e taxas de mortalidade mais altas em comparação com aqueles que têm apenas uma infecção. Estudos mostram que as recaídas de LV acontecem com mais frequência à medida que as células imunológicas que ajudam a combater infecções diminuem.

Como a Leishmania Afeta o HIV

A infecção por Leishmania pode levar a níveis mais altos de HIV em pessoas co-infectadas. Em testes de laboratório, células infectadas tanto por HIV quanto por Leishmania mostraram cargas mais altas do parasita Leishmania. A infecção crônica por HIV pode resultar em uma queda em certos tipos de células imunológicas, o que complica ainda mais a situação. As respostas imunológicas são chave para controlar qualquer infecção, e ambos os tipos de infecções parecem trabalhar juntas para enfraquecer o sistema imunológico.

A presença de HIV pode levar a um aumento da ativação de certas células imunológicas chamadas células T CD8+ em pessoas que também estão infectadas com Leishmania. Se o sistema imunológico fica desgastado ou exausto, isso pode dificultar ainda mais a luta contra infecções.

O Estudo e Seus Objetivos

O foco principal de um estudo recente foi examinar como pessoas com infecções tanto de HIV quanto de Leishmania gerenciam sua saúde comparadas àquelas com apenas uma infecção. Os pesquisadores queriam entender mais sobre a resposta imunológica dessas pessoas, olhando especificamente para quão ativas, envelhecidas e cansadas suas células imunológicas estavam.

Os pesquisadores estudaram uma variedade de pessoas com HIV, comparando aquelas que tinham apenas HIV com aquelas com HIV e Leishmania, e também com pessoas que se recuperaram de LV ou tinham outras respostas imunológicas. Eles coletaram amostras de sangue para avaliar como os sistemas imunológicos estavam funcionando em cada grupo.

Como os Pesquisadores Avaliaram as Infecções

Para checar a infecção por Leishmania, a equipe usou testes de sangue para procurar anticorpos que combatem o parasita. Eles também usaram um teste de pele para ver se as pessoas tinham uma resposta imunológica específica à Leishmania. Coletaram sangue para analisar diferentes tipos de células imunológicas e seus níveis de atividade.

Resultados do Estudo

Entre as 1.372 pessoas com HIV testadas, cerca de 24% foram encontradas com infecção por Leishmania. Uma pequena porcentagem desenvolveu LV nos próximos anos, e alguns que inicialmente testaram negativo para Leishmania depois mostraram sintomas. Isso mostra que mesmo pessoas que parecem saudáveis podem desenvolver problemas de saúde sérios mais tarde.

Ao comparar os sistemas imunológicos de pessoas com apenas HIV com aqueles com ambas as infecções, os pesquisadores encontraram diferenças em como bem seus sistemas imunológicos estavam funcionando. As pessoas com ambas as infecções tinham níveis mais altos de ativação imunológica, mas contagens mais baixas de células imunológicas importantes.

A Importância do Tratamento

A maioria das pessoas com HIV estava recebendo tratamento, mas menos seguiam o cronograma de tratamento se também tivessem a infecção por Leishmania. Não seguir o tratamento corretamente e ter infecções anteriores estavam ligados a um maior risco de desenvolver LV.

Infecções como HIV e LV podem levar a problemas de longo prazo com a função imunológica. No estudo, vários marcadores de ativação e exaustão das células imunológicas estavam mais altos entre aqueles com HIV e LV, indicando que essas infecções simultâneas podem enfraquecer severamente o sistema imunológico.

O Impacto da Co-infecção

Pessoas com HIV e infecção por Leishmania podem enfrentar problemas de saúde mais graves em comparação com aquelas que têm apenas uma infecção. O estudo enfatizou que a presença de Leishmania pode levar o sistema imunológico à exaustão, dificultando o controle de ambas as infecções.

É crucial que os profissionais de saúde monitorem a saúde de pacientes com co-infecções assintomáticas. O estudo sugere que aqueles que mostram qualquer sinal de LV devem receber tratamento rapidamente.

Conclusão

O estudo traz insights valiosos sobre como ter tanto HIV quanto Leishmania afeta a saúde de uma pessoa. Destaca a necessidade de melhores estratégias de tratamento e monitoramento para aqueles com infecções assintomáticas. Compreender como essas infecções interagem pode ajudar os profissionais de saúde a oferecer melhores cuidados e, potencialmente, melhorar os resultados para pessoas em risco.

Resumindo, gerenciar a saúde de pessoas com co-infecções como HIV e Leishmania requer atenção cuidadosa à função imunológica e tratamento adequado para minimizar riscos e complicações.

Fonte original

Título: T-cell activation, senescence, and exhaustion in asymptomatic HIV-Leishmania infantum co-infection

Resumo: BackgroundLeishmania infantum is an opportunistic parasitic infection. An immunocompromised state increases the risk of converting asymptomatic infection to symptomatic visceral leishmaniasis (VL), which has a [~]5% fatality rate even with treatment. HIV coinfection increases the risk of death from VL. MethodsA cross-sectional study was performed between 2014 and 2016 to determine the prevalence of L. infantum infection in HIV positive subjects residing in the state of Rio Grande do Norte, Brazil (n=1,372) and of these a subgroup of subjects were followed longitudinally. Subsequent incident cases of VL were ascertained from a public health database through 2018. A subgroup (n=69) of the cross-sectional study subjects was chosen to assess immune status (T cell activation, senescence, exhaustion) and outcome. The data were compared between asymptomatic HIV+/L. infantum+ (HIV/Leish), symptomatic visceral leishmaniasis (VL), recovered VL, DTH+ (Delayed-Type Hypersensitivity response - Leishmanin skin test), AIDS/VL, HIV+ only (HIV+), and Non-HIV/Non L. infantum infection (control subjects). ResultsThe cross-sectional study showed 24.2% of HIV+ subjects had positive anti-IgG Leishmania antibodies. After 3 years, 2.4% (8 of 333) of these HIV/Leish coinfected subjects developed AIDS/VL, whereas 1.05% (11 of 1,039) of HIV subjects with negative leishmania serology developed AIDS/VL. Poor adherence to antiretroviral therapy (p=0.0008) or prior opportunistic infections (p=0.0007) was associated with development of AIDS/VL. CD4+ (p=0.29) and CD8+ (p=0.38) T cells counts or viral load (p=0.34) were similar between asymptomatic HIV/Leish and HIV subjects. However, activated CD8+CD38+HLA-DR+ T cells were higher in asymptomatic HIV/Leish than HIV group. Likewise, senescent (CD57+) or exhausted (PD1+) CD8+ T cells were higher in asymptomatic HIV/Leish than in AIDS/VL or HIV groups. ConclusionAlthough asymptomatic HIV/Leish subjects had normal and similar CD4+ and CD8+ T cells counts, their CD8+T cells had increased activation, senescence, and exhaustion, which could contribute to risk of developing VL. Author SummaryThe frequency of asymptomatic HIV/Leishmania infantum (HIV/Leish) infection and the immunological status of subjects with HIV+ residing in the state of Rio Grande do Norte, Brazil, between 2014 and 2016 were studied. A high frequency of asymptomatic HIV/Leishmania infantum infection (HIV subjects with positive anti-IgG Leishmania antibodies) was found. Asymptomatic HIV/Leish subjects had CD8 T cells with higher markers of activation, senescence and exhaustion than the other groups (HIV-alone, symptomatic VL, Recovered VL, DTH+, AIDS/VL and Controls subjects). Poor adherence to antiretroviral therapy or history of previous opportunistic infection was associated with AIDS/VL. Asymptomatic HIV/Leish had high relative risk of developing AIDS/VL. Thus, subjects with HIV residing in endemic areas for VL should be assessed for their L. infantum infection status and advised to closely adhere to ART.

Autores: Selma M.B. Jeronimo, C. D. O. Mendes Aguiar, M. do Monte Alves, A. d. A. L. Machado, G. R. de Gois Monteiro, I. M. Medeiros, J. W. Queiroz, I. D. Lima, R. D. Pearson, M. E. Wilson, M. J. Glesby, E. L. T. do Nascimento

Última atualização: 2023-03-06 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.06.23286828

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.06.23286828.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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