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Entendendo o Processamento Sensorial no Autismo

Pesquisas mostram as diferenças na forma como crianças com autismo e distúrbios sensoriais processam os sentidos.

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Processamento SensorialProcessamento Sensorialno Autismo Explorandosobre problemas sensoriais no autismo.Estudo revela informações importantes
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Disfunção sensorial é um problema comum pra galera com Transtornos do Espectro Autista (TEA). Pesquisas mostram que pelo menos 70% das pessoas com TEA têm problemas com os sentidos. Esse lance já foi reconhecido como uma parte importante do TEA em diretrizes oficiais. Por isso, os pesquisadores estão cada vez mais tentando entender por que a disfunção sensorial acontece e como isso afeta quem tem TEA. É importante também estudar pessoas sem autismo que têm problemas sensoriais, já que isso pode ajudar a gente a entender melhor os problemas de processamento sensorial de forma geral.

A disfunção no processamento sensorial pode afetar a vida diária e o acesso a recursos pra pesquisa e tratamento. Embora muita gente sofra com isso, não tem um diagnóstico formal pra disfunção no processamento sensorial em muitos casos, o que complica a vida de quem precisa de ajuda.

Existem diferenças visíveis na estrutura do cérebro e nas respostas de crianças com disfunção no processamento sensorial. Por exemplo, mudanças na substância branca e atrasos nos tempos de resposta do cérebro foram encontrados. Essas mudanças estão ligadas a como as crianças gerenciam os sentidos. Embora alguns problemas sensoriais sejam parecidos entre crianças com dificuldades de processamento sensorial e aquelas com autismo, também existem diferenças únicas. Um exemplo claro é que as crianças com autismo costumam ter problemas específicos com como processam sons, o que foi destacado em vários estudos.

Ao olhar pras semelhanças e diferenças de como crianças com e sem autismo lidam com problemas sensoriais, os pesquisadores tentam identificar o que na disfunção sensorial é único do autismo. Essa compreensão pode ajudar a melhorar o conhecimento geral sobre como as informações sensoriais afetam o comportamento e pode levar a melhores estratégias de tratamento.

Os pesquisadores também estudaram como a Atividade Cerebral em repouso reflete problemas de processamento sensorial. A maioria das pesquisas anteriores focou em como as pessoas realizam tarefas relacionadas ao processamento sensorial. No entanto, a conexão entre a atividade cerebral em repouso e esses problemas sensoriais ainda está sendo explorada. Um estudo recente usou técnicas de imagem avançadas pra olhar a conexão entre a atividade cerebral em repouso e o processamento sensorial em crianças com autismo, transtorno de processamento sensorial, e crianças em desenvolvimento normal. Esse estudo quis destacar como esses três grupos são diferentes em relação à atividade cerebral relacionada à disfunção sensorial.

No estudo, os pesquisadores examinaram meninos entre 8 e 12 anos. Eles coletaram dados de várias fontes, incluindo clínicas e grupos de pais. Os participantes tiveram permissão dos pais e foram selecionados pra outras condições que poderiam afetar os resultados. Aqueles com histórico de problemas de saúde mental graves ou baixas pontuações de inteligência não foram incluídos.

Os pesquisadores focaram em duas formas importantes de processar os sentidos: toque e som. No toque, eles analisaram quão bem as crianças conseguem distinguir diferentes formas ao tocá-las. Em relação ao som, mediram como as crianças conseguem entender e reagir a sons diferentes. Além disso, avaliaram as habilidades verbais das crianças pra ver se havia uma ligação entre o processamento sensorial e a linguagem.

O estudo obteve imagens do cérebro enquanto as crianças estavam descansando quietinhas. Mediu a atividade cerebral em duas faixas de frequência: alfa e beta. Essas faixas estão ligadas a como o cérebro processa informações sensoriais. Sabemos que as ondas alfa ajudam na atenção e na filtragem de detalhes sensoriais desnecessários, enquanto as ondas beta são importantes pra gerenciar tarefas sensoriais.

Ao comparar os cérebros das crianças com autismo com os das crianças em desenvolvimento normal, notaram-se diferenças notáveis. As crianças com autismo mostraram menos Conectividade em regiões específicas do cérebro que são cruciais pra processar informações visuais e sensoriais. Por outro lado, elas tinham conexões mais fortes em áreas que lidam com movimento e toque, se comparadas ao grupo de controle. No entanto, não houve uma diferença significativa na conectividade cerebral entre crianças com autismo e aquelas com transtorno de processamento sensorial, sugerindo que ambos os grupos podem enfrentar desafios semelhantes.

Ao olhar pro grupo com transtorno de processamento sensorial, eles mostraram maior conectividade em certas áreas do cérebro comparadas ao grupo em desenvolvimento normal. No entanto, eles também tiveram conectividade reduzida em outras áreas, indicando que seus problemas de processamento sensorial podem ser diferentes dos das crianças normalmente em desenvolvimento.

As descobertas revelaram que as diferenças na conectividade beta foram fundamentais pra distinguir entre crianças com transtorno de processamento sensorial e aquelas com autismo. Crianças com transtorno de processamento sensorial mostraram menos conectividade beta em áreas relacionadas ao toque e movimento. Isso pode significar que a forma como seus cérebros gerenciam informações sensoriais não está funcionando direito.

Em termos de como esses padrões de conectividade cerebral se relacionavam com o desempenho em tarefas sensoriais, os pesquisadores descobriram que crianças com melhores habilidades de processamento Auditivo tendiam a ter uma conectividade alfa mais forte em certas regiões do cérebro. No entanto, em relação ao processamento Tátil, a conexão não era tão clara.

O estudo destacou que, embora certos problemas de processamento sensorial sejam compartilhados entre crianças com autismo e aquelas com transtorno de processamento sensorial, as maneiras específicas como seus cérebros reagem podem mostrar diferenças marcantes. Entender esses padrões é crucial pra desenvolver terapias específicas que podem ajudar a melhorar o processamento sensorial nessas crianças.

Embora o estudo tenha fornecido algumas informações valiosas, ele também teve limitações. Primeiro, ele só olhou pra meninos de 8 a 12 anos, o que pode não representar as experiências das meninas ou de crianças mais novas. Além disso, o estudo focou apenas em dois domínios sensoriais-auditivo e tátil-limpando a compreensão de como a disfunção sensorial afeta outras áreas, como paladar ou olfato.

Outro ponto interessante é que nem todas as abordagens de processamento sensorial foram exploradas. Pesquisas futuras poderiam mergulhar em mais domínios sensoriais e talvez expandir essa pesquisa pra incluir diferentes faixas etárias ou ambos os gêneros. Além disso, examinar outras faixas de frequência cerebral poderia oferecer uma visão mais abrangente de como os problemas de processamento sensorial funcionam.

Resumindo, o estudo abriu portas pra uma melhor compreensão dos desafios de processamento sensorial enfrentados por crianças com autismo e transtornos de processamento sensorial. Ao olhar especificamente como o cérebro funciona em repouso e como isso se relaciona com problemas sensoriais, o estudo busca fornecer insights mais claros sobre esses distúrbios complexos, o que pode, em última análise, ajudar a criar melhores estratégias de apoio e intervenção adaptadas às necessidades das crianças afetadas.

Fonte original

Título: Global MEG Resting State Functional Connectivity in Children with Autism and Sensory Processing Dysfunction

Resumo: Sensory processing dysfunction not only affects most individuals with autism spectrum disorder (ASD), but at least 5% of children without ASD also experience dysfunctional sensory processing. Our understanding of the relationship between sensory dysfunction and resting state brain activity is still emerging. This study compared long-range resting state functional connectivity of neural oscillatory behavior in children aged 8-12 years with autism spectrum disorder (ASD; N=18), those with sensory processing dysfunction (SPD; N=18) who do not meet ASD criteria, and typically developing control participants (TDC; N=24) using magnetoencephalography (MEG). Functional connectivity analyses were performed in the alpha and beta frequency bands, which are known to be implicated in sensory information processing. Group differences in functional connectivity and associations between sensory abilities and functional connectivity were examined. Distinct patterns of functional connectivity differences between ASD and SPD groups were found only in the beta band, but not in the alpha band. In both alpha and beta bands, ASD and SPD cohorts differed from the TDC cohort. Somatosensory cortical beta-band functional connectivity was associated with tactile processing abilities, while higher-order auditory cortical alpha-band functional connectivity was associated with auditory processing abilities. These findings demonstrate distinct long-range neural synchrony alterations in SPD and ASD that are associated with sensory processing abilities. Neural synchrony measures could serve as potential sensitive biomarkers for ASD and SPD.

Autores: Carly Demopoulos, X. Jesson, G. R. Molly, B. Jurigova, L. Hinkley, K. G. Ranasinghe, S. Desai, S. Honma, D. Mizuiri, A. Findlay, S. Nagarajan, E. Marco

Última atualização: 2024-01-29 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.26.577499

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.01.26.577499.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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