O Papel da Topoisomerase II na Organização dos Cromossomos
A topoisomerase II é fundamental para gerenciar a estrutura dos cromossomos durante o ciclo celular.
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Índice
Topoisomerase II (Topo II) é uma proteína super importante que ajuda a gerenciar a estrutura do DNA nas nossas células. Durante o ciclo celular, o Topo II faz cortes temporários nas fitas de DNA e permite que elas passem umas pelas outras. Isso ajuda o DNA a manter sua forma e organização certas. Existem dois tipos principais de Topo II em humanos, conhecidos como Topo II-alfa e Topo II-beta, que são produzidos por genes diferentes. O Topo II-alfa é especialmente importante durante a divisão celular, ajudando a organizar os cromossomos e separar as cromátides irmãs. Por outro lado, o Topo II-beta está ativo durante todo o ciclo celular, atuando em áreas do DNA que estão abertas e ativas.
Apesar da importância do Topo II, como a disposição dos cromossomos muda durante o ciclo celular não é totalmente compreendida. Uma técnica chamada Hi-C é comumente usada para estudar como os cromossomos se dobram em diferentes fases do ciclo celular. Porém, esse método tem suas limitações; ele pode medir interações entre partes dos cromossomos, mas não captura como as fitas de DNA podem se torcer ou emaranhar.
Nesse contexto, emaranhamento se refere a quando partes do DNA se ligam, seja no mesmo cromossomo ou entre diferentes cromossomos. Um tipo específico de emaranhamento, chamado catenação, ocorre quando laços de DNA estão entrelaçados. O Topo II pode tanto criar quanto remover esses laços.
Investigando a Arrumação dos Cromossomos
Para entender melhor como os cromossomos são organizados, os pesquisadores os estudam durante diferentes partes do ciclo celular. Estudos recentes sugeriram que durante a Interfase, os cromossomos tendem a ser menos emaranhados e mais organizados. Os pesquisadores descobriram que, enquanto os cromossomos na interfase parecem "amassados" e organizados, o estado dos cromossomos durante a Mitose é menos claro. Experimentos mostraram que há um certo nível de autoemaranhamento entre os cromossomos durante a mitose, levantando questões sobre como os cromossomos conseguem se desenrolar e se reorganizar uma vez que a mitose acaba.
Topo II e a Estrutura dos Cromossomos
Durante a transição da mitose para a próxima fase do ciclo celular, o Topo II desempenha um papel crucial. Ele pode remover Emaranhamentos e garantir que os cromossomos estejam organizados em territórios distintos durante a interfase. Se o Topo II for inibido, a organização dos cromossomos é prejudicada, fazendo com que eles permaneçam em um estado emaranhado.
Em experimentos para testar isso, os pesquisadores descobriram que quando o Topo II foi inibido usando uma substância química chamada ICRF-193, o estabelecimento dos territórios de interfase foi atrasado. Células tratadas com essa substância mostraram uma recuperação mais lenta na organização cromossômica, sugerindo que o Topo II é necessário para uma reorganização eficiente após a mitose.
Os Efeitos da Inibição do Topo II
Em um conjunto de experimentos, os pesquisadores trataram células com ICRF-193 ao saírem da mitose e observaram mudanças significativas na estrutura dos cromossomos. Normalmente, os cromossomos mitóticos mostram um padrão de compartimentalização claro que se fortalece à medida que as células entram na interfase. No entanto, com a inibição do Topo II, células do início da fase G1 exibiram compartimentalização fraca com padrões semelhantes aos da mitose. No final da G1, alguma compartimentalização foi observada, mas foi significativamente menor do que a vista em células controle que não foram tratadas com o inibidor.
Além disso, técnicas de imagem confirmaram que a distribuição de certas marcações químicas na cromatina foi alterada quando o Topo II foi inibido. Isso indicou que regiões ativas do DNA e regiões mais compactas não estavam organizadas corretamente, levando a mais evidências de que o Topo II é crítico para a configuração adequada dos cromossomos.
Mudanças na Estrutura dos Cromossomos ao Longo do Tempo
O estudo continuou a explorar quão rapidamente a atividade do Topo II é necessária durante a transição da mitose para a interfase. Para testar isso, os pesquisadores ajustaram o tempo da inibição do Topo II e descobriram que se o inibidor fosse adicionado mais tarde durante a entrada na G1, a recuperação da estrutura do compartimento melhorava. Isso apontou para uma janela necessária para a ação do Topo II imediatamente após a mitose.
Ao observar as relações entre várias distâncias em regiões do DNA, os pesquisadores concluíram que o Topo II desempenha um papel significativo não apenas na liberação imediata de emaranhamentos mitóticos, mas também mantém a organização dos cromossomos enquanto eles se transformam em interfase.
Observações Visuais da Organização dos Cromossomos
Usando técnicas de imagem avançadas, os pesquisadores conseguiram visualizar mudanças na organização dos cromossomos devido à atividade do Topo II. Eles observaram que em células tratadas com ICRF-193, a presença de algumas modificações de histonas que indicam regiões ativas do DNA foi alterada. Nessas células, as regiões ativas estavam mais próximas das regiões inativas do que em células não tratadas.
Essas alterações também foram notadas na morfologia geral dos cromossomos, que pareciam mais compactos quando o Topo II foi inibido. Isso sugere que a inibição do Topo II não só afeta a organização dos cromossomos em nível molecular, mas também impacta sua estrutura física.
Efeitos da Inibição do Topo II em Outras Funções dos Cromossomos
Além do seu papel na reorganização dos cromossomos após a mitose, o Topo II também atua ao lado de proteínas no complexo de coesina, que é essencial para o comportamento adequado dos cromossomos. Os pesquisadores exploraram mais como a inibição do Topo II interagiu com a coesina e outros processos envolvidos na organização e estabilidade dos cromossomos.
Quando a coesina foi degradada nas células, os pesquisadores notaram que o papel do Topo II se tornou ainda mais crítico para estabelecer uma compartimentalização forte. Ao degradar a coesina e inibir o Topo II, as mudanças na organização dos cromossomos foram mais profundas do que apenas perder a coesina. Isso indica que o Topo II ajuda a ajustar a estrutura dos cromossomos, garantindo uma organização adequada em resposta às mudanças nos níveis de coesina.
O Papel dos Modelos de Polímero
Para entender melhor a mecânica da organização dos cromossomos durante a saída da mitose, os pesquisadores usaram modelos de polímero. Essas simulações ajudaram a visualizar como os cromossomos poderiam passar de um estado emaranhado para um estado organizado da interfase. Os modelos mostraram que quando os cromossomos são deixados para se expandir enquanto ativamente decatenam seus laços, eles podem alcançar um estado mais organizado.
As simulações forneceram insights sobre o tempo da atividade do Topo II e como isso se encaixa nas mecânicas mais amplas da organização cromossômica. Elas indicaram que um processo em duas etapas para a saída da mitose permite que os cromossomos primeiro se desenrolem e depois estabeleçam sua estrutura adequada na interfase.
Conclusão
A pesquisa destaca a importância do Topo II em gerenciar a estrutura e organização dos cromossomos durante o ciclo celular. Ao fazer cortes temporários no DNA, o Topo II facilita a reorganização dos cromossomos após a mitose, ajudando a garantir que o material genético seja embalado corretamente enquanto as células se preparam para dividir. Compreender esses processos pode dar insights sobre divisão celular, distúrbios cromossômicos e estratégias terapêuticas potenciais para doenças relacionadas à regulação do ciclo celular. Entender como as células controlam sua organização interna durante transições cruciais é vital para entender processos biológicos fundamentais.
Título: Mitotic chromosomes are self-entangled and disentangle through a Topoisomerase II-dependent two stage exit from mitosis
Resumo: The topological state of chromosomes determines their mechanical properties, dynamics, and function. Recent work indicated that interphase chromosomes are largely free of entanglements. Here, we use Hi-C, polymer simulations and multi-contact 3C, and propose that, in contrast, mitotic chromosomes are self-entangled. We explore how a mitotic self-entangled state is converted into an unentangled interphase state during mitotic exit. Most mitotic entanglements are removed during anaphase/telophase, with remaining ones removed during early G1, in a Topoisomerase II-dependent process. Polymer models suggest a two-stage disentanglement pathway: first, decondensation of mitotic chromosomes with remaining condensin loops produces entropic forces that bias Topoisomerase II activity towards decatenation. At the second stage, the loops are released, and formation of new entanglements is prevented by lower Topoisomerase II activity, allowing the establishment of unentangled and territorial G1 chromosomes. When mitotic entanglements are not removed, in experiment and models, a normal interphase state cannot be acquired.
Autores: Job Dekker, E. M. Hildebrand, K. Polovnikov, Y. Liu, D. L. Lafontaine, A. N. Fox, Y. Li, S. V. Venev, L. A. Mirny
Última atualização: 2024-01-30 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2022.10.15.511838
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2022.10.15.511838.full.pdf
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