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Investigando o Transporte de D-Serina na Saúde dos Rins

Um estudo revela os papéis das proteínas de transporte na saúde dos rins e na dinâmica da D-serina.

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Proteínas de transporte de membrana são essenciais pra mover moléculas pequenas, tipo nutrientes e íons, através das membranas celulares. Elas ajudam a manter o equilíbrio dessas moléculas dentro do corpo. Até agora, os pesquisadores já identificaram uma variedade enorme dessas proteínas em mamíferos, incluindo mais de 450 transportadores de solutos, 40 cassetes de ligação de ATP e cerca de 300 canais iônicos. No entanto, cerca de 30% dessas proteínas ainda não são totalmente compreendidas.

Algumas proteínas de transporte de membrana podem ser agrupadas com base em suas sequências semelhantes ou nos tipos de substâncias que transportam. Esse método funciona bem pra proteínas que lidam com nutrientes bem conhecidos, mas é menos eficaz pra identificar transportadores de micromoléculas menos estudadas, como certas vitaminas e seus produtos de degradação. Atualmente, os papéis dessas micromoléculas, junto com as dos bactérias intestinais, na saúde e na doença se tornaram uma área de foco importante, mas as proteínas de transporte responsáveis por elas ainda não estão claras. Entender como substâncias da dieta e metabólitos derivados de bactérias intestinais são absorvidos ou reabsorvidos pode esclarecer seus papéis em várias funções do corpo.

Objetivos da Pesquisa

Esse estudo tem como objetivo investigar as funções e a importância de várias proteínas de transporte, especialmente aquelas envolvidas no transporte de pequenas quantidades de micromoléculas. Especificamente, ele analisa como certos tipos de Aminoácidos são tratados pelos rins. Embora tenha havido muita pesquisa sobre os aminoácidos L, que são abundantes nos alimentos, os mecanismos para transportar aminoácidos D ainda estão largamente inexplorados.

Os pesquisadores desenvolveram um método chamado cromatografia líquida de alta performance bidimensional (2D-HPLC) pra separar aminoácidos L e D em fluidos corporais, especialmente em casos de lesão renal. A atenção se voltou particularmente para a D-serina, um aminoácido encontrado no corpo, por causa de sua relação com a saúde dos rins. A D-serina foi identificada como um possível marcador pra lesão renal aguda e doença renal crônica devido à sua clara ligação com a função renal. Vale notar que mudanças no equilíbrio de D-serina comparado com L-serina no sangue e na urina podem indicar diferenças em como essas duas formas de aminoácidos são transportadas nos rins.

Importância dos Aminoácidos D

A D-serina é encontrada principalmente no cérebro, onde atua como co-ativador de certos receptores que são cruciais pra funções cognitivas. No entanto, seus níveis em outras partes do corpo não são bem documentados. Os mamíferos produzem D-serina através de vias bioquímicas específicas e também podem absorver isso de alimentos ou de bactérias intestinais. Mas, os detalhes sobre como a D-serina é absorvida nos intestinos e rins ainda são incertos.

Nesse estudo, os pesquisadores usaram várias técnicas analíticas pra explorar a presença de sistemas de transporte de D-serina no rim. Eles focaram no que acontece com os aminoácidos D durante a lesão renal aguda, uma condição causada por uma diminuição súbita no fluxo sanguíneo para os rins, levando a danos celulares. Usando modelos de camundongos com lesão renal, o estudo mediu vários níveis de aminoácidos no sangue e na urina pra entender suas dinâmicas de transporte durante diferentes estágios da lesão.

Analisando Aminoácidos em Modelos de Lesão Renal

Pra analisar os níveis de aminoácidos nos rins, os pesquisadores coletaram amostras de plasma e urina de camundongos após induzir a lesão renal. Eles mediram as quantidades de enantiômeros D e L (formas de imagem espelhada) de 20 aminoácidos diferentes.

No plasma, apenas a razão entre D e L-serina aumentou com o tempo após a lesão renal. Esse aumento foi atribuído a uma queda acentuada de L-serina em estágios iniciais, enquanto os níveis de D-serina continuaram a subir em estágios posteriores. Os pesquisadores também detectaram pequenas quantidades de outros aminoácidos D no plasma, mas suas razões não se correlacionaram com a condição de lesão. Os níveis incomuns de D-serina sugeriram que seu transporte envolvia mecanismos específicos, que podem diferir dos de outros aminoácidos.

Perfil de Aminoácidos D e L no Plasma e Urina

Os pesquisadores também examinaram perfis de aminoácidos urinários e descobriram que os níveis de D e L-serina mudaram drasticamente durante os primeiros estágios da lesão renal. Padrões semelhantes foram observados para outros aminoácidos como alanina e prolina, indicando que ambas as formas de aminoácidos foram mal reabsorvidas após a lesão. Isso sugeriu que os sistemas de transporte nos rins para esses aminoácidos foram significativamente impactados durante a lesão renal.

Pra identificar as proteínas de transporte de membrana responsáveis pela mudança no transporte de aminoácidos, o estudo conduziu uma análise proteômica nas membranas da borda em escova do rim. Eles encontraram mais de 4.000 proteínas, sendo um número substancial de proteínas de transporte de membrana. Algumas dessas proteínas mostraram níveis alterados durante a lesão renal, sugerindo seus papéis potenciais no transporte de aminoácidos.

Mecanismos de Transporte da D-Serina

Entre as proteínas de transporte identificadas, a ASCT2 foi notada como uma candidata pro transporte de D-serina. Foi encontrada como regulada positivamente durante os estágios iniciais da lesão renal. Pesquisas anteriores estabeleceram a ASCT2 como uma proteína de transporte de vários aminoácidos no rim, mas seu papel exato no transporte de D-serina ainda não estava claro.

Pra explorar a função da ASCT2, os pesquisadores realizaram vários experimentos, incluindo imunomarcação pra observar sua localização nas células renais. Eles descobriram que a ASCT2 estava presente em todos os segmentos dos túbulos proximais do rim. Essa posição sugeriu que a ASCT2 poderia facilitar o transporte de D-serina através das membranas dessas células.

Rastreando Candidatos Adicionais de Transporte

Apesar de identificar a ASCT2, a equipe suspeitou que poderia haver sistemas de transporte adicionais pra D-serina, especialmente dado as mudanças nas razões de D e L-serina observadas nos modelos de lesão renal. Eles compilaram uma lista de outros candidatos potenciais que poderiam também contribuir pro transporte de D-serina.

Entre esses estavam proteínas como SMCT1 e SMCT2, que são conhecidas por transportar moléculas orgânicas. Os experimentos mostraram que ambas as SMCTs aumentaram o transporte de D-serina quando expressas em células renais. Eles também demonstraram que essas proteínas operavam ao lado da ASCT2, indicando um sistema de transporte complexo pra D-serina nos rins durante estados normais e lesionados.

Investigando Funções de Proteínas em Modelos Celulares

Pra entender como essas proteínas de transporte funcionam, os pesquisadores utilizaram linhagens celulares renais humanas que expressavam ASCT2, SMCT1 e SMCT2. Eles mediram como diferentes concentrações de D-serina afetavam o crescimento celular, propondo que a absorção de D-serina era um fator significativo em como esses transportadores funcionavam.

Os experimentos indicaram que a ASCT2 desempenhava um papel principal no transporte de D-serina, mas também destacaram como as SMCTs contribuíam pra esse processo, especialmente sob condições de alta concentração de D-serina. Os resultados do estudo confirmaram que tanto ASCT2 quanto SMCTs são essenciais pro transporte de D-serina, com cada transportador tendo propriedades e afinidades únicas pra D-serina.

Analisando Dinâmicas de Transporte em Sistemas Ex Vivo

Pra esclarecer ainda mais os papéis das proteínas de transporte identificadas, o estudo conduziu ensaios de transporte ex vivo. Preparando membranas da borda em escova isoladas dos rins, os pesquisadores puderam analisar como a D-serina era transportada sob várias condições diretamente, incluindo os efeitos da presença de sódio e outros inibidores.

Esses experimentos mostraram que tanto a ASCT2 quanto as SMCTs eram responsáveis pelo transporte de D-serina, embora os mecanismos variaram com base nas condições. Por exemplo, em circunstâncias normais, as SMCTs operaram efetivamente, enquanto a ASCT2 foi mais proeminente no estado lesionado.

Modelo Proposto pro Transporte de D-Serina

Baseando-se em suas descobertas, os pesquisadores propuseram um modelo ilustrando como a D-serina é transportada nos rins. Em condições saudáveis, as SMCT2 nos segmentos S1 e S2 do rim e a SMCT1 no segmento S3 facilitam a reabsorção de D-serina, enquanto a expressão da ASCT2 permanece relativamente baixa. Por outro lado, durante a lesão renal, os níveis de ASCT2 aumentam, levando a uma maior absorção de D-serina em todos os segmentos, apesar dos níveis reduzidos das SMCTs.

Essa mudança pode contribuir pra níveis elevados de D-serina no sangue, que poderiam servir como um marcador bioquímico pra problemas renais. Foi notado que enquanto a ASCT2 tem uma alta afinidade de ligação pra D-serina, o mecanismo geral de transporte foi influenciado significativamente por mudanças na expressão de várias proteínas de transporte.

Conclusão e Direções Futuras

O estudo destaca a complexidade do transporte de D-serina nos rins, revelando a interação de várias proteínas de transporte e seus papéis em estados normais e patológicos. Entender essas dinâmicas é crucial pra desenvolver estratégias eficazes de diagnóstico e tratamento de doenças renais.

Pesquisas futuras devem focar em explorar outras proteínas de transporte potenciais que não foram examinadas nesse estudo. Além disso, estudos mais detalhados sobre os papéis fisiológicos desses transportadores, assim como sua regulação durante diferentes condições de saúde, serão vitais pra uma compreensão mais abrangente de como a D-serina e micromoléculas similares afetam a função renal.

Através dessa abordagem integrativa que abrange vários níveis de análise biológica, o estudo demonstra o papel significativo das proteínas de transporte em manter o equilíbrio micromolecular dentro do corpo, ressaltando sua importância na saúde e na doença.

Fonte original

Título: A multi-hierarchical approach reveals D-serine as a hidden substrate of sodium-coupled monocarboxylate transporters

Resumo: Transporter research primarily relies on the canonical substrates of well-established transporters. This approach has limitations when studying transporters for the low-abundant micromolecules, such as micronutrients, and may not reveal physiological functions of the transporters. While D-serine, a trace enantiomer of serine in the circulation, was discovered as an emerging biomarker of kidney function, its transport mechanisms in the periphery remain unknown. Here, using a multi-hierarchical approach from body fluids to molecules, combining multi-omics, cell-free synthetic biochemistry, and ex vivo transport analyses, we have identified two types of renal D-serine transport systems. We revealed that the small amino acid transporter ASCT2 serves as a D-serine transporter previously uncharacterized in the kidney and discovered D-serine as a noncanonical substrate of the sodium-coupled monocarboxylate transporters (SMCTs). These two systems are physiologically complementary, but ASCT2 dominates the role in the pathological condition. Our findings not only shed light on renal D-serine transport, but also clarify the importance of non-canonical substrate transport. This study provides a framework for investigating multiple transport systems of various trace micromolecules under physiological conditions and in multifactorial diseases.

Autores: Shushi Nagamori, P. Wiriyasermkul, S. Moriyama, M. Suzuki, P. Kongpracha, N. Nakamae, S. Takeshita, Y. Tanaka, A. Matsuda, M. Miyasaka, K. Hamase, T. Kimura, M. Mita, J. Sasabe

Última atualização: 2024-01-30 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2020.08.10.244822

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2020.08.10.244822.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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