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Desafios na Vacinação para Refugiados e Migrantes

Explorando as barreiras para o acesso à vacina para refugiados e migrantes durante a pandemia.

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Cerca de um bilhão de pessoas estão se movendo pelo mundo agora, o que é cerca de 1 em cada 7 pessoas. Entre elas, Refugiados e Migrantes enfrentaram desafios grandes por causa da pandemia de COVID-19. Eles estiveram mais vulneráveis a ficarem doentes e a passarem por problemas de saúde sérios. Mesmo com esses riscos, muitos refugiados e migrantes não receberam vacinas contra a COVID-19 nos países onde isso foi monitorado. Por exemplo, um estudo com um número grande de migrantes no Reino Unido mostrou que muitos demoraram para tomar a primeira dose da vacina em comparação com a população geral. Refugiados e migrantes mais velhos, especialmente, tiveram mais problemas para conseguir a segunda e a terceira doses da vacina.

Foi observado que as taxas de Vacinação variam bastante de um país ou região para outro. Isso significa que logo novas ideias e métodos podem ser necessários para ajudar esses grupos a acessarem as vacinas contra a COVID-19 à medida que elas se tornam disponíveis globalmente. Ao mesmo tempo, é necessário continuar o trabalho para melhorar as vacinas de rotina para essas populações ao longo do tempo.

Hesitação Vacinal

Recentemente, o tema da aceitação da vacina ficou mais complicado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu "hesitação vacinal" como a demora em se vacinar ou escolher não se vacinar, mesmo quando as vacinas estão disponíveis. Esse problema foi destacado em 2019 como uma das grandes ameaças à saúde pública. A hesitação vacinal não é uma questão simples; ela muda com diferentes situações ao longo do tempo. No entanto, não tem havido muito foco em por que refugiados e migrantes podem hesitar em se vacinar.

Um modelo conhecido como "3Cs" explica a hesitação vacinal como resultado de três fatores principais: Confiança (que se relaciona a quão seguras e eficazes as vacinas são consideradas), Conveniência (que envolve questões de acesso que variam conforme a localização e as vacinas disponíveis) e Complacência (que se refere à ideia de que algumas pessoas podem não ver uma necessidade forte de vacinação). Pesquisadores sugerem que uma terminologia melhor é necessária para diferenciar entre hesitação vacinal e outras barreiras que impactam a aceitação da vacina, especialmente para refugiados e migrantes.

A OMS desenvolveu uma estrutura para entender os vários fatores que influenciam a vacinação, agrupando-os em três áreas: as crenças das pessoas sobre vacinas, fatores sociais que encorajam ou desencorajam a vacinação, e questões práticas relacionadas a se vacinar. A OMS também começou a criar ferramentas que os líderes de políticas de saúde podem usar para monitorar por que certas populações não estão se vacinando.

Barreiras Únicas para Refugiados e Migrantes

Refugiados e migrantes enfrentam muitas dificuldades únicas que afetam sua capacidade de acessar Serviços de Saúde, incluindo vacinação. Isso é especialmente verdadeiro para aqueles que são novos em um país, têm status de imigração incerto ou vivem em acampamentos. Esses grupos muitas vezes encontram barreiras para acessar serviços de saúde convencionais.

Algumas das razões para a falta de imunização incluem dificuldades em entender o sistema de saúde local, problemas de idioma, experiências de discriminação e uma falta de crença de que eles têm direito a vacinas gratuitas. A confiança nos sistemas de saúde pode ser baixa e diferenças culturais também podem ter um papel. Em alguns casos, indivíduos podem se preocupar com os custos associados às vacinas, tanto diretos quanto indiretos.

Pesquisas indicam que grupos de refugiados e migrantes podem ter acesso limitado a serviços de saúde. Por exemplo, surtos de doenças que as vacinas podem prevenir foram relatados em acampamentos onde essas populações residem. Alguns refugiados e migrantes também podem ter dificuldade em entender as mensagens de saúde pública sobre vacinação, o que afeta ainda mais a motivação para se vacinar.

Há uma necessidade clara de mais pesquisas focadas nas razões para as baixas taxas de vacinação entre refugiados e migrantes, especialmente em diferentes países e contextos que variam em riqueza e recursos. Mais estudos poderiam ajudar a encontrar maneiras de aumentar a aceitação da vacina nesses grupos.

Processo de Revisão de Literatura

Para entender melhor os desafios enfrentados por refugiados e migrantes em relação às vacinas, foi realizada uma revisão rápida da literatura disponível. Isso incluiu tanto estudos publicados quanto relatórios que não foram amplamente circulados. O objetivo foi identificar as principais razões para a falta de imunização e a hesitação vacinal nessas populações, além de encontrar estratégias eficazes para aumentar as taxas de vacinação ligadas à COVID-19.

Critérios de Inclusão

A literatura incluiu estudos focados em vários grupos de migrantes, como trabalhadores de baixa qualificação, solicitantes de asilo, migrantes indocumentados e trabalhadores de saúde em diferentes países. A revisão abordou vacinas em geral e não apenas a COVID-19.

A hesitação vacinal foi definida com base na compreensão estabelecida pela OMS. Refugiados foram descritos com base em definições legais específicas relacionadas à proteção internacional. Migrantes foram definidos como qualquer pessoa nascida fora do país em que reside atualmente. A revisão incluiu estudos publicados de 2010 até o início de 2022, independentemente do idioma.

Extração e Análise de Dados

Os dados foram coletados de várias fontes, incluindo bancos de dados que rastreiam pesquisas relacionadas à saúde. Os dados foram categorizados para identificar as principais razões por trás da hesitação vacinal e propor soluções potenciais com base nas descobertas.

A busca rendeu um número substancial de registros, mas depois de filtrar por relevância, 63 estudos foram incluídos na revisão, abrangendo uma ampla gama de países e tipos de vacinas, incluindo COVID-19, HPV e outras.

Fatores que Influenciam a Aceitação da Vacina

Fatores Pessoais

As opiniões e sentimentos dos indivíduos sobre vacinas são muitas vezes centrais para entender a hesitação vacinal. Preocupações sobre a segurança da vacina e efeitos colaterais frequentemente surgem entre refugiados e migrantes. Por exemplo, algumas pesquisas mostraram que refugiados no Líbano estavam hesitantes em aceitar a vacina contra a COVID-19 devido a dúvidas sobre sua segurança.

A confiança também desempenha um papel significativo na aceitação das vacinas. Muitas pessoas precisam se sentir confiantes sobre o sistema de saúde e as vacinas em si. Experiências de discriminação ou interações negativas com serviços de saúde podem corroer essa confiança.

A conscientização e a disponibilidade de informações são cruciais. A compreensão das vacinas tende a melhorar quando as pessoas recebem informações adequadas. Muitos refugiados e migrantes podem ter dificuldades com a alfabetização digital e em saúde, tornando difícil acessar informações confiáveis. Barreiras linguísticas também dificultam a compreensão, e muitos refugiados podem não se sentir à vontade para discutir suas necessidades ou preocupações de saúde.

Estudos sugerem que programas de educação culturalmente sensíveis são necessários para garantir uma comunicação eficaz e ajudar as comunidades a entender a importância e segurança das vacinas.

Processos Sociais

O ambiente social e os fatores comunitários podem influenciar muito a aceitação da vacina. Fatores históricos, condições econômicas e crenças religiosas no país de origem podem se manter após a migração. Alguns migrantes podem carregar desconfiança em relação às vacinas ou aos sistemas de saúde com base em suas experiências anteriores.

As condições políticas e econômicas nos países anfitriões também moldam as atitudes em relação à vacinação. Por exemplo, em alguns ambientes, os migrantes podem sentir mais pressão para seguir recomendações de saúde devido à sua relação com empregadores ou políticas governamentais.

Desinformação sobre vacinas pode se espalhar rapidamente e ter impactos duradouros na confiança nas vacinas. Além disso, certas crenças religiosas podem criar barreiras. O envolvimento com líderes religiosos pode ajudar a abordar preocupações e melhorar a aceitação.

Baixa consciência entre os trabalhadores de saúde sobre as necessidades específicas de refugiados e migrantes pode complicar ainda mais a situação. O treinamento de prestadores de saúde sobre como comunicar e atender efetivamente essas populações é essencial.

Considerações Físicas

A capacidade física de acessar vacinas também é um fator essencial. Muitos refugiados e migrantes podem enfrentar desafios para chegar aos serviços de saúde devido à falta de transporte, restrições financeiras ou medo de discriminação.

Migrantes indocumentados frequentemente se preocupam em compartilhar informações pessoais devido a temores de fiscalização de imigração. Os governos precisam criar ambientes seguros em que esses indivíduos possam acessar vacinas sem medo. Vários relatórios indicam que políticas que garantem vacinas disponíveis independentemente do status de imigração podem ter um papel positivo.

A conveniência é outro aspecto chave. Muitos refugiados podem achar difícil se afastar do trabalho para se vacinar. Soluções inovadoras, como unidades de vacinação móveis ou parcerias com organizações comunitárias locais, mostraram promessas em melhorar o acesso.

Fatores econômicos também são muito importantes. Se as vacinas forem percebidas como custosas, até mesmo uma pequena taxa pode desestimular indivíduos a se vacinarem. É necessária uma comunicação clara sobre custos e opções gratuitas disponíveis para apoiar a aceitação.

Estratégias para Melhorar a Aceitação da Vacina

Engajamento Comunitário

Construir confiança dentro das comunidades é fundamental para aumentar a aceitação das vacinas. Isso significa envolver líderes e organizações locais em esforços de alcance. Os programas devem ser projetados em parceria com essas comunidades para garantir que sejam culturalmente relevantes e eficazes.

Adaptar as estratégias de comunicação que atendam às necessidades distintas de diferentes grupos é importante. Usar uma linguagem clara, formatos acessíveis e dialetos locais ajuda a melhorar a compreensão. Engajar figuras comunitárias confiáveis que possam transmitir informações precisas também é benéfico.

Educação e Informação

É essencial fornecer informações claras e consistentes sobre os benefícios e a segurança das vacinas. Programas educacionais devem utilizar vários canais de comunicação, incluindo mídias sociais, reuniões comunitárias e materiais impressos, para atingir diferentes públicos efetivamente.

Abordar mitos e desinformação específicos que circulam nas comunidades é vital. Intervenções pontuais e informações precisas podem contrabalançar narrativas negativas sobre vacinas.

Acesso e Conveniência

Os esforços devem se concentrar em tornar as vacinas o mais acessíveis possível. Isso pode incluir a implantação de clínicas móveis ou oferecer vacinas em locais de trabalho ou centros comunitários. Horários flexíveis para os serviços de vacinação também podem ajudar a acomodar diferentes agendas.

Os formuladores de políticas devem considerar a necessidade de anonimato em ambientes de saúde para migrantes indocumentados. Oferecer vacinas em espaços onde eles se sintam seguros incentivará grupos hesitantes a participar.

Apoio Financeiro

Garantir que as vacinas sejam gratuitas pode aumentar significativamente a aceitação, especialmente entre populações de baixa renda. Governos e organizações precisam fornecer informações claras sobre serviços de vacinação gratuitos, além de abordar quaisquer custos associados a viagens ou tempo perdido no trabalho.

Iniciativas especiais que permitam tempo livre para compromissos de vacinação também podem melhorar o acesso. Os empregadores podem desempenhar um papel nisso, criando ambientes de trabalho de apoio para os funcionários que precisam se vacinar.

Conclusão

Abordar a hesitação vacinal entre refugiados e migrantes requer uma abordagem multifacetada. Estratégias personalizadas que considerem crenças pessoais, contextos sociais e barreiras físicas resultarão nos melhores resultados.

Há uma necessidade urgente de mais pesquisas detalhadas sobre as barreiras que essas populações enfrentam em relação às vacinas, bem como a eficácia de várias estratégias de alcance. Construir confiança, fornecer informações claras e acessíveis, e adaptar serviços especificamente para esses grupos pode aumentar significativamente a aceitação da vacina.

À medida que o mundo continua a enfrentar campanhas de vacinação, incluindo para a COVID-19, entender e abordar as necessidades únicas de refugiados e migrantes será crucial para alcançar a equidade em saúde e garantir que todas as populações recebam o atendimento de que precisam.

Fonte original

Título: Defining drivers of under-immunisation and vaccine hesitancy in refugee and migrant populations globally to support strategies to strengthen vaccine uptake for COVID-19: a rapid review

Resumo: BackgroundSome refugee and migrant populations have been disproportionately impacted by the COVID-19 pandemic, yet evidence suggests lower uptake of COVID-19 vaccines. They are also an under-immunised group for many routine vaccines. We did a rapid review to explore drivers of under-immunisation and vaccine hesitancy among refugee and migrant populations globally to define strategies to strengthen both COVID-19 and routine vaccination uptake. MethodsWe collected global literature (01/01/2010 - 05/05/2022) pertaining to drivers of under-immunisation and vaccine hesitancy in refugees and migrants, incorporating all vaccines. We searched MEDLINE, Embase, Global Health PsycINFO and the WHOs Global Research on COVID-19 database and grey literature. Qualitative data were analysed thematically to identify drivers of under-immunisation and vaccine hesitancy, then categorised using the Increasing Vaccination Model. Results63 papers were included in this review, reporting data on diverse population groups, including refugees, asylum seekers, labour and undocumented migrants from 22 countries, with six papers reporting on a regional or global scale. Drivers of under-immunisation and vaccine hesitancy pertaining to a wide range of vaccines were covered, including COVID-19 (n=27), HPV (13), measles or MMR (3), influenza (3), tetanus (1), and vaccination in general. We found a range of factors driving under-immunisation and hesitancy in refugee and migrant groups, including unique awareness and access factors that need to be better considered in policy and service delivery. Acceptability of vaccination was often deeply rooted in social and historical context and influenced by personal risk perception. ConclusionsThese findings hold direct relevance to current efforts to ensure high levels of global immunisation coverage, key to which is to ensure marginalised refugees and migrant populations are included in national vaccination plans of low-middle- and high-income countries. We found a stark lack of research from low- and middle-income and humanitarian contexts on vaccination in mobile groups, a situation that needs to be urgently rectified to ensure high coverage for COVID-19 and routine vaccinations.

Autores: Sally Hargreaves, A. Deal, A. F. Crawshaw, J. Carter, F. Knights, M. Iwami, M. Darwish, R. Hossain, P. Immordino, K. Kaojaroen, S. Severoni

Última atualização: 2023-03-20 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.20.23287477

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.20.23287477.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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