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# Física# Matéria condensada mole# Sistemas desordenados e redes neuronais# Física biológica

Comportamento Celular e a Fase Hexática

Esse estudo mostra como o movimento e a divisão das células moldam a estrutura dos tecidos.

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Os tecidos biológicos podem se comportar de formas parecidas com líquidos e sólidos. Eles conseguem mudar de um estado mais líquido pra um estado mais sólido durante vários processos do corpo. Estudos recentes mostram que essa mudança pode acontecer em etapas, parecido com um estado intermediário que a gente vê na física. Esse estado intermediário é chamado de Fase Hexática. Nesse estado, tem uma certa arrumação das células, mesmo que elas não tenham uma posição fixa.

Nos tecidos biológicos, as células se movem e podem se dividir ou morrer, o que levanta perguntas sobre como esses processos impactam a arrumação das células. Algumas pesquisas investigaram como o movimento das células e as mudanças de temperatura podem criar essa ordem hexática. Mas o impacto da divisão e morte celular nessa ordem ainda não é bem compreendido.

Movimento e Divisão Celular

Quando as células se dividem, elas criam novas células. Esse processo pode bagunçar as coisas e causar desordem. Mas quando as células também estão se movendo, isso pode levar a resultados interessantes. Esse estudo foca em como esses processos interagem, especialmente em um modelo de tecido que simula o comportamento das células.

Em tecidos naturais, como as camadas de células que cobrem os órgãos, as células frequentemente crescem e se rearranjam. Elas são influenciadas por vários sinais no corpo. Durante esse crescimento e movimento, os tecidos podem mudar de um estado fluido pra um estado mais estruturado, que consegue lidar com forças, tipo quando os músculos se contraem.

Em sistemas bidimensionais, líquidos podem mudar de um estado pra outro em dois passos. O primeiro passo envolve uma mudança na arrumação das células sem mudar muito suas posições. O segundo passo adiciona mais ordem às posições delas. A fase hexática fica entre esses dois estados, onde há uma certa orientação das células, mas ainda têm liberdade pra se mover.

Pesquisas Anteriores

Muitos modelos analisaram como os tecidos se organizam. A maior parte desses estudos foca em como a desordem pode ser criada, geralmente simulando um processo de derretimento de uma estrutura sólida. Na real, tecidos biológicos raramente começam como estruturas sólidas. A divisão celular costuma bagunçar qualquer arranjo sólido. Apesar disso, a fase hexática não foi vista diretamente em tecidos cultivados em laboratório, exceto em alguns estudos com moscas da fruta em estágio inicial.

Experimentos recentes encontraram ordem hexática em embriões jovens de moscas da fruta. Essas descobertas sugerem que, conforme as células se dividem, há uma mudança notável na arrumação delas. Mas a razão por trás dessa mudança ainda não tá clara.

Pra investigar isso, os pesquisadores usaram um modelo chamado modelo Voronoi autopropelido, que descreve como as células se movem e se dividem. Eles compararam diferentes propriedades dos tecidos pra ver como a divisão celular e o movimento afetam a arrumação.

Descobertas

O estudo descobriu que quando as células se dividem e se movem, isso cria um estado hexático. Em casos sem divisão celular, o tecido transita de um sólido pra um estado hexático e depois pra um estado líquido. Mas quando a divisão celular é incluída, o tecido passa por mudanças separadas de líquido pra hexático e volta pra líquido com um conjunto específico de padrões.

Mesmo que o movimento tende a criar desordem, a combinação de divisão celular e movimento permite que os tecidos formem um estado hexático. Defeitos topológicos, que são irregularidades na arrumação das células, desempenham um papel chave nesse processo.

Modelando Tecidos Biológicos

A pesquisa simulou uma camada de células usando um modelo que considera como as células se comportam. As formas e conexões dessas células são determinadas por suas posições. O modelo também leva em conta como as forças mecânicas dentro do tecido afetam as formas das células.

Dois fatores principais impactam como as células se comportam nesse modelo: a energia associada às suas áreas e perímetros, e como elas se movem por conta própria. As células tendem a mudar de forma e também a se empurrar em direções específicas. Cada célula opera sob certas regras que determinam como se movem e crescem.

Pra manter o comportamento realista, o número de células é controlado pra que permaneça constante. Quando as células se dividem, novas células são adicionadas, e pra equilibrar, algumas células morrem. Isso mantém o total de células estável, imitando como os tecidos mantêm equilíbrio no corpo.

Diferentes Estados nos Tecidos

No estudo, os pesquisadores analisaram como os estados nos tecidos podem ser classificados com base na arrumação e movimento das células. Um estado cristalino é aquele onde as células estão dispostas de forma regular. No estado hexático, há uma orientação na arrumação, mas nem tudo tá perfeitamente alinhado. No estado líquido, não há ordem distinta nenhuma.

Pra analisar como os tecidos mudam entre esses estados, os pesquisadores mediram tanto a ordem translacional quanto a orientacional. A ordem translacional observa quão organizadas estão as posições das células, enquanto a ordem orientacional foca em como as células estão orientadas em relação umas às outras.

Observando Transições

Conforme as células se movem e se dividem, os pesquisadores observaram mudanças nas propriedades do tecido. Em cenários sem divisão celular, o tecido começa como um cristal e transita pra hexático e depois pra um estado líquido conforme o movimento aumenta. Quando a divisão celular acontece, a ordem translacional cai significativamente, indicando que a divisão cria desordem.

Curiosamente, mesmo com a divisão celular causando desordem, ainda havia uma ordem orientacional evidente. Isso sugere que o tecido entra numa fase hexática em certos níveis de atividade. Ao examinar as funções de correlação, que ajudam a descrever a relação entre diferentes pontos no tecido, os resultados indicaram que conforme o tecido se aproxima da fase hexática, a ordem pode ser mantida.

Flutuações e Suscetibilidade

Usando flutuações nos parâmetros de ordem, os pesquisadores encontraram uma maneira de identificar transições entre estados. Uma medida chamada suscetibilidade analisou como esses parâmetros de ordem flutuavam durante o processo de derretimento. Sem a divisão celular, transições claras foram encontradas de cristal pra hexático e de hexático pra líquido. Quando a divisão celular foi incluída, houve dois pontos de transição distintos, indicando as interações complexas que acontecem dentro do tecido.

Conforme as taxas de divisão celular aumentam, os dois pontos de transição ficam mais próximos. Isso sugere que conforme as células se dividem mais rapidamente, o tecido tem menos probabilidade de manter um estado sólido e é mais provável que permaneça em um estado líquido.

Defeitos Topológicos

O estudo também examinou o papel de certos defeitos chamados desclinações e deslocações. Numa fase cristalina pura, todos os defeitos estão fortemente ligados, levando à estabilidade. Em contraste, a fase hexática permite algumas deslocações que se movem livremente, enquanto a fase líquida pode ter desclinações livres.

A divisão celular pode criar deslocações, que bagunçam a arrumação ordenada das células. Em níveis mais baixos de movimento celular, o efeito da divisão leva a um estado desordenado. Mas em certos níveis intermediários de movimento, havia menos desclinações livres e mais deslocações, sugerindo uma fase hexática. Altas taxas de divisão levam a um aumento de desclinações, bagunçando o estado hexático.

Modelo Meanfield

Pra entender melhor como a divisão celular influencia a ordem hexática, os pesquisadores desenvolveram um modelo simplificado. Esse modelo analisou pequenos agrupamentos de células e considerou três estados: cristalino, hexático e líquido. Observando as transições entre esses estados, eles conseguiram fazer previsões sobre como os tecidos se comportam.

O modelo mostrou que na ausência de divisão celular, os tecidos transitam por fases distintas conforme a temperatura aumenta. Quando a divisão celular é considerada, o modelo prevê uma mudança, onde o estado cristalino está ausente, levando a transições repetidas entre estados líquido e hexático.

Implicações das Descobertas

Os resultados desse estudo destacam a importância da divisão celular na organização dos tecidos biológicos. Isso sugere que a divisão atua de forma parecida com a desordem em sistemas físicos, introduzindo mudanças aleatórias que permitem novas arrumações das células. Isso pode levar ao desenvolvimento de uma ordem hexática nos tecidos, um fenômeno que pode ir além da biologia.

Entender esses processos pode ter implicações sobre como vemos a estrutura e função dos tecidos. As descobertas podem oferecer uma visão de como os tecidos mantêm estabilidade enquanto ainda conseguem se adaptar e responder a mudanças no ambiente.

Conclusão

Essa pesquisa ilumina o comportamento fascinante dos tecidos biológicos enquanto eles mudam entre estados líquidos e sólidos. Ao examinar os papéis do movimento celular, da divisão e das mudanças estruturais resultantes, uma melhor compreensão da dinâmica dos tecidos surgiu. O conceito de ordem hexática traz uma nova perspectiva sobre como as células podem manter organização mesmo em meio a mudanças constantes. Esses insights não apenas aprofundam nossa compreensão dos sistemas biológicos, mas também podem informar futuros estudos em física e ciência dos materiais.

Fonte original

Título: Cell Division and Motility Enable Hexatic Order in Biological Tissues

Resumo: Biological tissues transform between solid-like and liquid-like states in many fundamental physiological events. Recent experimental observations further suggest that in two-dimensional epithelial tissues these solid-liquid transformations can happen via intermediate states akin to the intermediate hexatic phases observed in equilibrium two-dimensional melting. The hexatic phase is characterized by quasi-long-range (power-law) orientational order but no translational order, thus endowing some structure to an otherwise structureless fluid. While it has been shown that hexatic order in tissue models can be induced by motility and thermal fluctuations, the role of cell division and apoptosis (birth and death) has remained poorly understood, despite its fundamental biological role. Here we study the effect of cell division and apoptosis on global hexatic order within the framework of the self-propelled Voronoi model of tissue. Although cell division naively destroys order and active motility facilitates deformations, we show that their combined action drives a liquid-hexatic-liquid transformation as the motility increases. The hexatic phase is accessed by the delicate balance of dislocation defect generation from cell division and the active binding of disclination-antidisclination pairs from motility. We formulate a mean-field model to elucidate this competition between cell division and motility and the consequent development of hexatic order.

Autores: Yiwen Tang, Siyuan Chen, Mark J. Bowick, Dapeng Bi

Última atualização: 2023-11-07 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2303.00129

Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2303.00129

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

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