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# Ciências da saúde# Reumatologia

Novas Descobertas sobre a Osteoartrite do Quadril e sua Forma

Pesquisas identificam medidas principais do quadril que estão ligadas ao risco de artrose.

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A Osteoartrite (OA) é uma condição comum que causa dor e incapacidade em muita gente ao redor do mundo. Uma das articulações que frequentemente são afetadas pela OA é o quadril, que é a terceira articulação mais comum a ter esse problema. Pesquisadores acham que a forma do quadril pode influenciar no desenvolvimento da OA no quadril. Ao longo dos anos, estudos analisaram diferentes medições da forma do quadril pra ver se têm relação com a OA, mas muitos desses estudos focavam em medidas uma de cada vez e não consideravam as diferenças entre homens e mulheres.

Quais São os Parâmetros Geométricos do Quadril?

A forma do quadril pode variar entre homens e mulheres. Por exemplo, as mulheres geralmente têm um ângulo de pescoço mais largo e um cabeçote e pescoço femoral menores em comparação com os homens. As medições da forma do quadril, tipo largura do pescoço femoral, comprimento do eixo do quadril e o diâmetro da cabeça femoral, podem estar ligadas ao tamanho do corpo. Isso torna difícil perceber como essas medidas de forma se relacionam com a OA no quadril quando estudadas isoladamente.

Uma nova abordagem chamada Modelagem Estatística de Forma (SSM) analisa toda a articulação do quadril, em vez de focar em medições individuais. Embora esse método ajude a olhar a forma da articulação, pode ser complicado identificar quais aspectos específicos da forma estão relacionados à OA no quadril. Por isso, os pesquisadores decidiram olhar cada medição separadamente.

O Estudo do UK Biobank

O estudo do UK Biobank é um projeto grande que fez exames de quadris em cerca de 40.000 participantes usando um tipo especial de raio-X chamado absorptiometria por dupla energia (DXA). Esse método ajuda a tirar imagens detalhadas do quadril e é mais seguro porque usa uma quantidade menor de radiação do que os raios-X tradicionais. Os pesquisadores pretendem usar os dados desse estudo pra entender melhor as conexões entre as medições da forma do quadril e a OA.

Objetivos do Estudo

Nesta pesquisa, a equipe tinha vários objetivos:

  1. Ver como as medições da forma do quadril se relacionam com o tamanho do corpo.
  2. Analisar as conexões entre essas medições e a OA no quadril, conforme visto em raios-X e diagnósticos hospitalares.
  3. Investigar como essas medições se relacionam com trocas totais de quadril ao longo do tempo.
  4. Descobrir quais dessas medições têm relações independentes com a OA no quadril ao considerar as outras.

Métodos do Estudo

O estudo do UK Biobank começou entre 2006 e 2010 e coletou dados de mais de 500.000 adultos de 40 a 69 anos. Os participantes forneceram informações através de questionários, passaram por exames físicos e tiveram seus registros médicos acessados. Os exames DXA foram realizados em ambos os quadris, e as pernas de cada participante foram posicionadas de uma forma específica pra obter imagens precisas.

Um programa de computador foi usado pra marcar pontos importantes nas imagens do quadril pra ajudar a medir os parâmetros geométricos com precisão. Os pesquisadores definiram as medições da seguinte forma:

  • Largura do Pescoço Femoral (FNW): A menor distância atravessando o pescoço femoral.
  • Diâmetro da Cabeça Femoral (DFH): A largura da cabeça femoral.
  • Comprimento do Eixo do Quadril (HAL): O comprimento da base do grande trocanter até a cabeça femoral.

Resultados Clínicos

Pra investigar os resultados clínicos da OA no quadril, os pesquisadores acessaram dados hospitalares e procuraram casos de OA no quadril e aqueles que passaram por substituições de quadril. O estudo analisou fatores como idade, sexo, altura e peso pra avaliar seu impacto nas relações entre as medições da forma do quadril e a OA.

Descobertas

No total, o estudo incluiu 40.312 indivíduos. A idade média dos participantes era em torno de 63 anos, e os dados mostraram que mais homens do que mulheres tinham OA radiográfica no quadril. Os pesquisadores descobriram que as medições de FNW, DFH e HAL eram maiores em homens em comparação com mulheres.

FNW e OA no Quadril

A análise mostrou uma ligação forte entre um pescoço femoral mais largo e piores graus de OA no quadril. À medida que a FNW aumentava, o risco de ter uma OA mais severa também aumentava. Esse padrão se manteve mesmo depois de ajustar por idade, sexo, altura e peso. As descobertas sugeriram que um pescoço mais largo é um fator importante no desenvolvimento da OA no quadril.

HAL e OA no Quadril

Para o comprimento do eixo do quadril, uma medição mais longa também estava conectada a graus mais severos de OA, mas a força dessa associação diminuiu quando os pesquisadores ajustaram para outros fatores. Isso significa que, embora HAL estivesse ligado à OA no quadril, não era um preditor tão forte quanto a FNW.

DFH e OA no Quadril

O diâmetro da cabeça femoral inicialmente mostrou uma associação positiva com a OA no quadril, significando que cabeças maiores estavam relacionadas a uma OA mais severa. No entanto, uma vez que outras medições de forma foram consideradas, essa relação mudou, sugerindo que uma cabeça femoral menor pode ser um fator de risco para OA no quadril.

Implicações das Descobertas

Esse estudo é importante porque examinou um grande número de participantes e usou técnicas de imagem avançadas pra olhar a forma do quadril. Os resultados destacam a importância da largura do pescoço femoral na previsão do risco de OA no quadril. Isso sugere que prestar mais atenção à FNW pode ajudar na identificação precoce de indivíduos em risco de desenvolver OA no quadril.

Embora o estudo tenha encontrado relações entre os parâmetros da forma do quadril e a OA, também apontou que a compreensão geral dessas conexões ainda está se desenvolvendo. Os pesquisadores notaram que suas descobertas não provam causalidade - ou seja, não dá pra afirmar que uma causa a outra - e que mais pesquisas são necessárias.

Limitações do Estudo

Apesar de esse estudo fornecer insights valiosos, também há limitações. O estudo foi observacional, o que significa que não pode determinar causa e efeito. A maioria dos participantes era caucasiana, o que levanta questões sobre se as descobertas se aplicam a diferentes grupos étnicos. Além disso, o estudo não focou nos lados específicos do corpo ao olhar para os resultados clínicos, o que poderia afetar os resultados.

Conclusão

O estudo concluiu que três medições importantes relacionadas à forma do quadril podem ser obtidas a partir de exames avançados e que essas medições se relacionam com o risco de OA no quadril. Especificamente, um pescoço femoral mais largo mostrou as associações mais fortes com o risco de OA e futuras substituições de quadril. O estudo abre oportunidades para uma triagem melhor e compreensão da OA no quadril, mas mais pesquisas são necessárias pra explorar como essas medições podem ajudar a prever o risco de OA no quadril e gerenciar opções de tratamento de forma eficaz.

Fonte original

Título: Hip geometric parameters are associated with radiographic and clinical hip osteoarthritis: findings from a cross-sectional study in UK Biobank

Resumo: ObjectivesTo examine the extent to which geometric parameters derived from dual-energy x-ray absorptiometry (DXA) scans in the UK Biobank (UKB) study are related to hip osteoarthritis (HOA) independently of sex, age and body size. MethodsFemoral neck width (FNW), diameter of the femoral head (DFH) and hip axis length (HAL) were derived automatically from left hip DXA scans in UKB using outline points placed around the hip by a machine-learning program. Correlations were calculated between geometric parameters, age, height, and weight. Logistic regression was used to examine the relationship of geometric parameters with radiographic hip osteoarthritis (rHOA), and hospital diagnosed HOA (HESOA), and Cox proportional hazards model to evaluate the relationship with total hip replacement (THR). Analyses were adjusted for sex, age, height, weight, and geometric parameters. ResultsComplete data were available for 40,312 participants. In age and sex-adjusted analyses, FNW, HAL and DFH were all related to increased risk of rHOA. Despite strong relationships between geometric parameters and body size, relationships between geometric parameters and HOA showed little attenuation after adjustment for height and weight. Following mutual adjustment, both HAL and FNW retained independent relationships with rHOA, while DFH was now protective. Only FNW was independently related to HESOA and THR. ConclusionGreater FNW and HAL were independently related to an increased risk of rHOA, whereas greater DFH appeared to be protective. Greater FNW was independently predictive of HESOA and THR. These results suggest DXA-derived geometric parameters, particularly FNW, could help to predict HOA and THR risk.

Autores: Benjamin G Faber, S. V. Heppenstall, R. Ebsim, F. R. Saunders, C. Lindner, J. S. Gregory, R. M. Aspden, N. C. Harvey, T. Cootes, J. H. Tobias, M. Frysz

Última atualização: 2023-03-29 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.28.23287740

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.03.28.23287740.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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