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# Ciências da saúde# Epidemiologia

Fatores de Risco de Doenças Cardiovasculares em Gabão

Estudo revela riscos de saúde preocupantes ligados ao estilo de vida urbano em Gabão.

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Aumento dos Riscos de DCVAumento dos Riscos de DCVem Gabãoação urgente em Gabão.Tendências alarmantes de saúde exigem
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Doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morte no mundo. Em 2019, cerca de 17,9 milhões de mortes foram atribuídas a DCV, com muitas delas acontecendo em países de baixa e média renda. Essas doenças incluem condições que afetam o coração e os vasos sanguíneos, como AVC e doença coronariana. O número de mortes por DCV deve aumentar. Até 2030, estima-se que 23 milhões de pessoas morrerão dessas doenças. Na África subsaariana, um aumento alarmante nos casos de DCV foi notado nos últimos 30 anos, superando algumas doenças infecciosas como malária e tuberculose como a principal causa de morte.

O Papel dos Fatores de Risco

Doenças cardiometabólicas (DCM), que incluem as DCV, são influenciadas por vários fatores de risco. Esses fatores podem ser divididos em dois tipos: modificáveis e não modificáveis. Os fatores não modificáveis incluem idade, enquanto os modificáveis incluem pressão alta, Diabetes, níveis de colesterol não saudáveis, fumo, falta de atividade física, consumo excessivo de álcool e baixa ingestão de frutas e vegetais. Pressão alta pode aumentar as chances de AVC e doenças cardíacas, enquanto diabetes pode dobrar o risco de DCV.

Na África subsaariana, pressão alta, diabetes tipo 2 e Obesidade são alguns dos fatores de risco mais comuns para DCM. A urbanização aumentou rapidamente nessa região, levando a estilos de vida mais não saudáveis. O crescimento urbano não planejado muitas vezes significa menos lugares para as pessoas se manterem ativas, além de facilitar o acesso a alimentos não saudáveis, tabaco e álcool.

Diferenças Entre Áreas Urbanas e Rurais

Pesquisas anteriores mostraram que existem diferenças na prevalência de fatores de risco para DCM entre populações urbanas e rurais. Por exemplo, dados de Camarões mostraram que obesidade e níveis altos de açúcar no sangue eram mais comuns nas cidades do que no campo. Homens e mulheres também apresentam padrões diferentes em relação aos fatores de risco. Geralmente, mulheres são mais propensas à obesidade, enquanto homens tendem a fumar mais.

Em Gabão, os dados sobre DCM e seus fatores de risco são limitados. No entanto, alguns estudos relataram casos significativos de DCV e diabetes. A Organização Mundial da Saúde observou que um em cada cinco habitantes de Gabão é considerado obeso, e uma porcentagem notável de mortes está ligada a DCV. Recentemente, sugeriu-se que o aumento das taxas de DCM na África subsaariana se deve à falta de programas de saúde e estratégias de prevenção adequados. A falta de dados dificulta os esforços para lidar eficazmente com essas doenças.

O Estudo Sobre Fatores de Risco em Gabão

Para entender melhor a questão, um estudo foi realizado em Gabão para determinar a prevalência de fatores de risco para DCM em áreas urbanas e rurais. O estudo ocorreu em dois locais urbanos, Melen e Libreville, e dois locais rurais, Bitam e Koula-Moutou. Voluntários com 18 anos ou mais participaram, e uma série de avaliações de saúde e questionários foram usados para coletar informações sobre saúde e estilo de vida.

Recrutamento de Participantes

Os voluntários foram recrutados por meio de campanhas de conscientização em centros de saúde. Para participar do estudo, os indivíduos tinham que ser residentes da área do estudo há pelo menos dois anos e concordar em participar. Mulheres grávidas foram excluídas do estudo.

Tamanho da Amostra e Coleta de Dados

O número necessário de participantes foi calculado com base em dados anteriores. A equipe de pesquisa usou um questionário padronizado para coletar informações sobre vários fatores de estilo de vida, como fumo, consumo de álcool e dieta. Exames físicos adicionais incluíram a medição de altura, peso, pressão arterial e outros indicadores de saúde. Amostras de sangue também foram coletadas para avaliar os níveis de colesterol e glicose.

Desafios na Coleta de Dados

Esforços foram feitos para garantir que os dados coletados fossem precisos. Todas as medições foram feitas por profissionais treinados, e participantes com indicadores de saúde preocupantes foram encaminhados para avaliação adicional. Os dados foram inseridos duas vezes para evitar erros.

Características da População do Estudo

No total, cerca de 1.098 pessoas foram abordadas para o estudo, e 978 foram entrevistadas. A maioria dos participantes eram mulheres e a maioria tinha menos de 54 anos. Muitos tinham pelo menos o ensino médio, e mais da metade estava em um relacionamento. Participantes urbanos eram geralmente mais jovens e mais educados do que aqueles que vivem em áreas rurais.

Fatores de Risco Comportamentais

O estudo revelou que uma porcentagem significativa de participantes fumava, com homens sendo mais propensos a fumar do que mulheres. O consumo de álcool era ainda mais comum, com homens e pessoas que vivem em áreas rurais em maior risco de beber em excesso. Residentes rurais também tendiam a usar mais sal em sua comida do que os que estavam em áreas urbanas.

Infelizmente, a ingestão de frutas e vegetais era baixa, com apenas uma pequena porcentagem atendendo a ingestão recomendada. Os níveis de atividade física também eram preocupantes, especialmente entre os residentes urbanos. No geral, muitos participantes levavam estilos de vida sedentários, o que pode contribuir para problemas de saúde.

Prevalência de Problemas de Saúde

Uma descoberta impressionante foi que quase metade dos participantes foi diagnosticada com pressão alta. Essa taxa foi notavelmente maior em áreas urbanas, onde outros fatores de risco como diabetes, obesidade e níveis altos de colesterol também eram prevalentes. Cerca de um quinto daqueles com hipertensão estavam em tratamento, indicando que um número significativo estava ou não ciente de sua condição ou não recebendo tratamento.

O Impacto da Vida Urbana

Residentse urbanas mostraram uma maior prevalência de fatores de risco para DCM, incluindo obesidade, pressão alta e níveis de colesterol não saudáveis. As mulheres, em particular, demonstraram uma tendência maior para a obesidade em comparação aos homens. Os achados sugerem que viver em áreas urbanas, combinado com escolhas de estilo de vida não saudáveis, aumenta o risco de problemas cardíacos.

Fatores de Risco Biológicos

O estudo também analisou amostras de sangue para avaliar vários fatores de risco biológicos. O indicador mais notável foi os níveis baixos de colesterol HDL, o "bom" colesterol. Embora alguns fatores de risco fossem menos frequentes, a preocupação continuava alta, especialmente em relação à síndrome metabólica, que aumenta o risco de doenças cardíacas e diabetes.

Escore de Risco Framingham

Para estimar o risco de doenças cardíacas em 10 anos, o estudo utilizou o escore de risco Framingham. Esse método leva em conta vários indicadores de saúde, como pressão arterial e níveis de colesterol. Os resultados indicaram um risco maior de eventos cardiovasculares entre os moradores urbanos.

Conclusão: Uma Necessidade Crescente de Ação

Os achados gerais do estudo demonstram uma alta prevalência de fatores de risco para doenças cardiovasculares e metabólicas em Gabão. Existem diferenças claras nos riscos à saúde com base nas condições de vida e gênero. Dado que muitas pessoas apresentam múltiplos fatores de risco, há uma necessidade imediata de programas de saúde eficazes voltados para a prevenção, detecção e tratamento dessas doenças.

Recomendações para Futuras Estratégias de Saúde

Uma abordagem regional é essencial ao elaborar estratégias para combater as crescentes taxas de DCM. Os esforços devem se concentrar em aumentar a conscientização sobre estilos de vida saudáveis, garantindo acessibilidade a serviços de saúde e incentivando check-ups de saúde de rotina para reduzir o impacto das DCV tanto em áreas urbanas quanto rurais. Uma coleta de dados mais abrangente e campanhas de saúde direcionadas serão cruciais para fazer uma diferença significativa na saúde pública em Gabão.

Fonte original

Título: Prevalence of cardiometabolic risk factors according to urbanization level, gender and age, in apparently healthy adults living in Gabon, Central Africa

Resumo: The prevalence of cardiometabolic risk factors (CMRFs) is increasing in sub-Saharan Africa and represents a serious health issue. Specific and accurate data are required to implement prevention programs and healthcare strategies. Thus, the aim of this study was to estimate the prevalence rates of CMRFs according to the level of urbanization, age and gender in Gabon. A cross-sectional study was conducted using the World Health Organizations (WHO) stepwise approach for the surveillance of chronic disease risk factors. Participants over 18 years of age, without known underlying disease, from rural and urban areas of Gabon were included. Biological and behavioral data were collected using an adapted version of the standardized WHO survey questionnaire. The median age was 38[28-50] years. Tobacco consumption was more frequent in rural areas than in urban areas (26.1% vs 6.2%; p < 0.01). Men were more likely to be smokers than women, in both settings (aOR: 8.0[4.9-13.5], p < 0.01). Excessive alcohol consumption (19.4% vs 9.6%; p < 0.01) predominated in rural than in urban areas. Urban dwellers were less physically active than rural people (29.5% vs 16.3%; p < 0.01). In total, 79.9% of participants aged under 54 years had a high blood pressure (HBP) while 10.6% of the younger participants had pre-hypertension. Metabolic syndrome was higher in women (21.7% vs 10.0%; p < 0.01) than in men. Furthermore, 6.4% of men and 2.5% of women had a high risk of developing coronary heart diseases in the next 10 years (p = 0.03). Finally, 54.0% of the study population had three or four risk factors. The prevalence rates of CMRFs were high in the study population. Disparities were observed according to urban and rural areas, gender and age groups. National prevention and healthcare strategies for cardiometabolic diseases in Gabon should take into account these observed differences.

Autores: Marielle K Bouyou-Akotet, M. F. A. Mengome, H. N. Kono, E. A. Bivigou, N. P. Mbondoukwe, J.-M. N. Ngomo, B. M. Ditombi, B. P. Ngondza, C. Bisseye, D. P. Mawili-Mboumba

Última atualização: 2023-05-05 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.04.23289536

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.04.23289536.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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