Apoio Digital pro Redução de Opioides em Pacientes com Dor Crônica
Avaliando um programa de mensagens de texto pra pacientes diminuindo o uso de opioides.
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Índice
A dor crônica é uma das principais causas de incapacidade no mundo todo. Muitas pessoas com dor crônica não relacionada ao câncer (CNCP) recebem medicamentos opioides pra ajudar a lidar com o desconforto. Mas, diretrizes recentes sugerem que o uso prolongado desses remédios pode não trazer benefícios significativos e pode causar efeitos colaterais prejudiciais. Por conta disso, os médicos estão começando a recomendar que os pacientes reduzam gradualmente suas doses de opioides ou parem de tomá-los de vez, o que é conhecido como desmame.
Pesquisas mostram que, pra maioria dos pacientes, o desmame dos opioides não resulta em aumento nos níveis de dor a longo prazo e pode até melhorar a capacidade de funcionar e a qualidade de vida. Apesar disso, as experiências durante o processo de desmame podem variar muito entre os pacientes. Alguns podem enfrentar sintomas de abstinência ou ter problemas de humor e dor durante esse período. Estudos também encontraram riscos associados ao desmame, como a possibilidade de overdose.
Parece que a forma como um paciente enfrenta o desmame pode depender do apoio que ele tem acesso, incluindo educação sobre dor, verificações regulares com o médico, um bom relacionamento com o profissional de saúde e estratégias pra lidar com dor e abstinência. Infelizmente, conseguir esse apoio nem sempre é fácil.
Tecnologias de Saúde Digital, especialmente aquelas que usam celulares (geralmente chamadas de saúde móvel ou mHealth), estão se tornando uma solução potencial pra ajudar os pacientes a gerenciar mudanças na saúde. Essas ferramentas podem fornecer serviços de saúde de forma econômica e podem ser ajustadas pra atender às diversas necessidades de diferentes grupos populacionais. Revisões recentes descobriram que intervenções de saúde digital podem ajudar a melhorar os níveis de dor, o bem-estar mental e a qualidade de vida de quem vive com dor crônica.
Embora ainda haja evidências limitadas sobre a eficácia de ferramentas digitais pra apoiar pacientes com CNCP durante o desmame, há esperança nessa área. Trabalhos anteriores mostraram que muitos pacientes com CNCP estão abertos a usar mensagens de texto pelo celular pra ajudar no desmame dos opioides. Vídeos Educativos também se mostraram eficazes em informar os pacientes sobre o gerenciamento da dor crônica e o desmame de opioides.
Usando insights de pesquisas anteriores, foi criado um programa digital composto por vídeos informativos e mensagens de texto móveis pra apoiar pacientes com CNCP que estão se desmamando de opioides prescritos. O feedback tanto de pacientes quanto de clínicos indicou que esse programa era apropriado e provavelmente ajudaria durante o processo de desmame. Um pequeno teste piloto mostrou que essa intervenção era viável e aceitável para os pacientes que frequentam clínicas de manejo da dor.
Nesse estudo, planejamos avaliar a eficácia do programa de mensagens de texto em grupos de pacientes maiores e mais diversos na Austrália. Em vez de limitar nossa recrutamento a clínicas especializadas em dor, vamos incluir uma amostra comunitária mais ampla, o que vai nos ajudar a identificar obstáculos e facilitadores para o uso do suporte digital de forma mais abrangente. Também vamos reavaliar a viabilidade e segurança da intervenção, já que fizemos algumas mudanças no programa após o teste piloto.
Nosso objetivo principal é ver se a intervenção de mensagens de texto pode ajudar a reduzir os níveis de dor em pacientes com CNCP durante o processo de desmame. Também vamos observar como a intervenção afeta os sintomas de ansiedade e depressão, a autoeficácia no gerenciamento da dor e no desmame de opioides, e quaisquer sintomas de abstinência que eles experimentem. Queremos explorar a experiência geral dos participantes pra informar o uso futuro desse suporte digital em uma escala maior.
Métodos e Análise
Esse estudo está desenhado como um ensaio clínico randomizado duplo-cego (RCT) com dois grupos. O objetivo principal é comparar os efeitos de um programa diário de mensagens de texto combinado com um vídeo educativo com um vídeo educativo isolado, além do cuidado usual.
Os participantes serão recrutados em toda a Austrália através de várias formas, como redes sociais, jornais e eventos comunitários. Pessoas interessadas vão encontrar um link pra nossa página do estudo onde podem aprender mais e checar sua elegibilidade.
Uma vez elegíveis, os participantes vão consentir em participar do estudo. O cuidado regular desses indivíduos vai depender dos médicos deles, e eles serão supervisionados durante o processo de desmame. Cada participante vai estar envolvido por um total de 12 semanas.
Após dar o consentimento e preencher questionários iniciais, os participantes serão atribuídos aleatoriamente a um dos dois grupos. Aqueles no grupo de intervenção vão receber uma mensagem de boas-vindas e um link pra um vídeo educativo no Dia 1, seguidos por mensagens de texto diárias por 12 semanas. O vídeo cobre dor crônica, desmame de opioides e estratégias pra gerenciar a dor. As mensagens de texto servem como lembretes e incentivam os participantes durante o período de desmame.
Os participantes do grupo controle vão assistir ao mesmo vídeo educativo, mas não vão receber mensagens de texto. O conteúdo do vídeo será semelhante, mas eles não terão o suporte extra das mensagens diárias.
O principal resultado que vamos medir é o nível de dor do paciente após 12 semanas usando uma escala específica. Também vamos acompanhar sintomas relacionados à ansiedade e depressão, mudanças na dosagem de opioides e autoeficácia no gerenciamento da dor e no desmame de opioides.
No final do estudo, vamos reunir feedback através de pesquisas pra entender o quão bem o suporte digital funcionou para os participantes e quão aceitável eles acharam. Entrevistas também serão realizadas pra obter insights mais profundos sobre suas experiências.
Atribuição das Intervenções
Vamos usar um sistema pra gerenciar o recrutamento de participantes, randomização e coleta de dados. Cada participante será colocado aleatoriamente em um grupo após completar os questionários iniciais. Essa alocação será mantida em sigilo, garantindo que tanto os participantes quanto a equipe de pesquisa não saibam em qual grupo um participante está até após a randomização.
Pra manter a integridade do estudo, participantes, clínicos, coletadores de dados e estatísticos não terão conhecimento das atribuições de grupo. Os participantes saberão que estão recebendo suporte de saúde digital, mas não saberão detalhes sobre o outro grupo.
Plano de Coleta de Dados
Os participantes preencherão questionários online em horários definidos durante o estudo. Eles receberão lembretes através de mensagens de texto pra garantir que completem essas pesquisas. O feedback dos participantes será coletado através de entrevistas no final do estudo pra obter insights mais detalhados.
Dados sobre o número de mensagens enviadas também serão rastreados. Informações sobre as experiências dos participantes, incluindo recrutamento e retenção, serão analisadas pra avaliar a viabilidade do suporte digital.
Análise Estatística
Pretendemos envolver cerca de 220 participantes pra detectar diferenças significativas entre os dois grupos. Pesquisadores que analisam os dados não saberão em qual grupo os participantes estavam até que a análise esteja completa.
O resultado principal será medido usando um sistema específico de pontuação, e um modelo estatístico será utilizado pra avaliar diferenças entre os grupos em pontos determinados durante o estudo.
Vamos analisar os resultados secundários de forma semelhante, usando modelos que examinam medidas repetidas ao longo do tempo. Análises adicionais serão realizadas pra explorar tendências e possíveis fatores que podem influenciar os resultados.
Ética e Disseminação
Recebemos aprovação ética pra esse estudo. Os resultados serão compartilhados através de publicações e apresentações pra garantir que os insights obtidos possam contribuir com práticas futuras no manejo da dor crônica.
Essa pesquisa destaca um teste projetado pra avaliar a eficácia de uma intervenção de saúde digital para pacientes com CNCP durante o desmame de opioides. Se for bem-sucedida, esse suporte digital pode oferecer uma solução prática que é econômica e adaptável pra uma implementação mais ampla no manejo da dor crônica e na redução da dependência de opioides.
No entanto, reconhecemos algumas limitações no nosso desenho do ensaio, incluindo a variabilidade em como os participantes podem reduzir suas doses de opioides e as possíveis diferenças no cuidado usual. Trabalharemos pra capturar essas variações e informar futuras pesquisas. Os resultados desse estudo podem levar a melhorias valiosas em como apoiamos pacientes durante seus processos de gerenciamento da dor e desmame.
Título: A text messaging intervention to support patients with chronic pain during prescription opioid tapering: protocol for a double-blind randomised controlled trial
Resumo: IntroductionIncreases in pain and interference with quality of life is a common concern among people with chronic non-cancer pain (CNCP) who are tapering opioid medications. Research indicates that access to social and psychological support for pain self-management may help people to reduce their opioid dose without increasing pain and interference. This study evaluates the efficacy of a text messaging intervention designed to provide people with CNCP with social and psychological support for pain self-management while tapering long-term opioid therapy (LTOT) under the guidance of their prescriber. Methods and analysisA double-blind randomised controlled trial will be conducted. Patients with CNCP (n = 220) who are tapering LTOT will be enrolled from across Australia. Participants will continue with their usual care while tapering LTOT under the supervision of their prescribing physician. They will randomly receive either a psycho-educational video and supportive text messaging (two SMS per day) for 12 weeks or the video only. The primary outcome is the pain intensity and interference assessed by the Pain, Enjoyment of Life and General Activity scale. Secondary outcomes include mood, self-efficacy, pain cognitions, opioid dose reduction, withdrawal symptoms, and acceptability, feasibility, and safety of the intervention. Participants will complete questionnaires at baseline and then every four weeks for 12 weeks and will be interviewed at week 12. This trial will provide evidence for the efficacy of a text messaging intervention to support patients with CNCP who are tapering LTOT. If proven to be efficacious and safe, this low-cost intervention can be implemented at scale. Ethics and disseminationThe study protocol was reviewed and approved by the Northern Sydney Local Health District (Australia). Study results will be published in peer-reviewed journals and presented at scientific and professional meetings. Trial registration numberACTRN12622001423707. Strengths and limitations of this studyO_LIThis protocol describes a double-blind randomised controlled trial in which patients, clinicians, investigators, outcome assessors, and statistician will all be blind to group allocation. C_LIO_LIThe intervention was co-designed with input from both patients and clinicians and further refined based on feedback received during a pilot study of the intervention. C_LIO_LIThe design and procedures of this trial were informed by the feasibility and potential efficacy measures of a pilot trial. C_LIO_LIBy using a broad community-based sample, this study aims to conduct more inclusive pain research and investigate the barriers and facilitators of implementing digital support on a larger scale. C_LIO_LIDesigning a sham or placebo control that is completely identical to the intervention is a challenge for a digital intervention. The active control may provide benefits to its recipients, potentially leading to an underestimation of the actual effect size of the digital support. C_LI
Autores: Claire E Ashton-James, A. Gholamrezaei, M. R. Magee, A. G. McNeilage, L. Dwyer, H. Jafari, A. M. Sim, M. L. Ferreira, B. D. Darnall, P. Glare
Última atualização: 2023-05-09 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.08.23289534
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.08.23289534.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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