Crise de Saúde Materna Durante a COVID-19 no Brasil
Analisando o impacto da COVID-19 em gestantes no Brasil.
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Índice
No final de 2019, um novo vírus chamado SARS-CoV-2 apareceu na China. Em março de 2020, foi declarado pandemia devido à sua rápida disseminação e ao aumento de casos e mortes no mundo todo. Com o vírus afetando muita gente, ficou claro que certos grupos, incluindo Mulheres Grávidas, estavam em maior risco de doenças graves e complicações.
Mulheres Grávidas e COVID-19
As mulheres grávidas passam por várias mudanças físicas que podem deixá-las mais vulneráveis a infecções. Embora as pesquisas não tenham provado que o vírus poderia ser transmitido da mãe para o bebê durante a gravidez, grávidas com COVID-19 enfrentaram várias complicações. Isso incluiu partos prematuros, abortos espontâneos, cesarianas de emergência, problemas no crescimento do bebê e até mortes das mães ou situações em que quase morreram devido a complicações relacionadas à gravidez.
No Brasil, houve relatos alarmantes mostrando o impacto significativo da COVID-19 nas mulheres grávidas. Em 2021, foi relatado que o Brasil tinha o maior número de mortes maternas ligadas ao vírus. Muitas grávidas e mães recentes afetadas pela COVID-19 eram brasileiras, e os números reais podem ser ainda maiores, porque nem todos os casos foram relatados.
Reduzir o número de mães que morrem durante a gravidez é um objetivo global, mas a COVID-19 tornou essa tarefa ainda mais difícil. As Nações Unidas estabeleceram uma meta para o Brasil reduzir sua taxa de mortalidade materna para no máximo 30 mortes por 100.000 nascimentos vivos até 2030. No entanto, em 2021, essa taxa ainda estava alarmantemente alta, com 107 mortes por 100.000 nascimentos.
Para alcançar a meta das Nações Unidas, o Brasil precisa melhorar a Saúde das mulheres grávidas e garantir que elas recebam o devido cuidado antes, durante e depois do parto. Se essas políticas não forem eficazes, pode mostrar que o país está falhando em proteger suas mulheres adequadamente.
Entendendo o Quase Falecimento Materno
Uma abordagem para reduzir as mortes maternas é estudar os casos de "quase falecimento." Esse termo se refere a situações em que mulheres quase morreram devido a complicações graves durante a gravidez ou parto. Acredita-se que muitos casos de grávidas que precisaram de cuidados intensivos devido à COVID-19 poderiam ter sido evitados com melhores medidas de prevenção e promoção da saúde.
É importante educar os profissionais de saúde sobre os fatores que podem causar complicações nas grávidas. Esse conhecimento pode ajudar a prevenir casos graves e melhorar os resultados tanto para as mães quanto para seus bebês.
Visão Geral do Estudo
O objetivo do estudo foi analisar os fatores relacionados aos quase falecimentos maternos no Brasil devido à COVID-19. Os dados vieram de registros hospitalares de mulheres grávidas e puérperas diagnosticadas com COVID-19 de março de 2020 a março de 2022. O estudo seguiu diretrizes para relatar estudos observacionais em saúde pública.
Os dados coletados para o estudo incluíram informações de todos os 27 estados do Brasil, cobrindo uma população de mais de 214 milhões de pessoas. A faixa etária do estudo focou em mulheres entre 10 e 49 anos, já que essa é geralmente considerada a idade fértil.
Fontes de Dados
Os dados foram coletados do sistema de registros públicos do Ministério da Saúde. Esse sistema foi criado originalmente para monitorar casos de gripe, mas foi modificado durante a pandemia para incluir casos de COVID-19. Os dados foram coletados com software específico e analisados para identificar fatores-chave associados aos quase falecimentos maternos.
O estudo envolveu a análise de quase 20.000 casos hospitalares de mulheres grávidas e puérperas afetadas pela COVID-19. Entre esses casos, uma parte significativa das mulheres estava grávida, enquanto o restante era puérpera. Uma porcentagem dessas mulheres enfrentou complicações graves que exigiram internação em UTI.
Principais Resultados
A pesquisa revelou vários fatores importantes associados aos quase falecimentos maternos devido à COVID-19. A análise dos dados mostrou que:
- Mulheres mais velhas (35 anos ou mais) tinham mais chances de precisar de cuidados em UTI.
- Mulheres com níveis educacionais mais baixos e aquelas que moravam em áreas periurbanas tinham riscos mais altos.
- Alguns sinais e sintomas, como febre, tosse e, principalmente, baixa saturação de oxigênio, estavam ligados a maiores chances de internação em UTI.
Ao olhar para condições de saúde pré-existentes, mulheres com problemas como doenças cardíacas, asma, diabetes e obesidade eram mais propensas a enfrentar desfechos graves. A necessidade de suporte respiratório em pacientes de UTI também era um forte indicativo de complicações.
Considerações Adicionais
O estudo destacou que mulheres não vacinadas tinham mais chances de serem internadas em UTI do que aquelas que receberam vacinas contra gripe e COVID-19. Condições sociais precárias, incluindo desigualdades econômicas, também desempenharam um papel significativo nos desfechos de saúde das mulheres grávidas durante a pandemia.
Mulheres negras e pardas foram identificadas como sendo desproporcionalmente afetadas por casos graves de COVID-19. Apesar de terem taxas mais baixas de internações em UTI, esse grupo enfrentou taxas de mortalidade mais altas. As razões por trás dessa tendência incluíam desigualdades históricas no acesso à saúde.
Impacto da Gravidez na Saúde
A gravidez traz mudanças fisiológicas únicas que podem deixar as mulheres mais vulneráveis durante infecções como a COVID-19. Mudanças na função pulmonar e no sistema imunológico durante a gravidez podem levar a problemas respiratórios mais graves. Sintomas como dificuldade para respirar foram comuns entre os pacientes hospitalizados, indicando uma forma severa da doença.
Importância do Suporte Ventilatório
O estudo constatou que mulheres grávidas e puérperas frequentemente precisavam de várias formas de suporte ventilatório quando hospitalizadas por COVID-19. Isso incluía métodos invasivos e não-invasivos. Mulheres com problemas respiratórios severos enfrentaram intervenções médicas mais intensas.
A necessidade de suporte ventilatório destaca a seriedade da COVID-19 nessa população e os desafios no gerenciamento de seu cuidado. Intervenções e tratamentos eficazes durante a gravidez são essenciais para melhorar os resultados dessas mulheres.
Papel da Vacinação
A vacinação mostrou ser um fator de proteção para as mulheres grávidas. Aqueles que foram vacinados contra COVID-19 e gripe tiveram menos chances de enfrentar complicações graves ao se infectarem. Campanhas de saúde focadas na vacinação de mulheres grávidas têm sido críticas durante essa pandemia.
Recomendações para Melhoria
Para reduzir o número de quase falecimentos e mortes maternas, os sistemas de saúde precisam implementar protocolos eficazes e medidas preventivas. Isso inclui promover a vacinação entre mulheres grávidas e puérperas e garantir acesso equitativo aos serviços de saúde para populações vulneráveis.
Melhorar o acesso à saúde e focar nas desigualdades sociais são necessários para aprimorar a saúde geral das mulheres grávidas. Um treinamento adequado para trabalhadores de saúde sobre como identificar e gerenciar fatores de risco associados à gravidez durante a pandemia também é essencial.
Conclusão
A pandemia da COVID-19 impactou significativamente a saúde materna, especialmente em países como o Brasil. Compreender os fatores que contribuem para os quase falecimentos maternos pode ajudar a refinar as estratégias de saúde e melhorar o cuidado das mulheres grávidas. Endereçar disparidades e promover vacinas são passos vitais para combater os desafios impostos pela pandemia à saúde materna.
Em resumo, embora a situação tenha sido grave, existem caminhos a seguir por meio da educação, acesso melhorado à saúde e intervenções de saúde pública direcionadas. Um esforço coletivo é necessário para proteger a saúde das mães e de seus filhos durante esses tempos desafiadores.
Título: Factors associated with the near miss of pregnant and postpartum women hospitalized by Covid-19
Resumo: ObjectiveTo analyze the factors associated with maternal near miss due to Covid-19 in Brazil. Methodcross-sectional study that assessed the cases of pregnant and postpartum women hospitalized with SARS due to Covid-19, aged between 10 and 49 years and from March 2020 to March 2022. Secondary data available in the Influenza Epidemiological Surveillance Information System (SIVEP-Flu) were used. Data were analyzed using SPSS statistical software, with univariate analysis followed by logistic regression. Resultsthe significant independent factors associated with near miss in pregnant postpartum women due to Covid-19 were black/brown race, O2 saturation
Autores: Joao Vissoci, A. C. Schultz da Silva, M. Moroskoski, N. N. de Oliveira, F. A. M. de Brito, M. d. A. P. Silva, M. A. Salci, L. Carreira, R. R. de Oliveira
Última atualização: 2023-05-11 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.10.23289809
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.10.23289809.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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