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# Ciências da saúde# Epidemiologia

Riscos de Saúde a Longo Prazo da Poluição do Ar na Infância

Este estudo mostra os efeitos duradouros da exposição ao PM2.5 desde a infância na saúde.

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O Impacto Duradouro daO Impacto Duradouro daPoluição do Ar na Saúdeadulta.os riscos de mortalidade na vidaA exposição à PM2.5 na infância aumenta
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A Poluição do ar é uma grande ameaça à nossa saúde. Um tipo de poluição do ar, as partículas finas (PM2.5), é especialmente prejudicial. As partículas PM2.5 são tão pequenas que conseguem entrar facilmente no nosso corpo e causar problemas sérios de saúde. Estudos mostram que a Exposição ao PM2.5 está ligada a cerca de 4,2 milhões de mortes no mundo todo e milhões de anos perdidos por causa de incapacidades. Esse tipo de poluição está relacionado a um aumento das chances de morrer por várias causas, especialmente doenças cardíacas e problemas respiratórios.

Embora muitos estudos tenham analisado os efeitos da poluição do ar em períodos curtos e médios, há menos foco em seus efeitos a longo prazo. Especificamente, não sabemos muito sobre como a exposição ao PM2.5 por longos períodos, especialmente nos primeiros anos de vida, pode impactar a saúde mais tarde. Pesquisas indicam que estágios cruciais de desenvolvimento, como o período antes do nascimento e os primeiros anos da infância, são particularmente vulneráveis aos efeitos da poluição.

O Estudo

Para investigar essa questão, os pesquisadores estudaram um grupo de pessoas nascidas na Escócia em 1936. Eles queriam descobrir se a exposição precoce ao PM2.5 fazia diferença nas taxas de Mortalidade geral e nas mortes por causas específicas conforme essas pessoas envelheciam. Os pesquisadores usaram dados históricos de alta qualidade que incluíam informações sobre onde os participantes moravam e seus registros de saúde ao longo dos anos.

Eles se concentraram em algumas perguntas-chave:

  1. A exposição ao PM2.5 na infância leva a taxas de mortalidade geral mais altas na vida adulta?
  2. Existe uma conexão entre a exposição ao PM2.5 e mortes por causas específicas na terceira idade?
  3. Como a capacidade cognitiva na infância influencia essa conexão?

Para encontrar as respostas, os pesquisadores coletaram dados de várias fontes. Usaram registros nacionais, resultados de testes Cognitivos de crianças e dados de serviços de saúde. Eles tinham um bom tamanho de amostra com 3.626 indivíduos, o que permitiu analisar as informações de forma completa.

Exposição ao PM2.5

Os pesquisadores estimaram os níveis de PM2.5 na Escócia para o ano de 1935 usando modelos especializados. Esses modelos levam em conta diferentes fatores, como emissões de veículos e indústrias, para calcular os níveis de poluição. Os níveis estimados de PM2.5 variaram bastante, indicando que algumas áreas enfrentaram poluição muito maior do que outras. O endereço de cada participante de 1939 foi vinculado a esses níveis estimados de poluição para entender melhor sua exposição.

Registros de Mortalidade

Os pesquisadores conseguiram acompanhar as mortes dos indivíduos por um longo período. Eles reuniram informações sobre quando cada participante faleceu e a causa da morte. Esses dados variaram de 1947 a 2022, proporcionando uma visão abrangente dos efeitos a longo prazo da exposição ao PM2.5 na infância.

Eles classificaram as causas de morte em diferentes categorias, incluindo causas naturais, doenças cardíacas, problemas respiratórios e câncer. Isso ajudou a determinar se a exposição precoce ao PM2.5 estava ligada ao aumento da mortalidade por condições específicas.

Capacidade Cognitiva na Infância

Além dos registros de saúde, os pesquisadores também analisaram dados sobre a capacidade cognitiva na infância. Em 1947, muitas crianças de 11 anos fizeram um teste padronizado que mediu suas habilidades mentais. Esse teste era considerado confiável e ajudou os pesquisadores a avaliar como a exposição ao PM2.5 na infância poderia impactar o desenvolvimento cognitivo. Eles queriam ver se uma menor capacidade cognitiva influenciava a mortalidade mais tarde.

Analisando os Dados

Os pesquisadores usaram modelos estatísticos para analisar a relação entre a exposição ao PM2.5 na infância e a mortalidade. Eles calcularam o risco de morte para cada aumento de 10 μg/m³ na exposição ao PM2.5.

As descobertas mostraram que níveis elevados de PM2.5 na infância estavam ligados a um maior risco de morte, especialmente entre os com 65 anos ou mais. O risco aumentava com níveis mais altos de poluição, com diferenças notáveis entre homens e mulheres.

A análise também revelou que a exposição ao PM2.5 na infância aumentava as chances de morte por câncer, especialmente em mulheres. Isso aponta para uma possível ligação entre a poluição do ar e problemas de saúde específicos mais tarde na vida.

A Capacidade Cognitiva como Mediadora

Um aspecto interessante do estudo foi o papel da capacidade cognitiva na infância. Os pesquisadores descobriram que uma parte do aumento do risco de mortalidade ligado à exposição ao PM2.5 poderia ser explicada por menores pontuações nos testes cognitivos na infância. Cerca de 25% do impacto do PM2.5 na mortalidade foi mediado pela capacidade cognitiva. Isso sugere que a poluição pode levar a um desempenho cognitivo pior, o que, por sua vez, pode aumentar o risco de morte.

Conclusões

Este estudo destaca os efeitos duradouros da poluição do ar na saúde na infância. Mostra que níveis mais altos de exposição ao PM2.5 na infância estão associados a um aumento do risco de morte na vida adulta, especialmente por câncer. As descobertas também sugerem que a capacidade cognitiva pode desempenhar um papel nessa conexão.

Entender como a poluição do ar afeta nossa saúde a longo prazo é essencial para desenvolver políticas que protejam a saúde pública. À medida que a qualidade do ar melhora em muitos lugares, é crucial reconhecer que os efeitos da poluição passada ainda podem persistir.

Pesquisas futuras devem continuar a explorar essas conexões e buscar maneiras de mitigar os efeitos prejudiciais da poluição do ar, especialmente para populações vulneráveis como as crianças. Ao abordar a poluição do ar e seu impacto, podemos dar passos para melhorar os resultados de saúde para as futuras gerações.

Implicações para a Saúde Pública

As implicações deste estudo são significativas. Embora as regulamentações voltadas para o controle da poluição do ar sejam essenciais, as descobertas sugerem que os efeitos da exposição passada à poluição, especialmente durante a infância, podem ter consequências duradouras. Estratégias de saúde pública não devem apenas reduzir os níveis atuais de poluição, mas também considerar a exposição histórica a poluentes que podem impactar a saúde de indivíduos mais velhos hoje.

Melhorar a qualidade do ar pode levar a melhores resultados de saúde, mas esforços devem ser feitos para ajudar aqueles já afetados por exposição a longo prazo. Iniciativas de educação em saúde focadas no desenvolvimento cognitivo na infância também podem ser benéficas, já que a capacidade cognitiva parece ser um fator importante que liga a poluição do ar à mortalidade.

Em resumo, essa pesquisa reforça a necessidade de uma abordagem abrangente para lidar com a qualidade do ar e seus efeitos na saúde ao longo da vida de uma pessoa. Destaca a importância de entender não apenas a exposição atual, mas também como as experiências passadas de poluição moldam os resultados de saúde. Aprendendo com essas descobertas, podemos trabalhar por um futuro mais saudável para todos.

Fonte original

Título: Early life PM2.5 exposure, childhood cognitive ability and mortality between age 11 and 86: A record-linkage life-course study from Scotland

Resumo: BackgroundLiving in areas with high air pollution concentrations is associated with all-cause and cause-specific mortality. Exposure in sensitive developmental periods might be long-lasting but studies with very long follow-up are rare, and mediating pathways between early life exposure and life-course mortality are not fully understood. MethodsData were drawn from the Scottish Longitudinal Study Birth Cohort of 1936, a representative record-linkage study comprising 5% of the Scottish population born in 1936. Participants had valid age 11 cognitive ability test scores along with linked mortality data until age 86. Fine particle (PM2.5) concentrations estimated with the EMEP4UK atmospheric chemistry transport model were linked to participants residential address from the National Identity Register in 1939 (age 3). Confounder-adjusted Cox regression estimated associations between PM2.5 and mortality; regression-based causal mediation analysis explored mediation through childhood cognitive ability. ResultsThe final sample consisted of 2734 individuals with 1608 deaths registered during the 1,833,517 person-months at risk follow-up time. Higher early life PM2.5 exposure increased the risk of all-cause mortality (HR=1.03, 95% CI: 1.01-1.04 per 10g m-3 increment), associations were stronger for mortality between age 65 and 86. PM2.5 increased the risk of cancer-related mortality (HR=1.05, 95% CI: 1.02-1.08), especially for lung cancer among females (HR=1.11, 95% CI: 1.02-1.21), but not for cardiovascular and respiratory diseases. Higher PM2.5 in early life ([≥]50g m-3) was associated with lower childhood cognitive ability, which, in turn, increased the risk of all-cause mortality and mediated 25% of the total associations. ConclusionsIn our life-course study with 75-year of continuous mortality records, we found that exposure to air pollution in early life was associated with higher mortality in late adulthood, and that childhood cognitive ability partly mediated this relationship. Findings suggest that past air pollution concentrations will likely impact health and longevity for decades to come. HIGHLIGHTSO_LIWe explored PM2.5 at age 3 and mortality between age 11 and 86 in a Scottish cohort C_LIO_LIPM2.5 increased the risk of all-cause mortality, especially between the age of 65 and 86 C_LIO_LIChildhood cognitive ability mediated 25% of the total association C_LIO_LIAssociations were prominent for (lung) cancer mortality, especially among females C_LIO_LIAir pollution in early life may affect health and longevity across the life course C_LI

Autores: Gergo Baranyi, L. Williamson, Z. Feng, S. Tomlinson, M. Vieno, C. Dibben

Última atualização: 2023-05-21 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.18.23289845

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.18.23289845.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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