Desafios no atendimento em UTI para pacientes com AVC
Este estudo analisa os riscos enfrentados por pacientes de AVC em UTIs.
― 7 min ler
Índice
- Ensaios com Tempo Limite na UTI
- O Papel da Gestão de Cuidados Intensivos
- Objetivo do Estudo
- População do Estudo e Coleta de Dados
- Considerações Éticas
- Detalhes da Coleta de Dados
- Estatísticas dos Pacientes
- Fatores que Afetam a Mortalidade na UTI
- Fatores que Influenciam o Resultado Funcional
- Principais Descobertas
- Implicações para Cuidados Futuros
- Conclusão
- Fonte original
Pacientes que sofreram AVC enfrentam sérios desafios quando são admitidos em unidades de terapia intensiva (UTIS). Apesar dos avanços nos tratamentos, muitos não se recuperam bem. Estudos mostram que uma porcentagem alta desses pacientes, entre 40% e 70%, não sobrevive à estadia na UTI. Mesmo entre os que sobrevivem, apenas uma pequena fração deixa o hospital sem deficiências. Essa alta Mortalidade e baixa taxa de recuperação destacam as dificuldades em tratar pacientes com AVC em condições críticas.
Ensaios com Tempo Limite na UTI
Diante dos resultados ruins, as equipes médicas às vezes consideram um ensaio com tempo limite (ETL) de tratamento. Isso significa que médicos e famílias concordam em seguir certos tratamentos por um período determinado. Se o paciente não mostrar melhora, a equipe pode parar os tratamentos agressivos. No entanto, às vezes essa abordagem pode levar à crença de que tratamentos adicionais não servem para nada. Na verdade, alguns pacientes ainda podem ter potencial de recuperação se tratados de forma mais intensiva.
O Papel da Gestão de Cuidados Intensivos
Os cuidados intensivos desempenham um papel significativo nos resultados dos pacientes com AVC. No entanto, não se sabe muito sobre como fatores específicos nas UTIs afetam a recuperação dos pacientes em comparação com as condições antes de chegarem. Por exemplo, precisar de Ventilação mecânica frequentemente está ligado a resultados ruins, mas há dados limitados sobre como outros tratamentos críticos, como o uso de vasopressores ou suporte renal, afetam a recuperação.
Além disso, complicações que surgem de AVCs, como aumento da pressão na cabeça ou convulsões, não foram estudadas de forma aprofundada no contexto do tratamento em UTI. Também não está claro como outras complicações, como baixos níveis de oxigênio ou altos níveis de açúcar no sangue, afetam pacientes com AVC em ambientes de cuidados críticos.
Objetivo do Estudo
O objetivo deste estudo foi identificar fatores relacionados aos cuidados críticos que influenciam a sobrevivência de pacientes com AVC na UTI. Ele examinou pacientes inscritos em um registro regional de AVC na França, que rastreia indivíduos em uma área específica ao longo de vários anos.
População do Estudo e Coleta de Dados
O estudo analisou todos os casos de AVC registrados no registro de janeiro de 2008 a dezembro de 2017. O registro coletou dados de várias fontes, como hospitais, registros de imagem e certidões de óbito. O AVC foi diagnosticado com base em um déficit neurológico persistente confirmado por exames de imagem do cérebro, independentemente de os pacientes sobreviverem ou não nas primeiras 24 horas.
Para ser incluído no estudo, os pacientes precisavam ser admitidos na UTI com diagnóstico de AVC isquêmico (coágulo) ou hemorrágico (sangramento) e apresentar sinais de falência orgânica, como problemas de circulação, respiração ou função cerebral.
Considerações Éticas
O registro e o estudo seguiram diretrizes éticas rigorosas para garantir o consentimento dos pacientes e a confidencialidade dos dados. Os pacientes e suas famílias foram informados sobre o estudo e podiam optar por não participar, embora o consentimento por escrito não fosse necessário.
Detalhes da Coleta de Dados
Os dados especificados para cada paciente incluíram fatores de risco antes do AVC, exames clínicos iniciais e detalhes específicos sobre sua estadia no hospital. Para pacientes com AVC isquêmico, informações adicionais sobre o tipo de AVC e métodos de tratamento foram coletadas. Para aqueles com AVC hemorrágico, detalhes sobre causas e achados de imagem foram registrados.
Durante a estadia na UTI, vários dados foram coletados, incluindo:
- Pontuações de avaliação inicial para avaliar a gravidade da condição do paciente.
- Ocorrência de complicações secundárias, como baixos níveis de oxigênio, altos níveis de açúcar no sangue e pressão arterial anormal.
- Complicações específicas do AVC que exigiam tratamentos adicionais.
- Uso de sistemas de suporte à vida e outras intervenções médicas.
O estudo acompanhou taxas de sobrevivência geral e medidas de capacidade funcional na alta hospitalar.
Estatísticas dos Pacientes
De quase 9000 pacientes no registro, cerca de 340 precisaram de cuidados na UTI, com 215 sendo incluídos na análise. A maioria desses pacientes era do sexo masculino, e a idade média era em torno de 66 anos. A maioria apresentava sérios comprometimentos neurológicos no momento da admissão na UTI.
Um número significativo desses pacientes não sobreviveu à estadia na UTI, com cerca de metade falecendo. Apenas uma pequena porcentagem foi classificada como tendo uma boa recuperação ao ser liberada.
Fatores que Afetam a Mortalidade na UTI
Ao analisar os dados, vários fatores foram associados ao aumento da mortalidade na UTI:
- Idade: Pacientes mais velhos tendem a ter taxas de mortalidade mais altas.
- Escores de Saúde Iniciais: Os escores usados para avaliar a gravidade dos AVCs e comprometimentos neurológicos estavam ligados aos resultados.
- Problemas Respiratórios: Pacientes com dificuldade para respirar tinham taxas de sobrevivência piores.
- Uso de Ventilação Mecânica: A necessidade de ventiladores foi um forte indicador de resultados ruins.
- Uso de Vasopressores: Pacientes que precisavam de medicamentos para manter a pressão arterial também apresentavam maior risco de morte.
- Hipertensão Intracraniana: Aumento da pressão no crânio estava frequentemente associado à mortalidade.
Curiosamente, algumas complicações secundárias, como infecções respiratórias que começam após a intubação, também foram estudadas, mas mostraram resultados mistos em relação aos seus impactos sobre a sobrevivência.
Fatores que Influenciam o Resultado Funcional
Além de olhar para a mortalidade, o estudo também avaliou quais fatores contribuíram para a qualidade de vida de um paciente após deixar o hospital:
- Idade: Mais uma vez, a idade avançada estava ligada a piores resultados.
- Avaliações de Saúde Iniciais: Escores de gravidade mais altos estavam associados a recuperações piores.
- Necessidade de Suporte Vital: Pacientes que precisavam de ventilação invasiva ou medicamentos para apoiar a circulação tinham piores Resultados Funcionais na alta.
Por outro lado, alguns fatores, como ter um alto escore de avaliação inicial para consciência, estavam ligados a melhores recuperações.
Principais Descobertas
O estudo encontrou que muitos pacientes com AVC admitidos em UTIs enfrentam sérios riscos, com mais da metade não sobrevivendo e um número pequeno alcançando boa recuperação funcional. Fatores como a presença de pressão aumentada no cérebro e a necessidade de tratamentos invasivos foram fortes indicadores do aumento do risco de mortalidade.
Uma descoberta notável foi as baixas taxas de monitoramento da pressão intracraniana entre os pacientes, apesar de sua relevância potencial para gerenciar complicações relacionadas ao AVC de forma eficaz.
Implicações para Cuidados Futuros
Os resultados sugerem que, embora muitos pacientes com AVC tenham um prognóstico ruim, alguns ainda podem se beneficiar dos cuidados na UTI e de terapias específicas. Isso enfatiza a importância de monitoramento cuidadoso e tomada de decisões em relação aos tratamentos.
O estudo indica que a forma como os cuidados são prestados nas UTIs, incluindo o uso de suporte vital e gestão de complicações, pode influenciar significativamente a recuperação. Portanto, pesquisas futuras devem se concentrar em como as práticas na UTI afetam os resultados dos pacientes, especialmente no que diz respeito ao manejo de lesões cerebrais secundárias e complicações relacionadas.
Conclusão
No geral, este estudo destaca as realidades desafiadoras enfrentadas por pacientes com AVC nas UTIs e sublinha a necessidade de esforços direcionados para melhorar os resultados, incluindo o aprimoramento das estratégias de cuidados na UTI. Ao entender melhor o papel dos fatores críticos de cuidados, as equipes médicas podem trabalhar para melhorar o prognóstico de pacientes com AVC nessas situações.
Título: Impact of intensive care-related factors on outcome in stroke patients, results from the population-based Brest Stroke Registry: an observational study.
Resumo: BackgroundLittle is known on the burden of ICU care for stroke patients. The aim of this study was to provide a description of management strategies, resource use, complications and their association with prognosis of stroke patients admitted to ICU. MethodsUsing a population-based stroke registry, we analyzed consecutive stroke patients admitted to 3 ICU with at least one organ failure between 2008 and 2017. The study period was divided into two periods corresponding to the arrival of mechanical reperfusion technique. Predictors of ICU mortality were separately assessed in two multivariable logistic regression models, a "clinical model" and an "intervention model". The same analysis was performed for predictors of functional status at hospital discharge. Results215 patients were included. Stroke etiology was ischemia in 109 patients (50.7%) and hemorrhage in 106 patients (49.3%). Median NIHSS score was 20.0 (9.0; 40.0). The most common reason for ICU admission was coma (41.2%) followed by acute circulatory failure (41%) and respiratory failure (27.4%). 112 patients (52%) died in the ICU and 20 patients (11.2%) had a good functional outcome (mRS[≤]3) at hospital discharge. In the "clinical model," factors independently associated with ICU mortality were: age (OR = 1.03 [95%CI, 1.0 to 1.06]; p=0.04) and intracranial hypertension (OR = 6.89 [95%CI, 3.55 to 13.38]; p
Autores: Olivier HUET, P. ARIES, P. BAILLY, T. BAUDIC, F. LE GARREC, M. CONSIGNY, E. L'HER, S. TIMSIT, the Brest Stroke Registry collaborators
Última atualização: 2023-05-19 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.17.23290128
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.17.23290128.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.