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O Papel das Bactérias na Dermatite Atópica: Um Olhar Mais Atento

Estudo revela como diferentes cepas de bactérias afetam a dermatite atópica em crianças.

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Bactérias e DermatiteBactérias e DermatiteAtópicagravidade da condição de pele.Estudo liga cepas bacterianas à
Índice

A Dermatite Atópica (DA) é uma condição de pele bem comum que atinge muitas crianças. Estima-se que cerca de 1 em cada 5 crianças tenha essa condição, com cerca de 80% desenvolvendo sintomas antes dos 6 anos. A DA causa manchas secas e coceira na pele, que podem ficar vermelhas e até escorrendo. Esses episódios podem trazer desconforto, problemas de sono e até afetar o desempenho na escola ou no trabalho.

Causas da Dermatite Atópica

Acredita-se que a DA aconteça quando a barreira da pele fica danificada. Diversas razões para esse dano foram propostas, incluindo:

  • Genética: Algumas mutações genéticas podem aumentar o risco de desenvolver a DA.
  • Problemas no Sistema Imune: Quem tem DA costuma ter um sistema imunológico que reage mais intensamente a alérgenos.
  • Gatilhos Ambientais: Coisas como detergentes de roupa e certos produtos para a pele podem irritar a pele.
  • Microbioma da pele: O equilíbrio das bactérias na pele pode ter um papel, especialmente quando bactérias nocivas como o Staphylococcus aureus estão em excesso.

O Papel das Bactérias na Pele

A pele abriga muitos tipos de bactérias, que ajudam a mantê-la saudável. Um trabalho importante dessas bactérias é manter o equilíbrio de umidade e pH da pele, apoiar o crescimento das células da pele e ajudar o sistema imunológico. Algumas bactérias boas, como o Staphylococcus epidermidis, produzem substâncias que combatem as bactérias ruins. Porém, em pessoas com DA, o número de bactérias nocivas, como o Staphylococcus aureus, costuma aumentar.

Pesquisas mostram que o S. aureus é frequentemente encontrado na pele de quem tem DA, principalmente em áreas onde ocorrem os episódios. Essa bactéria pode produzir toxinas que agravam a condição. A maioria dos estudos se concentrou em pessoas com DA moderada a grave, e pouco se sabe sobre o papel do S. aureus em casos leves ou em quem está usando medicação.

Visão Geral do Estudo

Neste estudo, os pesquisadores coletaram swabs de pele de 20 crianças com idades entre 6 meses e 14 anos. O objetivo era analisar os tipos de bactérias na pele delas. O grupo incluía crianças com DA leve a moderada que ainda estavam usando cremes ou medicamentos. Os pesquisadores analisaram a Diversidade Bacteriana e a presença de cepas nocivas.

Recrutamento e Coleta de Amostras

Os participantes foram recrutados em clínicas, e formulários de consentimento foram assinados pelos pais ou responsáveis. Eles foram testados para confirmar que tinham DA, com base no diagnóstico de um médico. Participantes de controle não tinham nenhum problema de pele. Swabs de pele foram coletados para reunir amostras de áreas afetadas e não afetadas.

Analisando o Microbioma

Os pesquisadores usaram métodos avançados para examinar o DNA bacteriano nas amostras. Depois de limpar os dados, descobriram que mais de 97% do material genético vinha de bactérias. Os tipos mais comuns de bactérias encontrados eram semelhantes aos identificados em estudos anteriores sobre a pele de crianças.

Diversidade Bacteriana

Ao comparar a diversidade bacteriana entre os diferentes grupos, não foram encontradas diferenças significativas. No entanto, uma tendência mostrou que as crianças com DA tinham menor diversidade e bactérias mais uniformes na pele. Isso é importante porque um microbioma variado geralmente está associado a uma saúde melhor da pele.

Focando no Staphylococcus

As espécies de Staphylococcus são frequentemente encontradas na pele e são conhecidas por aumentarem durante os episódios da DA. Os pesquisadores olharam especificamente para a presença de diferentes cepas de Staphylococcus. Eles encontraram muitas diferenças nos tipos de bactérias Staphylococcus entre as crianças. Embora o número total de tipos de Staphylococcus fosse semelhante entre os grupos, as crianças com DA tendiam a ter um número maior de cepas diferentes.

Diferenças nas Cepas de Staphylococcus

Certas cepas de Staphylococcus epidermidis foram principalmente encontradas em crianças saudáveis, enquanto cepas diferentes estavam presentes em crianças com DA. Isso sugere que nem todas as cepas de Staphylococcus se comportam da mesma forma; algumas podem ser protetoras, enquanto outras podem ser nocivas.

Coletando Bactérias Vivas

Para entender melhor o papel das diferentes bactérias na DA, os pesquisadores isolaram amostras de bactérias vivas dos participantes. Eles usaram diferentes métodos para cultivar essas bactérias em laboratório, permitindo estudar em detalhes. A maioria das bactérias isoladas eram semelhantes às encontradas na análise de DNA anterior.

Examinando Toxinas

Os pesquisadores também procuraram genes que ajudam as bactérias a produzir toxinas. Eles descobriram que todas as cepas de Staphylococcus aureus continham mais genes de toxina em comparação a outras cepas. Uma cepa específica de uma criança com DA severa produziu níveis altos de uma toxina ligada a piores sintomas na pele.

Testando Efeitos em Células da Pele

Os cientistas testaram como as bactérias afetavam as células da pele em laboratório. Eles pegaram secreções das bactérias e expuseram as células da pele a essas substâncias. Mediram a saúde e a função das células da pele para ver como elas se saíam quando expostas a diferentes bactérias.

Resultados dos Testes em Células da Pele

Os resultados mostraram que as secreções das bactérias Staphylococcus isoladas de crianças com DA prejudicaram a saúde das células da pele e a função da barreira. Apesar da variabilidade dos efeitos entre as diferentes cepas, as bactérias nocivas mostraram consistentemente impactos negativos nas células da pele.

Conclusões

Esse estudo destaca como as diferentes cepas de bactérias podem influenciar a gravidade da DA. Embora o Staphylococcus aureus seja frequentemente culpado por piorar a condição, nem todas as cepas têm os mesmos efeitos. As diferenças em nível de cepa podem explicar por que algumas crianças com DA apresentam sintomas mais leves, enquanto outras não.

Tratamentos tópicos foram capazes de ajudar a controlar o crescimento de bactérias nocivas, mesmo durante os episódios. No geral, os achados indicam que entender as cepas específicas e seus efeitos pode levar a estratégias melhores para gerenciar a DA. Mais pesquisas serão necessárias para explorar essas relações com mais profundidade, incluindo como diferentes tratamentos afetam o microbioma da pele.

Direções Futuras

Os pesquisadores esperam expandir este estudo para incluir mais participantes e investigar outras espécies de bactérias que possam ter um papel na DA. Pesquisas contínuas ajudarão a formar um quadro mais claro de como as bactérias da pele afetam a saúde de jovens pacientes com dermatite atópica.

Fonte original

Título: Combined metagenomic- and culture-based approaches to investigate bacterial strain-level associations with medication-controlled mild-moderate atopic dermatitis

Resumo: BackgroundThe skin microbiome is disrupted in atopic dermatitis (AD). Existing research focuses on moderate-severe, unmedicated disease. ObjectiveInvestigate metagenomic- and culture-based bacterial strain-level differences in mild, medicated AD, and the effects these have on human keratinocytes (HK). MethodsSkin swabs from anterior forearms were collected from 20 pediatric participants; 11 participants with AD sampled at lesional and nonlesional sites and 9 age- and sex-matched controls). Participants had primarily mild-moderate AD and maintained medication use. Samples were processed for microbial metagenomic sequencing and bacterial isolation. Isolates identified as S. aureus were tested for enterotoxin production. HK cultures were treated with cell free conditioned media from representative Staphylococcus species to measure barrier effects. ResultsMetagenomic sequencing identified significant differences in microbiome composition between AD and control groups. Differences were seen at the species- and strain-levels for Staphylococci, with S. aureus only found in AD participants and differences in S. epidermidis strains between control and AD swabs. These strains showed differences in toxin gene presence, which was confirmed in vitro for S. aureus enterotoxins. The strain from the most severe AD participant produced enterotoxin B levels >100-fold higher than the other strains (p

Autores: Anne Marie Singh, N. Lane Starr, N. Al-Rayyan, J. Smith, M. H. Swaney, S. Sandstrom, R. Salamzade, O. Steidl, L. Kalan

Última atualização: 2023-05-28 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.24.23289041

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.05.24.23289041.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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