A Diferença Salarial de Gênero e a Alocação de Tempo no Japão
Analisando a gestão do tempo e as diferenças de salário entre mães e pais que trabalham.
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Índice
Nos últimos anos, mais mulheres no Japão têm entrado no mercado de trabalho, mas ainda rola uma diferença salarial significativa entre homens e mulheres. Essa diferença é parcialmente devido às responsabilidades de cuidar dos filhos, que geralmente caem mais no colo das mulheres. O estudo analisa como as famílias dividem seu tempo ao longo das diferentes fases da vida, especialmente em relação ao cuidado das crianças, e investiga por que esses padrões existem.
Ao analisar dados sobre como casais, especialmente as Mães, distribuem seu tempo entre trabalho, responsabilidades em casa e cuidados com os filhos, a gente quer entender as causas por trás das diferenças nos salários entre os gêneros.
Padrões de Alocação de Tempo
Para entender como os casais no Japão gerenciam seu tempo, focamos em um período de 2011 a 2021. Os dados vêm de uma grande pesquisa que investigou atividades diárias e como as pessoas gastam seu tempo. A gente categoriza o tempo gasto em quatro grupos principais:
- Tempo de trabalho: Isso inclui deslocamento e horas efetivas de trabalho.
- Tempo de cuidado infantil: Aqui entram atividades como cuidar e alimentar as crianças.
- Tempo de produção doméstica: Esse é o tempo para tarefas de casa, limpeza e cozinhar.
- Tempo livre: Atividades que não estão relacionadas ao trabalho ou tarefas domésticas.
Essas categorias ajudam a ver quanto tempo as pessoas, especialmente as mães, gastam em diferentes atividades à medida que os filhos crescem.
Mães vs. Pais: Como o Tempo é Usado
Os dados mostram que as mães gastam muito tempo com cuidados infantis, especialmente quando os filhos são pequenos. Por exemplo, logo após o parto, as mães costumam passar cerca de 6-7 horas por dia cuidando dos recém-nascidos. Esse compromisso diminui o tempo que elas podem dedicar ao trabalho e ao lazer. Nos últimos dez anos, houve pouca mudança em quanto tempo as mães dedicam aos cuidados com os filhos.
Em contrapartida, os pais gastam bem menos tempo com cuidados infantis, geralmente entre uma a duas horas por dia. Embora eles tenham aumentado a participação nas tarefas de casa ao longo do tempo, isso ainda é bem limitado-geralmente não ultrapassando 30 minutos por dia. De modo geral, as horas de trabalho dos pais diminuíram, mas o tempo livre deles permaneceu relativamente estável.
Importância da Idade da Criança
À medida que as crianças crescem, a quantidade de tempo que os pais dedicam aos cuidados infantis tende a mudar. Isso é especialmente verdadeiro para as mães. Por exemplo, quando as crianças chegam à idade da pré-escola, o tempo dedicado aos cuidados pode diminuir, já que elas passam mais tempo na creche.
Os dados indicam que as demandas de tempo para cuidados infantis estão intimamente ligadas à idade da criança. À medida que os filhos ficam mais velhos, há uma mudança na forma como os pais distribuem seu tempo entre trabalho, cuidados infantis e lazer.
Efeitos da Creche
A frequência das crianças na creche tem um papel importante em como os pais alocam seu tempo. Para as famílias que usam serviços de creche, há uma redução notável no tempo que os pais passam com cuidados infantis, permitindo que eles, especialmente as mães, aumentem suas horas de trabalho. Para quem não usa esses serviços, o tempo dedicado aos cuidados permanece alto, o que impacta a capacidade de trabalhar.
No entanto, usar serviços de creche não muda significativamente a quantidade de tarefas domésticas que os pais fazem. Principalmente, isso altera o equilíbrio entre os cuidados infantis e o trabalho.
Impacto da Renda na Alocação de Tempo
Os níveis de renda dos pais também influenciam como eles gerenciam seu tempo. Ganhos anuais mais altos podem significar mais horas de trabalho, mas geralmente reduzem o tempo livre. Curiosamente, em relação aos cuidados infantis e tarefas de casa, alterações na renda não têm uma correlação direta forte.
Os dados mostraram que, à medida que os ganhos dos pais aumentam, eles tendem a trabalhar mais horas enquanto o tempo livre diminui. No entanto, as responsabilidades com cuidados infantis e tarefas domésticas permanecem relativamente inalteradas.
Visão Geral do Modelo do Ciclo de Vida
Para analisar a alocação de tempo, usamos um modelo que considera como o tempo e os recursos dos pais mudam à medida que os filhos crescem. Esse modelo ajuda a ilustrar como os casais tomam decisões sobre seu tempo e renda em diferentes fases da vida.
Ao entender esse modelo, podemos compreender melhor como as decisões que os pais tomam sobre trabalho, cuidados com os filhos e gestão das responsabilidades domésticas afetam a dinâmica familiar como um todo.
Principais Descobertas
Nossas descobertas sugerem que a "pena dos filhos", que se refere à queda dos salários das mães após terem filhos, é significativa. Antes do parto, as mães geralmente ganham menos que os pais, e essa diferença só aumenta depois do parto.
Após ter um filho, é comum que os salários das mães caiam bastante devido ao aumento das responsabilidades com os cuidados. No entanto, à medida que as crianças crescem além da fase de creche, muitas mães ainda têm dificuldades para recuperar os salários perdidos, mesmo com uma diminuição no tempo direto dedicado aos cuidados infantis.
As mães muitas vezes se veem aceitando trabalhos que oferecem mais flexibilidade, mas que também podem ter um salário mais baixo.
O Papel da Educação
A educação tem um papel crucial em moldar dinâmicas familiares e alocação de tempo. Casais onde ambos os parceiros têm diploma universitário tendem a ter maiores ganhos, o que lhes permite investir em cuidados infantis de qualidade e equilibrar trabalho e vida em casa de forma mais eficaz.
Em comparação, casais onde um ou ambos os parceiros têm apenas o ensino médio tendem a enfrentar mais desafios. Eles passam mais tempo em empregos de menor remuneração e menos flexíveis, o que resulta em menos tempo disponível para cuidados infantis ou atividades de lazer.
Implicações das Políticas
O estudo também destaca a importância de políticas que moldam as escolhas familiares. Por exemplo, aumentar a compensação para licença parental poderia levar mais pais a tirarem um tempo para se conectar com os filhos. Um aumento de 25% na taxa de substituição de renda para licença parental poderia gerar um aumento substancial no uso desse benefício.
Por outro lado, aumentos nos salários não têm o mesmo efeito sobre a adesão à licença parental, indicando que as famílias podem priorizar diferentes formas de apoio.
Conclusão
Em conclusão, este estudo ilustra que entender a alocação de tempo entre as famílias, especialmente em relação aos cuidados infantis, é crucial. À medida que as mulheres continuam a entrar no mercado de trabalho, as políticas devem ser desenhadas para enfrentar os desafios que elas enfrentam, especialmente em relação ao timing das responsabilidades familiares e seu impacto duradouro nos salários.
Ao examinar como o tempo é dividido entre trabalho, cuidados infantis e responsabilidades domésticas, podemos identificar melhor os obstáculos e propor soluções que promovam a igualdade no trabalho e em casa.
As descobertas enfatizam a necessidade de medidas de apoio, especialmente para novos pais, para melhorar sua capacidade de equilibrar trabalho e vida familiar de forma eficaz.
Resumindo, várias dinâmicas, como educação, mudanças políticas e a idade das crianças, contribuem para como as famílias no Japão alocam seu tempo e gerenciam suas responsabilidades. Esses fatores desempenham um papel fundamental na discussão em andamento sobre igualdade de gênero e disparidades salariais na sociedade atual.
Título: Child Care, Time Allocation, and the Life Cycle
Resumo: This study explores the impact of gender differences in preferences and productivity in home production on the time allocation in married couples, particularly in relation to childcare responsibilities. Using aggregated data from Japan, we estimate a life-cycle model that tracks the development of a child from infancy to adulthood by extending the work of Blundell et al. (2018). Our findings reveal a decrease in maternal earnings following childbirth, aligning with the empirical evidence of the child penalty. However, the model's projections and the actual data diverge significantly during the phase of maternal earnings recovery, showing a discrepancy of approximately 50%, the size of which implies an involuntary reduction in the wife's market work earnings.
Autores: Hirokuni Iiboshi, Daikuke Ozaki, Yui Yoshii
Última atualização: 2024-07-24 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2304.11531
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2304.11531
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
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