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A Interseção de Raça e Gênero na Publicação Acadêmica

Analisando os desafios únicos enfrentados por mulheres negras na publicação de educação médica.

― 8 min ler


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Ser uma mulher negra na medicina acadêmica vem com muitos desafios, incluindo experiências de Discriminação por conta da raça e do gênero. Em um sistema que muitas vezes ignora suas necessidades e contribuições, as mulheres negras são chamadas a melhorar esse sistema enquanto enfrentam barreiras únicas. Um dos aspectos difíceis é o "imposto de minoria", onde se espera que as mulheres negras mentoram outras e liderem esforços de diversidade, enquanto também gerenciam seu próprio trabalho emocional para se proteger do dano. Apesar das contribuições significativas que fazem, as mulheres negras representam apenas uma pequena fração do corpo docente das escolas de medicina.

Discriminação na Publicação Acadêmica

Recentemente, mais acadêmicas negras começaram a falar sobre suas experiências de discriminação na publicação acadêmica. Publicar é crucial para o avanço na carreira acadêmica. Suas histórias destacam o impacto real da discriminação, mas o campo acadêmico muitas vezes se baseia em números e estatísticas para justificar mudanças. Embora estudos tenham analisado o gênero na publicação, houve menos foco na raça e no racismo. Este artigo visa adicionar evidências estatísticas sobre as experiências das mulheres negras na publicação da educação médica, enquanto reconhece suas histórias pessoais.

Histórias do Campo

A literatura existente contém muitos relatos de experiências pessoais e dados estatísticos que mostram discriminação contra mulheres negras na medicina. Um exemplo é uma gastroenterologista que compartilhou suas experiências com racismo e sexismo, descrevendo isso como "discriminação interseccional". Outras discussões enfatizam como as mulheres negras muitas vezes têm que "trabalhar o dobro para chegar à metade". Essa situação cria uma pressão que dificulta alcançar seus objetivos.

Estatisticamente, as mulheres negras são sub-representadas em posições acadêmicas. Elas ocupam apenas uma pequena porcentagem de cargos de professora assistente, associada e titular. Infelizmente, há menos informações disponíveis sobre publicação. Alguns relatos pessoais mencionam que as mulheres negras podem enfrentar preconceito durante o processo de análise por pares, o que muitas vezes as leva a questionar a qualidade de seu trabalho. Líderes editoriais reconheceram que existe preconceito no processo de publicação, mas não há estudos abrangentes que examinem simultaneamente raça e gênero nesse contexto.

Separando Raça e Gênero nos Estudos

A maioria dos estudos que analisam desigualdades na publicação tende a focar no racismo e no sexismo separadamente, o que ignora a realidade complexa das experiências das mulheres negras. Essa complexidade é importante reconhecer porque afeta como a discriminação funciona na vida real. Métodos estatísticos, embora valiosos, muitas vezes têm dificuldade em capturar as experiências das mulheres negras, em parte devido ao pequeno número delas na publicação acadêmica.

Apesar desses desafios, métodos quantitativos são importantes na educação médica, pois fornecem insights úteis. As publicações desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de carreira e reconhecimento. Compreender como essas publicações estão distribuídas é essencial para promover mudanças. Este estudo visa refletir as experiências das mulheres negras na publicação da educação médica por meio de uma lente estatística.

Propósito do Estudo

O principal objetivo desta Pesquisa é fornecer uma visão estatística das mulheres negras na publicação da educação médica. Isso complementa histórias pessoais existentes e visa dar contexto às descobertas por meio das experiências de uma mulher negra nesse campo. A pesquisa foca em quatro aspectos-chave: as dinâmicas de poder em jogo, a importância da autoconsciência para os pesquisadores, centralizando as mulheres negras na análise e apresentando a humanidade plena das autoras negras.

Contexto de Poder

As dinâmicas de poder desempenham um papel fundamental em como a pesquisa é conduzida. O campo da educação médica é frequentemente influenciado por perspectivas predominantemente brancas, o que pode levar à exclusão de mulheres negras e outras. Isso é evidente nas histórias de opressão enfrentadas por mulheres negras na medicina e na publicação. O termo "sub-representadas na medicina" muitas vezes simplifica e homogeneiza suas experiências, o que pode minar sua individualidade e contribuições.

É crucial reconhecer as limitações de nossas fontes de dados. Muitas ferramentas usadas para analisar tendências de publicação foram desenvolvidas por indivíduos que podem não entender completamente as complexidades de raça e gênero. Além disso, as práticas históricas de métodos estatísticos muitas vezes carregam preconceitos que podem distorcer resultados e interpretações.

As identidades da equipe de pesquisa também refletem esses desequilíbrios de poder. Por exemplo, enquanto um membro traz uma perspectiva interseccional como mulher negra, a maioria dos membros da equipe é branca e masculina. Esse desequilíbrio pode afetar como a pesquisa é moldada e interpretada, lembrando-nos da importância de incluir vozes diversas nas discussões sobre publicação.

O Processo de Pesquisa

Para analisar o cenário da publicação, a equipe conduziu um estudo bibliométrico de artigos de periódicos escritos por indivíduos nos EUA. O estudo focou em características como raça e gênero, utilizando dados de um conjunto específico de periódicos de educação médica. As descobertas fornecerão uma imagem mais clara de quem está publicando nesse campo e como esses autores estão representados.

Um algoritmo de raça e racismo foi usado para estimar as identidades raciais dos autores com base em seus nomes. Ele categorizou os autores em grupos como negros, brancos, hispânicos e outros. Enquanto isso, um algoritmo de gênero classificou os autores como homens ou mulheres com base em seus primeiros nomes. Ao analisar esses dados, os pesquisadores buscaram entender como diferentes grupos estão representados na publicação.

Examinando os Dados

A análise revelou que apenas uma pequena porcentagem de autores no conjunto de dados era negra. Enquanto isso, as mulheres constituíam quase metade dos autores. No entanto, ao olhar através de uma lente interseccional, ficou claro que as mulheres negras não estavam publicando com a mesma frequência que suas contrapartes brancas. As descobertas indicaram que as autoras negras tinham menos publicações no geral, e a diferença nas taxas de publicação entre mulheres negras e outros grupos era estatisticamente significativa.

Além disso, os tópicos que as mulheres negras estavam escrevendo frequentemente diferiam dos de outros autores. Tópicos comuns para mulheres negras incluíam mobilidade na carreira e diversidade cultural, o que sugere que elas podem estar escrevendo a partir de suas perspectivas e experiências únicas. Isso levanta questões sobre como os tópicos escolhidos pelos pesquisadores podem influenciar suas trajetórias de carreira, especialmente quando esses tópicos podem não receber tanta atenção ou citações no campo.

Experiências Pessoais de Mulheres Negras

Para ilustrar ainda mais as descobertas, foram compartilhadas as experiências de uma mulher negra nesse campo. Crescer em um ambiente culturalmente rico moldou suas aspirações educacionais, e apesar dos desafios e de sentimentos de não pertencimento, ela seguiu uma carreira na medicina. Ao longo do caminho, enfrentou dificuldades na publicação e muitas vezes sentiu que suas ideias não eram valorizadas. Essa narrativa pessoal destaca os problemas sistêmicos mais amplos enfrentados por muitas mulheres negras na academia.

À medida que progrediu em sua carreira, começou a abraçar seu papel como mentora e defensora de outros estudantes que enfrentavam desafios semelhantes. Esse empoderamento a ajudou a retomar sua voz e afirmar seu lugar na medicina acadêmica.

A Necessidade de Mudança

A análise mostra que as mulheres negras são frequentemente ofuscadas na publicação acadêmica por suas contrapartes brancas. A pesquisa enfatiza a importância de abordar as barreiras que impedem as mulheres negras de participar plenamente do campo. Aumentar a representação na publicação não só beneficia as mulheres negras, mas também enriquece o cenário acadêmico ao incorporar perspectivas diversas.

Ao focar em mudanças sistêmicas na publicação acadêmica, há uma oportunidade de criar um ambiente mais equitativo para futuras gerações de acadêmicas negras. Isso inclui buscar ativamente contribuições de mulheres negras, acompanhar suas tendências de publicação e oferecer suporte a seus trabalhos.

Conclusão

Em conclusão, a interseção de raça e gênero apresenta desafios únicos para mulheres negras na medicina acadêmica. Suas histórias e estatísticas devem trabalhar juntas para criar uma visão mais completa de suas experiências. Ao reconhecer e abordar essas disparidades, a comunidade acadêmica pode dar passos significativos para criar um ambiente mais inclusivo e justo para todos os autores. Daqui para frente, é essencial garantir que as mulheres negras sintam que suas vozes são valorizadas e que tenham oportunidades iguais de contribuir para a publicação na educação médica.

Fonte original

Título: Black women in medical education publishing: Bibliometric and testimonio accounts using intersectionality methodology

Resumo: BackgroundBlack women in academic medicine experience racial and gender discrimination, all while being tasked with improving a flawed system. Representation of Black women in medicine remains low, yet they bear the burden of fostering diversity and mentoring trainees, exacerbating their minority tax and emotional labor, and negatively impacting career progression. ObjectiveTo complement qualitative accounts of Black women authors in the medical education literature with a quantitative account of their representation. DesignAn intersectional methodology employing bibliometric analysis and testimonio reflection. SubjectsUS-based authors of journal articles published in medical education journals between 2000 and 2020. Main measuresAuthor race was determined using a probability-based algorithm incorporating US Census data, and author gender was ascribed using Social Security Administration records. We conducted two negative binomial generalized linear models by first and last author publications. Metadata for each article was retrieved from Web of Science and PubMed to include author names, country of institutional affiliation, and Medical Subject Headings (MeSH). Results were contextualized via the "testimonio" account of a Black woman author. Key ResultsOf 21,945 unique authors, Black women (and other racially minoritized groups) published far fewer first and last authors papers than white women and men. In addition, major MeSH terms used by Black women authors reveal little overlap of highly ranked medical education topics. The testimonio further narrated struggles with belonging and racial identity. ConclusionBlack women are underrepresented in medical education publishing and feel a lack of belonging. We believe that dismantling oppressive structures in the publishing ecosystem and the field is imperative for achieving equity. Additionally, further experiential accounts are needed to contextualize this quantitative account and understand oppression in medical education publishing.

Autores: Lauren A Maggio, W. Seide, A. R. Artino, T. C. Leroux, A. Konopasky

Última atualização: 2024-03-09 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.08.31.555784

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.08.31.555784.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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