Casamento Infantil e Violência na Relação em Uganda
Analisando a relação entre casamento infantil e violência contra mulheres em Uganda.
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Casamento Infantil é um problema sério que afeta muita gente jovem no mundo todo, inclusive em Uganda. Acontece quando indivíduos, geralmente com menos de 18 anos, entram em um casamento. Essa situação é preocupante porque as crianças ainda estão se desenvolvendo física e emocionalmente. Todo ano, milhões de meninas se casam antes de se tornarem adultas. Relatos mostram que o casamento infantil é uma prática comum tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento.
Em Uganda, as taxas de casamento infantil, embora estejam diminuindo ao longo dos anos, ainda são preocupantes. Essa prática não só afeta o desenvolvimento pessoal da criança, mas também a expõe a várias formas de violência. A Violência entre parceiros íntimos (VPI) é um problema prevalente em muitas comunidades, afetando principalmente as mulheres. A relação entre casamento infantil e violência entre parceiros íntimos é uma área crítica de estudo, já que entender essa conexão pode ajudar a enfrentar os desafios enfrentados pelas mulheres jovens.
Casamento Infantil em Uganda
Casamento infantil é comum em Uganda, com uma porcentagem significativa de mulheres se casando antes dos 18 anos. Em 2011, a taxa de casamento infantil era de cerca de 54,7%, que caiu para 47,4% em 2016. Apesar dessa queda, a prevalência ainda indica que muitas meninas são forçadas a se casar em uma idade jovem. Isso pode ter sérias implicações para a saúde, Educação e bem-estar geral delas.
Em várias regiões de Uganda, o casamento infantil é mais comum entre a população rural. Uma grande maioria de mulheres relatou que se casou jovem, e aquelas de origens socioeconômicas mais baixas são especialmente vulneráveis. Fatores como pobreza, falta de educação e normas sociais tradicionais contribuem para a persistência do casamento infantil no país.
Os efeitos do casamento infantil são alarmantes. Meninas jovens enfrentam desafios significativos, incluindo acesso limitado à educação, aumento do risco de violência doméstica e resultados de saúde ruins. O casamento infantil interrompe a infância delas e as coloca em responsabilidades e vulnerabilidades de adultas.
Violência Entre Parceiros Íntimos
A violência entre parceiros íntimos (VPI) refere-se a comportamentos prejudiciais de um parceiro atual ou anterior, que podem incluir abuso físico, sexual ou emocional. Estudos mostram que a VPI é comum em muitas comunidades, com várias formas de violência afetando um grande número de mulheres no mundo todo. Em Uganda, as taxas de VPI variam, mas permanecem alarmantemente altas.
Relatos indicam que nos últimos anos, uma porcentagem significativa de mulheres experimentou violência física de um parceiro. Em 2011, 40,3% das mulheres relataram ter sofrido violência física, enquanto esse número foi de 39,0% em 2016. Além disso, a violência sexual também foi relatada, afetando muitas mulheres em todo o país.
Fatores que contribuem para a VPI incluem fundo socioeconômico, consumo de álcool pelos parceiros e falta de educação. Mulheres que não têm educação formal estão em maior risco de sofrer violência. Crenças Culturais em áreas rurais também desempenham um papel, já que muitas mulheres são ensinadas a aceitar abuso como parte do casamento.
A Conexão Entre Casamento Infantil e Violência Entre Parceiros Íntimos
Pesquisas indicam uma forte conexão entre casamento infantil e violência entre parceiros íntimos. Mulheres jovens que se casam antes dos 18 anos são mais propensas a sofrer diferentes formas de violência em comparação com aquelas que se casam como adultas. Em Uganda, estudos mostraram que uma porcentagem considerável de mulheres jovens que se casaram cedo sofre de VPI.
O risco de sofrer violência aumenta para aquelas em casamentos infantis devido a dinâmicas de poder e expectativas sociais. Meninas mais jovens geralmente não têm as habilidades, recursos e apoio para tomar decisões sobre sua saúde e segurança. Como resultado, muitas suportam abuso dentro de seus relacionamentos, frequentemente se sentindo presas devido à sua idade e circunstâncias.
No Leste da África, por exemplo, a porcentagem de jovens com menos de 18 anos que experienciam VPI é particularmente alta. Muitos desses casos envolvem adolescentes casadas. Estudos sugerem que cerca de um em cada quatro casos de VPI ocorre entre indivíduos casados em idade jovem.
As consequências dessa violência são severas, levando a angústia emocional, lesões físicas e até morte. Relatos mostram que a violência entre parceiros íntimos é uma das principais causas de dano para mulheres, com muitas sofrendo em silêncio devido ao estigma e medo de represálias.
Fatores socioeconômicos que Influenciam VPI e Casamento Infantil
Vários fatores socioeconômicos contribuem tanto para o casamento infantil quanto para a violência entre parceiros íntimos. O nível de educação é um determinante significativo. Mulheres que têm níveis mais altos de educação geralmente têm melhor consciência de seus direitos e mais oportunidades de emprego. Esse empoderamento pode levar a taxas mais baixas de violência. Em contraste, mulheres com pouca ou nenhuma educação estão frequentemente sujeitas a níveis mais altos de VPI.
A situação econômica também desempenha um papel crucial. Mulheres de origens de baixa renda estão em maior risco tanto de casamento infantil quanto de violência entre parceiros íntimos. A dependência econômica de parceiros pode restringir a capacidade das mulheres de escapar de relacionamentos abusivos, reforçando ciclos de violência.
Crenças e práticas culturais também agravam a situação. Em muitas comunidades, visões tradicionais sobre casamento e papéis de gênero contribuem para um ambiente onde a violência é tolerada ou justificada. Essas normas culturais frequentemente ditam que os homens têm autoridade sobre as mulheres, levando ao medo e controle dentro dos relacionamentos.
Impacto das Configurações Rurais e Urbanas
As diferenças entre áreas rurais e urbanas em Uganda podem afetar significativamente a prevalência de casamento infantil e VPI. Mulheres que vivem em áreas rurais são mais propensas a experimentar ambas as situações devido às crenças culturais enraizadas que apoiam práticas tradicionais. Em contraste, populações urbanas podem ter melhor acesso à educação e recursos que podem empoderar as mulheres contra a violência.
Em comunidades rurais, a aceitação da violência como uma medida disciplinar é rampantemente comum. Isso dificulta que as mulheres busquem ajuda ou relatem suas experiências sem enfrentar retaliações. Além disso, pressões sociais e estigmas em torno do divórcio e separação podem aprisionar ainda mais as mulheres em situações abusivas.
Consumo de Álcool e VPI
Outro fator que contribui para a violência entre parceiros íntimos em Uganda é o consumo de álcool entre os parceiros. Estudos mostraram uma ligação clara entre o uso de álcool por homens e a maior probabilidade de violência contra suas parceiras. O álcool pode prejudicar o julgamento e levar a comportamentos agressivos, exacerbando ainda mais os riscos enfrentados pelas mulheres.
A relação entre consumo de álcool e violência também está ligada às condições socioeconômicas. Em muitos casos, o estresse financeiro pode levar ao aumento do consumo de álcool, o que pode resultar em violência e abuso dentro de casa.
Conclusão
Os problemas do casamento infantil e da violência entre parceiros íntimos são preocupações urgentes em Uganda. Com o casamento infantil ainda prevalente, muitas meninas jovens continuam enfrentando desafios significativos que afetam sua saúde e segurança. A conexão entre casamento infantil e violência entre parceiros íntimos destaca a necessidade de estratégias abrangentes que abordem ambas as questões simultaneamente.
Educar as comunidades sobre os efeitos prejudiciais do casamento infantil e da violência é crucial. Defender os direitos das mulheres e promover oportunidades educacionais pode empoderar as jovens a tomarem controle de seus futuros. Ao enfrentar as crenças culturais que perpetuam a violência e a desigualdade, pode-se avançar significativamente na redução tanto do casamento infantil quanto da violência entre parceiros íntimos em Uganda.
No fim das contas, os formuladores de políticas precisam reconhecer a urgência desses problemas e trabalhar em direção a soluções que garantam a segurança e o bem-estar das jovens no país. Ao apoiar esforços para aumentar a conscientização e melhorar as condições socioeconômicas das mulheres, um futuro mais saudável e equitativo pode ser construído para todos.
Título: Association between child marriage and intimate partner violence. A comparative analysis of Uganda Demographic Health Surveys 2011 and 2016
Resumo: The incidence of child marriage (CM) and intimate partner violence (IPV) are high in Uganda. The study sought to assess the association between child marriage and IPV across two waves of the Ugandan Demographic and Health Survey (UDHS). The evidence is important to inform policy implementation strategies aimed at curbing child marriages and IPV. We analyzed data from UDHS 2011 and 2016. The analysis was restricted to women who have ever cohabited. Simple and multiple logistic regression models were used to assess the association between child marriage and IPV. Following the 2011 and 2016 UDHS findings, child marriage was 54.7% in 2011 and 47.4% in 2016. Child marriage among the current adolescents increased from 9.4% in 2011 to 14.2% in 2016. According to UDHS 2011, 40.0% and 39.0% experienced physical and sexual violence respectively. In 2011 and 2016, 23.1% and 17.4% experienced both physical and sexual violence. There are higher odds of physical violence among child marriages compared to adult marriages in 2011 and 2016 (AOR = 1.44; 95% CI: 1.12-1.84 in 2011 and AOR = 1.26; 95% CI: 1.12-1.42). A wealthy or educated woman has lower odds (AOR = 0.61; 95% CI: 0.41-0.91 and AOR = 0.41; 95% CI: 0.25-0.66) to experience both physical violence and sexual violence than a poor or uneducated one. Alcohol is the most common cause of IPV. A woman married to an husband who consumes alcohol has higher odds of experiencing physical, sexual or both physical and sexual violence as compared to someone whose husband did not consume alcohol (AOR = 2.23; 95% CI:1.61-3.09 in 2011 and AOR = 2.42; 95% CI: 2.15-2.73 in 2016) Intimate Partner Violence is associated with child marriage, level of education, wealth quintile, residence, and partners alcohol consumption. Much emphasis needs to be directed to cultural, as well as social economic factors but more specifically on the contribution of women emancipation/empowerment to prevent IPV.
Autores: Theopista Fokukora, D. O. Alangea, E. M. Amoah, A. Godi
Última atualização: 2023-06-20 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.19.23291619
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.06.19.23291619.full.pdf
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