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Papel das Pequenas Proteínas de Choque Térmico na Saúde Celular

Pesquisas mostram como as pequenas proteínas de choque térmico ajudam a prevenir a agregação de proteínas.

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As proteínas pequenas de choque térmico (sHSPs) são um grupo de proteínas que ajudam a manter a saúde de outras proteínas no corpo. Elas têm um papel fundamental em evitar que as proteínas se aglomerem, o que pode causar danos às células. Essas proteínas funcionam sem precisar de energia do ATP, uma molécula comumente usada para energia nas células. Em vez disso, elas capturam e seguram proteínas instáveis, permitindo que outras proteínas ajudem a reformatá-las de volta às suas formas normais quando necessário.

Nos humanos, existem dez tipos de sHSPs, conhecidas como HSPB1 a HSPB10. Essas proteínas são encontradas em várias partes do corpo, como olhos, coração e cérebro. Uma das sHSPs mais estudadas é a HSPB5, também conhecida como αB-cristalina. Essa proteína é importante para a saúde ocular e, quando não funciona corretamente, pode levar a doenças como catarata e distúrbios neurodegenerativos como o Alzheimer e o Parkinson.

A Importância dos sHSPs

Apesar de os sHSPs serem cruciais para a saúde celular e estarem ligados a várias doenças, ainda não sabemos tudo sobre como eles funcionam. Um dos principais desafios é que essas proteínas podem formar formas complexas que são difíceis de estudar. Por exemplo, a αB-cristalina pode formar grandes grupos de proteínas, dificultando a observação de sua estrutura e comportamento em detalhes.

Estrutura e Dinâmica das Proteínas

Em condições normais, a αB-cristalina existe como uma mistura de grandes grupos de proteínas compostos por 10 a 40 unidades menores. Essas unidades podem facilmente trocar entre si, o que é essencial para sua função. Cada unidade de αB-cristalina tem três partes: a parte central que é similar entre todas as sHSPs, e duas partes mais flexíveis que podem mudar de forma. As partes flexíveis podem ajudar na formação de estruturas maiores e na ligação com outras proteínas.

Papel dos Domínios N-terminal e C-terminal

As partes flexíveis da αB-cristalina, chamadas de domínio N-terminal (NTD) e domínio C-terminal (CTD), permitem que os sHSPs criem estruturas complexas. Quando essas partes são encurtadas, apenas o núcleo central permanece, formando estruturas estáveis conhecidas como dimers. O CTD possui uma sequência específica, chamada de IXI-motif, que desempenha um papel importante em como as unidades de proteínas se grudam.

O NTD varia mais em tamanho e sequência entre diferentes sHSPs, mas contém regiões importantes para a ligação com a estrutura central. Essas regiões ajudam a proteína a funcionar, embora seus papéis exatos não sejam tão claros quanto os do CTD.

NTD e Seu Papel Especial

Na αB-cristalina, há um IXI-motif adicional no início do NTD. Esse motif também é encontrado em outras sHSPs e pode competir com o IXI-motif do CTD pela ligação à estrutura central. As ideias atuais sugerem que essa competição afeta quão facilmente as unidades de proteína podem trocar lugares e se montar em estruturas maiores. No entanto, estudar as proteínas em seu comprimento total tem sido difícil devido à sua natureza complexa.

Formação de Fibrilas na αB-Cristalina

Os pesquisadores tentaram entender o que acontece quando interrompem a competição entre os dois IXI-motifs, criando uma variante da αB-cristalina. Essa nova variante foi projetada para não ter o IXI-motif N-terminal, e a expectativa era que essa mudança facilitasse o estudo da estrutura da proteína.

Descobrindo Fibrilas

Surpreendentemente, essa alteração levou à formação de estruturas helicoidais ordenadas, ou fibrilas. Essas fibrilas recém-formadas não eram prejudiciais às células e podiam facilmente voltar ao seu estado original quando a temperatura mudava. Técnicas de imagem de alta resolução, como a criomicroscopia eletrônica (cryo-EM), permitiram que os pesquisadores obtivessem insights detalhados sobre a estrutura dessas fibrilas.

Observações Estruturais

As imagens de cryo-EM mostraram que as fibrilas tinham aproximadamente 125 Å de diâmetro e apresentavam uma estrutura repetitiva. O ACD, ou parte central da proteína, formou os blocos de construção básicos dessas fibrilas. Esse arranjo criou uma estrutura complexa com uma cavidade central que provavelmente estava preenchida com o NTD menos definido.

O Papel da Temperatura

Estudos adicionais revelaram que essas fibrilas poderiam ser transformadas de volta em sua estrutura nativa quando aquecidas. Essa mudança era reversível e demonstrava que a proteína poderia trocar de forma com base na temperatura. Essa propriedade da αB-cristalina indica quão flexível e adaptável a proteína é, o que é essencial para seu papel em proteger as células do estresse.

Características das Fibrilas αB-AXA

A presença do IXI-motif é crucial para manter a estrutura e a função da αB-cristalina. Quando o IXI-motif N-terminal está ausente, o CTD pode formar interações mais fortes com a estrutura central, favorecendo a formação de fibrilas. Essa tendência à formação de fibrilas pode prejudicar a função normal dos sHSPs, potencialmente levando a efeitos celulares nocivos.

Monitorando a Atividade de Chaperona

Para avaliar quão bem a variante αB-AXA funcionava como uma chaperona, os pesquisadores a testaram contra uma proteína comum que tende a se desnaturar, a Lisozima. Quando a lisozima foi misturada com a αB-AXA em várias concentrações, a eficácia em prevenir a agregação da lisozima foi significativamente reduzida em comparação com a αB-cristalina original (αB-wt).

Entendendo o Mecanismo de Ação

A eficácia reduzida da αB-AXA sugere que, mesmo podendo ainda agir como uma chaperona, sua capacidade de reconhecer e se ligar a outras proteínas está comprometida. As alterações na estrutura levaram a agregados maiores e emaranhados em vez dos complexos organizados vistos com a versão selvagem.

Implicações para a Saúde Celular

Essas descobertas destacam a importância do motif NT-IXI na manutenção da função de chaperona dos sHSPs. Quando essa parte é alterada ou removida, toda a função da proteína pode mudar. Tais alterações podem levar à formação de agregados que podem ser prejudiciais às células, particularmente em áreas sensíveis como os olhos, onde a αB-cristalina é vital para a clareza do cristalino.

Conclusão

No geral, essa pesquisa enfatiza o delicado equilíbrio que as pequenas proteínas de choque térmico mantêm na célula. Sua capacidade de se adaptar e mudar de estrutura destaca a complexidade das interações proteicas dentro dos sistemas biológicos. Novos estudos serão necessários para explorar essas dinâmicas e como elas impactam várias doenças, especialmente aquelas ligadas ao desdobramento de proteínas. Entender esses mecanismos será crucial para desenvolver estratégias para combater doenças associadas a proteínas disfuncionais.

Fonte original

Título: Dynamic fibrillar assembly of αB-crystallin induced by perturbation of the conserved NT-IXI motif resolved by cryo-EM.

Resumo: B-crystallin is an archetypical member of the small heat-shock proteins (sHSPs) vital for cellular proteostasis and mitigating protein misfolding diseases. Gaining insights into the principles defining their molecular organization and chaperone function have been hindered by intrinsic dynamic properties and limited high-resolution structural analysis. To disentangle the mechanistic underpinnings of these dynamical properties, we mutated a conserved IXI-motif located within the N-terminal (NT) domain of human B-crystallin. This resulted in a profound structural transformation, from highly polydispersed caged-like native assemblies into a comparatively well-ordered helical fibril state amenable to high-resolution cryo-EM analysis. The reversible nature of the induced fibrils facilitated interrogation of functional effects due to perturbation of the NT-IXI motif in both the native-like oligomer and fibril states. Together, our investigations unveiled several features thought to be key mechanistic attributes to sHSPs and point to a critical significance of the NT-IXI motif in B-crystallin assembly, dynamics and chaperone activity.

Autores: Steve L Reichow, R. McFarland

Última atualização: 2024-03-27 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.22.586355

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.03.22.586355.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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