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# Biologia# Neurociência

Novas Perspectivas sobre os Transtornos do Espectro Psicótico

Estudo revela diferenças na conectividade cerebral ligadas a riscos genéticos para psicose.

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Os distúrbios do espectro psicótico, como a esquizofrenia, têm raízes complexas que envolvem interrupções em circuitos cerebrais. Essas interrupções podem ser vistas como mudanças em como os sinais se comportam no cérebro. Estudos mostraram que, usando um método chamado ressonância magnética funcional em estado de repouso (rs-fMRI), os cientistas conseguem detectar essas mudanças em indivíduos em risco de psicose. Estudando essas mudanças, os pesquisadores querem aprender mais sobre as causas originais desses distúrbios e melhorar a detecção precoce.

Identificando os em Risco

Existem várias maneiras de identificar pessoas que podem estar em risco de desenvolver um distúrbio do espectro psicótico. Uma das coisas que os pesquisadores descobriram é que a esquizofrenia e distúrbios semelhantes costumam ocorrer em famílias. Essa herdabilidade está ligada a muitos genes, incluindo variantes genéticas comuns e mutações raras. Um fator de risco notável é a Síndrome de Deleção 22q11.2 (22qDel), uma condição onde uma pequena parte do DNA está faltando. Essa deleção aumenta significativamente o risco de psicose, autismo e outros problemas de saúde mental.

Cerca de 1 em cada 4000 pessoas são afetadas por 22qDel, e estudos mostram que 10-20% dessas pessoas podem desenvolver um distúrbio do espectro psicótico. Na verdade, cerca de 30% daqueles com essa deleção relatam experimentar sintomas significativos de psicose. Como o 22qDel é um forte indicador de risco, isso oferece uma oportunidade para os cientistas estudarem os caminhos biológicos que podem levar à psicose.

Outro método para identificar risco envolve o comportamento. Pessoas em um estado de Alto Risco Clínico (CHR) mostram sinais iniciais de psicose, como alucinações leves ou delírios, mas não atendem aos critérios completos para um distúrbio psicótico. Cerca de 20-30% daqueles identificados como CHR podem desenvolver um distúrbio psicótico completo em até três anos.

Pesquisando a Função Cerebral

Muita pesquisa foi dedicada a entender a função cerebral em indivíduos com 22qDel e aqueles em CHR, frequentemente comparando-os a indivíduos com desenvolvimento típico. Muitos resultados desses estudos mostram tanto concordâncias quanto diferenças. No entanto, nenhum estudo comparou diretamente as medidas cerebrais entre esses grupos usando os mesmos métodos.

Para preencher essa lacuna, foi realizada uma análise em larga escala envolvendo 687 participantes, incluindo portadores de 22qDel, indivíduos CHR e grupos de controle pareados sem riscos. O objetivo era avaliar como o 22qDel e o CHR influenciam funções cerebrais específicas e identificar padrões únicos de cérebro associados a essas condições.

Principais Objetivos do Estudo

O estudo tinha como objetivos principais:

  1. Identificar os efeitos compartilhados e únicos do 22qDel e do CHR em várias medidas de conectividade cerebral.
  2. Ganhar mais insights biológicos, ligando descobertas a outras pesquisas cerebrais, como dados metabólicos e atividade gênica.

Três medidas específicas foram focadas:

  • Conectividade Global do Cérebro (GBC): quão bem diferentes áreas do cérebro se conectam.
  • Conectividade Local (LC): quão semelhantes são os sinais entre regiões cerebrais próximas.
  • Variabilidade do Sinal Cerebral (BSV): as mudanças nos sinais ao longo do tempo em áreas específicas do cérebro.

Essas medidas ajudam a captar como as funções cerebrais são alteradas tanto em portadores de 22qDel quanto em indivíduos CHR.

Os Participantes

O estudo incluiu 687 participantes divididos em grupos: 164 com 22qDel, 240 classificados como CHR e grupos de controle pareados. Os dados foram coletados de vários estudos em diferentes locais, garantindo que os resultados fossem robustos e confiáveis.

Descobertas sobre a Função Cerebral

A análise revelou diferenças notáveis na conectividade cerebral para portadores de 22qDel. Eles apresentaram GBC mais baixo em várias regiões do cérebro, particularmente em áreas relacionadas a movimento, visão e audição. Em contraste, os indivíduos CHR mostraram menos diferenças significativas. Sua conectividade local estava reduzida em comparação com os controles, mas não mostraram mudanças significativas em GBC ou BSV.

O estudo encontrou que as interrupções na conectividade pareciam semelhantes entre indivíduos com 22qDel e aqueles em CHR, especialmente em regiões específicas do cérebro.

Comparação Cerebral Multimodal

Para entender melhor os achados, os pesquisadores compararam seus mapas cerebrais com estudos existentes. Eles analisaram como as interrupções do 22qDel se relacionam com padrões de atividade cerebral bem estudados, como fluxo sanguíneo e metabolismo. Os resultados sugeriram que as interrupções cerebrais ligadas ao 22qDel estavam relacionadas a áreas com aumento de fluxo sanguíneo e atividade geral.

Explorando Relações Cognitivas

Curiosamente, o estudo explorou se havia uma ligação entre habilidades cognitivas (medidas por meio de testes de QI) e medidas de função cerebral. No entanto, não foram encontradas relações significativas. Isso sugere que as interrupções na conectividade cerebral observadas não estavam diretamente ligadas ao desempenho cognitivo nesse grupo.

Implicações para Pesquisas Futuras

Este estudo representa a primeira vez que pesquisadores examinaram de perto tanto os riscos genéticos quanto clínicos para psicose usando técnicas avançadas de imagem cerebral. As descobertas destacam o quão distintas são as alterações cerebrais em portadores de 22qDel comparados a indivíduos CHR.

Apesar das forças desta pesquisa, algumas limitações permanecem. Nem todos os participantes tinham diagnóstico de distúrbio psicótico, dificultando a avaliação das diferenças em quem tinha. Além disso, embora algumas relações interessantes tenham sido encontradas entre medidas cerebrais e outros dados fisiológicos, essas precisam de mais exploração.

Estudos futuros poderiam se beneficiar de tamanhos de amostra maiores e avaliações cognitivas mais detalhadas para tirar conclusões mais claras sobre a função cerebral na psicose. As descobertas ressaltam a necessidade de explorar melhor como fatores genéticos e ambientais interagem no desenvolvimento da psicose e destacam a importância de estratégias de identificação precoce e intervenção.

Conclusão

Esta pesquisa ilumina como diferentes padrões de conectividade cerebral podem indicar riscos para condições como psicose. Comparando indivíduos com fatores de risco genéticos e aqueles que mostram sinais iniciais de psicose, os cientistas podem entender melhor os mecanismos subjacentes desses distúrbios. No geral, os resultados abrem caminho para pesquisas mais direcionadas explorando as conexões entre genética, função cerebral e saúde mental, potencialmente levando a melhores opções de diagnóstico e tratamento no futuro.

Fonte original

Título: Unique functional neuroimaging signatures of genetic versus clinical high risk for psychosis

Resumo: Background22q11.2 Deletion Syndrome (22qDel) is a copy number variant (CNV) associated with psychosis and other neurodevelopmental disorders. Adolescents at clinical high risk for psychosis (CHR) have subthreshold psychosis symptoms without known genetic risk factors. Whether common neural substrates underlie these distinct high-risk populations is unknown. We compared functional brain measures in 22qDel and CHR cohorts and mapped results to biological pathways. MethodsWe analyzed two large multi-site cohorts with resting-state functional MRI (rs-fMRI): 1) 22qDel (n=164, 47% female) and typically developing (TD) controls (n=134, 56% female); 2) CHR individuals (n=244, 41% female) and TD controls (n=151, 46% female) from the North American Prodrome Longitudinal Study-2. We computed global brain connectivity (GBC), local connectivity (LC), and brain signal variability (BSV) across cortical regions, testing case-control differences for 22qDel and CHR separately. Group difference maps were related to published brain maps using autocorrelation-preserving permutation. ResultsBSV, LC, and GBC are significantly disrupted in 22qDel compared with TD controls (False Discovery Rate q

Autores: Charles H. Schleifer, S. E. Chang, C. M. Amir, K. P. O'Hora, H. Fung, J. W. D. Kang, L. Kushan-Wells, E. Daly, F. Di Fabio, M. Frascarelli, M. Gudbrandsen, W. R. Kates, D. Murphy, J. Addington, A. Anticevic, K. S. Cadenhead, T. D. Cannon, B. A. Cornblatt, M. Keshavan, D. H. Mathalon, D. O. Perkins, W. Stone, E. Walker, S. W. Woods, L. Q. Uddin, K. Kumar, G. D. Hoftman, C. E. Bearden

Última atualização: 2024-04-05 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.03.587988

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.03.587988.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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