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Impacto da Covid-19 nos Serviços de Saúde Mental da Juventude no Reino Unido

Analisando a mudança no acesso ao suporte de saúde mental para jovens durante a pandemia.

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A pandemia de Covid-19 mudou muita coisa na vida ao redor do mundo. No Reino Unido, o governo fez umas regras pra manter as pessoas distantes e reduzir a propagação do vírus. Essas regras tiveram vários efeitos, principalmente em crianças e Jovens. As escolas foram fechadas, as festas sociais foram limitadas e o Acesso a serviços ficou restrito. Essa situação não afetou só a saúde física, mas também o bem-estar emocional e mental. Especialistas acreditam que cerca de 10 milhões de pessoas precisaram de um suporte extra pra questões de Saúde Mental por causa da pandemia.

As escolas no Reino Unido fecharam no dia 23 de março de 2020 e só reabriram em setembro, mesmo com novas orientações. O fechamento das escolas trouxe Problemas pra saúde e bem-estar das crianças. Pesquisas de vários países mostraram que entre 18% a 60% das crianças e jovens sentiram angustia psicológica durante esse período. Muitas crianças, principalmente as que já tinham problemas mentais ou físicos, enfrentaram desafios ainda maiores. Aqueles que usaram serviços de saúde mental online estavam em alto risco de se sentirem isolados e de perderem progresso na sua jornada de saúde mental.

Antes da pandemia, as crianças podiam acessar serviços de saúde mental presencialmente. Mas com as regras de distanciamento social, muitos serviços tiveram que parar ou mudar a forma como operavam. Alguns se adaptaram e foram pra serviços online. Essa mudança permitiu que alguns jovens continuassem recebendo Apoio pela internet, que foi essencial durante os lockdowns. No entanto, a questão de quão eficazes eram esses serviços digitais e se todo mundo tinha acesso igual ainda precisava de respostas.

O acesso ao suporte de saúde mental pode variar dependendo de vários fatores como raça, gênero e status econômico. No Reino Unido, pessoas de minorias étnicas geralmente têm mais dificuldade em conseguir atendimento de saúde mental. Esse problema pode piorar quando outras questões, como pobreza e preconceito, entram em jogo. O aumento do suporte de saúde mental online mostrou algumas promessas, mas havia preocupações sobre se grupos vulneráveis poderiam usar esses serviços de forma eficaz.

Os serviços de saúde mental online trouxeram várias vantagens. Eles permitiram que os jovens buscassem ajuda no conforto de suas casas, diminuíram os custos de viagem e facilitaram o acesso ao suporte sem longas esperas. Mas também havia o risco de que alguns jovens pudessem ficar de fora por falta de acesso digital ou recursos. Embora os recursos online estivessem disponíveis, aqueles que não tinham internet confiável ou dispositivos poderiam acabar perdendo.

Uma plataforma específica chamada Kooth apresentou um estudo de caso interessante. Esse serviço permitiu que jovens se conectassem com profissionais treinados para apoio em saúde mental por meio de mensagens de texto. Ofereceu um espaço seguro sem precisar de encaminhamentos ou compromissos. A plataforma também tinha fóruns comunitários onde os jovens podiam compartilhar experiências e se apoiar.

O objetivo de estudar o Kooth era entender como a pandemia impactou o uso do serviço. Os pesquisadores queriam saber como o número de contatos com o serviço mudou antes, durante e depois do auge da pandemia. Eles olharam quem estava usando o serviço, como foram encaminhados e as questões específicas que trouxeram para a plataforma.

O Kooth era gratuito e disponível pra quem tinha entre 10 e 25 anos no Reino Unido. Oferecia várias formas de apoio, incluindo bate-papos individuais e fóruns em grupo. A equipe coletou dados sobre como os jovens usavam o serviço, incluindo os tipos de problemas enfrentados e como ficaram sabendo da plataforma.

A análise cobriu um período de três anos, de 2019 a 2021, que incluiu tanto o período pré-pandemia quanto o tempo durante as restrições sociais. Os pesquisadores examinaram tendências no uso do serviço, fontes de encaminhamento, problemas apresentados e diferenças de acesso com base em gênero, etnia e privação.

Os pesquisadores utilizaram dados de regiões do Reino Unido onde o serviço operava sem mudanças nos recursos, garantindo que os achados refletissem especificamente os efeitos da pandemia no acesso ao serviço. Eles se concentraram nos contatos feitos a cada mês, monitorando quantos jovens usaram o serviço e por quais razões.

Os achados mostraram que o início da pandemia viu um aumento significativo no número de contatos feitos ao Kooth. Antes da pandemia, houve um aumento constante no uso, mas as restrições aos serviços físicos levaram a um aumento nos contatos online. No entanto, com o tempo, essa taxa de aumento começou a desacelerar.

Analisando mais de perto como os jovens contataram o Kooth, eles encontraram tendências diferentes para interações diretas e indiretas. Contatos diretos envolviam bate-papos um a um com profissionais, enquanto os contatos indiretos incluíam atividades como postar em fóruns ou manter diários. Os dados mostraram que a demanda inicial aumentou para contatos diretos durante os lockdowns. Mas nos meses seguintes, os contatos indiretos não refletiram o aumento esperado, o que levantou questões sobre como os jovens estavam se envolvendo com a plataforma.

Quando se tratou de determinar de onde os usuários ouviram falar do Kooth, houve uma mudança notável nas fontes de encaminhamento por causa da pandemia. Antes da pandemia, muitos encaminhamentos vinham das escolas. Contudo, durante os lockdowns, essa fonte diminuiu drasticamente, já que as escolas estavam fechadas e não podiam promover o serviço. Em vez disso, mais jovens buscaram ajuda em família, amigos ou pesquisas na internet. Essa mudança mostrou a importância das redes sociais em fornecer apoio durante tempos difíceis.

Os tipos de problemas que os jovens trouxeram ao Kooth também mudaram. Imediatamente após o lockdown, houve um aumento claro nas consultas relacionadas a preocupações de saúde mental, incluindo riscos de automutilação e pensamentos suicidas. Com o tempo, conforme a pandemia continuava, essas taxas de contato permaneceram altas, indicando que a saúde mental dos jovens foi fortemente impactada pela crise.

Os pesquisadores prestaram atenção especial a como o acesso variou entre diferentes grupos demográficos. Descobriu-se que tanto jovens negros quanto brancos mostraram maior engajamento com o serviço durante a pandemia. No entanto, as tendências diferiram, com usuários brancos apresentando uma lenta diminuição nas taxas de engajamento ao longo do tempo. Por outro lado, usuários negros mantiveram um nível mais alto de contato.

O gênero também teve um papel em como os jovens acessaram o Kooth. Usuárias do sexo feminino, que compunham a maior parte da demografia da plataforma, mostraram um aumento acentuado no uso no início da pandemia, antes de experimentar uma diminuição nas taxas de engajamento depois. Usuários masculinos e não binários, embora com amostras menores, não mostraram tendências significativas semelhantes.

A análise do status socioeconômico indicou que tanto as áreas menos quanto as mais carentes viram um aumento no uso do serviço. Isso foi encorajador, pois sugeria que a plataforma digital estava alcançando grupos diversos, incluindo aqueles que normalmente têm dificuldade de acesso a serviços de saúde mental.

Apesar desses insights, o estudo teve limitações. Ele se baseou em dados de usuários que consentiram em compartilhar suas informações, que representavam cerca da metade dos usuários. As demografias daqueles que não consentiram não eram drasticamente diferentes, mas sinalizavam a necessidade de cautela sobre quão representativa a amostra era em relação à base total de usuários.

Os achados sugerem que, embora a pandemia tenha aumentado a demanda por serviços de saúde mental, a posterior diminuição nas taxas de engajamento pede que o suporte continue disponível para os jovens. Isso é especialmente verdade durante crises, quando eles mais precisam. Também destaca a importância das fontes de encaminhamento e o papel das redes sociais em ajudar os jovens a encontrar o suporte apropriado.

No geral, a pandemia de Covid-19 abriu caminho pra mudanças significativas em como os jovens acessam apoio em saúde mental no Reino Unido. O aumento inicial no engajamento online com serviços como o Kooth ilustrou a necessidade urgente de suporte em saúde mental conforme as restrições sociais se intensificaram. No entanto, os achados também refletem os desafios contínuos em manter o acesso consistente ao serviço e as experiências variadas entre diferentes grupos demográficos.

Pesquisas futuras devem continuar a focar nas preferências dos jovens ao usar ferramentas digitais de saúde mental e buscar entender as barreiras que ainda existem. Compreender esses fatores pode ajudar a melhorar os serviços e garantir acesso equitativo a suporte de saúde mental para todos os jovens, independente de suas origens.

Fonte original

Título: Digital Mental Health Service engagement changes during Covid-19 in children and young people across the UK: presenting concerns, service activity, and access by gender, ethnicity, and deprivation

Resumo: The adoption of digital health technologies accelerated during Covid-19, with concerns over the equity of access due to digital exclusion. Using data from a text-based online mental health service for children and young people we explore the impact of the pandemic on service access and presenting concerns and whether differences were observed by sociodemographic characteristics in terms of access (gender, ethnicity and deprivation). We used interrupted time-series models to assess whether there was a change in the level and rate of service use during the Covid-19 pandemic (April 2020-April 2021) compared to pre-pandemic trends (June 2019-March 2020). Routinely collected data from 61221 service users were extracted for observation, those represented half of the service population as only those with consent to share their data were used. The majority of users identified as female (74%) and White (80%), with an age range between 13 and 20 years of age. There was evidence of a sudden increase (13%) in service access at the start of the pandemic (RR 1.13 95% CI 1.02, 1.25), followed by a reduced rate (from 25% to 21%) of engagement during the pandemic compared to pre-pandemic trends (RR 0.97 95% CI 0.95,0.98). There was a sudden increase in almost all presenting issues apart from physical complaints. There was evidence of a step increase in the number of contacts for Black/African/Caribbean/Black British (38% increase; 95% CI: 1%-90%) and White ethnic groups (14% increase; 95% CI: 2%-27%)), sudden increase in service use at the start of the pandemic for the most (58% increase; 95% CI: 1%-247%) and least (47% increase; 95% CI: 6%-204%) deprived areas. During the pandemic, contact rates decreased, and referral sources change at the start. Findings on access and service activity align with other studies observing reduced service utilization. The lack of differences in deprivation levels and ethnicity at lockdown suggests exploring equity of access to the anonymous service. The study provides unique insights into changes in digital mental health use during Covid-19 in the UK.

Autores: Louisa Salhi, D. Knipe, S. de Ossorno Garcia, L. Mainstone-Cotton, A. Sefi, A. John

Última atualização: 2023-08-15 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.11.23293977

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.11.23293977.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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