Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Ciências da saúde# Nefrologia

Monitorando Células B de Memória na Gestão de Doenças Autoimunes

Acompanhar os níveis de PLA2R-MBC pode ajudar nas decisões de tratamento para doenças autoimunes.

― 7 min ler


Células B e InsightsCélulas B e Insightssobre Doenças Autoimunestratamento de doenças autoimunes.Monitorar as células B pode ajudar no
Índice

Doenças autoimunes são condições em que o sistema imunológico do corpo ataca suas próprias células. Gerenciar essas doenças pode ser complicado para os médicos, porque elas podem aparecer e sumir sem aviso. Os pacientes podem ter crises, quando os sintomas pioram, seguidas de períodos de melhora.

Uma doença autoimune comum é a nefropatia membranosa primária (NMP), que afeta os rins. A NMP é caracterizada pela presença de certos Anticorpos que atacam as células renais. Na maioria dos casos de NMP, cerca de 70-80% dos pacientes produzem anticorpos contra uma proteína chamada receptor de fosfolipase A2 (PLA2R). Monitorar esses anticorpos pode ajudar os médicos a avaliar quão ativa a doença está. Se os níveis desses anticorpos caem, isso geralmente significa que a condição do paciente está melhorando. Por outro lado, se os anticorpos voltam, pode ser sinal de uma recaída.

Desafios em Monitorar a Atividade da Doença

Um grande desafio em gerenciar doenças autoimunes é saber a quantidade certa de medicação a ser dada. Os pacientes muitas vezes recebem medicamentos imunossupressores que ajudam a reduzir as respostas imunológicas. No entanto, esses medicamentos podem causar efeitos colaterais se usados por muito tempo.

Atualmente, os métodos para monitorar essas doenças se concentram em medir os níveis de proteínas específicas, chamadas biomarcadores, no sangue. Embora esses biomarcadores possam mostrar a gravidade do dano tecidual, talvez não prevejam o comportamento futuro da doença. Por exemplo, na NMP, embora os anticorpos contra PLA2R possam indicar a atividade atual, eles não conseguem prever com precisão como a doença se comportará a longo prazo.

Tratamentos para NMP

Rituximabe é um tratamento que é frequentemente usado para NMP e muitas outras doenças autoimunes. Esse medicamento ataca e remove certas células do sistema imunológico, especificamente as células B. Os pacientes geralmente começam a recuperar essas células B em cerca de 6 a 9 meses após o tratamento, e geralmente voltam a níveis normais dentro de um ano.

Pesquisas mostram que se certos tipos de células B, conhecidas como células B de memória, se recuperam rapidamente após o tratamento, isso pode prever uma recaída da doença autoimune. As células B de memória são importantes porque podem lembrar infecções passadas e responder rapidamente quando enfrentam o mesmo patógeno novamente. No entanto, nem todas as células B de memória são iguais, e seu comportamento pode variar entre os pacientes.

Estudo das Células B de Memória PLA2R

Os pesquisadores têm investigado como células B de memória específicas que reagem ao PLA2R (chamadas de PLA2R-MBCs) se relacionam com a atividade da doença em pacientes com NMP. Eles coletaram amostras de sangue dos pacientes para estudar essas células.

Neste estudo, o sangue dos pacientes foi processado para isolar certas células brancas do sangue. Em seguida, usando técnicas de coloração especiais, os pesquisadores puderam ver quais células B reagiam ao PLA2R. Isso permitiu contar o número de PLA2R-MBCs em cada paciente.

Em pacientes com atividade da doença em andamento, havia mais PLA2R-MBCs em comparação com indivíduos saudáveis. Por exemplo, um paciente tinha mais de 17% de suas células B de memória reagindo ao PLA2R, que é significativamente maior do que os níveis em controles saudáveis, que tinham níveis em torno de 0,24%.

Importância de Monitorar os Níveis de PLA2R-MBC

Para analisar melhor essa relação, os pesquisadores monitoraram os níveis de PLA2R-MBCs nos pacientes ao longo do tempo, junto com os níveis de anticorpos e proteinúria (níveis de proteína na urina, que indicam dano renal). Eles descobriram que altos níveis de PLA2R-MBCs poderiam aparecer antes de outros sinais de recaída, como aumento de proteína na urina ou níveis crescentes de anticorpos.

Por exemplo, em um paciente, mesmo após o tratamento com Rituximabe que levou a baixos níveis de anticorpos e proteinúria, altos níveis de PLA2R-MBCs persistiram. Quando receberam uma segunda rodada de Rituximabe, essas células B de memória caíram significativamente, e o paciente manteve remissão por mais de dois anos depois.

Em contraste, outro paciente não recebeu tratamento adicional, apesar de ter altos níveis de PLA2R-MBCs. Esse paciente teve uma recaída depois, sugerindo que o monitoramento contínuo dessas células B de memória poderia ser crucial para decidir quando tratar novamente.

Observações de Pacientes com Recaídas

Alguns pacientes tiveram recaídas da doença, e os pesquisadores notaram que muitos desses pacientes recaídos tinham níveis elevados de PLA2R-MBCs em seu sangue até dois anos antes da recaída real.

Curiosamente, outros pacientes tiveram picos nessas células B de memória após receberem uma vacina contra a COVID-19 ou infecção pelo vírus, mas nem todos eles tiveram uma recaída. Parece que, embora aumentos temporários nessas células possam acontecer, nem sempre levam a um agravamento da doença.

Nos casos em que os pacientes tiveram recaída após uma infecção por COVID-19, parece que a combinação da infecção e altos níveis de PLA2R-MBCs contribuiu para o retorno da atividade da doença.

Conclusões sobre a Dinâmica das PLA2R-MBCs

Os resultados deste estudo sugerem que rastrear os níveis de PLA2R-MBCs pode fornecer pistas importantes sobre o risco de recaída de um paciente. Se um paciente tem altos níveis de PLA2R-MBCs após o tratamento, pode ser sábio para os médicos considerar rodadas adicionais de tratamento para prevenir uma crise.

Além disso, esses achados indicam que a resposta imunológica de cada paciente pode ser diferente, e o que funciona para um pode não funcionar para outro.

Essa pesquisa abre novas possibilidades para entender como as doenças autoimunes se comportam e como podem ser gerenciadas. Ao prestar atenção a células imunológicas específicas, como as PLA2R-MBCs, os médicos poderiam personalizar melhor os tratamentos para seus pacientes, potencialmente melhorando os resultados e reduzindo tratamentos desnecessários.

Implicações Futuras e Recomendações

O conhecimento adquirido com este estudo também pode se estender a outras doenças autoimunes, ampliando nossa compreensão de como monitorar e tratar essas condições de forma eficaz.

Os médicos podem querer estabelecer diretrizes para quando iniciar ou continuar tratamentos com base nos níveis de PLA2R-MBC, em vez de depender apenas de sintomas ou níveis de anticorpos. O monitoramento regular pode ajudar a detectar potenciais crises precocemente, permitindo intervenções em tempo hábil.

Em resumo, monitorar os níveis de PLA2R-MBCs em pacientes com doenças autoimunes pode oferecer insights valiosos sobre a atividade da doença e ajudar a guiar decisões de tratamento. A pesquisa contínua nessa área é essencial para melhorar ainda mais como essas condições desafiadoras são gerenciadas.

Fonte original

Título: The predictive and prognostic value of peripheral blood antigen-specific memory B cells in phospholipase A2 receptor-associated membranous nephropathy

Resumo: BackgroundPhospholipase A2 receptor-associated membranous nephropathy (PLA2R-MN) is an anti-PLA2R antibody (PLA2R-Ab) mediated autoimmune kidney disease. Although antibody titer correlates closely with disease activity, whether it can provide longer-term predictions on disease course and progression is unclear. Rituximab, a B-cell depletion therapy, has become the first-line treatment option for PLA2R-MN; however, the response to Rituximab varies among patients. MethodsWe developed a flow cytometry-based test that detects and quantifies PLA2R antigen-specific memory B cells (PLA2R-MBCs) in peripheral blood, the primary source for PLA2R-Ab production upon disease relapse. We applied the test to 159 blood samples collected from 28 patients with PLA2R-MN (at diagnosis, during and after immunosuppressive treatment, immunological remission, and relapse) to evaluate the relationship between circulating PLA2R-MBC levels and disease activity. ResultsThe level of PLA2R-MBCs in healthy controls (n=56) is less than or equal to 1.5% of the total MBC compartment. High circulating PLA2R-MBC levels were detected in two patients post-Rituximab despite achieving immunologic and proteinuric remission, as well as in two patients with negative serum autoantibody but increasing proteinuria. Elimination of these cells with Rituximab improved clinical outcomes. Moreover, five patients exhibited elevated PLA2R-MBC levels before disease relapse, followed by a rapid decline to baseline when relapse became clinically evident. COVID-19 vaccination or SARS-CoV-2 infection significantly affected the dynamics of circulating PLA2R-MBCs. ConclusionsThis study suggests that monitoring PLA2R-MBC levels in patients with PLA2R-MN may help refine and individualize immunosuppressive therapy and predict disease course and progression. The technology and findings may also have broader applications in the clinical management of other autoimmune diseases.

Autores: Quansheng Zhu, H. Tang, L. Howard, M. Waldman

Última atualização: 2023-08-16 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.14.23292885

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.14.23292885.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes