Estudo Investiga Relações Entre Peso Corporal e Inflamação em Pacientes com COVID-19
Pesquisas não encontraram conexão entre peso corporal, macrófagos de gordura e marcadores de inflamação na COVID-19.
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Índice
Desde o começo da pandemia de COVID-19, teve muita pesquisa mostrando uma ligação entre Peso Corporal mais alto e resultados ruins em pacientes com COVID-19. Esses resultados ruins incluem maiores chances de ir pro hospital, precisar de cuidados intensivos, ser intubado e até morrer. Em especial, a obesidade, principalmente quando tem muita gordura ao redor dos órgãos, é conhecida por aumentar a Inflamação no corpo. A inflamação é a resposta do corpo a lesões ou infecções, mas muita inflamação pode levar a problemas sérios.
Estudos também mostraram que ter mais gordura ao redor dos órgãos se relaciona com níveis mais altos de certos marcadores no sangue que indicam inflamação. Alguns desses marcadores incluem Proteína C-Reativa (PCR), Taxa de Sedimentação de Eritrócitos (TSE), Interleucina-6 (IL-6) e Ferritina. Esses marcadores ajudam os médicos a entenderem quão grave é a inflamação.
Em doenças como diabetes tipo 2 e artrite reumatoide, a inflamação é parcialmente causada por células especiais na gordura chamadas Macrófagos. Essas células liberam substâncias que podem piorar a inflamação. Também foi observado que altos níveis de inflamação no sangue se relacionam com doenças piores em COVID-19. No entanto, ainda tem incerteza se ter muita gordura, especialmente os macrófagos nessa gordura, causa mais inflamação na COVID-19. A gente queria descobrir se um peso corporal mais alto está relacionado a mais macrófagos na gordura e se esses macrófagos estão ligados a níveis mais altos de marcadores de inflamação em pacientes com COVID-19.
O Estudo
Nesse estudo, analisamos o conteúdo de células de gordura em pacientes que morreram de COVID-19 através de autópsias. Também coletamos informações de saúde importantes como peso corporal e níveis de marcadores de inflamação no sangue. A gente focou em marcadores como TSE, PCR, Troponina, D-dímero, IL-6 e Ferritina pra ver se tinha relação entre peso corporal, conteúdo de macrófagos na gordura e inflamação.
População do Estudo
Os sujeitos desse estudo foram pacientes que testaram positivo pra COVID-19 e morreram entre março de 2020 e junho de 2020. Todos tinham pelo menos 18 anos e passaram por autópsias. O estudo seguiu todas as diretrizes éticas e recebeu as aprovações necessárias.
Medindo o Conteúdo de Macrófagos na Gordura
A gente coletou amostras de gordura de 45 casos de autópsia de pacientes com COVID-19 e analisou elas sob um microscópio. Usamos corantes especiais que ajudam a identificar os macrófagos no tecido adiposo. Os slides foram digitalizados e contamos o número de macrófagos em áreas selecionadas do tecido adiposo. Essa contagem deu uma medida do conteúdo de macrófagos em cada paciente.
Coleta de Dados de Saúde
Coletamos dados sobre peso corporal, data da morte, os valores mais recentes dos marcadores de inflamação antes da morte e alguns detalhes demográficos como idade, sexo e raça. A gente escolheu os valores laboratoriais mais recentes pra refletir melhor a condição do corpo.
Análise Estatística
Usamos vários métodos estatísticos pra procurar relações entre os dados. Calculamos correlações e comparamos os marcadores de inflamação entre diferentes grupos baseados no conteúdo de macrófagos.
Características da População do Estudo
Das 45 pacientes estudados, excluímos 6 devido a registros de peso faltando, ficando com 39 pacientes. A idade média desses pacientes era de 72 anos. A maioria dos sujeitos era do sexo masculino e hispânica. O peso corporal médio foi classificado como 26.5 kg/m² e a contagem média de macrófagos na gordura era em torno de 11.5 por campo de alta potência.
IMC e Conteúdo de Macrófagos
A gente olhou a conexão entre peso corporal e o número de macrófagos na gordura. Quando plotamos esses dados, não teve uma relação visível entre os dois. A análise estatística mostrou uma correlação muito fraca, indicando que não tinha uma conexão forte entre peso corporal e conteúdo de macrófagos em pacientes que morreram de COVID-19.
Conteúdo de Macrófagos e Marcadores de Inflamação
Depois, a gente examinou se o conteúdo de macrófagos na gordura estava relacionado a marcadores de inflamação no sangue. Agrupamos os pacientes com base no conteúdo de macrófagos na gordura e verificamos os níveis de diferentes marcadores como TSE, PCR, Troponina, D-dímero, IL-6 e Ferritina.
Pra todos esses marcadores, não encontramos diferenças significativas entre os grupos baseados no conteúdo de macrófagos. A análise não mostrou correlação entre a quantidade de macrófagos na gordura e os níveis de marcadores de inflamação. Mesmo depois de olhar os valores máximos desses marcadores durante a internação, nossos resultados continuaram os mesmos.
Discussão
Os achados que observamos foram surpreendentes. Geralmente, um peso corporal mais alto e obesidade estão ligados a problemas sérios em pacientes com COVID-19. Muitos relatos iniciais destacaram um estado de inflamação elevada em casos graves de COVID-19, especialmente entre aqueles que estão muito acima do peso.
Uma razão pela qual nossos achados podem diferir de relatórios anteriores é que a maioria das observações clínicas vem de pacientes vivos, enquanto nosso estudo focou em pacientes após a morte. Além disso, os pacientes do nosso estudo eram mais velhos e tinham um peso corporal médio um pouco mais baixo em comparação com aqueles em estudos que encontraram ligações fortes entre obesidade e aumento de inflamação. Pode ser que estar acima do peso afete mais a inflamação em pacientes mais jovens do que em mais velhos.
Outro achado surpreendente foi a falta de conexão entre peso corporal e conteúdo de macrófagos na gordura. Isso indica que a gordura e seus macrófagos podem não ser a principal fonte de inflamação em casos graves de COVID-19. Nossos resultados também sugerem que a inflamação pode vir de uma fonte diferente, talvez dos pulmões, onde o vírus afeta mais o corpo.
É importante considerar que nosso estudo teve algumas limitações. Não conseguimos estudar os desfechos clínicos em detalhes, e o timing dos testes de sangue variou entre os pacientes. Porém, conseguimos coletar mais da metade dos resultados laboratoriais dentro de dois dias antes da morte. Nosso grupo de pacientes era mais velho e, em sua maioria, tinha peso normal ou estavam levemente acima do peso. Pacientes mais jovens e mais obesos podem apresentar resultados diferentes ao olharmos a relação entre peso corporal, conteúdo de macrófagos e inflamação.
Conclusão
Pra concluir, não encontramos uma conexão entre peso corporal e conteúdo de macrófagos na gordura em pacientes que morreram de COVID-19. Também não observamos nenhuma ligação significativa entre o conteúdo de macrófagos e marcadores de inflamação no sangue. Esse estudo é inovador porque examina diretamente o conteúdo de macrófagos na gordura e a inflamação sistêmica em pacientes com COVID-19. Embora estar acima do peso seja um fator de risco conhecido para inflamação severa na COVID-19, mais estudos precisam descobrir o que mais contribui pra essa inflamação. Parece que o foco pode precisar mudar de macrófagos da gordura ao procurar as fontes de inflamação em casos graves de COVID-19.
Título: Visceral adipose macrophage content does not associate with body mass index or systemic inflammation in COVID-19: an autopsy study
Resumo: IntroductionAdiposity, especially visceral adiposity with elevated body mass index (BMI), is associated with a hyperinflammatory syndrome and poor outcomes in patients with COVID-19. In other diseases such as obesity, type 2 diabetes, and rheumatoid arthritis, systemic inflammation is driven directly by visceral adipose macrophages which release pro-inflammatory cytokines. Currently it is unknown whether visceral adipose tissue macrophage content may similarly explain the observation that COVID-19 patients with elevated BMI are at risk for a hyperinflammatory syndrome and death. MethodsThis was a retrospective study of hospitalized adults who died of COVID-19 between March 2020 and June 2020 and underwent autopsy. Visceral adipose tissue macrophage content was quantified by histological staining of visceral adipose tissue samples with CD68, using pericolic fat gathered at autopsy from each subject. Clinical data including inflammatory markers such as erythrocyte sedimentation rate (ESR), C-reactive Protein (CRP), Troponin, D-dimer, Interleukin-6 (IL-6), and ferritin as well as BMI were collected from electronic medical records. ResultsA total of 39 subjects were included in this study. There was no association between BMI and visceral adipose tissue macrophage content (Spearman R=0.025, p=0.88). Additionally, there was no association between adipose tissue macrophage content and any of the systemic markers of inflammation measured including ESR, CRP, Troponin, D-dimer, IL-6, and Ferritin (p>0.05 for all markers). ConclusionUnlike chronic diseases such as obesity, type 2 diabetes, and rheumatoid arthritis, elevated BMI is not associated with increased visceral adipose tissue macrophage content in patients who died of COVID-19. Additionally, among patients who died of COVID-19, visceral adipose tissue macrophage content is not associated with markers of systemic inflammation. These results suggest that the elevations in systemic markers of inflammation--and the hyperinflammatory syndrome often observed during acute COVID-19--does not directly originate from visceral adipose macrophages as it seems to in chronic disease states.
Autores: Steven H Su, Y. R. Nobel, S. Besharati, A. Del Portillo, M. Anderson, D. E. Freedberg
Última atualização: 2023-08-22 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.21.23294361
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.08.21.23294361.full.pdf
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