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Desvendando a Via Láctea: Novas Estruturas Estelares Identificadas

Um estudo revela grupos distintos de estrelas na nossa galáxia.

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Nossa galáxia, a Via Láctea, é uma coleção enorme de estrelas, cada uma seguindo seu próprio caminho. Algumas dessas estrelas fazem parte de grupos maiores, ou estruturas, moldadas pela história e evolução da galáxia. Estudar essas estruturas nos ajuda a entender como nossa galáxia se formou e mudou ao longo do tempo.

Compreendendo Estruturas Estelares

A Via Láctea tem várias partes diferentes, incluindo o disco, halo e bulge. As estrelas nessas áreas têm características únicas, como suas órbitas e composição química. Ao estudar esses elementos, os cientistas conseguem identificar grupos de estrelas que compartilham traços em comum.

Nos últimos anos, os avanços tecnológicos facilitaram a coleta de dados sobre essas estrelas. Projetos como o Gaia e outras pesquisas fornecem uma quantidade enorme de informações, como as posições, velocidades e composições químicas das estrelas.

Coleta de Dados

Para este estudo, usamos dados de duas fontes principais: APOGEE e Gaia. O projeto APOGEE se concentra em coletar espectros detalhados de estrelas, ajudando a medir suas composições químicas. Enquanto isso, o Gaia oferece medições precisas das posições e movimentos das estrelas, melhorando nossa compreensão suas órbitas.

Focamos em um grupo específico de estrelas - gigantes vermelhos - localizadas a até 5.000 anos-luz do Sol. Nossa meta era identificar padrões e estruturas entre essas estrelas com base em suas propriedades químicas e movimentos.

Detectando Grupos Estelares Usando T-SNE

Para analisar os dados, usamos uma técnica chamada t-distributed Stochastic Neighbor Embedding (t-SNE). Esse método nos permite pegar um grande conjunto de dados de alta dimensão e visualizar em um espaço mais simples, bidimensional. Assim, conseguimos ver como as estrelas se agrupam, revelando grupos potenciais que podem ter origens ou histórias parecidas.

Usando t-SNE, aplicamos essa análise a dez diferentes razões de abundância química. Essas razões indicam as quantidades de vários elementos presentes nas estrelas, incluindo ferro, oxigênio, magnésio e muito mais.

Resultados da Análise t-SNE

Nossa análise t-SNE revelou sete estruturas estelares distintas. Aqui tá um resumo de cada estrutura identificada:

Estrutura 1: O Splash

O primeiro grupo que identificamos é chamado de Splash. Esse grupo é formado por estrelas que mostram níveis mais altos de certos elementos, especialmente aqueles relacionados ao disco espesso da Via Láctea. As estrelas no Splash têm uma ampla gama de alturas acima ou abaixo do plano da galáxia e costumam seguir órbitas excêntricas.

Estrutura 2: Gaia-Salsicha-Encélado

A segunda estrutura está ligada a um evento de fusão do passado conhecido como Gaia-Salsicha-Encélado. Estrelas desse grupo têm baixos níveis de alumínio e ferro, que as diferenciam de outros grupos. Elas seguem órbitas excêntricas e existem a distâncias variadas do centro galáctico.

Estrutura 3: População de Disco Aquecida High-α

Depois, encontramos um grupo de estrelas que costumam ser classificadas como estrelas de disco aquecido high-α. Embora suas composições químicas pareçam se sobrepor ao Splash e Gaia-Salsicha-Encélado, esse grupo tem características orbitais distintas que o tornam único.

Estrutura 4: Estrelas Peculiares N-C-O

Outro grupo, as estrelas peculiares N-C-O, se destacam devido aos níveis incomuns de nitrogênio. Muitas dessas estrelas mostram sinais de serem remanescentes de aglomerados globulares, possivelmente tendo sido espalhadas no campo galáctico durante eventos passados.

Estrutura 5: Galileu 5

Também identificamos uma nova estrutura, que chamamos de Galileu 5. Esse grupo fica entre o grupo Gaia-Salsicha-Encélado e outra estrutura na representação t-SNE. Ele tem uma assinatura química única, sugerindo que também pode ter uma origem ex-situ, ou seja, se formou fora da Via Láctea e depois se fundiu a ela.

Estrutura 6: Galileu 6

Semelhante ao Galileu 5, detectamos outra nova estrutura chamada Galileu 6. Esse grupo tem características ligeiramente diferentes, mas também mostra sinais potenciais de ter sido formado a partir de fontes externas.

Estrutura 7: Estrelas Semelhantes ao Disco Interno

Finalmente, encontramos um grupo de estrelas semelhantes ao disco interno. Essas estrelas mostram altos níveis de ferro e manganês, enquanto têm níveis mais baixos de outros elementos. Elas parecem estar bem unidas em suas órbitas e sugerem uma origem diferente em comparação com os grupos anteriores.

Implicações para a Evolução Galáctica

Através da identificação desses grupos, podemos entender melhor a história de formação da Via Láctea. A presença de estruturas como o Splash e Gaia-Salsicha-Encélado sugere que nossa galáxia passou por eventos significativos como fusões e interações com outras galáxias.

As composições químicas dessas estrelas fornecem uma visão das condições presentes durante sua formação. Por exemplo, baixos níveis de certos elementos em alguns grupos indicam que essas estrelas provavelmente se formaram em ambientes diferentes daqueles com maior metalicidade.

Conclusão

O estudo contínuo das estruturas estelares dentro da Via Láctea permite que os cientistas montem a história complexa da galáxia. Usando técnicas avançadas de coleta de dados e métodos analíticos como o t-SNE, conseguimos descobrir novas estruturas e refinar nossa compreensão de como as galáxias evoluem ao longo do tempo. Cada grupo de estrelas identificado oferece um vislumbre de diferentes aspectos da formação e evolução galáctica, ajudando a entender a natureza fundamental do nosso universo.

Essas descobertas não só aumentam nosso conhecimento da Via Láctea, mas também preparam o terreno para futuras pesquisas sobre como outras galáxias podem compartilhar histórias semelhantes ou manifestar características diferentes com base em suas narrativas únicas de formação.

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