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Queuosina: Um Jogador Chave na Síntese de Proteínas

Queuosina impacta a síntese de proteínas em bactérias e parasitas, mostrando estratégias de adaptação.

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O Papel da Queuosina naO Papel da Queuosina naSobrevivência dePatógenosna síntese de proteínas bacterianas.Analisando a importância da queuosina
Índice

O RNA transfer (tRNA) é super importante no processo de fazer proteínas. Ele ajuda a traduzir o código genético em proteínas reais, levando aminoácidos específicos para o ribossomo, onde as proteínas são montadas. Uma parte importante do tRNA são as modificações que acontecem na sua estrutura. Essas modificações podem ajustar como o tRNA traduz o código genético em proteínas de forma mais eficaz e precisa. Algumas modificações também podem estabilizar o tRNA, tornando ele mais confiável no seu trabalho.

A Importância da Queuosina

Uma modificação específica se chama queuosina (Q). Essa modificação acontece em certos tipos de tRNA e pode influenciar como as proteínas são feitas e a precisão desse processo. Muitos organismos vivos, tanto bactérias quanto eucariotos, têm TRNAS com a modificação Q. No entanto, seu papel ainda não estava claro por muitos anos. Estudos recentes mostraram que a Q pode ser significativa em certas bactérias, especialmente quando elas estão causando doenças.

A queuosina substitui uma das bases em tRNAs que têm anticodons GUN. Dependendo do tipo de organismo, a Q pode melhorar o processo de fazer proteínas ou aumentar a precisão da tradução. Algumas bactérias têm uma ligação direta entre a Q e a habilidade de sobreviver em condições estressantes ou de causar doenças em hospedeiros.

Como a Queuosina é Feita

O processo de fazer Q envolve várias etapas. Em bactérias como a E. coli, a Q é sintetizada a partir de trifosfato de guanosina (GTP) através de uma série de reações enzimáticas. Quatro principais enzimas trabalham juntas para transformar o GTP em um composto chamado 7-ciano-7-deazaguanina (preQ0). Esse composto é então transformado em outra forma, chamada 7-aminometil-7-deazaguanina (PreQ1), antes de ser incorporado ao tRNA.

As bactérias também podem recuperar ou reciclar a queuosina. As células eucarióticas usam principalmente uma rota de salvamento para obter a Q. Os mecanismos que as bactérias usam para reciclar os precursores da Q podem variar muito entre diferentes espécies. Algumas bactérias conseguem importar os precursores em vez de sintetizá-los, permitindo que elas terminem a produção de Q.

O Papel da Queuosina em Parasitas

Alguns parasitas eucarióticos, que têm ciclos de vida complexos que envolvem mudanças entre hospedeiros, mostram variações na quantidade de tRNAs modificados pela Q com base na fase de desenvolvimento. Surpreendentemente, pouco se sabe sobre a Q em bactérias que também mudam entre diferentes hospedeiros. Um exemplo é a Bartonella henselae, que usa pulgas e possivelmente carrapatos como vetores. Essas bactérias podem infectar gatos quando fezes de pulgas entram em um arranhão.

Dentro do gato, a B. henselae se multiplica dentro das células dos vasos sanguíneos. As bactérias mostram um alto nível de diversidade genética, que pode ser categorizada em diferentes cepas. A reconstrução genética da Síntese de Q nessas bactérias sugeriu que elas podem seguir um caminho semelhante ao de outros patógenos. No entanto, ao examinar certos genes responsáveis pela síntese de Q, os pesquisadores encontraram discrepâncias.

Caminhos de Síntese da Q em Bactérias

Pesquisas mostraram que as proteínas envolvidas na síntese de Q podem ter especificidades diferentes, variando entre espécies. Ao criar uma rede de semelhanças de sequência entre as proteínas responsáveis pela síntese de Q, os cientistas conseguiram identificar agrupamentos baseados em suas funções e na presença de diferentes caminhos de síntese de Q.

Através de análises adicionais, os cientistas descobriram que certos genes responsáveis pela síntese de Q parecem estar ausentes em bactérias específicas como a B. henselae. Isso levanta questões sobre como essas bactérias ainda conseguem recuperar ou utilizar a Q.

O Estudo de Bartonella Henselae

Em estudos focando na B. henselae, os pesquisadores examinaram como essas bactérias recuperam a Q e seus precursores. Eles descobriram que, quando o gene que codifica bTGT de B. henselae foi introduzido em cepas de E. coli que não tinham o caminho de síntese da Q, essas bactérias ainda conseguiam absorver a Q em condições específicas. Isso ilustra que B. henselae tem a capacidade de utilizar precursores da Q mesmo que o caminho sintético completo tenha sido perdido.

As proteínas responsáveis por recuperar a Q podem mostrar preferências por substratos específicos, como o preQ1. A pesquisa também mostrou que as enzimas da B. henselae conseguem recuperar a queuosina quando ela está presente em altos níveis, mas não são tão eficientes em comparação com outros patógenos que utilizam o mesmo substrato.

Descobertas sobre PreQ1 em Bartonella

Estudos adicionais revelaram vestígios de preQ1 nos tRNAs de B. henselae. Isso sugere que essas bactérias podem ter um caminho de Q funcionando que depende da recuperação de precursores do ambiente. Os níveis baixos de preQ1 observados implicam que essa modificação pode não impactar significativamente a capacidade das bactérias de fazer proteínas de forma precisa em certas condições.

Os pesquisadores investigaram se a presença de preQ1 em B. henselae poderia ser devido à contaminação com outros organismos, à possibilidade de uma fonte desconhecida em seu meio de crescimento, ou até mesmo à atividade de enzimas não descobertas que poderiam regenerar o preQ1 em ambientes específicos.

Evolução e Perda dos Caminhos de Q

A história evolutiva do caminho de síntese de Q em bactérias mostra que certos grupos, especialmente patógenos intracelulares, perderam genes chave envolvidos na síntese de Q. Na linhagem que levou à B. henselae, parece que esses genes foram perdidos no início da evolução deles, levando à atual dependência de mecanismos de recuperação.

Pesquisas sobre a distribuição de genes de percurso de Q entre diferentes bactérias revelam que, enquanto muitas mantêm a capacidade de sintetizar e recuperar a Q, outras, especialmente aquelas que se adaptaram a nichos específicos, perderam essa capacidade. Algumas bactérias perdem esses caminhos à medida que simplificam seu material genético ao longo do tempo, especialmente aquelas que se tornam parasitas ou dependentes de organismos hospedeiros.

Queuosina em Patógenos Intracelulares

Patógenos intracelulares tendem a ter caminhos genéticos reduzidos em comparação com seus ancestrais de vida livre, enquanto se adaptam a viver em ambientes ricos em nutrientes. Os possíveis caminhos evolutivos para o metabolismo da Q nesses patógenos podem assumir várias formas, incluindo manter o caminho ancestral de síntese, perder completamente ou mudar para a dependência da queuosina recuperada.

Diferentes patógenos intracelulares exibem várias estratégias em relação ao metabolismo da Q. Por exemplo, alguns mantêm o caminho completo de síntese da Q, enquanto outros, como Anaplasma e Chlamydia, retêm apenas partes do caminho. Essa diversidade de estratégias destaca como diferentes bactérias se adaptaram a seus estilos de vida e ambientes.

Conclusão

No geral, a pesquisa sobre o metabolismo da queuosina em bactérias, especialmente patógenos intracelulares, revela uma relação complexa entre adaptações genéticas e interações ambientais. As características únicas da recuperação da queuosina em B. henselae levantam questões importantes sobre seu papel nos ciclos de vida microbianos, especialmente ao considerar diferentes ambientes hospedeiros. Mais estudos são necessários para explorar essas complexidades, particularmente as dinâmicas do metabolismo da Q e seu impacto na virulência dos patógenos bacterianos. Entender esses mecanismos pode fornecer insights sobre como as bactérias prosperam e se adaptam dentro de seus hospedeiros, influenciando, em última análise, as dinâmicas de doenças e as estratégias de tratamento.

Fonte original

Título: Queuosine Salvage in Bartonella henselae Houston 1: A Unique Evolutionary Path

Resumo: Queuosine (Q) stands out as the sole tRNA modification that can be synthesized via salvage pathways. Comparative genomic analyses identified specific bacteria that showed a discrepancy between the projected Q salvage route and the predicted substrate specificities of the two identified salvage proteins: 1) the distinctive enzyme tRNA guanine-34 transglycosylase (bacterial TGT, or bTGT), responsible for inserting precursor bases into target tRNAs; and 2) Queuosine Precursor Transporter (QPTR), a transporter protein that imports Q precursors. Organisms like the facultative intracellular pathogen Bartonella henselae, which possess only bTGT and QPTR but lack predicted enzymes for converting preQ1 to Q, would be expected to salvage the queuine (q) base, mirroring the scenario for the obligate intracellular pathogen Chlamydia trachomatis. However, sequence analyses indicate that the substrate-specificity residues of their bTGTs resemble those of enzymes inserting preQ1 rather than q. Intriguingly, mass spectrometry analyses of tRNA modification profiles in B. henselae reveal trace amounts of preQ1, previously not observed in a natural context. Complementation analysis demonstrates that B. henselae bTGT and QPTR not only utilize preQ1, akin to their Escherichia coli counterparts, but can also process q when provided at elevated concentrations. The experimental and phylogenomic analyses suggest that the Q pathway in B. henselae could represent an evolutionary transition among intracellular pathogens--from ancestors that synthesized Q de novo to a state prioritizing the salvage of q. Another possibility that will require further investigations is that the insertion of preQ1 has fitness advantages when B. henselae is growing outside a mammalian host. Author summaryTransfer RNAs (tRNAs) are adaptors that deliver amino acids to ribosomes during translation of messenger RNAs (mRNAs) into proteins. tRNA molecules contain specially-modified nucleotides that affect many aspects of translation, including regulation of translational efficiency, as modified nucleotides primarily occur near the portion of tRNA (anticodon) that directly interacts with the coding sequence (codon) of the mRNA while it is associated with a ribosome. Queuosine (Q) is a modified tRNA nucleotide located in the anticodon that can be synthesized or uniquely imported from the environment as Q or a precursor using a salvage mechanism. Free-living bacteria, e.g., E. coli, can synthesize Q or salvage precursors from the environment, but many obligate intracellular pathogens, e.g., Chlamydia trachomatis, cannot synthesize Q and must import a precursor from eukaryotic hosts. In this study, we determined that Bartonella henselae, a facultative intracellular bacterial pathogen of vascular cells, falls somewhere in the middle, as it is unable to synthesize Q but can salvage Q or certain precursors. The unusual nature of Bartonellas system suggests different evolutionary scenarios. It could be a snapshot of the transition from Q synthesis to strict Q salvage or represent a unique adaptation to a complex multi-host lifestyle.

Autores: Valerie de Crécy-Lagard, S. Quaiyum, Y. Yuan, G. Sun, M. Ratnayake, G. Hutinet, P. C. Dedon, M. F. Minnick, V. de Crecy-Lagard

Última atualização: 2024-04-16 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.12.05.570228

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.12.05.570228.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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