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Investigando as Emissões de N2O em Estações de Tratamento de Esgoto

Estudo revela dinâmicas microbianas que afetam as emissões de N2O no tratamento de águas residuais.

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Óxido nitroso (N2O) é um gás de efeito estufa importante que é produzido, principalmente, por atividades humanas. Estima-se que as emissões de N2O podem aumentar em 50% nos próximos 50 anos se nenhuma ação for tomada. Esse gás é gerado principalmente por minúsculos organismos vivos em vários ambientes, incluindo sistemas naturais e engenheirados. Apesar da sua importância, os processos exatos que levam às emissões de N2O não são totalmente compreendidos.

O Papel das Comunidades Microbianas

As comunidades microbianas, que são grupos de minúsculos organismos vivos, desempenham funções essenciais no ciclo do nitrogênio. Elas convertem o nitrogênio de uma forma para outra, o que pode levar a emissões de N2O. Diferentes grupos desses micróbios são encontrados juntos em comunidades complexas. Cada grupo tem condições específicas nas quais se desenvolvem e produzem N2O. Por exemplo, alguns micróbios funcionam melhor na presença de oxigênio, enquanto outros preferem condições de baixo oxigênio. Essa variação complica a compreensão de como esses grupos interagem e como influenciam as emissões de N2O.

Mudanças Sazonais nas Emissões de N2O

Em muitos habitats, as emissões de N2O variam com as estações. Isso é verdade para oceanos, solos, rios e estações de tratamento de esgoto. Esses padrões sazonais sugerem que os fatores ambientais mudam ao longo do ano e afetam diretamente a quantidade de N2O produzida. No entanto, estudar essas relações é complicado. Pesquisadores estão tentando analisar como diferentes fatores ambientais e a dinâmica das comunidades microbianas interagem para influenciar as emissões de N2O.

Foco nas Estações de Tratamento de Esgoto

As estações de tratamento de esgoto (ETE) são um ambiente útil para estudar as emissões de N2O. Essas instalações são projetadas para tratar esgoto e remover substâncias nocivas antes que a água seja devolvida ao meio ambiente. As mudanças sazonais nas emissões de N2O nas ETEs estão bem documentadas, e muitas variáveis podem ser controladas ou monitoradas de perto. O principal objetivo é descobrir como esses padrões sazonais estão relacionados aos micróbios presentes no processo de tratamento.

O Ciclo do Nitrogênio no Tratamento Biológico

No tratamento biológico de remoção de nitrogênio, vários tipos de micróbios convertem compostos de nitrogênio no esgoto. Alguns micróbios convertem amônio (NH4+) em Nitrito (NO2−), enquanto outros convertem nitrito em nitrato (NO3−). Certos micróbios também podem reduzir nitrito a N2O ou gás nitrogênio (N2). Compreender esses processos é crucial porque eles determinam quanto N2O é liberado no meio ambiente.

Período de Observação e Principais Descobertas

Durante um período de 18 meses, os pesquisadores coletaram amostras e monitoraram o desempenho de uma ETE específica. Eles descobriram que a maioria das emissões de N2O acontecia durante o inverno ou a primavera, muitas vezes coincidindo com o acúmulo de nitrito. Os pesquisadores mediram vários fatores, como a concentração de amônio, nitrito e oxigênio, para ver como influenciavam as emissões de N2O.

Condições Ambientais e Produção de N2O

As condições ambientais, particularmente a temperatura e os níveis de oxigênio dissolvido, impactam significativamente a produção de N2O. Os pesquisadores observaram que temperaturas mais frias estavam frequentemente ligadas a emissões mais altas de N2O, mas a relação não era sempre clara. Além disso, mesmo com os níveis de oxigênio dissolvido ajustados para melhorar a eficiência do tratamento, eles continuaram a ser um fator limitante para a nitrificação durante os meses mais frios.

O Papel do Amônio e do Nitrito

O amônio e o nitrito são peças-chave na produção de N2O. Os pesquisadores descobriram que quando os níveis de amônio aumentavam, isso levava a um maior acúmulo de nitrito. Eles também notaram que o equilíbrio entre as bactérias oxidantes de amônio (AOB) e as bactérias oxidantes de nitrito (NOB) era essencial para controlar os níveis de nitrito.

Diversidade e Atividade Microbiana

Para entender como diferentes grupos microbianos contribuíam para as emissões de N2O, os pesquisadores sequenciaram o DNA de amostras coletadas em diferentes momentos. Eles identificaram muitos grupos distintos de micróbios, com foco nos tipos mais abundantes. Curiosamente, enquanto certos grupos de bactérias nitrificantes flutuavam, a abundância geral da comunidade desnitrificante permaneceu estável ao longo do estudo.

Flutuações Sazonais nas Comunidades Microbianas

O estudo observou que as flutuações sazonais nas emissões de N2O estavam principalmente ligadas às mudanças no equilíbrio entre as populações de AOB e NOB. Durante os períodos em que o nitrito se acumulava, a proporção de AOB para NOB era maior. Esse desequilíbrio favorecia AOB, levando a uma produção maior de nitrito do que o consumo.

Mecanismos por trás da Produção de N2O

A produção de N2O na ETE estava ligada a caminhos microbianos específicos. A desnitrificação nitrificante, um processo onde certas bactérias nitrificantes convertem nitrito em N2O sob condições específicas, foi identificada como o principal caminho para as emissões de N2O. As condições, como altas concentrações de nitrito e oxigênio limitado, desencadearam esse processo.

Influência dos Parâmetros Operacionais

Os parâmetros operacionais na ETE, particularmente a gestão dos níveis de oxigênio dissolvido, desempenharam um papel significativo no controle das emissões de N2O. Ao ajustar os níveis de oxigênio em resposta ao aumento do amônio, a gestão da planta buscava promover a nitrificação. No entanto, isso às vezes resultava em uma maior razão de AOB para NOB, levando a um aumento na produção de nitrito e N2O.

Resumo das Descobertas

Os pesquisadores concluíram que o acúmulo sazonal de nitrito e as emissões resultantes de N2O estavam mais relacionadas ao equilíbrio entre diferentes populações microbianas do que apenas ao número individual delas. Uma comunidade desnitrificante estável ajudou a manter uma produção consistente de nitrito e potencial de redução. No entanto, o equilíbrio entre AOB e NOB flutuou e foi em grande parte responsável pelo acúmulo de nitrito e subsequentes emissões de N2O.

Implicações Futuras

Compreender essas relações ajuda a gerenciar os processos de tratamento de esgoto de forma mais eficaz e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Focando no controle operacional do oxigênio dissolvido e antecipando mudanças na dinâmica da comunidade microbiana, pode ser possível mitigar emissões desnecessárias de N2O.

Conclusão

A complexidade das interações microbianas nas estações de tratamento de esgoto é crucial para entender as emissões de óxido nitroso. Este estudo destaca como condições ambientais específicas e dinâmicas de comunidade microbiana influenciam processos importantes no ciclo do nitrogênio. À medida que continuamos a explorar essas relações, há potencial para melhorar a sustentabilidade e a eficiência das operações de tratamento de esgoto.

Fonte original

Título: Long-term multi-meta-omics resolves the ecophysiological controls of seasonal N2O emissions

Resumo: The potent greenhouse gas nitrous oxide (N2O) originates primarily from natural and engineered microbiomes. Emission seasonality is widely reported while the underlying metabolic controls remain largely unresolved, hindering effective mitigation. We use biological wastewater treatment as tractable model ecosystem over nearly two years. Long-term metagenomic-resolved metaproteomics is combined with ex situ kinetic and full-scale operational characterization. By leveraging the evidence independently obtained at multiple ecophysiological levels, from individual genetic potential to actual metabolism and emergent community phenotype, the cascade of environmental and operational triggers driving N2O emissions is resolved. We explain the dynamics in nitrite accumulation with the kinetic unbalance between ammonia and nitrite oxidisers, and identify nitrifier denitrification as the prime N2O-producing pathway. The dissolved O2 emerged as the key actionable parameter for emission control. This work exemplifies the yet-to-be-realized potential of multi-meta-omics approaches for the mechanistic understanding and ecological engineering of microbiomes, ultimately advancing sustainable biotechnological developments.

Autores: Michele Laureni, N. Roothans, M. Pabst, M. van Diemen, C. Herrera Mexicano, M. Zandvoort, T. Abeel, M. C. M. van Loosdrecht

Última atualização: 2024-04-18 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.17.589950

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.17.589950.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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