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Leptospirose: Uma Preocupação de Saúde Crescente em Pets

Novo estudo revela a prevalência de leptospirose em pets no Tennessee.

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Leptospirose em PetsLeptospirose em Petsalarmantes em pets do Tennessee.Estudo revela taxas de infecção
Índice

Leptospirose é uma doença causada por um tipo de bactéria chamada Leptospira. Essa infecção pode deixar tanto humanos quanto animais bem doentes, e pode até ser fatal. Todo ano, cerca de um milhão de pessoas ao redor do mundo ficam doentes por leptospirose, e mais de 50 mil pessoas morrem por causa disso. Muitos animais de estimação, como cães, gatos, cavalos e vacas, também podem carregar a bactéria e espalhar a doença.

Como a Leptospirose se Espalha

Os animais podem carregar Leptospira em seus corpos, principalmente nos rins e órgãos reprodutivos. Eles podem passar a bactéria pela Urina, que pode contaminar o ambiente. Humanos e outros animais podem se infectar ao ter contato direto com a urina de animais infectados ou com lugares que foram contaminados por ela.

Quando os pets pegam leptospirose, os sintomas podem variar bastante. Alguns podem ter apenas febre leve, enquanto outros enfrentam problemas sérios, como falência de múltiplos órgãos e até morte. Nos animais de criação, pode também causar problemas reprodutivos. Entretanto, muitos casos passam despercebidos porque as pessoas podem não conhecer a doença, e diagnosticar pode ser complicado.

Diagnosticando a Doença

Para ter certeza se alguém tem leptospirose, os médicos precisam detectar a cepa específica de Leptospira no corpo do paciente. Isso pode ser feito usando testes como PCR ou cultivando a bactéria. Outro teste comum é o Teste de Aglutinação Microscópica (MAT), que procura por Anticorpos no sangue que podem indicar exposição à bactéria.

Para humanos, um certo nível de MAT é necessário para um diagnóstico claro. Porém, interpretar os resultados pode ser complicado para os animais, já que eles podem ter histórias de exposição e vacinação bem diversas. As taxas de infecção também podem mudar dependendo de onde você está e da época do ano, tornando importante estar sempre atualizando nosso conhecimento sobre a doença.

Descobertas Recentes no Tennessee

Um estudo recente no Tennessee examinou a presença de Leptospira em cães, gatos, e cavalos. Eles descobriram que cerca de 13,13% dos cães testaram positivo para o DNA de Leptospira na urina. Os resultados também mostraram que 18% dos animais tinham anticorpos contra a bactéria, indicando exposição anterior. Nesse estudo específico, a maioria dos testes foi feita em cães de abrigo, e muito poucos testaram positivo usando PCR. Não houve estudos significativos sobre cavalos no Tennessee, e pesquisas anteriores sobre gatos na área não mostraram resultados positivos.

Métodos do Estudo

Os pesquisadores coletaram amostras de pets que estavam sendo testados para outros problemas de saúde. Eles juntaram amostras de cães, gatos e cavalos de janeiro a agosto de 2022. Essas amostras foram congeladas até que estivessem prontas para serem testadas.

O MAT foi usado para verificar a presença de anticorpos contra diferentes tipos de Leptospira. As bactérias foram cultivadas em um laboratório, e, em seguida, diferentes amostras foram misturadas com essas bactérias para ver se aconteciam reações. Se houvesse aglutinação suficiente, isso indicaria a presença de anticorpos.

Resultados do Estudo

O estudo encontrou diferentes taxas de anticorpos entre cães, gatos e cavalos. Nos cães, a taxa geral de soroprevalência foi de 29,41%. Para os cavalos, foi um pouco mais alta, em 47,73%, enquanto para os gatos, foi mais baixa, em 12,35%.

Entre os cães, a maior taxa de reações positivas foi para o sorovar Autumnalis, enquanto outros sorovares, como Grippotyphosa, vieram na sequência. Os testes mostraram uma variedade de níveis de anticorpos nos cães, indicando diferentes graus de exposição. Os cavalos mostraram reações fortes a vários sorovares, especialmente Bratislava, enquanto os gatos tiveram respostas moderadas, com o sorovar Hardjo mostrando alguma positividade.

Demografia das Amostras Testadas

O estudo também analisou as idades, sexos e raças dos animais testados. A maioria das amostras de cães veio de animais com idades entre 6 e 10 anos. As fêmeas representaram um pouco mais da metade das amostras. Cães de raça mista foram os mais comuns, e cães de caça mostraram uma taxa de positividade mais alta.

Para os gatos, a faixa etária foi semelhante, e o doméstico de pelo curto foi a raça mais apresentada. Os cavalos tinham uma faixa etária mais diversificada, com muitas amostras de animais mais jovens. A maioria das amostras foi coletada do Leste do Tennessee, o que pode não representar totalmente outras áreas.

Preocupações com a Reatividade Cruzada

Uma das observações dos testes foi que muitos cães mostraram reações positivas a múltiplos sorovares. Isso levanta preocupações sobre reatividade cruzada, onde os anticorpos podem reagir a bactérias similares e causar uma falsa impressão de um alto nível de exposição. Isso pode complicar a interpretação dos resultados.

Vacinação e Seus Efeitos

A vacinação influencia como os testes são interpretados. Cães geralmente são vacinados contra certos sorovares de Leptospira, o que pode afetar seus níveis de anticorpos nos testes. O estudo encontrou uma diferença significativa entre cães vacinados e não vacinados, com os vacinados mostrando taxas mais altas de positividade para os sorovares incluídos nas vacinas.

Porém, um dos sorovares, Autumnalis, não estava incluído na vacina, mas ainda mostrou uma alta taxa de positividade, sugerindo que a exposição a esse sorovar pode ser mais comum do que se pensava anteriormente.

Importância de Testes Precisos

Testes precisos são cruciais para diagnosticar corretamente a leptospirose. O MAT, embora comum, tem suas limitações. Às vezes, pode gerar falsos negativos, especialmente nos estágios iniciais da infecção. Além disso, diferentes laboratórios podem ter padrões variados para interpretar os resultados, o que pode causar confusão.

Para entender melhor a doença, pode ser útil combinar os resultados do MAT com outros testes, como PCR, para oferecer uma visão mais clara da infecção.

Conclusão

Leptospirose é uma preocupação significativa tanto para pets quanto para humanos. O estudo recente no Tennessee fornece informações valiosas sobre a prevalência dessa doença em cães, gatos e cavalos.

As descobertas sugerem que muitos pets podem estar expostos à Leptospira, mas entender a verdadeira incidência da infecção requer uma interpretação cuidadosa dos resultados dos testes. É crucial considerar fatores como histórico de vacinação e potencial reatividade cruzada ao avaliar os dados de soroprevalência.

Pesquisas futuras são necessárias para obter uma compreensão mais clara das infecções por Leptospira em animais, incluindo identificar as fontes de infecção e como gerenciar surtos efetivamente. Métodos de rastreamento e teste melhores podem ajudar a iluminar a extensão dessa doença e proteger tanto animais quanto humanos de seus impactos.

Fonte original

Título: Leptospira seroprevalence in dogs, cats and horses: the effect of cross-reactivity between serovars and vaccination status on seroprevalence estimates

Resumo: In this study, we estimated the Leptospira seroprevalence in dogs (n = 376), horses (n = 88), and cats (n = 169) using Microscopic Agglutination Test (MAT) against 12 Leptospira serovars. We observed a Leptospira seroprevalence of 29.41%, 47.73%, and 12.35% in dogs, horses, and cats, respectively. The highest seroprevalence was observed for serovar Autumnalis (74.55%) in dogs, and Bratislava in horses (95.24%) and cats (42.86%). We found a significant level of potential cross-reactivity between multiple Leptospira serovars tested, with highest cross-reactivity to serovar Autumnalis in dogs. The dogs that were vaccinated against Leptospira had a significantly higher seroprevalence (45.92%) compared to unvaccinated dogs (16.28%; p < 0.001). A significant difference in seroprevalence was observed in vaccinated and unvaccinated dogs to all four serovars included in the canine vaccine (p < 0.001). Among the diagnostic samples submitted from 2021-2023, 40% (103/252) of the canine serum samples were positive by MAT, with the highest positivity rate for the serovar Autumnalis. On Leptospira PCR, 10.7 % (35/325) urine samples and 5.8% (15/257) blood samples were positive. Our study findings show evidence of Leptospira exposure and potential disease in the study area. The cross-reactivity between the Leptospira serovars used in the MAT and vaccination status may also overestimate the levels of exposure.

Autores: Sreekumari Rajeev, K. A. McCreight, L. N. Barbosa, O. Agricola, P. Reed

Última atualização: 2024-04-20 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.17.589957

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.17.589957.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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