Impacto do ECM derivado de células cancerígenas no comportamento dos fibroblastos
Estudo revela como a MEC das células cancerígenas afeta a transformação de fibroblastos.
― 7 min ler
Índice
- O Papel dos Fibroblastos Associados ao Câncer
- Investigando a ECM Derivada de Células Cancerígenas
- Resultados: ECM Decelularizada
- Crescimento e Comportamento dos Fibroblastos
- Expressão de Marcadores de CAF
- Investigando Outros Marcadores de CAF
- Implicações dos Resultados
- Conclusão
- Procedimentos Experimentais
- Fonte original
As células cancerígenas não crescem sozinhas; elas estão em um ambiente complexo conhecido como microambiente tumoral (TME). Esse ambiente é formado por várias células e estruturas que ajudam no crescimento e na disseminação dos tumores. Um tipo importante de célula nesse ambiente é o fibroblasto, que compõe uma parte significativa do tecido de suporte, ou estroma, ao redor do tumor. No câncer de mama, um tipo específico de fibroblasto chamado Fibroblastos associados ao câncer (CAFs) tem um papel crucial no suporte ao crescimento do tumor.
Os CAFs são diferentes dos fibroblastos normais porque ajudam a criar um estroma reativo, que é essencial para o desenvolvimento do tumor. Eles produzem uma substância chamada Matriz Extracelular (ECM), que fornece suporte estrutural às células. A ECM está sempre sendo renovada e alterada conforme o câncer avança. Ela ajuda em várias funções celulares, incluindo como as células se grudam, se movem e crescem.
O Papel dos Fibroblastos Associados ao Câncer
Os CAFs são diversos e não são todos iguais, assim como as células cancerígenas. Eles podem ser influenciados por sinais de outras células, incluindo as células cancerosas. Um dos sinais fortes que pode transformar fibroblastos em CAFs é uma proteína chamada TGFβ. Essa proteína também pode ajudar a transformar outros tipos de células em CAFs. Estudos sugerem que, quando fibroblastos são cultivados ao lado de células cancerosas, eles podem mudar para o tipo CAF através da comunicação entre as células.
Importante, a ECM não só fornece suporte; ela também se comunica com as células. Mudanças na ECM podem afetar o comportamento das células e contribuir para o desenvolvimento do câncer. Essa interação bidirecional faz da ECM um ponto valioso de foco para pesquisas sobre câncer.
Investigando a ECM Derivada de Células Cancerígenas
Neste estudo, os pesquisadores analisaram se a ECM derivada de células cancerígenas (ccECM) poderia promover a transformação de fibroblastos normais em CAFs. Eles compararam diferentes métodos para obter ccECM de uma linha celular de câncer de mama chamada MDA-MB-231. Eles descobriram que usar uma técnica de congelamento e descongelamento era melhor do que métodos químicos para extrair essa ECM.
Em seguida, eles cultivaram fibroblastos em três condições diferentes:
- Em superfícies normais sem TGFβ,
- Em superfícies normais com TGFβ,
- Em superfícies de ccECM.
O desempenho dos fibroblastos nesses diferentes cenários foi avaliado.
Resultados: ECM Decelularizada
Quando os pesquisadores examinaram a ccECM obtida através de ciclos de congelamento e descongelamento, notaram que era rica em proteínas importantes da ECM, como fibronectina e laminina. Essas proteínas desempenham papéis vitais na adesão e sinalização celular. A ccECM ajudou os fibroblastos a se aderirem melhor do que quando estavam em superfícies normais, tanto com quanto sem tratamento com TGFβ. Isso sugere que a ccECM facilita a adesão inicial das células.
Crescimento e Comportamento dos Fibroblastos
Quando os fibroblastos foram colocados em ccECM, seu crescimento foi significativamente maior do que quando estavam em superfícies de vidro comum. Após 48 horas, havia consideravelmente mais fibroblastos na ccECM. Observações após apenas 2 horas revelaram que os fibroblastos se aderiram mais efetivamente à ccECM do que às outras superfícies. No entanto, as taxas de crescimento ao longo do tempo foram semelhantes em todas as condições, indicando que os números mais altos mais tarde eram devido a uma melhor adesão inicial.
Expressão de Marcadores de CAF
Para determinar se a ccECM influenciou a transformação em CAFs, os pesquisadores verificaram certos marcadores que indicam a diferenciação dos fibroblastos. Eles analisaram especificamente proteínas como Vimentina, proteína de ativação de fibroblasto (FAP) e receptor beta de fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGFRβ).
Os níveis de vimentina eram muito mais altos em fibroblastos na ccECM em comparação com aqueles em superfícies normais. A FAP também mostrou aumento da expressão na ccECM, enquanto os níveis de PDGFRβ estavam mais altos também. Esses resultados indicam que a ccECM pode estimular a expressão de proteínas características dos CAFs.
Investigando Outros Marcadores de CAF
Outra proteína, FSP1/s100A4, que também está associada aos CAFs, não mostrou diferenças significativas na expressão nas diferentes condições. Essa descoberta destaca que nem todos os marcadores se comportam da mesma forma na presença da ccECM.
Os pesquisadores também examinaram fibronectina e laminina, que são componentes da ECM. Fibroblastos na ccECM apresentaram níveis mais baixos de fibronectina e laminina em comparação com aqueles em superfícies de vidro simples na presença de TGFβ. Isso sugere que a ccECM pode já conter essas proteínas, levando a uma produção reduzida por parte dos fibroblastos.
Implicações dos Resultados
O estudo indica que a ccECM desempenha um papel significativo no comportamento dos fibroblastos, especialmente na capacidade deles de se diferenciarem em CAFs. Os resultados mostram que a ccECM não só promove a adesão celular inicial, mas também pode facilitar a expressão de vários marcadores de CAF.
Embora o estudo enfatize a importância da ccECM em influenciar os fibroblastos, também sugere que mais exploração é necessária para entender completamente os mecanismos envolvidos. Isso inclui estudar como ECM de outros tipos de células poderia potencialmente produzir efeitos semelhantes e como essas interações influenciam o desenvolvimento e a progressão do câncer.
Conclusão
Esta pesquisa lança luz sobre o papel da ECM derivada de células cancerígenas na modificação do comportamento dos fibroblastos. Ao promover a diferenciação de fibroblastos regulares em CAFs, a ccECM cria um ambiente favorável ao crescimento do tumor. Entender como essas interações funcionam pode levar a melhores terapias para o câncer e a percepções sobre a natureza complexa do microambiente tumoral. Estudos futuros ajudarão a esclarecer como a ccECM influencia o comportamento celular e se a ECM de outros tipos de células pode ter impactos semelhantes.
Procedimentos Experimentais
Cultura de Células
Duas linhas celulares foram usadas neste estudo: MDA-MB-231 (câncer de mama) e WI-38 (fibroblasto pulmonar). Cada tipo de célula foi cultivado em meios nutritivos específicos sob condições controladas, garantindo um crescimento e saúde ideais para os experimentos.
Isolamento da ECM Derivada de Células
Dois métodos diferentes foram utilizados para extrair ECM das células cancerígenas. Os pesquisadores primeiro tentaram um método de extração química que usa produtos químicos fortes para remover células, enquanto esperavam preservar a ECM. Depois, usaram um método mais gentil de congelamento e descongelamento, que se mostrou mais eficaz para obter ECM intacta.
Observações e Imagens
Para analisar a presença da ECM e o comportamento das células, diversas técnicas de coloração foram utilizadas. Algumas colorações destacam proteínas ou outros componentes dentro da ECM ou das células. A microscopia de fluorescência ajudou a capturar imagens para um exame detalhado das estruturas e níveis de proteínas.
Análise Estatística
Os resultados dos experimentos foram analisados quanto à significância usando testes estatísticos. Isso garantiu que as observações relatadas não eram devido a acaso e forneceu confiança nos achados.
Informações de Apoio
A pesquisa incluiu dados e detalhes adicionais que apoiaram as principais descobertas, permitindo uma compreensão mais abrangente dos resultados. Cada componente do estudo foi documentado meticulosamente para garantir transparência e reprodutibilidade.
Título: Cancer cell-derived extracellular matrix promotes differentiation of fibroblasts into cancer-associated fibroblasts
Resumo: Breast cancer is the most common cancer and the leading cause of cancer-related mortality in women. In addition to cancer cells, the bulk of a breast tumor comprises a range of stromal cell types, including fibroblasts. Cancer-associated fibroblasts (CAF) are crucial players in the tumor microenvironment; however, the process by which fibroblasts differentiate into CAFs is not fully understood. Extracellular matrix (ECM) is known to modulate cell phenotypes. Decellularized ECM (dECM) is a useful tool for studying in-vitro cell-ECM interactions. Yet, whether cancer cell-derived ECM (ccECM) has a role in CAF formation is not known. Here, we optimized the culture duration (5 days) and the extraction method (freeze-thaw) for obtaining ccECM. We confirmed the presence of ccECM using coomassie blue staining and scanning electron microscopy. We showed that ccECM contained fibronectin and laminin using immunofluorescence staining. In addition, we showed that the presence of ccECM but not glass surface or TGF{beta} promoted the initial adhesion of fibroblasts, as expected. Finally, using quantitative immunofluorescence microscopy, we demonstrated that in contrast to fibroblasts cultured on glass surfaces in the presence and absence of TGF{beta}, fibroblasts cultured on ccECM showed increased expression of CAF markers vimentin (2.8 fold), FAP (3.4 fold) and PDGFR {beta} (1.8 fold), but not FSP1/s100A4. Overall, our results indicate that ccECM promotes the differentiation of fibroblasts into CAFs.
Autores: Devrim Pesen-Okvur, E. Yondem
Última atualização: 2024-04-20 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.15.589578
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.04.15.589578.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.
Obrigado ao biorxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.