Simple Science

Ciência de ponta explicada de forma simples

# Ciências da saúde# Psichiatria e psicologia clinica

Compartilhando Histórias de Saúde Mental: O Modelo da Biblioteca Viva

Explorando o valor de compartilhar experiências de saúde mental através do modelo da Biblioteca Viva.

― 7 min ler


Biblioteca Viva paraBiblioteca Viva paraSaúde Mentalexperiências de saúde mental.Um novo modelo pra compartilhar
Índice

Compartilhar experiências relacionadas à saúde é muito valioso em várias áreas, tipo pesquisa, educação e apoio entre colegas. Isso é especialmente verdadeiro para a saúde mental, onde histórias pessoais podem ajudar a reduzir o estigma e melhorar a compreensão. Tem um monte de evidências mostrando que compartilhar experiências vividas pode levar a resultados positivos, como uma melhor saúde mental para quem participa de apoio entre pares e um aumento na conscientização sobre questões de saúde mental.

A Necessidade de Mais Oportunidades

Apesar dos benefícios, tem muitas limitações de como e quando as pessoas podem compartilhar suas experiências de saúde mental. Muitas vezes, os serviços de saúde e instituições educacionais só oferecem oportunidades em horários específicos ou exigem que as pessoas assumam papéis formais, como trabalhadores de apoio entre pares. Isso pode dificultar a participação de quem tem outros compromissos. Tem uma necessidade significativa de alcançar grupos sub-representados, especialmente aqueles de comunidades marginalizadas, pra garantir que suas vozes sejam ouvidas nas discussões sobre saúde mental.

Uma Nova Abordagem: A Biblioteca Viva

Uma abordagem inovadora pra compartilhar essas experiências é o modelo da Biblioteca Viva. Essa ideia, começada pela Human Library Organization, convida as pessoas, chamadas de "Leitores", a se envolver em conversas com os "Livros", que compartilham suas experiências de vida. Esses eventos geralmente são supervisionados por uma equipe treinada, conhecida como "Bibliotecários", que ajuda a guiar as discussões. O objetivo é desafiar estereótipos e preconceitos, facilitando conversas diretas entre indivíduos que podem não interagir normalmente.

A Biblioteca Viva tem sido usada em contextos de saúde mental pra lidar com estigma e incentivar apoio entre pares. No entanto, não existem muitas diretrizes sobre como discutir efetivamente experiências de saúde mental nesse ambiente.

Pesquisando o Modelo da Biblioteca Viva

Em um esforço pra melhorar o modelo da Biblioteca Viva para experiências de saúde mental, um novo projeto de pesquisa combinou diferentes métodos pra explorar como ele pode ser usado efetivamente. Isso envolveu coletar insights de várias partes interessadas pra criar um guia prático para implementar o modelo da Biblioteca Viva focado na saúde mental.

A pesquisa focou em duas tarefas principais:

  1. Criar uma teoria sobre como uma Biblioteca Viva de saúde mental pode funcionar, com um nome específico dado a esse conceito: a Biblioteca de Experiências Vividas para Saúde Mental (LoLEM).

  2. Usar feedback e insights da pesquisa pra informar oficinas desenhadas pra ajudar as partes interessadas a desenvolver um guia de implementação acessível.

Coletando Insights e Evidências

A equipe de pesquisa começou falando com especialistas familiarizados com o modelo da Biblioteca Viva pra coletar ideias iniciais sobre como isso poderia beneficiar discussões de saúde mental. Esses insights foram refinados através de feedback de um grupo consultivo, que ajudou a identificar áreas-chave de foco para as oficinas de co-design.

Os pesquisadores realizaram buscas detalhadas por evidências existentes relacionadas a Bibliotecas Vivas e saúde mental de uma ampla gama de fontes. Isso incluiu tanto pesquisas publicadas quanto outros relatórios de diferentes contextos relacionados à saúde mental.

Temas Chave Emergindo das Oficinas Iniciais

Das discussões iniciais, vários temas importantes surgiram. Esses temas destacaram a necessidade de um foco na Segurança Psicológica, ou seja, os indivíduos precisam se sentir confortáveis e seguros ao compartilhar histórias pessoais. Ficou claro que criar um ambiente onde as pessoas possam correr riscos interpessoais é crucial pra incentivar um diálogo aberto.

Organizando Oficinas de Co-Design

A equipe de pesquisa organizou oficinas de co-design que convidaram indivíduos com experiências pessoais de saúde mental a participar. Essas oficinas foram desenhadas pra facilitar discussões sobre como tornar a experiência da Biblioteca Viva mais eficaz e inclusiva.

Ao longo de um ano, dez oficinas online foram realizadas. Os principais objetivos eram:

  1. Desenvolver um guia abrangente para implementar o modelo da Biblioteca Viva focado na saúde mental.
  2. Explorar pontos-chave que poderiam melhorar a experiência geral tanto para quem compartilha suas histórias quanto para quem escuta.

Os participantes das oficinas contribuíram ativamente com suas opiniões e sugestões de melhorias, que foram registradas e analisadas pra ajudar a moldar o guia final de implementação.

Desenvolvendo e Refinando Resultados

Os insights coletados das oficinas ajudaram a criar um rascunho de guia de implementação, que foi refinado com base no feedback contínuo dos participantes. O guia foca em recomendações práticas para organizar eventos da Biblioteca Viva para experiências de saúde mental.

A Teoria do Programa LoLEM

A pesquisa resultou em uma teoria composta por cinco componentes chave que refletem como a Biblioteca Viva pode beneficiar experiências de saúde mental e fornecer recomendações práticas para implementação:

  1. Segurança Psicológica: Quando os organizadores do evento implementam estratégias pra promover um ambiente seguro, os participantes tendem a se sentir no controle de suas experiências e a se envolver em conversas significativas.

  2. Humanizando Experiências: Conversas diretas entre "Livros" e "Leitores" ajudam a humanizar as dificuldades de saúde mental, permitindo que os Leitores desenvolvam entendimentos mais empáticos sobre questões de saúde mental.

  3. Explorando Novas Maneiras de Viver: Bibliotecas Vivas criam espaço para os Leitores fazerem perguntas e explorarem questões pessoais que ressoam com eles, levando a uma melhor compreensão de diferentes maneiras de lidar com o sofrimento.

  4. Empoderamento Pessoal: Permitir que os "Livros" compartilhem suas histórias de forma autêntica ajuda eles a se sentirem respeitados e valorizados, contribuindo para um senso de empoderamento pessoal.

  5. Auto-autoria e Co-edição: Apoiar os "Livros" a desenvolver suas narrativas pessoais permite que eles obtenham insights e compreensões sobre suas vidas, levando ao crescimento pessoal.

Orientações de Implementação

A integração de métodos de pesquisa forneceu orientações valiosas sobre como implementar o modelo LoLEM de forma eficaz. Recomendações importantes incluem:

  • Fomentar a segurança psicológica definindo claramente regras e expectativas e incentivando o respeito entre os participantes.
  • Oferecer treinamento tanto para "Livros" quanto para "Leitores" pra garantir que todos se sintam confortáveis e saibam o que esperar durante as conversas.
  • Enfatizar a importância das interações diretas e do diálogo aberto pra permitir que os Leitores explorem suas curiosidades e se conectem com as histórias compartilhadas.

Implicações para Pesquisa e Prática

À medida que cresce o interesse por experiências vividas dentro dos serviços de saúde, o modelo LoLEM apresenta uma oportunidade única de conectar pessoas com experiências de saúde mental e papéis formais dentro das organizações. Esse modelo poderia complementar programas de treinamento para profissionais de saúde, fornecendo insights de uma gama mais ampla de experiências vividas.

Mais pesquisas também são necessárias pra explorar como as Bibliotecas Vivas podem ser sustentadas ao longo do tempo e medir seus impactos. Entender como esse modelo se encaixa em intervenções existentes e identificar os fatores que afetam seu sucesso em diferentes ambientes é essencial para o desenvolvimento futuro.

Conclusão

O desenvolvimento colaborativo do modelo da Biblioteca Viva para experiências de saúde mental enfatiza a importância de compartilhar histórias pessoais e criar ambientes seguros para o diálogo. Ao integrar experiências vividas nas discussões sobre saúde mental, podemos promover uma maior compreensão, empatia e apoio para pessoas que enfrentam desafios de saúde mental. Os insights obtidos dessa pesquisa oferecem um caminho para implementar iniciativas efetivas de apoio entre pares que priorizam as vozes de quem tem experiências vividas.

Fonte original

Título: Designing a Library of Lived Experience for Mental Health: integrated realist synthesis and experience-based co-design study

Resumo: ObjectiveLiving Library Readers can learn about experiences of others through conversations with living Books. This study sought to generate a realist programme theory and a theory-informed implementation guide for a Library of Lived Experience for Mental Health (LoLEM). DesignIntegrated realist synthesis and experience-based co-design. SettingTen online workshops with participants based in the North of England. ParticipantsThirty-one participants with a combination of personal experience of using mental health services, caring for someone with mental health difficulties, and/or working in mental health support roles. ResultsDatabase searches identified 30 published and grey literature evidence sources which were integrated with data from 10 online co-design workshops. The analysis generated a programme theory comprising five context-mechanism-outcome (CMO) configurations. For Readers, direct conversations humanise others experiences (CMO 2) and provide the opportunity to flexibly explore new ways of living (CMO 3). Through participation in a Living Library, Books may experience personal empowerment (CMO 4), while the process of self-authoring and co-editing their story (CMO 5) can contribute to personal development. This programme theory informed the co-design of an implementation guide highlighting the importance of tailoring event design and participant support to the contexts in which LoLEM events are held. ConclusionsThe LoLEM has appeal across stakeholder groups and can be applied flexibly in a range of mental health-related settings. Implementation and evaluation are required to better understand the positive and negative impacts on Books and Readers. RegistrationPROSPERO CRD42022312789 Strengths and limitations of this studyO_LIThis study used a novel, iterative, and creative approach to integrating theory development and intervention co-design. C_LIO_LIThe programme theory provides a conceptual basis for further evaluation of a LoLEM, including outcomes for those participating in events as Books and Readers. C_LIO_LIThis study informed detailed, co-designed implementation guidance for use by LoLEM organisers. C_LIO_LIHowever, the LoLEM is yet to be delivered as a sustained programme of events, so long-term impacts require further investigation. C_LI

Autores: Paul Marshall, F. Lobban, J. Barbrook, G. Collins, S. Foster, Z. Glossop, C. Inkster, P. Jebb, R. Johnston, H. Khan, C. Lodge, K. Machin, E. E. Michalak, S. Powell, S. Russell, J. Rycroft-Malone, M. Slade, L. Whittaker, S. Jones

Última atualização: 2023-09-07 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.09.06.23295134

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.09.06.23295134.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

Obrigado ao medrxiv pela utilização da sua interoperabilidade de acesso aberto.

Mais de autores

Artigos semelhantes