Como as distrações moldam nossas decisões
A pesquisa mostra o papel complicado das distrações nas escolhas.
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Muitos especialistas em psicologia, economia e neurociência estão curiosos sobre como Distrações impactam nossas decisões. Embora a gente goste de pensar que distrações não deveriam mudar nossas escolhas, a pesquisa mostra o contrário. Por exemplo, quando uma opção tentadora, mas que não dá pra escolher tá presente, ela pode ajudar ou atrapalhar nossa decisão. Qual efeito acontece geralmente depende de como a distração interage com as Opções que podemos escolher, o que é influenciado pelos valores dessas opções.
Curiosamente, a maioria dos estudos analisou como distrações e escolhas se afetam em termos de benefício geral ou características individuais, mas quase nenhum examinou os dois ao mesmo tempo. No entanto, um estudo recente sugeriu que distrações têm uma influência mais forte no nível das características do que no nível do benefício geral. Quando as escolhas são compostas por diferentes características (como uma mostrando a chance de sucesso e outra a recompensa possível), as distrações parecem afetar as decisões por meio de interações com essas características específicas. Vale notar que só porque um tipo de efeito de distração é reconhecido, não significa que outros tipos não possam existir.
As diferentes distrações podem influenciar as escolhas de várias maneiras. Quando a gente considera o benefício geral de uma opção, um modelo sugere que ter uma distração valiosa pode prejudicar a Precisão da decisão, o que é conhecido como efeito de distração negativa. Por outro lado, tem outro modelo que sugere o oposto: uma distração valiosa pode melhorar a precisão da decisão ao desacelerar o processo decisório, que é chamado de efeito de distração positivo. No nível das características, outro modelo indica que características específicas de uma distração interagem com as das escolhas e podem mudar como as avaliamos. Embora esses modelos pareçam se contradizer, é possível que eles possam acontecer ao mesmo tempo. Por exemplo, em uma situação com duas características, a posição da distração em relação às opções pode determinar se ajuda ou atrapalha a Tomada de decisão.
É também crucial reconhecer que as pessoas têm maneiras diferentes de tomar decisões. Assim, o tipo de efeito de distração pode depender não apenas de onde as opções estão no espaço de tomada de decisão, mas também do estilo de decisão do indivíduo.
Como as Distrações Afetam a Tomada de Decisão
Tem diferentes efeitos propostos das distrações na tomada de decisão. Usando uma abordagem, pesquisadores mostraram que quando duas opções estão presentes, uma distração valiosa pode diminuir a precisão da decisão. Por outro lado, outra abordagem sugere que a distração pode melhorar a precisão da decisão ao desacelerar o processo de tomada de decisão. No nível das características, outra teoria enfatiza que características específicas de uma distração podem influenciar como a gente combina as características das opções disponíveis.
Esses modelos podem parecer contradizer um ao outro, mas podem coexistir. Por exemplo, em uma situação onde as escolhas têm duas características, o distrator e as opções podem ocupar vários pontos em um espaço de tomada de decisão criado por essas características. Essa posição pode influenciar se a distração ajuda ou prejudica a precisão da decisão.
Além disso, enquanto muitos estudos focam em médias de grupos, eles frequentemente ignoram diferenças individuais, levando a uma mistura de efeitos de distração positivos e negativos entre os participantes. Esses efeitos variados podem revelar como as pessoas combinam diferentes características durante a tomada de decisão.
Estilos de Tomada de Decisão
Nas nossas escolhas do dia a dia, as opções geralmente são compostas por várias características. Por exemplo, uma pessoa procurando emprego pode avaliar tanto o salário quanto suas chances de ser contratada. Idealmente, essa avaliação poderia ser feita multiplicando essas duas características, seguindo o modelo de Valor Esperado. No entanto, pesquisas sugerem que as pessoas muitas vezes usam um método mais simples de apenas somar essas características, às vezes aplicando pesos para cada uma.
Em vez de classificar os estilos de tomada de decisão como aditivos ou multiplicativos, descobertas recentes indicam que os indivíduos muitas vezes usam uma mistura de ambas as estratégias. A tomada de decisão pode envolver mecanismos distintos, onde uma parte do cérebro estima as diferenças entre as opções (apoiando a regra aditiva) e outra parte rastreia os valores gerais (favorecendo a regra multiplicativa). Pesquisadores podem criar um modelo combinado que usa um único parâmetro para representar quanto um indivíduo depende de cada método.
Para esclarecer, ao usar uma abordagem aditiva, alguém pode olhar para as características de cada escolha separadamente antes de fazer uma comparação. Por outro lado, a abordagem multiplicativa requer considerar as características juntas desde o início. Essa discussão enfatiza explorar como as diferenças individuais em combinar características podem se relacionar a vários efeitos de distração.
Investigando Efeitos de Distração na Tomada de Decisão
Para estudar como distrações afetam decisões, pesquisadores geralmente usaram uma tarefa específica onde os participantes escolhem entre duas opções. Em uma versão dessa tarefa, apenas duas opções são apresentadas, enquanto em outra, uma opção de distração é incluída que não pode ser escolhida. Os pesquisadores rotularam as opções com base em seu valor geral para entender melhor como as distrações influenciam as escolhas.
Nas análises, os pesquisadores primeiro checaram se um efeito de distração estava presente na tomada de decisões. Eles usaram um modelo para prever com que frequência os participantes escolheriam a opção de maior valor com base em diferentes fatores, incluindo o valor do distrator e o nível de dificuldade em escolher entre as opções de maior e menor valor. Essa análise indicou que enquanto um efeito de distração positivo estava presente, não havia diferença significativa entre o efeito de distração nos dois tipos de teste quando analisados juntos.
Os pesquisadores argumentaram que a verdadeira natureza dos efeitos de distração está ligada de perto a como os indivíduos combinam características durante a tomada de decisão.
Analisando Estilos de Tomada de Decisão Individuais
Ao tomar decisões envolvendo múltiplas características, as pessoas integram informações de forma diferente. Essa variação pode impactar significativamente os efeitos de distração. É essencial focar nas diferenças individuais em como os participantes integram opções. Pesquisas anteriores indicaram que um modelo pode não ser suficiente para descrever o comportamento, e sim uma combinação de ambas as estratégias pode oferecer uma imagem mais clara.
Analisando ensaios de duas opções sem envolver distrações, os pesquisadores buscaram determinar qual modelo reflete com precisão o comportamento de tomada de decisão dos participantes. Eles examinaram vários modelos para ver como bem eles contavam como os participantes faziam suas escolhas.
Os achados revelaram que o modelo combinado, que permite tanto a integração aditiva quanto a multiplicativa, descreve melhor o comportamento dos participantes. Isso sugere que as pessoas não seguem estritamente um método em relação ao outro, mas sim usam uma combinação de ambos ao tomar decisões.
O Impacto dos Estilos de Tomada de Decisão nos Efeitos de Distração
A relação entre como as pessoas combinam características em suas escolhas e como as distrações influenciam suas decisões se tornou evidente. Os pesquisadores descobriram que aqueles que tendem a usar um estilo de integração mais multiplicativo eram mais propensos a experimentar um efeito de distração positivo, enquanto aqueles que usavam um estilo aditivo tendiam a apresentar um efeito de distração negativo.
Esse resultado indica que a forma como os indivíduos avaliam as escolhas impacta seu processo de tomada de decisão e como as distrações podem ajudar ou atrapalhar suas opções.
Conclusão
Um tema comum no estudo da tomada de decisão é a questão de como as distrações afetam nossas escolhas. Embora muitos assumam que distrações apenas prejudicam a tomada de decisão, pesquisas revelam uma imagem mais complexa, onde tanto efeitos positivos quanto negativos podem existir simultaneamente. O impacto das distrações muitas vezes depende fortemente de como os indivíduos avaliam e integram as características das opções disponíveis para eles.
Ao entender os estilos individuais de tomada de decisão e a natureza das distrações, ganhamos uma visão mais clara das complexidades do comportamento humano. Esse conhecimento pode abrir caminho para melhores estratégias de tomada de decisão e uma compreensão dos mecanismos subjacentes em jogo nas nossas escolhas do dia a dia.
Pesquisas futuras podem continuar a explorar essa interação entre distrações e estilos de tomada de decisão, levando a uma compreensão mais sutil de como os humanos navegam por escolhas complexas em várias situações.
Título: Distractor effects in decision making are related to the individual's style of integrating choice attributes
Resumo: It is widely agreed that people make irrational decisions in the presence of irrelevant distractor options. However, there is little consensus on whether decision making is facilitated or impaired by the presence of a highly rewarding distractor or whether the distraction effect operates at the level of options component attributes rather than at the level of their overall value. To reconcile different claims, we argue that it is important to incorporate consideration of the diversity of peoples ways of decision making. We focus on a recent debate over whether people combine choice attributes in an additive or multiplicative way. Employing a multi-laboratory dataset investigating the same decision making paradigm, we demonstrated that people used a mix of both approaches and the extent to which approach was used varied across individuals. Critically, we identified that this variability was correlated with the effect of the distractor on decision making. Individuals who tended to use a multiplicative approach to compute value, showed a positive distractor effect. In contrast, in individuals who tended to use an additive approach, a negative distractor effect (divisive normalisation) was prominent. These findings suggest that the distractor effect is related to how value is constructed, which in turn may be influenced by task and subject specificities. Our work concurs with recent behavioural and neuroscience findings that multiple distractor effects co-exist.
Autores: Bolton K H Chau, J. J. Wong, A. Bongioanni, M. F. S. Rushworth
Última atualização: 2024-04-20 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.08.20.554013
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.08.20.554013.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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