O Timing do Corte do Cordão em Recém-nascidos: O que Descobrimos
Estudo analisa como o momento de cortar o cordão umbilical impacta a saúde dos recém-nascidos logo após o parto.
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Durante o tempo logo depois que um bebê nasce, podem rolar problemas com como o coração e o fluxo sanguíneo do bebê estão funcionando. Isso é ainda mais verdade se o bebê não recebeu oxigênio suficiente antes do nascimento. Uma técnica chamada clamping do cordão umbilical (UCC) é usada para cortar o cordão que conecta o bebê à placenta. Alguns estudos em ovelhas sugerem que se um bebê começa a respirar antes do cordão ser cortado, isso pode ajudar a manter o fluxo sanguíneo estável.
Mas, a gente ainda não sabe muito sobre como o momento em que o bebê começa a respirar se relaciona com quando o cordão é cortado, especialmente para bebês que nascem um pouco antes do termo ou que estão a termo mas podem precisar de ajuda para respirar.
Pesquisas com cordeiros mostraram que se o cordão é cortado antes do bebê começar a respirar, isso pode causar um pico repentino na Pressão Arterial e prejudicar o cérebro. Quando os cordeiros foram reanimados sem cortar o cordão, esses efeitos negativos diminuíram. Isso provavelmente acontece porque o sangue da placenta continua fluindo para o bebê, ajudando na recuperação.
Tem também a questão do cérebro não recebendo oxigênio suficiente. Estudos em cordeiros mostraram que cortar o cordão cedo demais levou a níveis de oxigênio mais baixos no sangue. Esperar para cortar até depois que o bebê começa a respirar parece permitir melhores níveis de oxigênio. Por outro lado, dar oxigênio extra durante a reanimação após cortar o cordão pode levar a muito oxigênio, o que pode ser prejudicial.
Usar um oxímetro de pulso para monitorar os níveis de oxigênio no sangue dá informações limitadas porque não verifica quão bem o sangue está fluindo para o cérebro. Tecnologias mais novas, como espectroscopia de infravermelho próximo, ajudam a medir quanto oxigênio está no cérebro e dão uma ideia melhor sobre a entrega de oxigênio.
Estudos anteriores focaram principalmente em bebês com clamping do cordão cedo. Este estudo espera descobrir se bebês que começam a respirar antes do corte do cordão têm melhores níveis de pressão arterial e oxigênio durante o tempo crítico logo após o nascimento. A gente também quer estabelecer níveis normais para bebês que precisam de ajuda, mas que fazem uma boa transição. Acreditamos que cortar o cordão depois que a respiração está estabelecida vai levar a melhores níveis de pressão arterial e oxigênio.
Detalhes do Estudo
Este estudo foi parte de um trial maior chamado Baby-DUCC em um hospital. Os pais deram permissão para seus bebês participarem. A recrutamento aconteceu ao longo de dois anos, e apenas bebês nascidos após 32 semanas e que precisavam de assistência foram incluídos. Bebês com certas condições médicas ou complicações durante o nascimento não foram incluídos.
Dividimos os bebês em dois grupos. Um grupo teve o cordão cortado cedo, enquanto o outro teve o cordão cortado depois que começaram a respirar. Bebês que estavam indo bem logo após o nascimento receberam um tipo diferente de cuidado, que também fez parte do estudo observacional.
A decisão de dar ajuda e que tipo de ajuda foi dada dependia do médico presente. A ajuda foi feita através de um dispositivo médico específico para recém-nascidos.
O Que Medimos
O objetivo principal era verificar a média da pressão arterial dos bebês em momentos específicos após o nascimento. Os objetivos secundários incluíam medir outras leituras de pressão arterial e níveis de oxigênio no cérebro ao longo do tempo.
Após o nascimento, um pesquisador secou o bebê e conectou monitores para checar a frequência cardíaca e os níveis de oxigênio do bebê. A pressão arterial e os níveis de oxigênio no cérebro foram verificados nos momentos designados usando equipamentos especiais. Uma câmera foi usada para gravar o processo para análise posterior.
Os dados foram coletados cuidadosamente e analisados por pesquisadores que não sabiam a que grupo os bebês pertenciam. Isso foi para garantir que o estudo fosse justo.
Resultados
Um total de 192 bebês participaram do estudo, com alguns atribuídos ao grupo de cortando o cordão cedo e outros ao grupo com corte atrasado. Nós encontramos que as leituras de pressão arterial logo após o nascimento eram semelhantes para ambos os grupos.
Olhando para outros resultados, a pressão arterial e os níveis de oxigênio no cérebro também eram similares entre os grupos durante os primeiros 10 minutos após o nascimento. Isso foi interessante porque sugere que o método de clamping do cordão pode não fazer uma grande diferença nessas primeiras medições.
Nós também estabelecemos faixas normais para pressão arterial e níveis de oxigênio no cérebro em bebês que estavam em risco, mas não precisaram de muita ajuda após o nascimento.
Discussão
Neste estudo, não encontramos grandes diferenças na pressão arterial ou níveis de oxigênio no cérebro entre as duas estratégias de tempo para cortar o cordão. Isso é uma informação valiosa, especialmente para práticas em hospitais ao lidar com nascimentos de risco.
Estudos anteriores mostraram algumas discordâncias sobre como atrasar o corte do cordão impacta a pressão arterial e a oxigenação. No nosso estudo, o tempo que usamos provavelmente não foi longo o suficiente para mostrar uma diferença significativa.
Nós também descobrimos que bebês nascidos por cesárea tendem a ter níveis de oxigênio no cérebro mais baixos em comparação com os nascidos vaginalmente. Isso pode ser devido a diferentes circunstâncias durante o parto.
Houve uma forte adesão aos procedimentos do estudo, e os bebês envolvidos foram monitorados de perto. Nossas descobertas podem ajudar a entender melhor como a pressão arterial e os níveis de oxigênio se comportam em bebês que estão em risco, e esses resultados podem ajudar a guiar práticas futuras em cuidados maternais.
Conclusão
No geral, este estudo mostra que para bebês que precisam de assistência logo após o nascimento, o momento do corte do cordão não parece afetar significativamente a pressão arterial ou os níveis de oxigênio no cérebro. As faixas normais estabelecidas podem ajudar os profissionais de saúde a avaliar e gerenciar melhor os recém-nascidos no futuro.
Os pontos fortes deste estudo foram seu design e métodos rigorosos. No entanto, as limitações incluem o número relativamente pequeno de bebês e o fato de que nem todos os bebês precisaram de reanimação extensa. Esta pesquisa abre portas para mais investigações sobre as melhores práticas em relação ao tempo do corte do cordão e estratégias de reanimação para recém-nascidos.
Este estudo fornece importantes insights que podem influenciar como os profissionais de saúde cuidam de recém-nascidos imediatamente após o nascimento e destaca a necessidade de mais pesquisas para otimizar o cuidado durante esses momentos críticos.
Título: Blood Pressure and Cerebral Oxygenation with Physiologically-based Cord Clamping: A Sub-Study of the BabyDUCC Trial.
Resumo: BackgroundCord-clamping strategies may modify blood pressure (BP) and cerebral tissue oxygen saturation (rStO2) immediately after birth. MethodsWe conducted a sub-study nested within the Baby-Directed Umbilical Cord-Clamping trial. Infants [≥]32+0 weeks gestation assessed as requiring resuscitation were randomly allocated to either physiologically-based cord clamping (PBCC), where resuscitation commenced prior to umbilical cord clamping, or standard care where cord clamping occurred early (ECC). In this single-site sub-study, we obtained additional measurements of pre-ductal BP and rStO2. In a separate observational arm, non-randomised vigorous infants received 2 minutes of deferred cord clamping (DCC) and contributed data for reference percentiles. ResultsAmong 161 included infants, n=55 were randomly allocated to PBCC (n= 30) or ECC (n= 25). The mean (SD) BP at 3-4 minutes after birth (primary outcome) in the PBCC group was 64 (10) mmHg compared to 62 (10) mmHg in the ECC group, mean difference 2 mmHg (95% confidence interval -3 - 8 mmHg, p= 0.42). BP and rStO2 were similar across both randomised arms and the observational arm (n=106). ConclusionWe found no difference in BP or rStO2 with the different cord clamping strategies. We report reference ranges for BP and rStO2 for late-preterm and full-term infants receiving DCC. ImpactO_LIAmong late-preterm and full-term infants receiving resuscitation at birth, blood pressure (BP, at 3-4 minutes and 6-7 minutes) and cerebral tissue oxygen saturation (rStO2) are not influenced by timing of cord clamping in relation to establishment of ventilation. C_LIO_LIInfants in this study did not require advanced resuscitation, where different cord clamping strategies may yet influence BP and rStO2. C_LIO_LIThe reference ranges for BP and rStO2 represent the first, to our knowledge, for vigorous late-preterm and full-term infants receiving deferred cord clamping. C_LIO_LIrStO2 >90% ([~]90th percentile) may be used to define cerebral hyperoxia, for instance when studying oxygen supplementation after birth. C_LI
Autores: Shiraz Badurdeen, D. A. Blank, M. Hoq, F. Y. Wong, C. T. Roberts, S. B. Hooper, G. R. Polglase, P. G. Davis
Última atualização: 2023-09-20 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.09.19.23295703
Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.09.19.23295703.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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