Impacto das Mudanças Climáticas na Doença do Língua Azul
As mudanças climáticas tão afetando a disseminação da doença do pé azul em animais.
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Índice
A Mudança Climática é um problema sério que afeta várias áreas da vida, incluindo a saúde humana e a saúde dos animais. Uma das formas como isso impacta a saúde dos animais é através de Doenças que são transmitidas por insetos. A língua azul é uma doença viral que afeta o Gado, especialmente ovelhas, e é espalhada por pequenos insetos chamados mosquitos Culicoides. Com a mudança do clima, as condições em que esses mosquitos prosperam e espalham doenças também estão mudando.
Efeitos da Mudança Climática no Tempo
A mudança climática envolve mudanças de longo prazo na temperatura, precipitação e outros padrões climáticos causados tanto por eventos naturais quanto por atividades humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis como carvão e petróleo. Isso leva ao aumento de gases de efeito estufa na atmosfera, que aprisionam o calor. Como resultado, vemos mudanças como o aumento do nível do mar, inundações e secas mais frequentes, tempestades mais fortes e temperaturas mais quentes.
A Conexão Entre Mudança Climática e Disseminação de Doenças
Nos últimos anos, os cientistas perceberam que temperaturas mais quentes mudaram a distribuição e a frequência das doenças transmitidas por insetos. Isso inclui doenças como Zika e malária. A disseminação da doença da língua azul também está sendo monitorada de perto, já que a mudança climática altera os habitats dos insetos que a espalham. Insetos como os mosquitos Culicoides são muito sensíveis a mudanças de temperatura e umidade. Climas mais quentes podem aumentar suas populações e expandir as áreas onde são encontrados.
Como a Temperatura Afeta os Insetos
De modo geral, os insetos se desenvolvem mais rápido e se reproduzem mais em temperaturas mais altas, até um certo ponto. Por exemplo, os mosquitos Culicoides precisam de condições específicas de água e umidade para prosperar. Quando as temperaturas sobem, isso pode aumentar as taxas de reprodução desses insetos e, consequentemente, as taxas em que eles picam o gado e transmitem doenças. Estudos mostram que, com o aumento das temperaturas, o tempo que os vírus como o da língua azul levam para se multiplicar dentro desses insetos diminui, o que significa que eles podem espalhar a doença mais rapidamente.
Previsões Sobre a Disseminação da Doença da Língua Azul
Considerando as tendências atuais, espera-se que a mudança climática tenha um impacto significativo nos padrões da doença da língua azul na Austrália. Áreas que antes eram muito frias para os Culicoides sobreviverem podem se tornar adequadas, permitindo que a doença se espalhe mais para o sul. Enquanto isso, invernos mais quentes podem resultar em mais mosquitos sobrevivendo aos meses frios, levando a populações maiores na primavera e no verão.
Foco da Pesquisa em Doenças do Gado
A pesquisa tem se concentrado cada vez mais em como doenças como a língua azul poderiam mudar devido a fatores climáticos. Embora tenha havido muita atenção sobre como doenças como malária se espalham entre humanos, também há uma necessidade urgente de entender como as doenças do gado são afetadas pela mudança climática. O impacto econômico de surtos da língua azul pode ser severo, já que podem causar perdas significativas de gado e afetar os meios de vida dos fazendeiros.
Modelos para Prever Surtos da Língua Azul
Para entender como a língua azul pode se espalhar sob cenários climáticos futuros, os pesquisadores desenvolveram vários modelos. Esses modelos consideram vários fatores como mudanças de temperatura, dinâmicas populacionais de insetos e densidade de gado. Ao simular como a língua azul poderia se espalhar em diferentes condições, os pesquisadores podem fornecer informações valiosas para gerenciar surtos.
Explicação do Modelo AADIS
Uma das ferramentas mais importantes usadas para esse tipo de pesquisa é o modelo Australian Animal Disease Spread (AADIS). Este modelo de computador simula como as doenças se espalham entre o gado em diferentes condições ambientais. No caso, o AADIS foi adaptado para incluir a dinâmica da língua azul. Ele leva em conta como os mosquitos se desenvolvem, como interagem com o gado e como as condições ambientais influenciam suas populações.
Áreas de Estudo Selecionadas para Pesquisa
Para estudar a língua azul, duas áreas na Austrália foram escolhidas para análise: North Queensland e North New South Wales. Essas regiões foram selecionadas porque são conhecidas por estarem dentro das zonas de transmissão da língua azul. As condições climáticas nessas áreas são adequadas para os insetos que carregam a doença, tornando-as locais críticos para estudar como a mudança climática afetará a disseminação da doença.
Compreendendo Cenários Climáticos
A pesquisa usou cenários de mudança climática, que fornecem projeções sobre como as temperaturas mudarão nos próximos anos. Um dos cenários usados no estudo é o cenário RCP 8.5, que representa um cenário de pior caso em termos de emissões de gases de efeito estufa. Analisando dados desse cenário, os pesquisadores puderam prever como a língua azul poderia se espalhar em 2025 e 2035 em comparação a 2015.
Aumento de Temperaturas e Disseminação de Doenças
Previsões de modelos climáticos mostram que as temperaturas nas duas áreas de estudo devem subir. Por exemplo, North Queensland pode ver as temperaturas máximas diárias aumentarem cerca de 1,9 graus Celsius até 2025 em comparação a 2015. Esse aquecimento pode criar condições mais favoráveis para a reprodução dos mosquitos Culicoides, contribuindo para um aumento do risco de surtos da língua azul.
Entendendo as Populações de Culicoides
Dados do estudo mostram padrões de mudança nas populações de mosquitos Culicoides ao longo dos anos. Por exemplo, os mosquitos podem se reproduzir mais rapidamente em North New South Wales à medida que o clima aquece, levando a populações maiores e maior probabilidade de transmitir a língua azul a rebanhos próximos.
Simulando Cenários de Surtos
Os pesquisadores realizaram várias simulações sob diferentes cenários climáticos para ver possíveis resultados para surtos de língua azul. Eles examinaram o que poderia acontecer se a doença fosse introduzida em rebanhos específicos durante o verão e o inverno. O estudo analisou quantos rebanhos provavelmente seriam infectados e a extensão das áreas afetadas.
O Papel dos Movimentos de Animais
Um aspecto chave do estudo foi examinar como os movimentos de animais entre fazendas poderiam impactar a disseminação da língua azul. Quando os animais são movidos de um local para outro, isso pode introduzir o vírus a novas áreas, que de outra forma estariam livres. Os resultados mostraram que permitir movimentos de animais aumentou significativamente a disseminação da doença.
Previsões para Futuros Surtos
Os achados sugerem que o número de casos de língua azul pode permanecer relativamente estável no curto prazo, mas pode crescer no longo prazo. Em North New South Wales, o aumento esperado em rebanhos infectados durante surtos de inverno até 2025 e 2035 indica que áreas podem se tornar mais vulneráveis à doença em diferentes condições climáticas.
A Importância da Preparação
Embora as mudanças atuais na disseminação de doenças possam parecer manejáveis, os pesquisadores alertam que o potencial para surtos mais significativos no futuro é real. À medida que a mudança climática continua a evoluir, os desafios que ela apresenta à saúde do gado também se intensificam. Os achados desta pesquisa fornecem informações úteis para fazendeiros e formuladores de políticas ajudarem a planejar e responder a possíveis surtos da língua azul.
Conclusão
A mudança climática está remodelando o cenário para muitas doenças, incluindo a língua azul. A interação entre temperaturas mais altas, mudanças nas populações de insetos e os movimentos de gado cria um quadro complexo da dinâmica das doenças. Ao entender esses fatores, a Austrália pode se preparar melhor para os desafios de gerenciar a saúde do gado diante da mudança climática contínua. Detecção precoce, estratégias de gestão eficazes e pesquisa contínua serão cruciais para mitigar os impactos de doenças como a língua azul no gado e na economia agrícola.
Título: The effect of climate change on the spread of predicted bluetongue in Australian livestock
Resumo: IntroductionThe frequency of vector-borne disease in human and animal populations has increased in recent years leading to concerns that even greater increases will occur as a result of climate change, driven by changes in the geographic distribution of insect vector habitat areas. In this study we investigate the effect of climate change on the expected spread of bluetongue (a viral disease of ruminants spread by Culicoides midges) using the Australian Animal Disease Spread model (AADIS). MethodsEstimates of average daily temperature across Australia for 2015 were obtained from the Australian Bureau of Meteorology. Predicted average daily temperatures using the CanESM2 model (emission scenario RCP 8.5) for 2025 and 2035 at a resolution of 5 km x 5 km were obtained from the Australian Climate Futures decision-support tool, managed by CSIRO. Two study areas in Australia were selected: the first in North Queensland and the second in Northern New South Wales. A total of 24 outbreak scenarios were run: mid-summer and mid-winter incursions for each study area for 2015, 2025 and 2035 with direct movement of animals in the AADIS model disabled and enabled for each. Model results were expressed as the number bluetongue-positive herds, (herds in which at least one animal was BTV positive) at the end of each 365 day simulation period. ResultsFor North Queensland, there was little change in the median predicted number of bluetongue positive herds for mid-summer and mid-winter 2025 and 2035 incursions (compared with 2015) and a moderate increase in the variability of predicted outbreak sizes when direct animal movements were disabled. For Northern New South Wales there were moderate increases in both the predicted number of bluetongue positive herds and the variability of predicted outbreak sizes for 2025 and 2035, compared with 2015. Compared with the direct animal movement disabled scenarios, there were marked increases in the predicted number of bluetongue positive herds as a function of simulation year for North Queensland. For Northern New south Wales this trend was not as distinct, but as for the direct movement disabled scenarios, the variability of predicted outbreak sizes for the 2035 incursions were greater than the variability of predicted outbreak sizes for the 2015 incursions. ConclusionClimate change will result in a greater portion of the land area of Australia with conditions suitable for Culicoides midges. Our findings show that under conditions of climate change and an outbreak of virulent bluetongue in Australia, the rapid imposition of effective restrictions of animal movement will be the single most important control measure to limit further spread of disease.
Autores: Shumoos Al Riyami, M. Stevenson
Última atualização: 2024-05-03 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.01.592030
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.01.592030.full.pdf
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