Monitorando o Goby Redondo Invasor com eDNA
Novo método usando eDNA mostra potencial para rastrear espécies de peixes invasoras.
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Índice
- O Problema Crescente das Espécies Invasoras Não Indígenas
- O Papel do DNA Ambiental (EDNA)
- Desafios na Monitorização de Espécies Invasoras
- O Estudo do Góbio Redondo em Águas Escandinavas
- Configurando o Experimento
- Desenvolvimento do Teste de eDNA
- Experimento da Taxa de Decaimento do eDNA
- Coleta de Amostras de Campo
- Resultados e Correlações
- Conclusão
- Fonte original
- Ligações de referência
Espécies Invasoras são animais ou plantas que vêm de um lugar e causam problemas em outro. Elas podem prejudicar a fauna local, danificar habitats e desestabilizar os ecossistemas. Isso é especialmente verdade em ambientes marinhos, onde elas podem se espalhar rápido por causa do transporte marítimo e outras atividades humanas. O aumento das espécies invasoras é uma ameaça significativa à Biodiversidade e ao bem-estar das pessoas que dependem dos recursos naturais.
O Problema Crescente das Espécies Invasoras Não Indígenas
O problema das espécies invasoras não indígenas (EINI) já é reconhecido há muitos anos. Em ambientes aquáticos, essas espécies são uma preocupação crescente. Com o aumento do tráfego de navios, mais espécies aquáticas estão sendo transportadas de um lugar para outro. As previsões mostram que o número de novas espécies invasoras pode disparar nas próximas décadas, apesar das medidas tomadas para controlar sua disseminação, como a convenção sobre água de lastro estabelecida pela Organização Marítima Internacional em 2017.
O Fundo Mundial para a Natureza (WWF) classifica as espécies invasoras entre as principais ameaças à biodiversidade global. Os efeitos negativos nos ecossistemas e nas economias relacionados às espécies invasoras devem piorar no futuro. A mudança climática provavelmente vai agravar a situação, permitindo que as espécies invasoras se movam para novas áreas e expandam seus territórios. Isso requer estratégias de gestão mais eficazes e abrangentes para enfrentar o desafio.
Monitorar espécies invasoras é particularmente difícil na água, porque esses ambientes são complexos e muitas vezes de difícil acesso. Métodos tradicionais para detectar invasões tendem a ser caros e demorados. No entanto, a detecção precoce dessas espécies é crucial para uma gestão e controle eficazes, pois se torna cada vez mais complicado gerenciá-las uma vez que estabelecem populações maiores.
EDNA)
O Papel do DNA Ambiental (Para ajudar na monitorização, os cientistas estão usando novas ferramentas, como o DNA ambiental (eDNA). O eDNA é o material genético que os organismos deixam em seu ambiente, como na água ou no solo. Essa abordagem é econômica e pode detectar espécies que são difíceis de encontrar a olho nu. Isso inclui várias fases da vida dos peixes, mesmo quando suas quantidades são baixas.
Embora o eDNA funcione bem na detecção dessas espécies, os métodos tradicionais ainda têm suas vantagens. No entanto, a tecnologia de eDNA está avançando rapidamente e é promissora para uso futuro na monitorização de espécies invasoras. Existem ainda alguns desafios, como entender quanto DNA diferentes organismos liberam e por quanto tempo ele permanece detectável no ambiente.
Desafios na Monitorização de Espécies Invasoras
Um fator importante a ser considerado é a taxa na qual o DNA se decompõe no ambiente, que pode variar muito dependendo de várias condições. Compreender essas taxas é vital para monitorar com precisão as espécies invasoras, pois ajuda a distinguir entre as chegadas recentes e o DNA mais antigo que não indica mais populações vivas.
Pesquisas mostraram que diferentes espécies liberam quantidades variadas de DNA. Por exemplo, um estudo descobriu que algumas estrelas do mar conseguem liberar milhões de cópias de DNA em pouco tempo, enquanto os peixes também liberam quantidades significativas. No entanto, a maioria desses experimentos foi feita em condições controladas de laboratório, então os resultados no ambiente natural podem ser diferentes.
A quantidade de eDNA pode ser influenciada por fatores como atividade microbiana, temperatura e como o DNA interage com partículas na água. Esses fatores tornam desafiador medir e inferir com precisão a presença de espécies invasoras apenas com base em eDNA.
O Estudo do Góbio Redondo em Águas Escandinavas
Uma espécie de peixe invasora que chamou a atenção é o góbio redondo (Neogobius melanostomus). Originalmente do Mar Negro, esse peixe se espalhou por várias regiões da Europa, incluindo a Escandinávia, desde o início dos anos 90. O góbio redondo é conhecido por sua capacidade de se adaptar a várias condições de água, tornando-se um invasor de sucesso.
Devido ao seu estilo de vida no fundo do mar, o góbio redondo pode afetar significativamente os ecossistemas locais, se alimentando de espécies nativas e competindo por recursos. Portanto, monitorar sua população é crucial para esforços de gestão e controle eficazes.
Este estudo teve como objetivo testar se o eDNA poderia monitorar efetivamente a presença do góbio redondo em águas costeiras, ao mesmo tempo em que cruzava as descobertas com métodos tradicionais, como pesca e Monitoramento por vídeo.
Configurando o Experimento
Os pesquisadores se propuseram a desenvolver um teste específico de eDNA para o góbio redondo. Eles focaram em um marcador genético particular que ajudaria a distingui-lo das espécies de peixes nativos locais. O objetivo era criar um teste altamente sensível que pudesse detectar até pequenas quantidades de DNA de góbio redondo em amostras de água.
Para verificar a eficácia do método de eDNA, os pesquisadores também coletaram amostras de DNA de outras espécies de peixes encontradas nas mesmas áreas. Eles queriam garantir que o teste de eDNA não identificasse erroneamente o góbio redondo com base na presença de espécies semelhantes.
Depois de desenvolver e testar o ensaio de eDNA, os pesquisadores também investigaram quanto tempo o DNA do góbio redondo permaneceu detectável na água após a remoção do peixe. Essas informações ajudariam a evitar interpretações erradas dos resultados de eDNA.
Desenvolvimento do Teste de eDNA
Para criar o teste de eDNA, os pesquisadores focaram em uma parte específica do DNA mitocondrial do góbio redondo, uma seção que é abundante em cópias dentro das células. Eles verificaram que esse segmento de DNA era único o suficiente para distinguir o góbio redondo de outros peixes na área do estudo.
Os testes mostraram resultados promissores, com o método de eDNA detectando com precisão o DNA do góbio redondo, além de alguns sinais indesejados de espécies nativas em temperaturas específicas. Para melhorar ainda mais a precisão, ajustes foram feitos nas condições de teste para garantir que apenas o DNA do góbio redondo fosse amplificado durante o processo.
Experimento da Taxa de Decaimento do eDNA
Em seguida, os pesquisadores queriam entender quanto tempo o DNA do góbio redondo permanece detectável após o peixe ser retirado da água. Eles realizaram experimentos em que mantiveram góbios redondos em tanques por um período definido e, em seguida, amostraram a água em vários intervalos.
Os resultados mostraram que o DNA do góbio redondo tem um tempo de detecção relativamente curto, com uma meia-vida de cerca de 10 horas. Isso significa que, após cerca de 10 horas, apenas metade da quantidade inicial de DNA detectável permaneceria na água. Conhecer a taxa de decaimento é essencial para interpretar com precisão os resultados de eDNA.
Coleta de Amostras de Campo
Para testar ainda mais a eficácia da monitorização por eDNA, os pesquisadores coletaram amostras de água de dez locais diferentes ao redor de Gotemburgo. Eles usaram vários métodos, incluindo sistemas de vídeo subaquático remotos iscas (BRUVs) e técnicas de pesca tradicionais, para avaliar a presença do góbio redondo em cada área.
As amostras de água foram filtradas logo após a coleta para preservar o eDNA e evitar degradação. Cada local foi escolhido cuidadosamente para entender como a detecção de eDNA se correlacionava com a presença real de góbios redondos, conforme indicado pela pesca ou monitoramento por vídeo.
Resultados e Correlações
Após analisar as amostras de água, os pesquisadores encontraram uma correlação significativa entre a quantidade de DNA de góbio redondo detectada e o número de peixes observados ou capturados nos locais de amostragem. Isso indica que o eDNA pode ser um método confiável para monitorar a presença dessa espécie invasora.
No entanto, alguns locais mostraram eDNA de góbio redondo sem que nenhum peixe fosse capturado ou visto. Essa discrepância destaca o potencial de fatores ambientais influenciarem a detecção de eDNA. Os pesquisadores concluíram que, embora o eDNA seja uma ferramenta promissora para monitorar espécies invasoras, é essencial considerar múltiplos métodos para avaliações precisas.
Conclusão
Este estudo demonstrou que o eDNA pode ser um método eficaz para monitorar o góbio redondo invasor em ambientes marinhos. Os pesquisadores conseguiram desenvolver um teste específico para a espécie e validar sua precisão em comparação com métodos tradicionais de monitoramento. Embora o eDNA tenha limitações e possa ser afetado por vários fatores ambientais, ele oferece informações valiosas sobre a presença e abundância de espécies invasoras como o góbio redondo.
Esforços contínuos para melhorar as técnicas de eDNA e aumentar nossa compreensão de suas dinâmicas em ecossistemas marinhos ajudarão conservacionistas e gestores em sua luta contra espécies invasoras e seus impactos na biodiversidade local.
Título: Monitoring of the invasive round goby in an estuarine seascape based on eDNA
Resumo: 0.0Non-indigenous species (NIS) is one of the five most global concerns when it comes to ecosystem services and threats to native biodiversity. This is especially true in aquatic environments which are harder to monitor than terrestrial environments, and NIS are often found first when they are fully established and basically impossible to eradicate. In marine environments, this is further complicated due to the connectivity and difficulty of eradication. The development and implementation of effective monitoring methods for marine NIS are therefore crucial to enable early detection useful for management strategies. In this study, we develop and evaluate environmental DNA monitoring using quantitative (q)PCR as a means to assess presence of the euryhaline round goby fish (Neogobius melanostomus) in a seascape environment close to Scandinavias largest shipping port. We developed a dPCR assay for the species, targeting a region of 12S gene, and verified its specificity compared to other common species from the gobiid-family in the region. We also experimentally determined the decaying rate of round goby DNA in water to a half-life of 9.8 hours in 15 PSU and 15{degrees}C with live fish in captivity. Finally, we sampled 10 sites within a 400 km2 area for eDNA and presence of the species using fyke-nets and baited remote video to validate the accuracy of the water samples to predict presence, and abundance. We found that the number of DNA copies extracted from the water samples varied strongly at sites where round gobies were caught in nets or on video, but that the average value from four water samples significantly correlated with an average value from four video samples, and also with the total catch at each site. The eDNA assay also detected signals from the species at sites where no fish were caught by fishing or on video. These results show that this method is highly sensitive for the species even in low abundance, and with sufficient amounts of replicates, it can be possible to determine the relative abundance between sites.
Autores: Leon Green, T. G. Dahlgren, A. Axberg, M. Panova, M. Obst, P. Sundberg
Última atualização: 2024-05-06 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.06.592655
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.06.592655.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/
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