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O Papel dos Lipídios na Sobrevivência do Câncer

Analisando como os lipídios alimentam o crescimento e os mecanismos de sobrevivência das células cancerígenas.

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As células cancerosas precisam de combustível pra crescer rápido, e uma fonte de energia são os lipídios, que são as gorduras. Desde os anos 50, os cientistas descobriram que as células cancerosas podem criar seus próprios lipídios. Elas também absorvem lipídios que estão no sangue, transportados por proteínas chamadas Lipoproteínas. Os tumores costumam pegar mais desses lipídios sanguíneos, e diferentes tipos de câncer, como linfoma e câncer renal, mostraram esse comportamento.

Tipos de Lipoproteínas

Nos humanos, tem dois tipos principais de lipoproteínas: lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e lipoproteínas de alta densidade (HDL). Alguns tumores aumentam a absorção de LDL e HDL, mas como isso acontece ainda não é totalmente entendido.

O Papel do Estresse oxidativo

À medida que as células cancerosas crescem, elas produzem espécies reativas de oxigênio (ROS), o que pode levar ao estresse oxidativo. Esse estresse pode danificar os lipídios nas membranas celulares, resultando em um processo prejudicial chamado Peroxidação lipídica. Esse processo pode levar a um tipo de morte celular chamado Ferroptose.

Terapias Potenciais

O acúmulo de peróxidos lipídicos em tumores durante tratamentos como radioterapia e a propagação do câncer (metástase) sugere que mirar na peroxidação lipídica pode oferecer novas formas de tratar o câncer. As células cancerosas desenvolvem maneiras de evitar a ferroptose usando enzimas específicas que tornam os peróxidos lipídicos seguros ou coletando antioxidantes que impedem a peroxidação lipídica.

Suplementação de Lipoproteínas e Resistência à Ferroptose

Pra investigar como as lipoproteínas ajudam as células cancerosas a sobreviver, os cientistas fizeram um rastreamento genético em células HeLa, que absorvem LDL e HDL. Eles observaram que a maioria dos genes envolvidos no crescimento das células cancerosas não mudava quando os níveis de lipoproteínas variavam, exceto por um gene chamado GPX4. Esse gene é crucial pra prevenir a ferroptose. Quando as lipoproteínas estão presentes, o GPX4 se torna menos importante pra sobrevivência e crescimento celular.

Principais Descobertas dos Experimentos

Esses experimentos mostraram que as células cancerosas podem se tornar resistentes à ferroptose quando recebem lipoproteínas. Especificamente, a HDL foi encontrada como mais eficaz do que a LDL em promover a sobrevivência celular.

Proliferação das Células Cancerosas

Os cientistas também olharam como diferentes células cancerosas reagiam à ausência de GPX4 quando suplementadas com lipoproteínas. Eles descobriram que a presença de LDL e HDL facilitava a sobrevivência e o crescimento dessas células.

Testes com Múltiplas Linhagens Celulares

Os testes foram feitos em várias linhagens celulares de câncer derivadas de diferentes tipos de tumores. Os dados mostraram consistentemente que tanto LDL quanto HDL desempenharam um papel significativo em ajudar as células cancerosas a resistir à morte celular causada pela peroxidação lipídica.

A Importância dos Lipídios Antioxidantes

Vários tipos de antioxidantes lipídicos carregados por lipoproteínas podem proteger as células cancerosas da ferroptose. Esses incluem vitaminas como D, E e K, assim como a coenzima Q10. Quando esses antioxidantes estão disponíveis, eles ajudam a prevenir danos pela peroxidação lipídica.

Investigando as Contribuições Individuais dos Lipídios

Mais estudos foram realizados pra determinar quais lipídios específicos nas lipoproteínas eram eficazes contra a ferroptose. Os pesquisadores testaram vários antioxidantes, e foi confirmado que as vitaminas E, K, e outras ofereceram proteção às células cancerosas.

O Papel dos Glicosaminoglicanos na Absorção de Lipoproteínas

Pesquisas recentes mostraram que as células cancerosas dependem de glicosaminoglicanos (GAGs) pra absorver lipoproteínas de maneira eficiente. GAGs são açúcares complexos que fazem parte da superfície celular e são essenciais pra ligação e absorção de lipoproteínas.

O Impacto da Biossíntese de GAGs no Câncer

Pra entender como os GAGs afetam a ferroptose e a absorção de lipoproteínas, os pesquisadores estudaram genes específicos envolvidos na construção dos GAGs. Eles descobriram que certos genes cruciais pra fazer GAGs eram necessários pras células cancerosas absorverem LDL e HDL de forma eficiente.

Telas CRISPR e GAGs

Usando uma técnica chamada CRISPR, os cientistas identificaram quais genes eram essenciais pra síntese de GAG e como eles estavam relacionados à absorção de lipoproteínas e à sobrevivência das células cancerosas. Os estudos confirmaram que os GAGs aumentam a capacidade das células cancerosas de absorver lipoproteínas.

Mecanismo de Ação

Os GAGs ajudam as células cancerosas a absorver lipoproteínas atraindo-as devido à sua carga negativa, que se liga às regiões carregadas positivamente das lipoproteínas. Esse mecanismo parece ser crítico pra sobrevivência das células cancerosas, especialmente sob estresse oxidativo.

GAGs e Crescimento Tumoral

Os GAGs na superfície celular não só ajudam na absorção de lipoproteínas, mas também contribuem pro crescimento das células cancerosas. Quando os pesquisadores interromperam a formação de GAGs nas células cancerosas, eles observaram uma diminuição significativa no crescimento do tumor, ligando os GAGs à progressão do câncer.

Xenotransplantes Derivados de Pacientes e Tumores Humanos

Estudos envolvendo amostras de tumores derivados de pacientes mostraram que os níveis de GAGs e antioxidantes como a vitamina E eram mais altos em tumores comparados ao tecido normal. Essa descoberta ressalta a conexão entre a absorção de lipoproteínas, GAGs, e crescimento tumoral.

Conclusão

A interação complexa entre a absorção de lipoproteínas, a oferta de antioxidantes e a sobrevivência das células cancerosas destaca um potencial novo caminho pra tratamento do câncer. Mirando nas vias de GAG, pode ser possível interromper os mecanismos que permitem que os tumores prosperem em ambientes ricos em gordura.

Direções Futuras

Mais pesquisas são necessárias pra explorar como GAGs e lipoproteínas influenciam o desenvolvimento do câncer e pra testar terapias que poderiam limitar a absorção de lipoproteínas em tumores. Essa abordagem poderia aumentar a eficácia dos tratamentos existentes do câncer, tornando os tumores mais suscetíveis à ferroptose.

Insights Adicionais

Enquanto muitos aspectos da absorção de lipoproteínas no câncer são compreendidos, mais estudos são essenciais pra entender completamente como esses processos operam em diferentes tipos de câncer. Esse conhecimento poderia levar a estratégias inovadoras pra parar o crescimento do câncer e melhorar os resultados pros pacientes.

Pensamentos Finais

Em resumo, a relação entre lipídios, capacidade antioxidante e comportamento das células cancerosas é uma área de pesquisa promissora. Ao entender melhor como as células cancerosas utilizam esses recursos, os cientistas podem desenvolver tratamentos mais eficazes que visem essas vulnerabilidades na biologia tumoral.

Fonte original

Título: Glycosaminoglycan-mediated lipoprotein uptake protects cancer cells from ferroptosis

Resumo: Lipids are essential for tumours because of their structural, energetic, and signaling roles. While many cancer cells upregulate lipid synthesis, growing evidence suggests that tumours simultaneously intensify the uptake of circulating lipids carried by lipoproteins. Which mechanisms promote the uptake of extracellular lipids, and how this pool of lipids contributes to cancer progression, are poorly understood. Here, using functional genetic screens, we find that lipoprotein uptake confers resistance to lipid peroxidation and ferroptotic cell death. Lipoprotein supplementation robustly inhibits ferroptosis across numerous cancer types. Mechanistically, cancer cells take up lipoproteins through a pathway dependent on sulfated glycosaminoglycans (GAGs) linked to cell-surface proteoglycans. Tumour GAGs are a major determinant of the uptake of both low and high density lipoproteins. Impairment of glycosaminoglycan synthesis or acute degradation of surface GAGs decreases the uptake of lipoproteins, sensitizes cells to ferroptosis and reduces tumour growth in mice. We also find that human clear cell renal cell carcinomas, a distinctively lipid-rich tumour type, display elevated levels of lipoprotein-derived antioxidants and the GAG chondroitin sulfate than non-malignant human kidney. Altogether, our work identifies lipoprotein uptake as an essential anti-ferroptotic mechanism for cancer cells to overcome lipid oxidative stress in vivo, and reveals GAG biosynthesis as an unexpected mediator of this process.

Autores: Javier Garcia-Bermudez, D. Calhoon, L. Sang, D. Bezwada, N. Kim, A. Basu, S.-C. Hsu, A. Pimentel, B. Brooks, K. La, A. Paulina Serrano, D. L. Cassidy, L. Cai, V. Toffessi-Tcheuyap, V. Margulis, F. Cai, J. Brugarolas, R. J. Weiss, R. J. DeBerardinis, K. Birsoy

Última atualização: 2024-05-13 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.13.593939

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.13.593939.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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