Como o sono funciona nos animais
Uma visão geral de como o sono é regulado nos animais, focando em genes e processos.
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Animais, incluindo os humanos, dormem pra recuperar o corpo e a mente. A quantidade e o horário do sono são controlados por um sistema chamado "somnostato." Esse sistema funciona através de dois processos principais: um ritmo diário (o processo circadiano) e a necessidade de sono do corpo com base em quanto tempo tá acordado (o processo homeostático).
O processo circadiano ajuda a definir o horário do sono, enquanto o processo homeostático vai aumentando a pressão do sono quanto mais tempo um animal fica acordado. Pressão do sono significa que a vontade ou necessidade de dormir aumenta com o tempo que se está acordado. Basicamente, quanto mais tempo você fica acordado, mais sono você sente. O equilíbrio e a interação entre esses dois processos ajudam a determinar como e quando um animal dorme.
Os cientistas já entenderam bastante sobre como funciona o ritmo diário do sono, mas ainda tão descobrindo os detalhes biológicos por trás da necessidade de dormir. Nos mamíferos, um modelo comum descreve como neurônios em uma parte do cérebro chamada núcleo supraquiasmático controlam o sono interagindo com outros neurônios que promovem ou inibem a sonolência. Uma molécula importante nesse modelo é a adenosina, que vai se acumulando no cérebro durante o dia e sinaliza a necessidade de sono.
Pra moscas da fruta, um modelo semelhante tá sendo desenvolvido. Os pesquisadores descobriram que o sono nas moscas também é influenciado por uma mistura de neurônios do relógio circadiano e neurônios que percebem a necessidade de dormir. Embora os detalhes de como esses sistemas funcionam nas moscas não sejam totalmente compreendidos, há evidências de que elas possam usar uma molécula diferente, chamada fosfato de nicotinamida adenina dinucleotídeo (NADPH), pra sinalizar a necessidade de sono.
Um gene importante relacionado ao sono nas moscas é chamado shaker. Esse gene ajuda a criar uma proteína que regula o sono. Outras proteínas envolvidas na regulação do sono também foram descobertas ao longo dos anos.
Um gene específico nas moscas, chamado ninna nanna, desempenha um papel significativo na gestão do sono. Os pesquisadores descobriram que esse gene tem duas formas, ou isoformas, que conectam diferentes neurônios no cérebro da mosca. Essa estrutura única sugere que ninna nanna ajuda a regular o sono de uma forma específica.
Quando os cientistas analisaram o gene ninna nanna nas moscas, eles perceberam que os níveis de suas proteínas variavam dependendo da hora do dia e de quanto sono as moscas precisavam. Por exemplo, depois de um tempo acordadas, os níveis da proteína nanna aumentavam, indicando uma maior necessidade de sono. Isso sugere que nanna está ligada à regulação homeostática do sono.
Pra entender melhor como a ninna nanna funciona, os cientistas examinaram os neurônios onde esse gene está ativo. Eles observaram que nanna tá presente em um par de neurônios específicos conhecidos como interneurônios contralaterais inferiores (neurônios ICLI). Esses neurônios parecem estar envolvidos na gestão da resposta da pressão do sono.
Curiosamente, quando os pesquisadores avaliaram a atividade desses neurônios ICLI, descobriram que os níveis de proteína da nanna aumentaram quando a pressão do sono estava alta, sugerindo que a nanna pode ajudar a regular quão ativos esses neurônios ficam em resposta às necessidades de sono. Em outras palavras, quando a necessidade de dormir é forte, a nanna pode acalmar a atividade desses neurônios pra ajudar a mosca a dormir.
Os neurônios ICLI são essenciais porque parecem conectar vários sinais e entradas relacionados ao sono. Eles recebem informações de neurônios sensíveis à luz, que desempenham um papel no ritmo circadiano, e também se conectam com outros neurônios responsáveis pela regulação do sono. Isso significa que os neurônios ICLI servem como uma ponte entre fatores externos, como luz, e fatores internos, como a necessidade do corpo de dormir.
A pesquisa sobre ninna nanna sugere que a regulação do sono não se baseia apenas em um sistema ou via de sinalização. Em vez disso, envolve uma rede complexa de diferentes componentes que trabalham juntos pra gerenciar o equilíbrio entre vigília e sono.
Resumindo, tanto os processos circadianos quanto os homeostáticos são cruciais pra regulação do sono nos animais. Eles interagem pra determinar o horário e a quantidade de sono que um animal tem. Nas moscas, o gene ninna nanna e seus produtos proteicos desempenham um papel chave em como a mosca percebe e responde às suas necessidades de sono. Conectando diferentes tipos de neurônios e vias de sinalização, a ninna nanna ajuda a equilibrar sono e vigília.
Entender como o sono é regulado pode ajudar os pesquisadores a desenvolver melhores maneiras de lidar com problemas de sono em vários animais, incluindo humanos. À medida que os cientistas continuam a estudar esses sistemas, eles podem descobrir mais sobre os benefícios do sono e como promover uma melhor saúde do sono. Esse conhecimento pode, em última análise, levar a novos tratamentos para distúrbios do sono e a um melhor bem-estar geral tanto para humanos quanto pra animais.
A Importância do Sono
O sono é vital pra muitos aspectos da saúde, tanto física quanto mental. Durante o sono, o corpo se repara, o cérebro processa informações e memórias, e o sistema imunológico se fortalece. A falta de sono pode levar a uma série de problemas, incluindo diminuição da função cognitiva, mudanças de humor e resposta imunológica enfraquecida.
Nos animais, os padrões de sono podem variar bastante entre as espécies. Por exemplo, alguns animais dormem por longos períodos durante o dia, enquanto outros podem ter cochilos mais curtos ao longo do dia. Entender a mecânica por trás dessas diferenças pode iluminar adaptações evolutivas e estratégias de sobrevivência.
Futuro da Pesquisa sobre Sono
A exploração de genes como ninna nanna em moscas da fruta oferece uma janela pra os mecanismos mais amplos da regulação do sono. Usando modelos animais mais simples, os cientistas conseguem dissecar mais facilmente os vários caminhos e sinais envolvidos no sono.
Com a melhora da tecnologia, os pesquisadores podem fazer estudos mais detalhados sobre como o sono opera em nível celular, bem como como fatores ambientais, como luz e temperatura, afetam o sono. Essa linha de pesquisa pode abrir portas pra novas estratégias de melhoria da qualidade do sono e manejo de distúrbios do sono.
Além de estudar o sono em ambientes de laboratório, mais pesquisas são necessárias em contextos naturais e do mundo real. Observar e medir o sono em vários ambientes pode fornecer uma visão de como diferentes fatores influenciam o comportamento do sono em animais e humanos.
Em conclusão, o sono continua sendo uma área de estudo fascinante e complexa. A interação entre genes, neurônios e sinais ambientais destaca a natureza intrincada da regulação do sono. Compreender esses processos pode levar a melhores resultados de saúde e uma qualidade de vida melhor pra todas as criaturas, incluindo nós mesmos.
Título: ninna nanna links circadian and homeostatic sleep drive in Drosophila
Resumo: Sleep is under control of two processes - circadian and homeo-static regulation - but little is known about how these two processes integrate. Here, we identify a Drosophila gene, ninna nanna, encoding two alternatively spliced isoforms: Ninna and Nanna. Both proteins encode aldo-keto reductases and are expressed in different, yet interconnected neurons. One isoform, ninna, encodes an aldo-keto reductase with predicted affinity for NADP(H) and is expressed in key circadian pacemaker neurons, the s-LNvs. The second isoform, nanna, encodes an aldo-keto reductase with predicted affinity for NAD(H) and is expressed in ICLI neurons, a pair of wake-promoting peptidergic neurons whose inhibition relieves sleep pressure. Ninna and nanna neurons interconnect to integrate a binary sleep sensing circuit in which ninna receives circadian information and nanna encodes homeostatic sleep pressure. ninna nanna defines an archetypal circuit for the integration of circadian and homeostatic sleep drive and reinforces the hypothesized link between aldo-keto reductases and sleep regulation.
Autores: Giorgio F. Gilestro, A. Petzold
Última atualização: 2024-05-14 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.10.593616
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.10.593616.full.pdf
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