O Colapso do Silicon Valley Bank: Causas e Consequências
Analisando os principais fatores por trás da falência inesperada do Silicon Valley Bank.
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Índice
Em março de 2023, o Silicon Valley Bank (SVB) quebrou por causa de uma corrida bancária repentina, marcando um evento significativo no mundo financeiro. Isso foi notável porque foi a maior falência bancária desde a Crise Financeira Global (GFC) de 2007-2009. A queda do SVB teve sérias implicações para o sistema bancário, levando a um pânico generalizado e quedas significativas nos preços das ações dos bancos.
A falência do SVB levantou questões importantes sobre os fatores que podem levar a corridas bancárias e como esses eventos podem se espalhar pelo sistema financeiro. Este artigo vai explorar as causas da falência do SVB, o impacto em outros bancos e as lições aprendidas com essa crise.
Histórico do Silicon Valley Bank
O SVB foi fundado em 1983 para atender as necessidades financeiras de empresas startup, especialmente nos setores de tecnologia e ciências da vida. Com o passar dos anos, o SVB cresceu bastante, especialmente durante a bolha da tecnologia dos anos 90 e o aumento de investimentos durante a pandemia de COVID-19. Em 2022, o SVB se tornou o décimo sexto maior banco dos EUA, com ativos totalizando cerca de US$ 209 bilhões.
A estratégia do banco envolvia coletar depósitos de empresas apoiadas por capital de risco, o que permitiu ao SVB criar uma base forte de depósitos. No entanto, essa abordagem também deixava o banco vulnerável a mudanças no ambiente econômico, especialmente aumentos nas taxas de juros.
A Caminho da Falência
No início de 2022, o Federal Reserve dos EUA começou a aumentar as taxas de juros para combater a inflação. Esses aumentos de taxa criaram desafios para os bancos que tinham investido pesadamente em títulos de longo prazo e com taxa fixa. O SVB, em particular, tinha um grande portfólio desses títulos, que se tornaram problemáticos à medida que as taxas subiram.
À medida que o portfólio do SVB perdia valor, o banco enfrentava grandes perdas não realizadas-ou seja, as perdas não eram contabilizadas até que o banco tivesse que vender os títulos. Apesar dos riscos, o SVB continuou a depender de depósitos não segurados, que representavam uma parte significativa de seus depósitos totais. Essa dependência de depósitos não segurados deixou o SVB mais vulnerável durante períodos de incerteza.
A Corrida Bancária e Suas Consequências
No dia 10 de março de 2023, o SVB quebrou após uma corrida bancária repentina e massiva. Clientes retiraram cerca de US$ 42 bilhões em um único dia, levando a uma crise imediata de liquidez. A incapacidade do SVB de atender a esses pedidos de retirada forçou o banco a vender seus títulos com prejuízo, agravando ainda mais a situação.
As consequências da falência do SVB foram sentidas em todo o setor bancário, levando a uma forte queda nos preços das ações dos bancos. Muitos investidores começaram a entrar em pânico, preocupados que outros bancos com vulnerabilidades semelhantes também estivessem em risco. O efeito de contágio se espalhou rapidamente.
Fatores que Contribuíram para a Falência
Vários fatores-chave contribuíram para a falência do SVB e o pânico subsequente no setor bancário:
1. Dependência de Depósitos Não Segurados
O SVB tinha uma alta porcentagem de depósitos não segurados, que são vulneráveis a retiradas rápidas em tempos de crise. Quando a notícia dos problemas do SVB se espalhou, os depositantes correram para retirar seus fundos, agravando os problemas de liquidez do banco.
Risco de Taxa de Juros
2.O banco tinha uma exposição significativa ao risco de taxa de juros devido ao seu investimento em títulos de longo prazo. À medida que as taxas de juros subiam, o valor desses títulos caía, levando a perdas não realizadas substanciais. Essas perdas ocultas criaram uma falsa sensação de segurança para os investidores até que fosse tarde demais.
3. Brechas Regulatórias
Mudanças nas regulamentações permitiram que o SVB e outros bancos de médio porte operassem com menos supervisão do que instituições maiores. Essa flexibilização regulatória significava que bancos como o SVB não estavam sujeitos a certos requisitos de liquidez, tornando-os mais suscetíveis a corridas.
4. Antecipação do Mercado
Antes da falência, alguns investidores começaram a perceber que bancos com altos depósitos não segurados e problemas de liquidez poderiam enfrentar desafios. No entanto, as perdas ocultas dos riscos de taxa de juros não estavam totalmente precificadas, levando a um choque quando a corrida bancária começou.
O Impacto Mais Amplo
A falência do SVB teve um efeito dominó no setor bancário. Outros bancos, especialmente aqueles com vulnerabilidades semelhantes, viram suas ações despencarem. Os investidores ficaram cada vez mais preocupados com a saúde de todo o sistema bancário.
Queda nas Ações dos Bancos
Após a falência do SVB, muitos bancos-especialmente os de médio porte-experimentaram quedas significativas nos preços das ações. O pânico levou a uma correção mais ampla do mercado, afetando o setor bancário. Mesmo bancos bem capitalizados com fundamentos sólidos não escaparam da venda, à medida que os medos sobre um potencial contágio se espalhavam amplamente.
Respostas das Políticas
Em resposta à crise, os formuladores de políticas intervieram para tranquilizar o público. O Federal Reserve, junto com outras agências regulatórias, implementou medidas para proteger todos os depósitos do SVB, tanto segurados quanto não segurados. Essa intervenção visava evitar mais corridas nos bancos e restaurar a confiança no sistema financeiro.
Lições Aprendidas
A queda do SVB oferece várias lições importantes para o setor bancário e agências regulatórias:
1. A Importância da Gestão de Liquidez
Os bancos precisam manter uma posição de liquidez robusta para suportar retiradas repentinas. Depender excessivamente de depósitos não segurados pode expor os bancos a riscos severos, particularmente em tempos de incerteza econômica.
2. Necessidade de Avaliação Abrangente de Risco
Investidores e reguladores devem considerar perdas ocultas, especialmente em um ambiente de aumento das taxas de juros. As suposições subjacentes aos testes de estresse e modelos de risco devem refletir as realidades das condições atuais do mercado.
3. Supervisão Regulatória
A experiência do SVB destaca a necessidade de uma supervisão regulatória eficaz dos bancos de médio porte. A flexibilização das regulamentações pode criar vulnerabilidades que podem não ser aparentes até que uma crise ocorra.
4. Consciência dos Investidores
Os investidores devem prestar mais atenção às vulnerabilidades dos bancos, incluindo a qualidade dos ativos, liquidez e a composição dos depósitos. A capacidade do mercado de antecipar riscos pode ajudar a mitigar o impacto de baixas repentinas.
Conclusão
A falência do Silicon Valley Bank serve como um lembrete da fragilidade do sistema bancário e do potencial de contágio em tempos de crise. Compreender os fatores que contribuíram para essa falência e as reações do mercado subsequentes pode ajudar a melhorar as práticas de gestão de risco e os frameworks regulatórios no futuro.
Aprendendo com os eventos em torno da queda do SVB, as partes interessadas podem trabalhar em direção a um sistema financeiro mais resiliente, melhor equipado para lidar com os desafios futuros.
Título: Contagion Effects of the Silicon Valley Bank Run
Resumo: This paper analyzes the contagion effects associated with the failure of Silicon Valley Bank (SVB) and identifies bank-specific vulnerabilities contributing to the subsequent declines in banks' stock returns. We find that uninsured deposits, unrealized losses in held-to-maturity securities, bank size, and cash holdings had a significant impact, while better-quality assets or holdings of liquid securities did not help mitigate the negative spillovers. Interestingly, banks whose stocks performed worse post-SVB also experienced lower returns in the previous year, following Federal Reserve interest rate hikes. Stock investors appeared to anticipate risks associated with uninsured deposit reliance, but did not foresee the realization of implied losses. While mid-sized banks experienced particular stress immediately after the SVB failure, over time negative spillovers became widespread except for the largest banks.
Autores: Dong Beom Choi, Paul Goldsmith-Pinkham, Tanju Yorulmazer
Última atualização: 2024-05-10 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://arxiv.org/abs/2308.06642
Fonte PDF: https://arxiv.org/pdf/2308.06642
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/
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