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# Ciências da saúde# Oncologia

Fatores genéticos que afetam a sobrevivência do câncer de ovário

Pesquisas mostram ligações genéticas importantes para as taxas de sobrevivência em pacientes com câncer de ovário.

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Carcinoma Seroso de Alto Grau (HGSC) é um tipo de câncer de ovário que causa muitas mortes relacionadas à doença. Apesar de alguns pacientes responderem bem aos tratamentos iniciais, muitos desenvolvem resistência a esses tratamentos com o tempo. Essa resistência geralmente tá ligada a mudanças genéticas nas células do tumor, tornando a busca por terapias eficazes um desafio.

O Desafio da Resistência a Medicamentos

A maioria dos pacientes com HGSC que passa por cirurgia e tratamento acaba enfrentando a progressão da doença devido à resistência adquirida a medicamentos. Isso é bem comum em estágios avançados, onde a cirurgia não consegue remover todas as células cancerígenas. No entanto, alguns pacientes mostram respostas excepcionais ao tratamento e sobrevivem muito mais do que o esperado. Os pesquisadores estão interessados em aprender mais sobre esses sobreviventes, já que eles podem fornecer insights importantes sobre por que alguns pacientes se saem melhor que outros.

Fatores que Afetam a Resposta ao Tratamento

Vários fatores influenciam como um paciente responde ao tratamento e quanto tempo ele sobrevive. Um dos mais significativos é se houve a remoção completa do tumor por cirurgia. Pacientes que fazem uma cirurgia bem-sucedida geralmente se saem melhor do que aqueles que têm câncer remanescente.

Estudos moleculares identificaram diferentes subtipos de HGSC com base na expressão gênica. Esses subtipos estão associados a vários resultados. Por exemplo, um subtipo apresenta taxas de sobrevivência baixas, enquanto outro está ligado a uma resposta imunológica mais forte e melhores resultados.

Pacientes com certas mutações genéticas, como nas genes BRCA1 ou BRCA2, costumam ter uma resposta melhor à quimioterapia em comparação com pacientes cujos tumores possuem versões normais desses genes. No entanto, ter essas mutações não garante sobrevivência a longo prazo, já que muitos pacientes ainda têm um curso da doença comum.

O Papel do Rb1 na Sobrevivência

Uma área de foco é o gene RB1, conhecido por seu papel na regulação do ciclo celular. Estudos mostraram que a perda de expressão do RB1 em HGSC está ligada a uma sobrevivência maior. Essa descoberta levanta questões interessantes sobre por que a perda desse gene levaria a melhores resultados.

Em outros tipos de câncer, a perda do RB1 geralmente resulta em piores desfechos, indicando que o papel do RB1 pode variar dependendo do tipo de câncer. Os pesquisadores estão investigando mais profundamente como o RB1 interage com outras mutações, incluindo aquelas em BRCA1 e BRCA2, e os efeitos combinados dessas mudanças sobre a sobrevivência.

Coortes de Pacientes na Pesquisa

Em um grande estudo envolvendo milhares de mulheres diagnosticadas com várias formas de câncer de ovário, os pesquisadores coletaram amostras e dados para explorar essas questões. Um subgrupo de pacientes passou por uma análise genética detalhada para entender como o status do RB1 influenciava sua sobrevivência.

O estudo descobriu que diferentes subtipos de câncer de ovário poderiam estar ligados a características moleculares específicas. Agrupando os pacientes com base em seus perfis genéticos, os pesquisadores puderam ver tendências na sobrevivência e na resposta ao tratamento.

Investigando Mudanças Moleculares

Os pesquisadores analisaram mudanças na expressão do RB1 em amostras de tumor. Eles descobriram que a perda do RB1 era mais comum em HGSC. Essa perda estava associada a taxas de sobrevivência melhores, destacando uma possível conexão entre o RB1 e os resultados dos pacientes.

De forma contrastante, a perda do RB1 em câncer de ovário endometrioide correlacionou-se com uma sobrevivência pior. Essa diferença ressalta a necessidade de entender o contexto em que ocorrem as mudanças genéticas, já que as implicações podem variar bastante.

Efeitos de Combinações Genéticas

A presença de perda do RB1 e mutações em BRCA estava ligada a taxas de sobrevivência excepcionalmente boas. Pacientes com essa combinação mostraram um risco de morte significativamente reduzido em comparação a outros. A vantagem na sobrevivência foi impressionante, especialmente para aqueles com mutações nos genes BRCA combinadas com perda do RB1.

Os pesquisadores estão investigando ativamente como essas combinações genéticas influenciam a resposta ao tratamento, especialmente à quimioterapia. As descobertas iniciais sugerem que a interação entre RB1 e BRCA pode aumentar a eficácia de tratamentos padrão como cisplatina e olaparib.

Estudando Linhagens Celulares Derivadas de Pacientes

Para explorar mais esses achados, linhagens celulares derivadas de pacientes foram usadas em experimentos. Essas linhagens são criadas a partir de células cancerígenas coletadas de pacientes e fornecem uma maneira de estudar os efeitos de alterações genéticas específicas no laboratório. A resposta dessas linhagens celulares a vários medicamentos foi avaliada, prestando atenção ao seu status de RB1 e BRCA.

Na maioria dos casos, linhagens celulares com perda do RB1 demonstraram uma sensibilidade maior ao tratamento. Essa responsividade sugere que a inativação do RB1 pode ser um marcador útil para prever como bem um paciente pode responder a certas terapias contra o câncer.

Investigando a Resposta Imunológica

O estudo também examinou como a perda do RB1 afeta a resposta imunológica dentro do ambiente tumoral. Tumores com perda do RB1 mostraram uma maior presença de células T CD8+, que são componentes importantes do sistema imunológico que combatem o câncer. Isso pode indicar que tumores que não têm RB1 podem ser mais reconhecíveis pelo sistema imunológico, levando a melhores resultados.

Uma atividade imunológica aumentada foi observada em amostras de pacientes com perda do RB1 e mutações em BRCA. Essas descobertas sugerem que direcionar as vias imunológicas pode ser uma abordagem promissora para tratar pacientes com esses perfis genéticos.

Expressão Gênica e Subtipos Moleculares

Ao analisar padrões de expressão gênica, os pesquisadores puderam categorizar tumores em subtipos moleculares. Acredita-se que esses subtipos se comportem de maneiras diferentes e respondam a tratamentos de várias formas. Por exemplo, tumores com perda do RB1 costumam se agrupar em certos subtipos associados a resultados favoráveis.

A presença da perda do RB1 correlacionou-se com o aumento da expressão de genes envolvidos na proliferação celular, o que pode explicar os benefícios de sobrevivência observados em alguns pacientes. No entanto, o impacto geral da perda do RB1 no crescimento tumoral e na sobrevivência parece depender de uma interação complexa de outros fatores, incluindo a presença de mutações em genes de reparo do DNA, como BRCA.

Implicações para Estratégias de Tratamento

Compreender o cenário genético do HGSC, especialmente em relação a RB1 e BRCA, pode informar abordagens de tratamento. Pacientes com perfis genéticos específicos podem se beneficiar de terapias direcionadas que explorem as fraquezas de seus tumores.

Por exemplo, a sensibilidade aumentada à quimioterapia em pacientes com perda do RB1 sugere que esses indivíduos podem responder particularmente bem a certas combinações de medicamentos. Desenvolver novos tratamentos que visem essas vulnerabilidades poderia levar a melhores resultados para pacientes que atualmente têm opções limitadas.

Conclusão

A pesquisa sobre HGSC está revelando informações importantes sobre como diferentes fatores genéticos impactam a resposta ao tratamento e a sobrevivência. O papel do RB1, especialmente em combinação com mutações em BRCA, está provando ser significativo na definição dos resultados dos pacientes.

Ao continuar investigando essas conexões, os pesquisadores esperam descobrir novas estratégias para tratar o câncer de ovário, visando melhorar as taxas de sobrevivência e a qualidade de vida dos pacientes que enfrentam essa doença desafiadora. Mais estudos são necessários para validar essas descobertas e explorar como melhor aplicá-las na prática clínica.

Compreender as interações complexas entre genes como RB1 e BRCA poderia mudar o foco do tratamento para estratégias mais personalizadas, onde as terapias são ajustadas com base em perfis genéticos individuais.

Fonte original

Título: Concurrent RB1 loss and BRCA-deficiency predicts enhanced immunological response and long-term survival in tubo-ovarian high-grade serous carcinoma

Resumo: BackgroundSomatic loss of the tumour suppressor RB1 is a common event in tubo-ovarian high-grade serous carcinoma (HGSC), which frequently co-occurs with alterations in homologous recombination DNA repair genes including BRCA1 and BRCA2 (BRCA). We examined whether tumour expression of RB1 was associated with survival across ovarian cancer histotypes (HGSC, endometrioid (ENOC), clear cell (CCOC), mucinous (MOC), low-grade serous carcinoma (LGSC)), and how co-occurrence of germline BRCA pathogenic variants and RB1 loss influences long-term survival in a large series of HGSC. Patients and methodsRB1 protein expression patterns were classified by immunohistochemistry in epithelial ovarian carcinomas of 7436 patients from 20 studies participating in the Ovarian Tumor Tissue Analysis consortium and assessed for associations with overall survival (OS), accounting for patient age at diagnosis and FIGO stage. We examined RB1 expression and germline BRCA status in a subset of 1134 HGSC, and related genotype to survival, tumour infiltrating CD8+ lymphocyte counts and transcriptomic subtypes. Using CRISPR-Cas9, we deleted RB1 in HGSC cell lines with and without BRCA1 mutations to model co-loss with treatment response. We also performed genomic analyses on 126 primary HGSC to explore the molecular characteristics of concurrent homologous recombination deficiency and RB1 loss. ResultsRB1 protein loss was most frequent in HGSC (16.4%) and was highly correlated with RB1 mRNA expression. RB1 loss was associated with longer OS in HGSC (hazard ratio [HR] 0.74, 95% confidence interval [CI] 0.66-0.83, P = 6.8 x 10-7), but with poorer prognosis in ENOC (HR 2.17, 95% CI 1.17-4.03, P = 0.0140). Germline BRCA mutations and RB1 loss co-occurred in HGSC (P < 0.0001). Patients with both RB1 loss and germline BRCA mutations had a superior OS (HR 0.38, 95% CI 0.25-0.58, P = 5.2 x10-6) compared to patients with either alteration alone, and their median OS was three times longer than non-carriers whose tumours retained RB1 expression (9.3 years vs. 3.1 years). Enhanced sensitivity to cisplatin (P < 0.01) and paclitaxel (P < 0.05) was seen in BRCA1 mutated cell lines with RB1 knockout. Among 126 patients with whole-genome and transcriptome sequence data, combined RB1 loss and genomic evidence of homologous recombination deficiency was correlated with transcriptional markers of enhanced interferon response, cell cycle deregulation, and reduced epithelial-mesenchymal transition in primary HGSC. CD8+ lymphocytes were most prevalent in BRCA-deficient HGSC with co-loss of RB1. ConclusionsCo-occurrence of RB1 loss and BRCA mutation was associated with exceptionally long survival in patients with HGSC, potentially due to better treatment response and immune stimulation.

Autores: Dale W. Garsed, F. A. M. Saner, K. Takahashi, T. Budden, A. Pandey, D. Ariyaratne, T. Zwimpfer, N. S. Meagher, S. Fereday, L. Twomey, K. I. Pishas, T. Hoang, A. Bolithon, N. Traficante, K. Alsop, E. L. Christie, E.-Y. Kang, G. S. Nelson, P. Ghatage, C.-H. Lee, M. J. Riggan, J. Alsop, M. W. Beckmann, J. Boros, A. H. Brand, A. Brooks-Wilson, M. E. Carney, P. Coulson, M. Courtney-Brooks, K. L. Cushing-Haugen, C. Cybulski, M. A. El-Bahrawy, E. Elishaev, R. Erber, S. A. Gayther, A. Gentry-Maharaj, B. Gilks, P. R. Harnett, H. R. Harris, A. Hartmann, A. Hein, J. Hendley, _Aus

Última atualização: 2023-11-10 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.09.23298321

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.09.23298321.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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