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Diferenças de Gênero no Uso de Álcool e Saúde Mental em Moshi

Este estudo analisa o uso de álcool e a saúde mental entre homens e mulheres em Moshi.

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Álcool e Saúde Mental emÁlcool e Saúde Mental emMoshino uso de álcool entre gêneros.Estudo revela tendências preocupantes
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O álcool é uma das principais causas de problemas de saúde no mundo todo. Ele tá ligado a várias questões, como diabetes, tipos de câncer, doenças cardíacas e lesões. O álcool também afeta a Saúde Mental, que não é tanto estudada. Mais de 95 milhões de pessoas no mundo têm transtorno por uso de álcool (TUA), uma condição séria que envolve hábitos de bebida prejudiciais. Quem tem TUA geralmente também enfrenta Depressão; na verdade, a depressão é o problema de saúde mental mais comum que aparece junto com o TUA. Uma em cada três pessoas com TUA também cumpre os critérios para Transtorno Depressivo Maior (TDM). Essa combinação pode piorar muito a depressão.

A saúde mental e o TUA não são tão estudados em países de baixa e média renda. Não tem recursos suficientes ou profissionais treinados pra ajudar quem tem essas condições. Isso é preocupante porque o uso de álcool tá aumentando nesses países. Por exemplo, na Tanzânia, que tem mais de 63 milhões de pessoas, só tem 55 psicólogos e psiquiatras. As taxas de uso de álcool e TUA na Tanzânia são bem altas, com 6,8% das pessoas testando positivo pra TUA, e 20% se engajando em bebedeira pesada.

O gênero tem um papel importante em como as pessoas usam álcool e enfrentam problemas de saúde mental. Geralmente, os homens tendem a beber mais que as mulheres, mas as mulheres têm taxas de depressão mais altas. Em 2016, o consumo médio de álcool dos homens foi de 19,4 litros por ano, enquanto das mulheres foi só 7,0 litros. Na Tanzânia, os homens têm cinco vezes mais chances de ter TUA do que as mulheres. Por outro lado, 3,0% das mulheres têm TDM comparado a 1,8% dos homens. As mulheres também enfrentam mais incapacidades relacionadas à depressão do que os homens. Em Moshi, uma cidade no norte da Tanzânia, as normas sociais levam a um estigma contra mulheres que bebem, o que limita o consumo delas, mas também causa bebedeira secreta entre as que participam.

O estresse é um fator significativo que leva as pessoas a beber, e ele afeta homens e mulheres de forma diferente. As mulheres são mais propensas a enfrentar estresse em relacionamentos, enquanto os homens geralmente lidam com estresse financeiro, levando a um aumento no consumo de álcool.

A prevalência da depressão foi estudada entre certos grupos em Moshi, como idosos e mulheres grávidas, mas os dados sobre outras populações são limitados. Entender como o gênero afeta o uso de álcool e a saúde mental pode melhorar as opções de tratamento e as políticas de saúde para melhores resultados. Este trabalho vai comparar as taxas de TDM entre os gêneros, explorar como o uso de álcool se relaciona com o bem-estar mental e ver como essa relação varia por gênero entre pacientes em dois centros médicos em Moshi.

Visão Geral do Desenho do Estudo

Os dados foram coletados de outubro de 2021 a maio de 2022 pra examinar as diferenças de gênero no uso de álcool em Moshi, Tanzânia. O estudo ocorreu no Kilimanjaro Christian Medical Center (KCMC), um hospital grande que atende mais de 1,9 milhão de pessoas. A coleta de dados incluiu questionários e entrevistas com pacientes do Pronto-Socorro (PS) e do Centro de Saúde Reprodutiva (CSR).

Foi utilizado um método de amostragem aleatória sistemática pra inscrever participantes. Dos 676 pacientes abordados, 655 completaram os questionários, o que deu uma visão sobre a prevalência de TDM por gênero e a relação entre TDM e TUA. Além disso, 19 pacientes foram selecionados pra entrevistas mais profundas, pra explorar melhor como o gênero influencia o uso de álcool e a saúde mental.

Dados Quantitativos

Questionários foram aplicados aos pacientes garantindo uma representação equilibrada de gênero nos dados coletados. Assistentes de pesquisa explicaram o estudo pros pacientes em um espaço privado, e aqueles que concordaram assinaram um termo de consentimento. O Questionário de Saúde do Paciente 9 (PHQ-9) foi usado pra avaliar os sintomas depressivos e estimar a prevalência de TDM. Pontuações mais altas nesse questionário indicam depressão mais severa. Pontuações de 9 ou mais sugeriam a presença provável de depressão.

O Teste de Identificação do Transtorno por Uso de Álcool (AUDIT) mediu o consumo de álcool e avaliou comportamentos de bebida prejudiciais. Pontuações mais altas no AUDIT indicam hábitos de bebida mais inseguros. Pontuações maiores ou iguais a 8 indicavam consumo prejudicial ou perigoso.

A análise focou em três grupos de pacientes: homens do PS, mulheres do PS e mulheres do CSR. As descobertas mostraram que as mulheres do PS tinham a maior média de pontuação do PHQ-9 e a maior prevalência de TDM, que foi estatisticamente significante em comparação com os outros grupos. Os riscos relativos de TDM também foram examinados, com pacientes do sexo feminino mostrando um risco maior comparado aos masculinos. Curiosamente, enquanto houve uma correlação significativa entre depressão e uso de álcool entre homens, nenhuma associação desse tipo foi encontrada entre mulheres.

Dados Qualitativos

Entrevistas aprofundadas foram conduzidas com 19 participantes selecionados, fazendo esforço pra garantir um equilíbrio entre os gêneros. As entrevistas forneceram insights sobre dois temas principais: a conexão entre uso de álcool e bem-estar mental, e as diferenças de gênero em como o álcool afeta a saúde mental.

Os participantes falaram sobre como o consumo de álcool muitas vezes levava a um aumento do estresse financeiro, especialmente pros homens. Eles disseram que os homens geralmente gastavam quantias significativas de dinheiro em álcool, o que contribuía pra piorar a saúde mental. Alguns compartilharam histórias pessoais ilustrando como os hábitos de bebida os levaram a situações financeiras arrependidas e aumento do estresse.

O álcool era frequentemente citado como um mecanismo de enfrentamento pro estresse. Os participantes descreveram como algumas pessoas recorriam à bebida pra escapar dos problemas, mas percebiam que isso só piorava a situação. As entrevistas destacaram que, embora o álcool possa oferecer alívio a curto prazo, não oferece soluções a longo prazo pra angústias emocionais.

Diferenças de gênero apareceram em como os respondentes percebiam os efeitos do uso de álcool. A maioria dos participantes concordou que os homens eram mais afetados do que as mulheres, principalmente devido às expectativas sociais colocadas sobre os homens pra serem os principais provedores financeiros. Muitos homens se sentiam pressionados a esconder seus problemas, levando-os a recorrer ao álcool em vez de buscar ajuda. Enquanto isso, as mulheres pareciam ter redes de apoio social mais robustas, permitindo que discutissem abertamente seus desafios e buscassem ajuda.

Resultados

O estudo encontrou que as mulheres do PS tinham as taxas mais altas de TDM entre os grupos estudados, indicando a necessidade de um cuidado mais focado em saúde mental pra essa população. Embora as mulheres apresentassem sintomas depressivos mais altos, não havia uma ligação direta entre depressão e aumento do uso de álcool entre elas. Por outro lado, os homens mostraram uma relação clara entre o aumento dos sintomas depressivos e o aumento do consumo de álcool.

As entrevistas revelaram que, enquanto as mulheres usavam suas redes sociais pra lidar com o estresse, os homens muitas vezes careciam de saídas saudáveis pra expressar seus sentimentos. Essa disparidade nas estratégias de enfrentamento destacou a necessidade de intervenções específicas. Para os homens, promover formas saudáveis de abordar questões emocionais poderia ajudar a reduzir a dependência do álcool como um mecanismo de enfrentamento. Por outro lado, para as mulheres, abordar o estigma e as normas culturais em torno da saúde mental poderia melhorar seu bem-estar geral e redes de apoio.

Discussão

As descobertas desse estudo ressaltam a importância de considerar gênero e normas culturais ao abordar a saúde mental e o uso de álcool. Em Moshi, as mulheres enfrentam pressões únicas que contribuem pra suas taxas mais altas de depressão, enquanto os homens são mais propensos a usar álcool como uma maneira não saudável de lidar com o estresse. As intervenções devem ser projetadas com essas necessidades específicas de gênero em mente.

Para as mulheres, há uma necessidade crítica de serviços de saúde mental que possam abordar seus desafios particulares e fornecer sistemas de apoio robustos. Em contraste, os esforços voltados pros homens devem se concentrar em incentivar conversas abertas sobre saúde mental e explorar estratégias de enfrentamento mais saudáveis. A distinção em como o álcool funciona como um mecanismo de enfrentamento pra ambos os gêneros exige programas específicos que ressoem com suas experiências de vida.

Seguindo em frente, as políticas de saúde em Moshi devem integrar esses insights pra criar opções de tratamento abrangentes pra homens e mulheres. Ao entender as pressões e desafios únicos que cada gênero enfrenta, os provedores de saúde podem desenvolver intervenções mais eficazes que considerem a pessoa como um todo, incluindo seu contexto social.

Conclusão

Esse estudo traz à tona a relação complexa entre gênero, uso de álcool e saúde mental em Moshi, Tanzânia. As taxas significativas de depressão entre as mulheres e a conexão entre uso de álcool e sintomas depressivos entre os homens destacam a necessidade urgente de serviços de saúde mental abrangentes e sistemas de apoio. Ao abordar as normas culturais subjacentes e as expectativas de gênero que influenciam esses problemas, podemos ajudar a criar uma comunidade mais saudável onde as pessoas se sintam empoderadas a buscar ajuda e encontrar maneiras mais saudáveis de lidar com o estresse.

Não só essas descobertas têm implicações pra práticas de saúde local, mas também contribuem pra um entendimento mais amplo da interseção entre gênero e saúde mental em vários contextos. Pesquisas futuras devem continuar priorizando esses aspectos pra informar e implementar estratégias de saúde mental eficazes adaptadas tanto a homens quanto a mulheres.

Fonte original

Título: "A Man Never Cries": A Mixed-Methods Analysis of Gender Differences in Depression and Alcohol Use in Moshi, Tanzania

Resumo: BackgroundUnhealthy alcohol use negatively impacts many components of health and wellness, including mental health conditions like major depressive disorder (MDD). Globally, gender differences are common for both alcohol use behaviors and MDD, but these differences have not been studied within Moshi, Tanzania. To provide more effective and culturally appropriate mental health treatments, gender nuances around these conditions must be known. As such, this study aims to explore gender differences in MDD, alcohol use, and other aspects of mental well-being among patients at Kilimanjaro Christian Medical Center (KCMC) in Moshi. MethodsSix hundred and seventy-six patients presenting for care at the KCMC Emergency Department (ED) and Reproductive Health Centre (RHC) were enrolled in this mixed-methods study between October 2021 and May 2022. Patients were selected through systematic random sampling and completed quantitative surveys including the Alcohol Use Disorder Identification Test (AUDIT) and the Patient Health Questionnaire 9 (PHQ-9). Nineteen patients were purposively chosen from the study population to participate in in-depth interviews (IDIs) exploring topics related to alcohol use, gender, and depression. Descriptive frequencies, univariate log-binomial regressions, and a linear regression model were used to analyze quantitative data, all of which were analyzed in RStudio. A grounded theory approach was used to analyze all IDIs in NVivo. ResultsAverage [SD] PHQ-9 scores were 7.22 [5.07] for ED women, 4.91 [4.11] for RHC women, and 3.75 [4.38] among ED men. Similarly, ED women held the highest prevalence of MDD (25%) as compared to RHC women (11%) and ED men (7.9%) (p

Autores: Catherine A. Staton, A. Pauley, M. Buono, M. Metcalf, K. West, S. Rent, W. Nkenguye, Y. Sawe, M. Mikindo, J. Kilasara, J. Boshe, B. A. Knettel, B. T. Mmbaga

Última atualização: 2023-11-16 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.14.23298216

Fonte PDF: https://www.medrxiv.org/content/10.1101/2023.11.14.23298216.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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