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O Papel do Muco das Vias Aéreas na Prevenção de Infecções Virais

O muco das vias aéreas é fundamental pra prender vírus e proteger nossos pulmões.

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O Muco das vias aéreas é uma parte importante do sistema de defesa do nosso corpo. Ele ajuda a prender partículas minúsculas e germes que respiramos. Esse muco é feito de proteínas especiais chamadas Mucinas, que têm moléculas de açúcar ligadas a elas. Essas moléculas de açúcar têm um papel grande em como o muco funciona e ajudam a manter nossos pulmões saudáveis.

As mucinas criam uma substância tipo gel que ajuda a capturar vírus e outras partículas nocivas. Quando respiramos, estruturas pequenas em forma de cabelo chamadas cílios se movem de forma coordenada para empurrar o muco para cima e para fora das vias aéreas. Esse processo ajuda a limpar as partículas presas no muco, mantendo nossos pulmões limpos.

Pesquisas mostraram que essa barreira de muco pode prevenir infecções por vírus como o da gripe. Por exemplo, estudos com camundongos mostraram que, quando um tipo específico de mucina, chamada Muc5ac, estava em quantidades maiores, os camundongos estavam melhor protegidos contra o vírus. No entanto, o ar seco pode deixar o muco menos eficaz, aumentando a chance de infecção.

Os cientistas também analisaram como o vírus da gripe, ou IAV para encurtar, consegue evitar ser preso pelo muco. O vírus tem proteínas na sua superfície que podem se ligar aos açúcares do muco, ajudando-o a passar por essa barreira. Duas proteínas importantes no vírus são a hemaglutinina (HA) e a neuraminidase (NA). A HA ajuda o vírus a se conectar ao muco, enquanto a NA ajuda a quebrar quaisquer moléculas de açúcar que possam estar segurando ele.

As mucinas contêm certos açúcares aos quais o vírus pode se agarrar. Dois tipos desses açúcares, α-2,3 e α-2,6, estão presentes nas células das vias aéreas e nas mucinas. Estudos anteriores mostraram que quando a atividade da NA é bloqueada, o vírus pode ficar preso no muco. Remover esses açúcares pode facilitar a passagem do vírus pelo muco, sugerindo que esses açúcares têm um papel em prender o vírus.

Apesar do foco no papel dos açúcares no muco, não houve muita pesquisa sobre como a estrutura física do muco afeta o vírus. O muco tem pequenas lacunas ou poros, e o tamanho desses poros pode limitar a facilidade com que o vírus pode se mover. De fato, estudos anteriores mostraram que o vírus pode se mover pelo muco a uma taxa semelhante a outras partículas de tamanho semelhante.

Na nossa pesquisa, analisamos como o vírus da gripe se move através do muco produzido por diferentes tipos de células das vias aéreas humanas. Coletamos muco de várias fontes e estudamos suas propriedades, bem como o comportamento do vírus nele. Comparando o muco de diferentes tipos de células, conseguimos ver como a estrutura e a composição do muco influenciavam o movimento do vírus.

Diferentes Formas de Muco

O muco que coletamos tinha quantidades variadas de mucina, um componente chave do muco, e estruturas diferentes. Por exemplo, um tipo de muco, chamado muco NHBE, tinha uma concentração maior de mucinas comparado aos outros. Também descobrimos que a quantidade de certas moléculas de açúcar variava entre diferentes tipos de muco, o que poderia influenciar o quão bem o muco prende o vírus.

Estudamos como o vírus conseguia se mover pelo muco retirado de três tipos diferentes de células. Usando técnicas especiais de imagem, rastreamos o movimento tanto do vírus da gripe quanto de pequenas partículas no muco.

Os resultados mostraram que o muco com poros menores era melhor em prender o vírus. Isso porque aberturas menores conseguem bloquear partículas maiores mais efetivamente. Notamos que o muco das culturas NHBE e BCi tinha poros menores do que o das culturas Calu-3, que tinha poros maiores e permitia que o vírus se movesse mais livremente.

Impacto das Moléculas de Açúcar no Muco

Também analisamos como remover as moléculas de açúcar do muco impactaria o movimento do vírus. Tratando o muco com uma enzima específica que remove esses açúcares, descobrimos que o vírus da gripe se movia pelo muco a uma taxa semelhante a outras partículas. Isso foi surpreendente, já que esperávamos que a remoção do açúcar facilitasse mais o movimento.

Curiosamente, mesmo que as moléculas de açúcar parecessem importantes, simplesmente removê-las não necessariamente tornava mais fácil para o vírus se mover pelo muco. Isso sugere que outros fatores, como a estrutura física do muco, podem ser mais influentes em bloquear o vírus.

Estudando Variantes do Vírus

Para investigar mais como o vírus interage com o muco, usamos diferentes versões do vírus da gripe que preferiam diferentes tipos de moléculas de açúcar. Surpreendentemente, descobrimos que essas variações não afetavam significativamente a capacidade do vírus de se mover pelo muco, indicando que outros fatores estavam em jogo.

Também construímos um modelo sintético para comparar com o muco natural. Esse modelo, feito de polietileno glicol (PEG), tinha propriedades semelhantes ao muco real em termos de tamanho de poro, permitindo que víssemos quão bem poderia prender o vírus. Nossas descobertas mostraram que tanto o modelo sintético quanto o muco natural eram capazes de dificultar o movimento do vírus.

Protegendo Contra Infecções

Para ver quão eficazes eram o muco e nosso gel sintético em prevenir infecções, fizemos testes em células das vias aéreas cultivadas. Depois de aplicar o muco ou gel nas células, introduzimos o vírus da gripe e depois o removemos. Os resultados mostraram uma redução significativa nas taxas de infecção em culturas revestidas com muco ou com o gel sintético.

Isso sugere que ter uma camada protetora de muco ou um gel parecido pode ajudar a proteger as células de infecções virais. A estrutura física do muco parece desempenhar um papel chave em prender o vírus e evitar que chegue às células.

Conclusão

Nosso estudo destaca o papel importante que o muco das vias aéreas desempenha na proteção contra infecções virais, especificamente o vírus da gripe. Ele mostra que tanto as propriedades físicas do muco quanto a presença de moléculas de açúcar trabalham juntas para prender o vírus de forma eficaz. No entanto, a estrutura física do muco tem um impacto mais significativo sobre se o vírus pode passar por ele.

Daqui pra frente, será importante investigar mais como diferentes fatores, como idade ou doenças pulmonares, podem afetar as propriedades do muco e sua capacidade de combater infecções. Entender essas interações pode levar a tratamentos melhores e medidas preventivas contra vírus respiratórios.

Fonte original

Título: Mucus physically restricts influenza A viral particle access to the epithelium

Resumo: Prior work suggests influenza A virus (IAV) crosses the airway mucus barrier in a sialic acid-dependent manner through the actions of the viral envelope glycoproteins, hemagglutinin and neuraminidase. However, host and viral factors that influence how efficiently mucus traps IAV remain poorly defined. In this work, we assessed how the physicochemical properties of mucus influence its ability to effectively capture IAV using fluorescence video microscopy and multiple particle tracking. We found an airway mucus gel layer must be produced with virus-sized pores to physically constrain IAV. While sialic acid binding by IAV may improve mucus trapping efficiency, sialic acid binding preference was found to have little impact on IAV mobility and the fraction of viral particles expected to penetrate the mucus barrier. Further, we demonstrate synthetic polymeric hydrogels engineered with mucus-like architecture are similarly protective against IAV infection despite their lack of sialic acid decoy receptors. Together, this work provides new insights on mucus barrier function toward IAV with important implications on innate host defense and interspecies transmission.

Autores: Gregg Duncan, L. Kaler, E. M. Engle, E. Iverson, A. Boboltz, M. A. Ignacio, M. Rife, M. A. Scull

Última atualização: 2024-05-30 00:00:00

Idioma: English

Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.08.14.553271

Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2023.08.14.553271.full.pdf

Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/

Alterações: Este resumo foi elaborado com a assistência da AI e pode conter imprecisões. Para obter informações exactas, consulte os documentos originais ligados aqui.

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