Como as Plantas Silenciam os Genes Saltadores
As plantas usam a metilação do DNA pra controlar elementos transponíveis e manter a estabilidade do genoma.
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Índice
- O Papel da Metilação do DNA
- Mecanismos de Silenciamento de Elementos Transponíveis
- A Via de Metilação do DNA Direcionada por RNA
- O Elemento Transponível EVD
- O Ciclo de Silenciamento do EVD
- Investigando os Mecanismos de Silenciamento do EVD
- A Importância do Gene RDR6
- Descobertas de Pesquisa sobre o Silenciamento do EVD
- Atividade do EVD em Linhas Mutantes
- Perfis de Pequenas RNAs no Silenciamento do EVD
- O Papel do Número de Cópias no Silenciamento do EVD
- A Importância da Metilação do DNA
- Investigando Inserções do EVD
- Conclusão sobre Elementos Transponíveis e Defesa do Genoma
- Direções Futura na Pesquisa
- Implicações para a Genética e Melhoramento das Plantas
- Fonte original
- Ligações de referência
Elementos Transponíveis (ETs) são pedaços de DNA que conseguem se mover dentro de um genoma. Muitas vezes, eles são chamados de "genes saltadores". Embora possam trazer diversidade genética, também podem causar problemas ao atrapalhar genes ou regiões regulatórias importantes, resultando em mutações que podem prejudicar a adaptação do organismo.
Metilação do DNA
O Papel daPara se proteger dos efeitos potencialmente prejudiciais dos ETs, muitos organismos, especialmente as plantas, desenvolveram um método chamado metilação do DNA. Essa é uma modificação química que normalmente silencia a atividade dos ETs, impedindo que se movam e causem mutações. Em plantas como Arabidopsis thaliana, marcas químicas específicas no DNA, como 5-metilcitosina, ajudam a garantir que os ETs permaneçam inativos.
Mecanismos de Silenciamento de Elementos Transponíveis
Em Arabidopsis, dois processos trabalham juntos para manter os ETs sob controle: silenciamento gênico transcricional (SGT) e silenciamento gênico pós-transcricional (SGPT). O SGT é o processo onde os genes são silenciados no nível do DNA, enquanto o SGPT lida com o silenciamento no nível do RNA. A metilação do DNA é crucial para o SGT, enquanto o SGPT usa pequenas moléculas de RNA para direcionar e degradar o RNA produzido pelos ETs.
A Via de Metilação do DNA Direcionada por RNA
Uma via importante envolvida nesses processos de silenciamento é chamada de metilação do DNA direcionada por RNA (MdD). Essa via envolve polimerases de RNA específicas, chamadas PolIV e PolV, que ajudam a produzir pequenas moléculas de RNA que guiam a metilação do DNA para os ETs. Quando os ETs são ativados, eles podem desencadear a produção dessas pequenas RNAs, levando ao seu próprio silenciamento.
O Elemento Transponível EVD
Entre os ETs em Arabidopsis, o retrotransposon ÉVADÉ (EVD) é um exemplo bem estudado. O EVD pode causar mudanças significativas no genoma porque consegue aumentar rapidamente seu número de cópias. Quando o EVD é silenciado, ele depende principalmente da presença de metilação do DNA. No entanto, se certos genes responsáveis por manter a metilação forem perdidos, o EVD pode se reativar e proliferar rapidamente.
O Ciclo de Silenciamento do EVD
Quando o EVD se torna ativo, ele primeiro desencadeia o SGPT. Isso envolve a produção de diferentes transcritos de RNA. Um desses transcritos é uma versão mais longa que codifica tanto componentes estruturais quanto catalíticos. Uma forma mais curta, que codifica apenas o componente estrutural, é traduzida com mais frequência, levando ao acúmulo dessa proteína. No entanto, mesmo com a produção dessas proteínas, o EVD ainda pode se mover dentro do genoma.
À medida que as cópias do EVD se acumulam, elas produzem mais e mais dsRNA, que pode ser processado em pequenas RNAs. Essas pequenas RNAs então miram nas sequências do EVD, levando à metilação do DNA em um processo chamado RDR6-MdD. Eventualmente, essa transição para o SGT ocorre, resultando na metilação do DNA das sequências do EVD e parando sua atividade.
Investigando os Mecanismos de Silenciamento do EVD
Os pesquisadores têm tentado entender como as plantas reconhecem e silenciam inicialmente ETs ativos como o EVD. Vários estudos induziram a reativação do ET através de estresse ambiental e outras mudanças genéticas para ver como o hospedeiro reage. Esses estudos mostraram que as plantas conseguem suprimir ETs ativos por meio de diferentes mecanismos, ajudando a manter a integridade do genoma.
A Importância do Gene RDR6
Um gene chave envolvido na supressão de ETs é o RDR6. Esse gene desempenha um papel no SGPT e é responsável por produzir pequenas RNAs que miram nos transcritos de ET. Em experimentos onde o RDR6 é mutado ou ausente, os pesquisadores observaram que o EVD ainda poderia ser silenciado, embora as etapas iniciais de silenciamento possam ser diferentes.
Descobertas de Pesquisa sobre o Silenciamento do EVD
Em estudos examinando linhagens de Arabidopsis com EVD ativo e mutações no RDR6, os cientistas monitoraram a atividade e o número de cópias do EVD ao longo das gerações. Eles descobriram que mesmo sem o RDR6, o EVD ainda podia ser silenciado, indicando que o SGPT não é essencial para o silenciamento. Em vez disso, outras vias, como PolIV-MdD, poderiam interagir com os ETs e levar ao seu silenciamento.
Atividade do EVD em Linhas Mutantes
Ao estudar as cópias do EVD em linhas mutantes do RDR6, os pesquisadores notaram que o EVD frequentemente tinha um número de cópias maior do que em linhagens tipo selvagem. Isso sugeriu que a ausência do RDR6 poderia contribuir para um aumento mais rápido nas cópias do EVD. No entanto, depois de alcançar um certo número de cópias, os pesquisadores observaram uma diminuição na expressão do EVD, sugerindo que os mecanismos de silenciamento estavam sendo ativados.
Perfis de Pequenas RNAs no Silenciamento do EVD
A presença de pequenas RNAs específicas para o EVD foi verificada em diferentes linhagens de plantas. Para linhagens tipo selvagem com RDR6, pequenas RNAs relacionadas tanto ao EVD-GAG quanto ao EVD-LTR foram encontradas. Nas linhagens mutantes do RDR6, no entanto, apenas as pequenas RNAs do EVD-LTR estavam presentes. Isso indicou que mesmo sem o RDR6, as plantas ainda eram capazes de reconhecer e silenciar o EVD por outros meios.
O Papel do Número de Cópias no Silenciamento do EVD
Os pesquisadores também analisaram o número de cópias do EVD para entender quando o silenciamento era acionado. Eles descobriram que plantas tipo selvagem tinham uma resposta mais uniforme relacionada ao número de cópias do EVD, enquanto as plantas mutantes apresentavam variabilidade. Isso sugeriu que o mecanismo de silenciamento na ausência do RDR6 poderia depender de vários fatores.
A Importância da Metilação do DNA
Outro aspecto vital da pesquisa foi examinar os níveis de metilação do DNA no EVD. Diferentes plantas mostraram níveis variados de metilação em resposta à atividade do EVD. Em geral, níveis mais altos de metilação estão associados ao silenciamento, indicando que, embora o RDR6 possa facilitar o processo, ele não é estritamente necessário para o silenciamento. A presença de pequenas RNAs sozinhas ainda pode levar à metilação do DNA em regiões regulatórias, acionando assim o silenciamento.
Investigando Inserções do EVD
Para entender melhor o comportamento do EVD, os pesquisadores olharam para novas inserções do EVD no genoma. Eles usaram técnicas especializadas para mapear onde o EVD estava se inserindo e se essas novas inserções estavam sendo silenciadas. Descobriram que muitas novas inserções do EVD ocorreram em áreas ricas em genes, o que é típico para ETs. No entanto, nem todas as inserções foram igualmente silenciadas e algumas mostraram variabilidade em seus níveis de metilação do DNA.
Conclusão sobre Elementos Transponíveis e Defesa do Genoma
Essa pesquisa mostra que, embora o SGPT e o RDR6 desempenhem papéis essenciais no silenciamento de elementos transponíveis como o EVD, eles não são as únicas vias envolvidas. O estudo lança luz sobre os mecanismos complexos que as plantas usam para manter a estabilidade do genoma e se defender contra ETs. As descobertas sugerem que outros fatores, incluindo metilação do DNA e diferentes vias de MdD, podem contribuir de forma independente para o silenciamento de ETs ativos sem depender exclusivamente do SGPT.
Direções Futura na Pesquisa
O estudo contínuo dos ETs e suas interações com os genomas das plantas abre caminhos para mais pesquisas. Compreender os vários mecanismos em jogo pode levar a insights sobre a genética das plantas e melhorar nosso conhecimento de como as plantas gerenciam a integridade genômica. A investigação mais aprofundada das condições em que os ETs se tornam ativos e como são silenciados pode fornecer informações valiosas para as ciências aplicadas às plantas e à agricultura.
Implicações para a Genética e Melhoramento das Plantas
Essa pesquisa também fornece uma base para entender como as plantas podem evoluir e se adaptar ao longo do tempo em resposta a mudanças ambientais. A capacidade das plantas de controlar a atividade dos elementos transponíveis desempenha um papel crítico em sua estabilidade genética e adaptabilidade. No contexto do melhoramento de plantas, essa compreensão pode orientar esforços para desenvolver culturas com características aprimoradas enquanto minimiza os riscos associados a mutações genéticas causadas por ETs.
Título: PTGS is dispensable for the initiation of epigenetic silencing of an active transposon in Arabidopsis
Resumo: Transposable elements (TEs) are largely repressed in plants through transcriptional gene silencing (TGS), which is maintained by heritable epigenetic silencing marks such as DNA methylation. However, the mechanisms by which silencing is installed in the first place remains poorly understood in plants. Small interfering (si)RNAs and post-transcriptional gene silencing (PTGS) play a role in the initial response by reducing mRNA and protein levels of active TEs and are believed to mediate the initiation of TGS by guiding the first deposition of DNA methylation. To determine how this silencing installation works, we took advantage of EVADE (EVD), an endogenous retroelement in Arabidopsis, which can be used to recapitulate true de novo silencing with a well-established sequence of PTGS followed by a TGS phase. To test whether PTGS is a prerequisite for TGS, active EVD copies were introduced into RNA-DEPENDENT-RNA-POLYMERASE-6 (RDR6) mutants lacking an essential PTGS component. EVD activity and silencing were monitored across several generations. Unexpectedly, even in the absence of PTGS, TGS and silencing of EVD were still achieved through installation of RNA-directed DNA methylation (RdDM) at EVD regulatory sequences without any prior DNA methylation at its coding sequence. Hence, our study shows that PTGS is dispensable for de novo EVD silencing. Although we cannot rule out that PTGS might facilitate the initiation of TGS, or control TE activity until then, initiation of epigenetic silencing can take place in its absence.
Autores: Arturo Mari-Ordonez, M. Trasser, G. Bohl-Viallefond, V. Barragan-Borrero, L. Diezma-Navas, L. Loncsek, M. Nordborg
Última atualização: 2024-05-31 00:00:00
Idioma: English
Fonte URL: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.27.596030
Fonte PDF: https://www.biorxiv.org/content/10.1101/2024.05.27.596030.full.pdf
Licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/
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